"E agora, o que eu faço com todo esse dinheiro? Enfia no..." Um homem simples do campo é seduzido por uma espécie de "fada da fortuna" e vai à cidade grande em busca das promessas de riqueza e "mulheres fáceis". E assim se constrói um interessante filme experimental (sem diálogos) que ironiza de forma inteligente o discurso publicitário sempre caracterizado pela pregação do consumo desenfreado e pela erotização\banalização da figura feminina.
Tive a honra de ver essa verdadeira jóia, durante a última edição do festival de curtas de São Paulo (Kinoforum). "A Field of Honor" foi o trabalho de conclusão de curso de Robert Zemeckis, quando este ainda era aluno da University of South California. Apesar da produção modesta, já demonstrava o potencial de Zemeckis p\ se tornar um dos grandes nomes do cinema norte-americano contemporâneo. Além do perfeito domínio do ritmo narrativo apresentado pelo diretor, impressiona a qualidade do roteiro que brinca de forma muito inteligente c\ a eterna paranóia norte-americana em relação à ameaça comunista, bem como também satiriza seu fascínio doentio por armas de fogo. Um brilhante início de carreira!
Embora produzido numa fase já tardia da carreira do grande Humberto Mauro, este curta é uma verdadeira obra de arte, utilizando todo o tipo de recursos: animação, fotos, imagens de arquivo, etc. O que dizer então sobre o trabalho de montagem das cenas? Uma verdadeira aula de edição!
Esse pequeno filme já contém praticamente todos os elementos que tornariam Griffith conhecido como o "Pai da linguagem cinematográfica", tais como o frequente uso do plano americano (que permitia maior proximidade da câmera em relação ao ator, permitindo assim, atuações mais contidas e c\ menos gestual) e também o surgimento de sua marca registrada: a montagem paralela (o "enquanto isso") que permitia o desenrolar de duas ações, ao mesmo tempo, em locais diferentes. Obs: reparem no ritmo acelerado que esse filme possui (para os padrões da época), resultado do grande número de cortes utilizados na montagem. Obra-prima indiscutível!
Esse pequeno filme ainda não contém todos os elementos que fariam de Griffith o autêntico "pai" da linguagem cinematográfica, mas já conta c\ montagem alternada, na cena da garota ao telefone. Obs: Griffith começando a descobrir o potencial da sétima arte...
Um dos melhores curtas exibidos na ultima edição da mostra "Kinoforum" para a qual eu, modestamente, fui convidado a participar como critico. O curta utiliza técnica de HQ, estética de western spaguetti e homenageia o universo "tarantinesco". Também possui boa fotografia e competente direção de arte. Criatividade pura!
Obviamente, esse belo curta brasileiro bebe na fonte do neo-realismo italiano, mas sem abusar do sentimentalismo e melodramaticidade que, muitas vezes, caracterizava os filmes do movimento. A cena em que o menino que protagoniza a trama precisa decidir se continua a brincar com o gatinho que "roubou", ou o vende para poder levar algum dinheiro pra casa, chega mesmo a emocionar. Critica social feita de forma poética e sutil. Destaque para a bela canção "Quem Quiser Encontrar o Amor" (Geraldo Vandre e Carlos Lyra) que compõe a trilha sonora.
"As pessoas, quando vão ao cinema, não pensam em mim, portanto, por que eu deveria me importar com as pessoas"... Assim falou Jean-Luc Godard, no mini-documentario dirigido por Eric Rohmer, a respeito da ainda recente revolução estilística provocada pela nouvelle vague. Tive o prazer de ver esse raro filme, em película, durante uma mostra dedicada aos 55 anos da Nouvelle Vague, organizada pelo MIS (Museu da Imagem e do Som), no ultimo dia 05. A sessão foi seguida por um debate comandado pela diretora de arte, Laura Carvalho e pelo critico de cinema, Luiz Carlos Mertem.
Filme que me fez pensar na importância do conceito antropológico de "relativismo cultural", pois, em outro curta de Agrippino, intitulado "Candomblé no Dahomey", há uma cena na qual uma mulher carrega na boca, um cabrito morto, com o pescoço degolado, e vertendo sangue. Em seguida, o sangue desse cabrito é compartilhado pelas pessoas que o passam em seus rostos... Obs: nosso padrão cultural cristão-ocidental não aprovaria tal ritual, mas o fato é que não nos cabe julgar a cultura alheia, baseando -se em velhos dogmas e preconceitos. Viva a liberdade agrippínica!
Principal representante da vanguarda "dadaísta" no cinema. Apresenta também influências do "Futurismo" de Marinette, ao demonstrar o fascínio pela idéia de movimento e do chamado "Primeiro Cinema" feito por Meliès...
Obra-prima do grande Kenneth Anger, segundo o qual "Lúcifer não é o príncipe das trevas, mas sim um espírito de luz"... Muitas lendas envolvem a produção deste filme, mas o que realmente importa é que trata-se de um lindo trabalho de videoarte (visto que não possui diálogos). Merece destaque a presença da belíssima Marianne Faithfull (musa absoluta da contracultura) como uma das adoradoras de Lúcifer...
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Zézero
4.0 11"E agora, o que eu faço com todo esse dinheiro? Enfia no..." Um homem simples do campo é seduzido por uma espécie de "fada da fortuna" e vai à cidade grande em busca das promessas de riqueza e "mulheres fáceis". E assim se constrói um interessante filme experimental (sem diálogos) que ironiza de forma inteligente o discurso publicitário sempre caracterizado pela pregação do consumo desenfreado e pela erotização\banalização da figura feminina.
A Field of Honor
3.9 2Tive a honra de ver essa verdadeira jóia, durante a última edição do festival de curtas de São Paulo (Kinoforum). "A Field of Honor" foi o trabalho de conclusão de curso de Robert Zemeckis, quando este ainda era aluno da University of South California. Apesar da produção modesta, já demonstrava o potencial de Zemeckis p\ se tornar um dos grandes nomes do cinema norte-americano contemporâneo. Além do perfeito domínio do ritmo narrativo apresentado pelo diretor, impressiona a qualidade do roteiro que brinca de forma muito inteligente c\ a eterna paranóia norte-americana em relação à ameaça comunista, bem como também satiriza seu fascínio doentio por armas de fogo. Um brilhante início de carreira!
A Velha a Fiar
4.2 70Embora produzido numa fase já tardia da carreira do grande Humberto Mauro, este curta é uma verdadeira obra de arte, utilizando todo o tipo de recursos: animação, fotos, imagens de arquivo, etc. O que dizer então sobre o trabalho de montagem das cenas? Uma verdadeira aula de edição!
A Operadora da Lonedale
3.8 3Esse pequeno filme já contém praticamente todos os elementos que tornariam Griffith conhecido como o "Pai da linguagem cinematográfica", tais como o frequente uso do plano americano (que permitia maior proximidade da câmera em relação ao ator, permitindo assim, atuações mais contidas e c\ menos gestual) e também o surgimento de sua marca registrada: a montagem paralela (o "enquanto isso") que permitia o desenrolar de duas ações, ao mesmo tempo, em locais diferentes. Obs: reparem no ritmo acelerado que esse filme possui (para os padrões da época), resultado do grande número de cortes utilizados na montagem. Obra-prima indiscutível!
O Casarão Isolado
3.7 8Esse pequeno filme ainda não contém todos os elementos que fariam de Griffith o autêntico "pai" da linguagem cinematográfica, mas já conta c\ montagem alternada, na cena da garota ao telefone. Obs: Griffith começando a descobrir o potencial da sétima arte...
Malaria
4.7 126Um dos melhores curtas exibidos na ultima edição da mostra "Kinoforum" para a qual eu, modestamente, fui convidado a participar como critico. O curta utiliza técnica de HQ, estética de western spaguetti e homenageia o universo "tarantinesco". Também possui boa fotografia e competente direção de arte. Criatividade pura!
Couro de Gato
4.3 18Obviamente, esse belo curta brasileiro bebe na fonte do neo-realismo italiano, mas sem abusar do sentimentalismo e melodramaticidade que, muitas vezes, caracterizava os filmes do movimento. A cena em que o menino que protagoniza a trama precisa decidir se continua a brincar com o gatinho que "roubou", ou o vende para poder levar algum dinheiro pra casa, chega mesmo a emocionar. Critica social feita de forma poética e sutil. Destaque para a bela canção "Quem Quiser Encontrar o Amor" (Geraldo Vandre e Carlos Lyra) que compõe a trilha sonora.
O homem e as imagens
4.5 2"As pessoas, quando vão ao cinema, não pensam em mim, portanto, por que eu deveria me importar com as pessoas"... Assim falou Jean-Luc Godard, no mini-documentario dirigido por Eric Rohmer, a respeito da ainda recente revolução estilística provocada pela nouvelle vague. Tive o prazer de ver esse raro filme, em película, durante uma mostra dedicada aos 55 anos da Nouvelle Vague, organizada pelo MIS (Museu da Imagem e do Som), no ultimo dia 05. A sessão foi seguida por um debate comandado pela diretora de arte, Laura Carvalho e pelo critico de cinema, Luiz Carlos Mertem.
Candomblé no Togo
3.2 3Filme que me fez pensar na importância do conceito antropológico de "relativismo cultural", pois, em outro curta de Agrippino, intitulado "Candomblé no Dahomey", há uma cena na qual uma mulher carrega na boca, um cabrito morto, com o pescoço degolado, e vertendo sangue. Em seguida, o sangue desse cabrito é compartilhado pelas pessoas que o passam em seus rostos... Obs: nosso padrão cultural cristão-ocidental não aprovaria tal ritual, mas o fato é que não nos cabe julgar a cultura alheia, baseando -se em velhos dogmas e preconceitos. Viva a liberdade agrippínica!
Céu Sobre Água
3.7 3Lindo trabalho de videoarte, imagens em total sintonia com a ótima trilha sonora hindu.
Entreato
4.1 18Principal representante da vanguarda "dadaísta" no cinema. Apresenta também influências do "Futurismo" de Marinette, ao demonstrar o fascínio pela idéia de movimento e do chamado "Primeiro Cinema" feito por Meliès...
Lucifer Rising
3.8 44Obra-prima do grande Kenneth Anger, segundo o qual "Lúcifer não é o príncipe das trevas, mas sim um espírito de luz"... Muitas lendas envolvem a produção deste filme, mas o que realmente importa é que trata-se de um lindo trabalho de videoarte (visto que não possui diálogos). Merece destaque a presença da belíssima Marianne Faithfull (musa absoluta da contracultura) como uma das adoradoras de Lúcifer...