é sobre aprender a estar sozinho, e sobre como isso só é possível a partir da ausência de um outro. Ainda, é algo muito comum que, ao filmar uma criança, os diretores nos deem um vislumbre ou até mesmo nos descrevam o que elas estão imaginando... Não é o caso aqui. O espectador está completamente alheio e externo à imaginação de Takara. Não sabemos o que de fato ele pensa ao perambular pela cidade, por exemplo. Não sabemos que conversas ele de fato tem consigo. Acredito que esta é uma boa sacada dos diretores, pois nos obriga a imaginar esses diálogos internos, o que pode vir a apontar ao espectador adulto um cruel fato: o de que já não é tão simples imaginar, brincar, desenhar. Nós já não temos tanta facilidade em acessar a criança que um dia fomos. Também nos confronta com a nossa própria solidão, e com o quanto suportamos assistir a um filme de cenas aparentemente comuns e sem falas. Eu achei muito bonito, muito singelo, muito humano. Quando estamos sozinhos, sem ninguém nos assistindo, despercebidos de nós mesmos, talvez ainda sejamos todos como o pequeno Takara.
Gente, esse filme é muito legalzinho. Eu quis assisti-lo porque tinha acabado de ler "O Duplo", do Dostoiévski. Peguei o filme sem prestar atenção em quem era o diretor nem nada. Eu apenas queria assistir algo para incrementar minha leitura mesmo. Qual não foi a minha surpresa, ao reconhecer no filme a estética de um outro que amo, o Submarine. E também ao reconhecer os dois atores principais de Submarine em O Duplo. Pausei na hora e fui atrás. Vi que era também este um filme do Ayoade. Uma grata surpresa. Eu não diria que o filme é uma adaptação fiel do livro, ele é mais uma releitura. Uma releitura cool e tem um humor muito peculiar, o tipo de humor e o jeitinho que a gente já viu em Submarine. É Ayoade. O filme cativa mais que o livro. Jesse Eisenberg tá muito bem nesse filme. Acho que a experiência de ver o filme é muito mais rica se você lê o livro, e entende um pouquinho do que é esse fenômeno do duplo. Gosto muito destas falas:
Vi muito do "Cenas De Um Casamento" do Bergman nesse filme. É bonito por mostrar como são as delicadezas cotidianas que constroem um relacionamento, e ao mesmo tempo, como há em cada suposta trivialidade algo capaz de dilacerar o outro. Como não precisa muito pras coisas se desfazerem como pó, e desandarem; mas como também o amor genuíno deixa uma marca de carinho mútuo construído em cada ganho e cada perda ao longo dos anos, forte o bastante para não se aniquilar por completo. Gosto de filme assim, sem estardalhaço externo, mas interno.
"They claim their labours are to build a heaven yet their heaven is populated with horrors. Perhaps the world is not made. Perhaps nothing is made. A clock without a craftsman. It's too late. Always has been, always will be…too late."
Eu não dava muito por esse filme, não por ele mesmo, mas porque eu nunca vi nada de especial nem na Emma Stone, nem no Ryan Gosling, e também nunca entendi o hype em cima dos dois, principalmente do Ryan. Assisti por curiosidade, pra testar se eu estava errada. Continuo achando esses atores medianos, porém de alguma forma o filme me prendeu, e eu não achei chato em nenhum momento. Ele acabou num estalar de dedos, tão rápido que passou. Gostei de ver Ryan e Emma em um musical pela simplicidade com que conduziram suas atuações. Ao final, me surpreendi por estar com lágrimas nos olhos,
enquanto Mia e Sebastian se reencontravam após cinco anos, olhando um para o outro novamente. O tipo de olhar que só quem já partilhou de intensa intimidade consegue resgatar. Se reencontraram pela música, da mesma forma como tudo havia começado (tirando fora a cena hostil em que se xingam no trânsito). Nem uma palavra foi dita, simplesmente porque não era necessário. Como pode a vida de ambos ter tomado rumos diferentes, e mesmo assim terem permanecido tão vivos um no outro? A desconstrução do casal-romântico-que-fica-junto-no-final-apesar-de-tudo também foi legal. Por uma visão mais romântica podemos ver que Seb e Mia pertencem um ao outro, e é isto que o filme dá a entender. No entanto, eles não ficam juntos. É prático. Se é a coisa certa não é a questão, mas é uma maneira alternativa de ver as coisas. Afinal, nem sempre aquela pessoa por quem você se apaixonou é aquela com quem você vai ficar, como já ouvi dizerem por aí.
Retrato mais que realista da vida, inclusive por não conter música, apenas sons diegéticos, que tornam-se quase que personagens: passos, campainhas, portas se abrindo, portas se fechando, vozes, respiração (especialmente entrecortada), o barulho de comprimidos sendo retirados da embalagem, o barulho da água saindo da torneira, o som do pássaro cantando, o qual Sandra inveja... E os silêncios! Quantas vezes um silêncio pode fazer tanto barulho? E faz. Nesse filme fez. Carga emocional forte, que em nenhum momento precisa de música para direcionar a nossa emoção, o choro se faz por si só, porque existe dor em cada passo de Sandra. Porque na vida, não podemos nos afugentar de caminhar os mesmos passos que ela, ao menos uma vez. Atinge na carne, principalmente por ser honesto.
Perguntei-me várias vezes: mas porque ela simplesmente não sai desse emprego e vai procurar outro? Seria uma tentativa desesperada de manter algo estável (o trabalho) apesar da bagunça toda? Depois, ao final, entendi. Longe de querer estabelecer uma 'moral da história', apenas mostra o que nós podemos ver diariamente na vida de muita gente com quem topamos por aí: o que vale é o processo, não necessariamente se você ganha ou não. Lutar a ajudou a elaborar a dor, a não fugir da vida.
Esse filme é mais uma daquelas pérolas que você encontra quando menos espera. É um filme difícil de achar, difícil de assistir, difícil de suportar quando acaba, mas existe uma beleza na tristeza que ele carrega. Dificilmente você se esquece de um filme assim.
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista Agoraesse filme tem umas vibes O Poço misturado com Senhor das Moscas e S.O.S. do amor
Wet Sand
3.9 7história boa, filme desnecessariamente longo
Lua Vermelha
3.0 12"O monstro é a lua. Devora o tempo."
Close
4.2 470 Assista Agora"il me manque" </3
Ofélia
3.3 65 Assista AgoraFaltou Florence Welch na trilha sonora pra combinar com a aesthetic do filme
Ciganos da Ciambra
3.8 21 Assista AgoraCruel, sem enfeites, de uma vulnerabilidade avassaladora. Pio Amato é talentosíssimo.
Mediterranea
3.5 5BRUTAL
Takara - A Noite em Que Nadei
3.2 7 Assista Agoraé sobre aprender a estar sozinho, e sobre como isso só é possível a partir da ausência de um outro.
Ainda, é algo muito comum que, ao filmar uma criança, os diretores nos deem um vislumbre ou até mesmo nos descrevam o que elas estão imaginando... Não é o caso aqui. O espectador está completamente alheio e externo à imaginação de Takara. Não sabemos o que de fato ele pensa ao perambular pela cidade, por exemplo. Não sabemos que conversas ele de fato tem consigo. Acredito que esta é uma boa sacada dos diretores, pois nos obriga a imaginar esses diálogos internos, o que pode vir a apontar ao espectador adulto um cruel fato: o de que já não é tão simples imaginar, brincar, desenhar. Nós já não temos tanta facilidade em acessar a criança que um dia fomos. Também nos confronta com a nossa própria solidão, e com o quanto suportamos assistir a um filme de cenas aparentemente comuns e sem falas.
Eu achei muito bonito, muito singelo, muito humano. Quando estamos sozinhos, sem ninguém nos assistindo, despercebidos de nós mesmos, talvez ainda sejamos todos como o pequeno Takara.
Valerie e Sua Semana de Deslumbramentos
3.9 191 Assista Agoraé um passeio pelo inconsciente
A Espuma dos Dias
3.7 479 Assista Agoraé exatamente como estar em um sonho de aproximadamente duas horas
Antes do Pôr-do-Sol
4.2 1,5K Assista AgoraNa hora que o filme acabou eu pensei "NÃO ACREDITO QUE ACABOU"
O Duplo
3.5 517 Assista AgoraGente, esse filme é muito legalzinho. Eu quis assisti-lo porque tinha acabado de ler "O Duplo", do Dostoiévski. Peguei o filme sem prestar atenção em quem era o diretor nem nada. Eu apenas queria assistir algo para incrementar minha leitura mesmo. Qual não foi a minha surpresa, ao reconhecer no filme a estética de um outro que amo, o Submarine. E também ao reconhecer os dois atores principais de Submarine em O Duplo. Pausei na hora e fui atrás. Vi que era também este um filme do Ayoade. Uma grata surpresa.
Eu não diria que o filme é uma adaptação fiel do livro, ele é mais uma releitura. Uma releitura cool e tem um humor muito peculiar, o tipo de humor e o jeitinho que a gente já viu em Submarine. É Ayoade. O filme cativa mais que o livro.
Jesse Eisenberg tá muito bem nesse filme.
Acho que a experiência de ver o filme é muito mais rica se você lê o livro, e entende um pouquinho do que é esse fenômeno do duplo.
Gosto muito destas falas:
" - Hannah?
- Yeah?
- It's terrible to be alone too much."
e a fatídica:
"I'd like to think I'm pretty unique."
Fecha com chave de ouro.
História de um Casamento
4.0 1,9K Assista AgoraVi muito do "Cenas De Um Casamento" do Bergman nesse filme. É bonito por mostrar como são as delicadezas cotidianas que constroem um relacionamento, e ao mesmo tempo, como há em cada suposta trivialidade algo capaz de dilacerar o outro. Como não precisa muito pras coisas se desfazerem como pó, e desandarem; mas como também o amor genuíno deixa uma marca de carinho mútuo construído em cada ganho e cada perda ao longo dos anos, forte o bastante para não se aniquilar por completo.
Gosto de filme assim, sem estardalhaço externo, mas interno.
Face a Face
4.2 131É incrível, e ao mesmo tempo assustador que a simples falta do elemento luz deixe buracos negros tão profundos nos olhos dela.
Watchmen: O Filme
4.0 2,8K Assista Agora"They claim their labours are to build a heaven yet their heaven is populated with horrors. Perhaps the world is not made. Perhaps nothing is made. A clock without a craftsman. It's too late. Always has been, always will be…too late."
Seu Nome
4.5 1,4K Assista AgoraÉ o anime mais lindo que eu já vi na vida <3
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista Agora"Be careful in the world of men, Diana. They do not deserve you."
Brooklin
3.8 1,1KTão gostoso de assistir <3
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraEu não dava muito por esse filme, não por ele mesmo, mas porque eu nunca vi nada de especial nem na Emma Stone, nem no Ryan Gosling, e também nunca entendi o hype em cima dos dois, principalmente do Ryan. Assisti por curiosidade, pra testar se eu estava errada. Continuo achando esses atores medianos, porém de alguma forma o filme me prendeu, e eu não achei chato em nenhum momento. Ele acabou num estalar de dedos, tão rápido que passou. Gostei de ver Ryan e Emma em um musical pela simplicidade com que conduziram suas atuações.
Ao final, me surpreendi por estar com lágrimas nos olhos,
enquanto Mia e Sebastian se reencontravam após cinco anos, olhando um para o outro novamente. O tipo de olhar que só quem já partilhou de intensa intimidade consegue resgatar. Se reencontraram pela música, da mesma forma como tudo havia começado (tirando fora a cena hostil em que se xingam no trânsito). Nem uma palavra foi dita, simplesmente porque não era necessário. Como pode a vida de ambos ter tomado rumos diferentes, e mesmo assim terem permanecido tão vivos um no outro? A desconstrução do casal-romântico-que-fica-junto-no-final-apesar-de-tudo também foi legal. Por uma visão mais romântica podemos ver que Seb e Mia pertencem um ao outro, e é isto que o filme dá a entender. No entanto, eles não ficam juntos. É prático. Se é a coisa certa não é a questão, mas é uma maneira alternativa de ver as coisas. Afinal, nem sempre aquela pessoa por quem você se apaixonou é aquela com quem você vai ficar, como já ouvi dizerem por aí.
Nise: O Coração da Loucura
4.3 656 Assista AgoraO meu instrumento é o pincel. O seu é o picador de gelo!
NISE LACRADORA <3
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542Retrato mais que realista da vida, inclusive por não conter música, apenas sons diegéticos, que tornam-se quase que personagens: passos, campainhas, portas se abrindo, portas se fechando, vozes, respiração (especialmente entrecortada), o barulho de comprimidos sendo retirados da embalagem, o barulho da água saindo da torneira, o som do pássaro cantando, o qual Sandra inveja... E os silêncios! Quantas vezes um silêncio pode fazer tanto barulho? E faz. Nesse filme fez. Carga emocional forte, que em nenhum momento precisa de música para direcionar a nossa emoção, o choro se faz por si só, porque existe dor em cada passo de Sandra. Porque na vida, não podemos nos afugentar de caminhar os mesmos passos que ela, ao menos uma vez. Atinge na carne, principalmente por ser honesto.
Perguntei-me várias vezes: mas porque ela simplesmente não sai desse emprego e vai procurar outro? Seria uma tentativa desesperada de manter algo estável (o trabalho) apesar da bagunça toda? Depois, ao final, entendi. Longe de querer estabelecer uma 'moral da história', apenas mostra o que nós podemos ver diariamente na vida de muita gente com quem topamos por aí: o que vale é o processo, não necessariamente se você ganha ou não. Lutar a ajudou a elaborar a dor, a não fugir da vida.
Lobo
3.9 21Esse filme é mais uma daquelas pérolas que você encontra quando menos espera. É um filme difícil de achar, difícil de assistir, difícil de suportar quando acaba, mas existe uma beleza na tristeza que ele carrega. Dificilmente você se esquece de um filme assim.
Café de Flore
4.2 127"O mais difícil para ela agora é aceitar que seu ser amado não é sua alma gêmea."
Lore
3.8 128 Assista AgoraFilme lindo, avassalador, forte, sofrido. Uma obra muito bonita do cinema alemão que vale conferir e assistir com o coração.