É uma obra relativamente curta, bastante experimental. O som de motor durante todo o filme me incomodou demais, achei muito difícil de abstrair. Nos momentos em que consegui ignorá-lo, achei o filme até interessante.
Senti que a temática da telepatia é, na realidade, uma aglutinação das sensações humanas quando uma pessoa se sente atraída por outra e é ou aceita ou rejeitada. Como proposta é interessante, sem dúvidas. A execução foi impactada pelo experimentalismo, o que exige uma certa disposição e talvez um certo background do espectador.
Particularmente, a forma como a narração se sobrepõe às cenas me pareceu bastante documental, no estilo em que a Discovery ou o Nature Channel apresentam seus documentários de vida selvagem. Não sei como eram esses documentários naquela época (ou mesmo se haviam trabalhos assim), mas eu arrisco dizer que os de hoje parecem ter esses filmes do Cronenberg como referência estética. Aliás, interessante como este filme apresenta a mesma vibe do "Crimes of the Future" original (lançado um ano depois) e que, esteticamente, dá até para perceber uma ou outra referência de Stereo no remake de "Crimes..." lançado em 2022. Se vier um remake de Stereo, de repente pelas mãos do Brandon (por que não?), eu certamente vou querer assistir.
Mais um filme recente que é excelente para se ver em turma - foi muito divertido mesmo!! Tendo que escolher entre a comédia e o suspense / terror, a obra optou acertadamente pela comédia. Com exceção da excelente Alisha Weir, o restante do elenco é muito fraco para uma obra efetivamente séria.
Como apresentação de uma história real, dos bastidores de um momento que teve e ainda está tendo repercussões, é um ótimo filme. Porém, por ter tantas estrelas no elenco e também atrás das câmeras, preciso admitir que criei expectativas demais e estava esperando algo um pouco mais forte e intenso.
Realmente, não é um filme envolvente. Aqui, Tom Ripley, como personagem, é um pouco melhor desenvolvido do que no filme de Wim Wenders, mas parece que todos os pontos fortes da versão alemã se perderam, infelizmente. Para piorar, esse título em português promete algo que simplesmente não cumpre, apenas se aproveitando do filme filme de Minghella, lançado poucos anos antes e contando com um elenco estrelado.
Acho que ilustra muito bem todo o contexto da guerra, fora dos campos de batalha e daquilo que Holywood consegue vender com mais facilidade. É mesmo um pouco confuso,
sobretudo porque não dá para compreender muito bem as motivações e os sentimentos da protagonista. Carice van Houten está ótima no papel, não é isso. Os tempos é que eram confusos mesmo. Acho bastante compreensível o sentimento da Ellis em relação ao Müntze, por exemplo, mas vi na personagem uma certa frieza na cena do bombardeio, bem no começo. Sei lá, aquilo foi meio "out of character", ou melhor, não correspondeu exatamente às minhas expectativas sobre ela, hehehe. E essa sensação, infelizmente, acabou me acompanhando durante todo o filme. S=
Gosto muito desse filme, acho que funciona muito bem como adaptação, com as contextualizações todas trazendo os personagens para aquela época. Quando comparado com as demais adaptações (Purple Noon e a série recente), o filme se sobressai na apresentação de Tom, deixando bem claro para os espectadores tanto as suas habilidades extraordinárias como suas inseguranças e seus defeitos de caráter. E, sinceramente, é difícil pensar em um ator que se encaixe tão no papel de Dickie quanto Jude Law. Ele está espetacular!
o Ripley falar, ainda no começo do filme, que não se envolve com assassinatos pode ser irônico para quem já o conhece, mas não ajuda muito a contextualizar o que está havendo ali.
Independente desse senão, a atuação de Bruno Ganz é muito boa. É fácil a gente se envolver com a situação dele, com suas motivações. Isso é, com certeza, a melhor parte do filme.
Já havia assistido o remake e comecei a ver a série da Netflix, então decidi ver essa primeira aparição no cinema do personagem de Patricia Highsmith. Em todas as obras, o que mais impressiona é, com certeza, os cenários deslumbrantes da costa italiana!
Achei um pouco apressado, não apenas na apresentação dos personagens e na contextualização, mas em todo o filme.
Acho legal haverem várias versões do triângulo Tom-Greenleaf-Marge, mas esse foi o ponto onde senti o maior impacto negativo dessa pressa: a relação entre Tom e Marge começou esquisitíssima e terminou de forma pior ainda. Não sei exatamente o que estavam pensando à época, mas me parece que as mudanças em relação ao livro não foram bem pensadas. Uma pena!
Curto, direto ao ponto, sabe despertar a curiosidade do espectador quase ao ponto de criar alguma tensão. Acho que não era exatamente para ser super tenso também, então tudo bem.
De forma geral, o que mais me agrada é o ritmo acelerado, alucinante mesmo, da ação e da evolução da história e dos personagens, temperado na medida certa com uma ou outra cena de humor. Ao invés de causar estranhamento, a velocidade dos eventos faz todo o sentido e contribui para o envolvimento de nós, espectadores, com o filme e seu contexto.
Carl Jenkins, interpretado pelo Neil Patrick Harris, é apresentado como Coronel. Ele entra em cena trajando, literalmente, as roupas que a SS usava, em um momento que a gente já está torcendo pelos humanos, feliz com o reencontro do trio de amigos apresentado no início do filme. O que a gente sente, ao ver a cena e, depois, parando para pensar nela é exatamente o que o Verhoeven queria!
Vi o remake e fiquei com muita vontade de ver o original. Já conhecia essa verve de ação do Patrick Swayze por ter assistido o início da série "The Beast" na faculdade (onde Patrick contracenava com Travis Fimmel, o Ragnar), mas não imaginei que ela seria tão destacada como foi neste filme. As lutas não são espetacularmente coreografadas, é verdade, mas o filme tem um ritmo muito legal e uma crueza que é praticamente impossível de se ver hoje em dia. Tem um tanto de nostalgia na minha opinião, mas eu realmente gostei desse filme, nem vi o tempo passar!
É verdade que o traço e animação não são exatamente sensacionais, mas são o normal para a época. Agora, há certamente uma espécie de véu místico colocado sobre o filme, pautado pelos silêncios, que está ali como que para despertar a curiosidade dos espectadores que estejam minimamente dispostos. Para mim, funcionou.
Acho que a única coisa que explique esse filme ter sido tão mal recebido na época do lançamento é que as referências culturais e os elementos simbólicos podem ter contrastado demais com a expectativa do público japonês, que talvez esperasse algo mais próximo de Urusei Yatsura e não uma fusão de símbolos e referências estrangeiros.
Combinar o mito da caverna, de Platão e as histórias de Gênesis como a criação e o dilúvio, parece tornar a "menina" e seu ovo em uma espécie de mito da caixa de pandora:
a menina quer preservá-lo, como que guardando a caixa; já o homem está curioso, toma o ovo, o devolve, o rouba novamente, agora para destruí-lo. Com o ovo já quebrado, a menina acorda e se desespera, tenta correr, acaba caindo em um precipício. Durante a queda, fiquei com a nítida impressão de que ela cresce e amadurece ou, na verdade, se encontra no reflexo das águas com a mulher que ela já era, só não reconhecia. Nas cenas finais, vemos que várias árvores-ovos brotam da terra e a visão estilo bird's-eye permite ver que toda a área foi tomada por essa germinação. Mais um zoom-out e vemos que todo aquele mundo era apenas uma ilha, ou uma semente, num contexto ainda maior e ainda desconhecido. Resumindo: para mim, foi uma metáfora bastante legal sobre a sexualidade humana.
Grande elenco, extremamente bem dirigido. História bastante tensa, com diálogos sensacionais, já anunciando tudo o que Aaron Sorkin era capaz de fazer.
O hype é compreensível, sobretudo quando se compara o produto final ao orçamento de apenas 15 milhões de dólares. Nesse aspecto, o que foi alcançado é realmente surpreendente. E ainda mais interessante que os efeitos visuais, pelos quais o filme venceu o Oscar de 2024, estão os elementos pessoais e culturais japoneses, retratados nos diálogos e nos sentimentos dos personagens.
Engraçado nos momentos certos, sério devido a todo o background. O elenco foi perfeitamente escolhido, com certeza. Aliás, se não fosse baseado em casos reais, certamente poderia ser mais um livro do ex-deputado pelo Mississipi, John Grisham.
Infelizmente, o filme não tem nenhuma originalidade. A ambientação, o roteiro e, sobretudo, as atitudes dos personagens, tudo me lembrou um jogo de videogame de 20, talvez 25 anos atrás. Os monstros são um bom exemplo disso. Mas há um evento no filme que expõe demais essa questão:
De forma geral, os personagens estão nesse contexto de sobreviver, de aprender sobre o "inimigo", de realizar pequenas tarefas, cada um dentro da sua especialidade. Bem, há jogos assim, como também há livros e filmes, quadrinhos e séries. Porém, na sequência em que a comunidade ao redor da fazenda Rose é dizimada, sobrevivendo apenas a Charlotte (par romântico do Thomas), não é nenhum desenvolvimento dramático, absolutamente. É isso que acontecia nos jogos antigos: a responsabilidade de "sentir" algo era terceirizada para o jogador. O boneco estava ali apenas para obedecer e seguir com o jogo.
No mais, o Joseph (Jaeden Martell) parece muito o menino da chicória, né?
Não é um filme ruim, mas ficou um pouco aquém dos elogios feitos pela minha curadoria, hehehe, assim como "Bottoms". Bem, digo isso porque assisti muito por conta do elogios feito pela Isabela Boscov, responsável por muito do que venho aprendendo sobre cinema - sobre apreciação de cinema - desde a minha infância, quando a lia na revista Veja.
O filme é interessante (perdão Capitão Fantástico), instiga o espectador, sabe mostrar como a violência pode se dar muito antes ou muito além do horror, do crime, do gore. Infelizmente, me pareceu que faltou contextualização das duas famílias representadas: das motivações, dos meios, dos objetivos. Essa falta de contexto aproximou bastante o filme de outra obra, "Funny Games". Mas depois de um original europeu e de um remake hollywoodiano, "Speak no Evil" acabou ficando um tanto... derivativo. =/
Primeiramente, é um ótimo filme para se assistir com os amigos!
Acertaram demais na ambientação do filme: construção do cenário, som, cores e efeitos visuais, tudo completamente bem trabalhado, casando perfeitamente com a atuação de protagonistas, coadjuvantes e figurantes. Logo no início já me senti assistindo um programa de entrevistas, um "Jô Soares Onze e Meia" da minha infância, heheheh. Quando o enredo se adensa, naturalmente é preciso que os efeitos especiais sejam utilizados e,
nesse momento, o filme opta pelo uso de efeitos que parecem um pouco datados, é verdade, são mesmo. Mas essa escolha, na minha percepção, combinou muito bem com os demais elementos estéticos presentes na obra.
A atriz que faz a a Lilly (Ingrid Torelli) foi uma escolha sensacional: quando ela entra em cena, sua postura, sua expressão, puxa vida, a gente sabe que o filme vai mudar!
Durante todo o filme, fiquei pensando no Navio de Teseu: 52 anos e vários filmes, seria o mesmo diretor?
Bem, ao invés de um remake, propriamente, este filme de 2022 está mais para um spinoff, já que, agora, Cronenberg pegou um dos temas apresentados no primeiro filme e o desenvolveu de fato. É tenso e polêmico, trazendo bem consolidada a temática de "body-horror" que descreve praticamente todos os trabalhos do diretor (e ultimamente, do seu filho também), sobretudo para propor a questão da estranheza e até da inadequação das pessoas com seus corpos, sua própria natureza.
A inversão do sentido da dor, em que ferimentos causam prazer enquanto comer e dormir provocam dor física é uma proposta muito interessante. Em paralelo com a proposta da digestão de plásticos, o filme deixa no ar se essas "mutações" não seriam consequência da degradação do meio ambiente, da degradação de toda a natureza. Tanto que a personagem da Kristen até se recusa a usar o termo "evoluir", né?
Enfim, ficou um lance bastante "Soylent Green", e eu achei isso ótimo!
PS: Tanta gente criticando, será que viram o de 1970?
Provavelmente o pior filme que assisti na minha vida. Experimental demais, efeitos sonoros que efetivamente dificultaram minha experiência como espectador. O suposto protagonista parece tentar compreender o propósito de todas as " "entidades acadêmicas" " pelas quais passa, mas é tudo simplesmente " "opaco" " para ele. Certamente, existe algo de interessante a ser extraído desse argumento, mas nada acontece. Aliás, por pouco, um enorme erro poderia ter acontecido ali, ainda bem que alguém colocou a mão na consciência!
Dito isso tudo, chego a ficar ansioso para assistir o remake de 2022, 52 anos depois! hehehehe
O Corpo
4.1 1,0KElenco enxuto, bom ritmo, mantém o suspense, não se perde em narrativas paralelas. Não é incrível, mas foi trabalhado com afinco.
E concluí com uma reviravolta alucinante, digna de Shyamalan nos bons tempos ou de um filme como Nueve Reinas.
Stereo (Tile 3B of a CAEE Educational Mosaic)
2.7 29É uma obra relativamente curta, bastante experimental. O som de motor durante todo o filme me incomodou demais, achei muito difícil de abstrair. Nos momentos em que consegui ignorá-lo, achei o filme até interessante.
Senti que a temática da telepatia é, na realidade, uma aglutinação das sensações humanas quando uma pessoa se sente atraída por outra e é ou aceita ou rejeitada. Como proposta é interessante, sem dúvidas. A execução foi impactada pelo experimentalismo, o que exige uma certa disposição e talvez um certo background do espectador.
Particularmente, a forma como a narração se sobrepõe às cenas me pareceu bastante documental, no estilo em que a Discovery ou o Nature Channel apresentam seus documentários de vida selvagem. Não sei como eram esses documentários naquela época (ou mesmo se haviam trabalhos assim), mas eu arrisco dizer que os de hoje parecem ter esses filmes do Cronenberg como referência estética. Aliás, interessante como este filme apresenta a mesma vibe do "Crimes of the Future" original (lançado um ano depois) e que, esteticamente, dá até para perceber uma ou outra referência de Stereo no remake de "Crimes..." lançado em 2022. Se vier um remake de Stereo, de repente pelas mãos do Brandon (por que não?), eu certamente vou querer assistir.
Abigail
3.2 150Mais um filme recente que é excelente para se ver em turma - foi muito divertido mesmo!! Tendo que escolher entre a comédia e o suspense / terror, a obra optou acertadamente pela comédia. Com exceção da excelente Alisha Weir, o restante do elenco é muito fraco para uma obra efetivamente séria.
Obviamente, não estou colocando o Esposito nesse pacote, já que ele só faz uma pequena participação, né?
Higashi no Eden - Movie II: Paradise Lost
3.7 7 Assista AgoraMais do que nunca:
"The Squid Game" tirou alguma inspiração daqui, né?
Higashi no Eden - Movie I: The King of Eden
3.8 6Continuação necessária, mas não tão boa quanto a temporada (e nem tão boa quanto o segundo filme). Ficou uma vibe meio "filho do meio", heheheheeh
Jogos do Poder
3.2 111 Assista AgoraComo apresentação de uma história real, dos bastidores de um momento que teve e ainda está tendo repercussões, é um ótimo filme. Porém, por ter tantas estrelas no elenco e também atrás das câmeras, preciso admitir que criei expectativas demais e estava esperando algo um pouco mais forte e intenso.
O Retorno do Talentoso Ripley
3.1 63 Assista AgoraRealmente, não é um filme envolvente. Aqui, Tom Ripley, como personagem, é um pouco melhor desenvolvido do que no filme de Wim Wenders, mas parece que todos os pontos fortes da versão alemã se perderam, infelizmente. Para piorar, esse título em português promete algo que simplesmente não cumpre, apenas se aproveitando do filme filme de Minghella, lançado poucos anos antes e contando com um elenco estrelado.
A Espiã
4.0 213 Assista AgoraAcho que ilustra muito bem todo o contexto da guerra, fora dos campos de batalha e daquilo que Holywood consegue vender com mais facilidade. É mesmo um pouco confuso,
sobretudo porque não dá para compreender muito bem as motivações e os sentimentos da protagonista. Carice van Houten está ótima no papel, não é isso. Os tempos é que eram confusos mesmo. Acho bastante compreensível o sentimento da Ellis em relação ao Müntze, por exemplo, mas vi na personagem uma certa frieza na cena do bombardeio, bem no começo. Sei lá, aquilo foi meio "out of character", ou melhor, não correspondeu exatamente às minhas expectativas sobre ela, hehehe. E essa sensação, infelizmente, acabou me acompanhando durante todo o filme. S=
O Talentoso Ripley
3.8 663 Assista AgoraGosto muito desse filme, acho que funciona muito bem como adaptação, com as contextualizações todas trazendo os personagens para aquela época. Quando comparado com as demais adaptações (Purple Noon e a série recente), o filme se sobressai na apresentação de Tom, deixando bem claro para os espectadores tanto as suas habilidades extraordinárias como suas inseguranças e seus defeitos de caráter. E, sinceramente, é difícil pensar em um ator que se encaixe tão no papel de Dickie quanto Jude Law. Ele está espetacular!
O Amigo Americano
3.9 71 Assista AgoraSinto que é preciso ter uma boa noção de quem é o Ripley, como personagem, para se entender bem o começo do filme. Aliás,
o Ripley falar, ainda no começo do filme, que não se envolve com assassinatos pode ser irônico para quem já o conhece, mas não ajuda muito a contextualizar o que está havendo ali.
Independente desse senão, a atuação de Bruno Ganz é muito boa. É fácil a gente se envolver com a situação dele, com suas motivações. Isso é, com certeza, a melhor parte do filme.
O Sol Por Testemunha
4.2 93 Assista AgoraJá havia assistido o remake e comecei a ver a série da Netflix, então decidi ver essa primeira aparição no cinema do personagem de Patricia Highsmith. Em todas as obras, o que mais impressiona é, com certeza, os cenários deslumbrantes da costa italiana!
Achei um pouco apressado, não apenas na apresentação dos personagens e na contextualização, mas em todo o filme.
Acho legal haverem várias versões do triângulo Tom-Greenleaf-Marge, mas esse foi o ponto onde senti o maior impacto negativo dessa pressa: a relação entre Tom e Marge começou esquisitíssima e terminou de forma pior ainda. Não sei exatamente o que estavam pensando à época, mas me parece que as mudanças em relação ao livro não foram bem pensadas. Uma pena!
Reality
3.3 34 Assista AgoraCurto, direto ao ponto, sabe despertar a curiosidade do espectador quase ao ponto de criar alguma tensão. Acho que não era exatamente para ser super tenso também, então tudo bem.
Tropas Estelares
3.5 467 Assista AgoraPuxa, eu gosto tanto desse filme!
De forma geral, o que mais me agrada é o ritmo acelerado, alucinante mesmo, da ação e da evolução da história e dos personagens, temperado na medida certa com uma ou outra cena de humor. Ao invés de causar estranhamento, a velocidade dos eventos faz todo o sentido e contribui para o envolvimento de nós, espectadores, com o filme e seu contexto.
Minha cena favorita é aquela em que
Carl Jenkins, interpretado pelo Neil Patrick Harris, é apresentado como Coronel. Ele entra em cena trajando, literalmente, as roupas que a SS usava, em um momento que a gente já está torcendo pelos humanos, feliz com o reencontro do trio de amigos apresentado no início do filme. O que a gente sente, ao ver a cena e, depois, parando para pensar nela é exatamente o que o Verhoeven queria!
Matador de Aluguel
3.3 156 Assista Agora"A polar bear fell on me"
Vi o remake e fiquei com muita vontade de ver o original. Já conhecia essa verve de ação do Patrick Swayze por ter assistido o início da série "The Beast" na faculdade (onde Patrick contracenava com Travis Fimmel, o Ragnar), mas não imaginei que ela seria tão destacada como foi neste filme. As lutas não são espetacularmente coreografadas, é verdade, mas o filme tem um ritmo muito legal e uma crueza que é praticamente impossível de se ver hoje em dia. Tem um tanto de nostalgia na minha opinião, mas eu realmente gostei desse filme, nem vi o tempo passar!
A Menina e o Ovo de Anjo
4.0 127É verdade que o traço e animação não são exatamente sensacionais, mas são o normal para a época. Agora, há certamente uma espécie de véu místico colocado sobre o filme, pautado pelos silêncios, que está ali como que para despertar a curiosidade dos espectadores que estejam minimamente dispostos. Para mim, funcionou.
Acho que a única coisa que explique esse filme ter sido tão mal recebido na época do lançamento é que as referências culturais e os elementos simbólicos podem ter contrastado demais com a expectativa do público japonês, que talvez esperasse algo mais próximo de Urusei Yatsura e não uma fusão de símbolos e referências estrangeiros.
Combinar o mito da caverna, de Platão e as histórias de Gênesis como a criação e o dilúvio, parece tornar a "menina" e seu ovo em uma espécie de mito da caixa de pandora:
a menina quer preservá-lo, como que guardando a caixa; já o homem está curioso, toma o ovo, o devolve, o rouba novamente, agora para destruí-lo. Com o ovo já quebrado, a menina acorda e se desespera, tenta correr, acaba caindo em um precipício. Durante a queda, fiquei com a nítida impressão de que ela cresce e amadurece ou, na verdade, se encontra no reflexo das águas com a mulher que ela já era, só não reconhecia. Nas cenas finais, vemos que várias árvores-ovos brotam da terra e a visão estilo bird's-eye permite ver que toda a área foi tomada por essa germinação. Mais um zoom-out e vemos que todo aquele mundo era apenas uma ilha, ou uma semente, num contexto ainda maior e ainda desconhecido. Resumindo: para mim, foi uma metáfora bastante legal sobre a sexualidade humana.
Questão de Honra
3.8 283 Assista AgoraGrande elenco, extremamente bem dirigido. História bastante tensa, com diálogos sensacionais, já anunciando tudo o que Aaron Sorkin era capaz de fazer.
Brazil, o Filme
3.8 403 Assista AgoraMais um dos filmes sensacionais que, infelizmente, demorei muito para ver =/
É uma obra que mostra como dois extremos realmente podem se encontrar e se fechar em uma circunferência.
Godzilla: Minus One
4.1 308O hype é compreensível, sobretudo quando se compara o produto final ao orçamento de apenas 15 milhões de dólares. Nesse aspecto, o que foi alcançado é realmente surpreendente. E ainda mais interessante que os efeitos visuais, pelos quais o filme venceu o Oscar de 2024, estão os elementos pessoais e culturais japoneses, retratados nos diálogos e nos sentimentos dos personagens.
O Próprio Enterro
3.7 88 Assista AgoraEngraçado nos momentos certos, sério devido a todo o background. O elenco foi perfeitamente escolhido, com certeza. Aliás, se não fosse baseado em casos reais, certamente poderia ser mais um livro do ex-deputado pelo Mississipi, John Grisham.
Arcadian
2.3 25Infelizmente, o filme não tem nenhuma originalidade. A ambientação, o roteiro e, sobretudo, as atitudes dos personagens, tudo me lembrou um jogo de videogame de 20, talvez 25 anos atrás. Os monstros são um bom exemplo disso. Mas há um evento no filme que expõe demais essa questão:
De forma geral, os personagens estão nesse contexto de sobreviver, de aprender sobre o "inimigo", de realizar pequenas tarefas, cada um dentro da sua especialidade. Bem, há jogos assim, como também há livros e filmes, quadrinhos e séries. Porém, na sequência em que a comunidade ao redor da fazenda Rose é dizimada, sobrevivendo apenas a Charlotte (par romântico do Thomas), não é nenhum desenvolvimento dramático, absolutamente. É isso que acontecia nos jogos antigos: a responsabilidade de "sentir" algo era terceirizada para o jogador. O boneco estava ali apenas para obedecer e seguir com o jogo.
No mais, o Joseph (Jaeden Martell) parece muito o menino da chicória, né?
Não Fale o Mal
3.6 678Não é um filme ruim, mas ficou um pouco aquém dos elogios feitos pela minha curadoria, hehehe, assim como "Bottoms". Bem, digo isso porque assisti muito por conta do elogios feito pela Isabela Boscov, responsável por muito do que venho aprendendo sobre cinema - sobre apreciação de cinema - desde a minha infância, quando a lia na revista Veja.
O filme é interessante (perdão Capitão Fantástico), instiga o espectador, sabe mostrar como a violência pode se dar muito antes ou muito além do horror, do crime, do gore. Infelizmente, me pareceu que faltou contextualização das duas famílias representadas: das motivações, dos meios, dos objetivos. Essa falta de contexto aproximou bastante o filme de outra obra, "Funny Games". Mas depois de um original europeu e de um remake hollywoodiano, "Speak no Evil" acabou ficando um tanto... derivativo. =/
Entrevista com o Demônio
3.5 321Primeiramente, é um ótimo filme para se assistir com os amigos!
Acertaram demais na ambientação do filme: construção do cenário, som, cores e efeitos visuais, tudo completamente bem trabalhado, casando perfeitamente com a atuação de protagonistas, coadjuvantes e figurantes. Logo no início já me senti assistindo um programa de entrevistas, um "Jô Soares Onze e Meia" da minha infância, heheheh. Quando o enredo se adensa, naturalmente é preciso que os efeitos especiais sejam utilizados e,
nesse momento, o filme opta pelo uso de efeitos que parecem um pouco datados, é verdade, são mesmo. Mas essa escolha, na minha percepção, combinou muito bem com os demais elementos estéticos presentes na obra.
A atriz que faz a a Lilly (Ingrid Torelli) foi uma escolha sensacional: quando ela entra em cena, sua postura, sua expressão, puxa vida, a gente sabe que o filme vai mudar!
Crimes do Futuro
3.2 263 Assista AgoraDurante todo o filme, fiquei pensando no Navio de Teseu: 52 anos e vários filmes, seria o mesmo diretor?
Bem, ao invés de um remake, propriamente, este filme de 2022 está mais para um spinoff, já que, agora, Cronenberg pegou um dos temas apresentados no primeiro filme e o desenvolveu de fato. É tenso e polêmico, trazendo bem consolidada a temática de "body-horror" que descreve praticamente todos os trabalhos do diretor (e ultimamente, do seu filho também), sobretudo para propor a questão da estranheza e até da inadequação das pessoas com seus corpos, sua própria natureza.
A inversão do sentido da dor, em que ferimentos causam prazer enquanto comer e dormir provocam dor física é uma proposta muito interessante. Em paralelo com a proposta da digestão de plásticos, o filme deixa no ar se essas "mutações" não seriam consequência da degradação do meio ambiente, da degradação de toda a natureza. Tanto que a personagem da Kristen até se recusa a usar o termo "evoluir", né?
Enfim, ficou um lance bastante "Soylent Green", e eu achei isso ótimo!
PS: Tanta gente criticando, será que viram o de 1970?
Crimes do Futuro
2.5 31 Assista AgoraProvavelmente o pior filme que assisti na minha vida. Experimental demais, efeitos sonoros que efetivamente dificultaram minha experiência como espectador. O suposto protagonista parece tentar compreender o propósito de todas as " "entidades acadêmicas" " pelas quais passa, mas é tudo simplesmente " "opaco" " para ele. Certamente, existe algo de interessante a ser extraído desse argumento, mas nada acontece. Aliás, por pouco, um enorme erro poderia ter acontecido ali, ainda bem que alguém colocou a mão na consciência!
Dito isso tudo, chego a ficar ansioso para assistir o remake de 2022, 52 anos depois! hehehehe