É perceptível que o filme não buscou focar na história de amor entre as duas, e sim na luta pela conquista de seus direitos. O cunho político que carrega é de grande peso, o que me fez constatar, mais uma vez, minha crença sobre as decisões dos políticos. Em grande parte das vezes, todas estas são baseadas em suas convicções e, também, nas ideias propagadas pelas suas religiões, fazendo-me refletir: "O princípio da impessoalidade é letra morta da lei?" Pois é isso que normalmente vemos.
Temas tabus possuem um charme para mim. Acredito que a melhor maneira de expô-los é através do cinema, independetemente se de forma mais contida ou mais explícita. É importante o ser humano ter uma percepção mais realista de sua natureza, e, de forma individualista, olhar para si mesmo e ver até onde sua bagunça interna é capaz de invadir o limite do outro. No caso de "Mistérios da Carne" a forma que as histórias das personagens foram tratadas é especial. Cada um com seus limites e percepções diferentes das situações. Cada um lidando de acordo com sua própria visão de mundo. A começar pela Wendy (Michelle Trachtenberg), amiga de Neil, por mais que tenha um sentimento lindo pelo amigo, não conseguiu ajudá-lo de uma maneira "saudável", ou seja, não conseguiu fazer com que o amigo olhasse para o que estava acontecendo e fê-lo buscar ajuda; talvez por também se sentir culpada/confusa pelo que presenciou e não ter chegado a uma conclusão em sua cabeça. Já Brian (Brady Corbet) não conseguiu olhar diretamente para sua ferida, a alternativa escolhida foi a fuga. Buscou crer que a causa de toda sua dor estava bem distante... No caso de Niel (Joseph Gordon-Levitt), seus atos na vida adulta foram uma reprodução de sua vivência. Possivelmente uma mistura de culpa, vergonha, amor e prazer o fez adotar aquela conduta autodestrutiva. Exatamente esta deve ser a essência de fimes com assuntos polêmicos: repassar a forma como cada um lida com seus fantasmas e problemas em sua individualidade, com a intensidade de sua dor.
Amor Por Direito
4.0 459 Assista AgoraÉ perceptível que o filme não buscou focar na história de amor entre as duas, e sim na luta pela conquista de seus direitos. O cunho político que carrega é de grande peso, o que me fez constatar, mais uma vez, minha crença sobre as decisões dos políticos. Em grande parte das vezes, todas estas são baseadas em suas convicções e, também, nas ideias propagadas pelas suas religiões, fazendo-me refletir: "O princípio da impessoalidade é letra morta da lei?" Pois é isso que normalmente vemos.
Mistérios da Carne
4.1 975Temas tabus possuem um charme para mim. Acredito que a melhor maneira de expô-los é através do cinema, independetemente se de forma mais contida ou mais explícita. É importante o ser humano ter uma percepção mais realista de sua natureza, e, de forma individualista, olhar para si mesmo e ver até onde sua bagunça interna é capaz de invadir o limite do outro.
No caso de "Mistérios da Carne" a forma que as histórias das personagens foram tratadas é especial. Cada um com seus limites e percepções diferentes das situações. Cada um lidando de acordo com sua própria visão de mundo.
A começar pela Wendy (Michelle Trachtenberg), amiga de Neil, por mais que tenha um sentimento lindo pelo amigo, não conseguiu ajudá-lo de uma maneira "saudável", ou seja, não conseguiu fazer com que o amigo olhasse para o que estava acontecendo e fê-lo buscar ajuda; talvez por também se sentir culpada/confusa pelo que presenciou e não ter chegado a uma conclusão em sua cabeça.
Já Brian (Brady Corbet) não conseguiu olhar diretamente para sua ferida, a alternativa escolhida foi a fuga. Buscou crer que a causa de toda sua dor estava bem distante...
No caso de Niel (Joseph Gordon-Levitt), seus atos na vida adulta foram uma reprodução de sua vivência. Possivelmente uma mistura de culpa, vergonha, amor e prazer o fez adotar aquela conduta autodestrutiva.
Exatamente esta deve ser a essência de fimes com assuntos polêmicos: repassar a forma como cada um lida com seus fantasmas e problemas em sua individualidade, com a intensidade de sua dor.