Filme interessantíssimo. As atuações secundárias conseguiam não ser ofuscadas pelo show magnífico que é qualquer close de Maeve Jinkings (destaque para o personagem Allan, perfeitamente caracterizado). Uma crítica bastante atual a Recife a partir do estrelato na periferia. Um parabéns especial à montagem que consegue encaixar signos importantes na narrativa, como a "invasão do shopping Rio Mangue" e os vídeos engraçados que hitam na internet volta e meia. O filme desafia o limite de se levar a sério, e é muito bem sucedido.
Me surpreendeu. Eu tinha marcado o filme como "Não Quero Ver", já tinha vistos resenhas negativas e ouvido comentários ruins, e até os primeiros 20min, dei razão. Mas curiosamente a falta de ritmo e o turbilhão de informações, em certo ponto, se convertem num estilo próprio. Tony Gilroy, roteirista dos outros filmes da franquia, sofre com alguns claros deslizes aqui e ali, mas a peça geral me pareceu do mesmo nível dos anteriores, ainda que menos simpática. Ainda gosto mais do primeiro filme que de todos os outros, mas este aqui não fica tão atrás dos de Paul Greengrass quanto eu pensava.
Shame é um filme sóbrio e intenso (uma mistura improvável. Palmas para McQueen) sobre Brandon e Sissy, irmãos que compartilharam um passado difícil e que vivem as consequências de suas perturbações. Não, não é um filme sobre sexo, nem sobre vício em sexo. É uma raridade, um filme com pessoas tão verdadeiras que chega a ser invasivo. Senti-me um espião, observando ao longe, sem nunca chegar a conhecer realmente o indivíduo que estudo. Os momentos que Michael "Tripé" Fassbender contracena com Carey Mulligan são todos incríveis (a atriz, que vi em atuações mais contidas [Drive, Não Me Abandone Jamais] me impressionou com sua performance). Roteiro quase que primoroso, trilha sonora precisa, fotografia bem executada. Tecnicamente, não há do que reclamar. Shame é decerto um filme excelente, e que merece permanecer na minha memória, no meu coração e nos meus favoritos. Cada instante dele é necessário. Não me recordo de cenas descartáveis, de tempo inútil, de silêncio inexpressivo. Não detectei também qualquer moralismo, não senti um posicionamento, uma manipulação que seja. Shame é duro, mas não é chocante. É uma invasão de privacidade respeitosa, se é que isto é possível.
Como todos os depoimentos (inclusive os positivos) me decepcionaram imensamente, acho melhor parar por aqui, antes que eu comece a atacar as opiniões alheias.
Comprar Ingressos
Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.
Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.
Amor, Plástico e Barulho
3.5 75Filme interessantíssimo. As atuações secundárias conseguiam não ser ofuscadas pelo show magnífico que é qualquer close de Maeve Jinkings (destaque para o personagem Allan, perfeitamente caracterizado). Uma crítica bastante atual a Recife a partir do estrelato na periferia. Um parabéns especial à montagem que consegue encaixar signos importantes na narrativa, como a "invasão do shopping Rio Mangue" e os vídeos engraçados que hitam na internet volta e meia. O filme desafia o limite de se levar a sério, e é muito bem sucedido.
O Legado Bourne
3.2 885 Assista AgoraMe surpreendeu. Eu tinha marcado o filme como "Não Quero Ver", já tinha vistos resenhas negativas e ouvido comentários ruins, e até os primeiros 20min, dei razão. Mas curiosamente a falta de ritmo e o turbilhão de informações, em certo ponto, se convertem num estilo próprio. Tony Gilroy, roteirista dos outros filmes da franquia, sofre com alguns claros deslizes aqui e ali, mas a peça geral me pareceu do mesmo nível dos anteriores, ainda que menos simpática. Ainda gosto mais do primeiro filme que de todos os outros, mas este aqui não fica tão atrás dos de Paul Greengrass quanto eu pensava.
Shame
3.6 2,0K Assista AgoraShame é um filme sóbrio e intenso (uma mistura improvável. Palmas para McQueen) sobre Brandon e Sissy, irmãos que compartilharam um passado difícil e que vivem as consequências de suas perturbações. Não, não é um filme sobre sexo, nem sobre vício em sexo. É uma raridade, um filme com pessoas tão verdadeiras que chega a ser invasivo. Senti-me um espião, observando ao longe, sem nunca chegar a conhecer realmente o indivíduo que estudo. Os momentos que Michael "Tripé" Fassbender contracena com Carey Mulligan são todos incríveis (a atriz, que vi em atuações mais contidas [Drive, Não Me Abandone Jamais] me impressionou com sua performance). Roteiro quase que primoroso, trilha sonora precisa, fotografia bem executada. Tecnicamente, não há do que reclamar. Shame é decerto um filme excelente, e que merece permanecer na minha memória, no meu coração e nos meus favoritos. Cada instante dele é necessário. Não me recordo de cenas descartáveis, de tempo inútil, de silêncio inexpressivo. Não detectei também qualquer moralismo, não senti um posicionamento, uma manipulação que seja. Shame é duro, mas não é chocante. É uma invasão de privacidade respeitosa, se é que isto é possível.
Como todos os depoimentos (inclusive os positivos) me decepcionaram imensamente, acho melhor parar por aqui, antes que eu comece a atacar as opiniões alheias.