o cinema sempre teve imensa dificuldade de filmar os fenômenos da computação. nunca consegue ser...cinematográfico nessas horas. imagina quando o computador é o centro de uma obra! o problema ainda não se resolveu aqui, mas enorme passo foi dado. lindo e didático. tão didático que sua beleza deveria ser de utilidade pública.
coisas que woody allen queria dizer e precisou de almodóvar. mas aí os dois juntos não conseguiram dizer tudo e precisaram de fellini. o resultado foi lindo.
nada pode ser mais aborrecido do que o discurso erótico. nada é menos erótico. imagina um filme que se pauta em discuti-lo pelo puro discurso. não foi o caso aqui. aqui ele se fez com som, imagem, poucas ideias e os muitos - quase todos - os sentimentos que cabem em lars von trier e que felizmente estão sempre em ebulição. o resultado disso se chamou cinema.
já uns vinte anos após o estouro dos filmes iranianos no mundo, o realismo radical continua encantador e necessário. até porque vinte anos depois ele ainda causa risos nervosos nas plateias.
batedor de bife, raspa-raspa do vermelho com um pouco de coco, foto amarela, sargaço, beijo dançado. filme repleto das sensações mais alegres num cinema muito tímido. do tipo que só uma certa casta quero-ser-despojado-e-falo-pra-dentro do recife poderia fazer.
o que a maioria das biografias comerciais têm de constrangedor, essa aqui exala pelos poros: a intragável e frustrante tentativa de imitar a "realidade". anthony hopkins, coitado, faz boquinha de peixinho de aquário que cora a gente de vergonha. porém, no meio do desastre, o filme termina por ser um comentário pouco profundo, mas muito interessante sobre a relação de um artista com sua obra, seu modo de trabalhar, o público e a intervenção da vida íntima. e, claro, tem helen mirren pra validar tudo.
frankenstein que junta cinema simples e político com sabor de anos 70, toques filme catástrofe e livro de autoajuda de supermercado. meia estrela é para a dignidade de denzel washington e outra meia estrela vai pro data show da melissa leo falhando na audiência. para o filme mesmo, só a meia estrela restante.
como é imenso o esforço para o norte-americano ser crítico e autocrítico...! como se um novo discurso ideológico dependesse apenas de inserir fatos obscuros e incômodos num roteiro. como se um velho discurso ideológico não estivesse também nos planos, em atores que encenam decisões mundiais como quem pede pepsi no balcão de lanchonete. como se na arte a ideologia não fosse estética.
o que faz o cinema hollywoodiano pegar um filme mediano, correto, envolvente até como esse e enfiar goela abaixo a tradicional combinação bandeira-família no lugar menos necessário, mais penduricalho, a ponto de dar vergonha?
1. que daniel day-lewis é ótimo e caricato ao mesmo tempo (e certamente um operário pra aguentar um projeto burocrático como esse). 2. que spielberg, desde que passou da adolescência direto pra velhice, descobriu o ponto "certo" para concluir sempre da forma mais horrenda seus filmes. 3. que spielberg garantiu aqui só uns 20 minutos de cinema razoável, o que é pouco pra sua média. 3. que lincoln era casado com regina duarte.
enfim, quando é que todas as personalidades interessantes ou não desse mundo vão ser biografadas para que finalmente o cinema se livre dessas coisas maçantes?!
ai que imensa preguiça da clássica comédia romântica hollywoodiana que por clássico entende ser o mesmo esqueleto frágil com um esforço nível 3 - de 0 a 10 - para conseguir alguns diálogos despojados, descolados, desajeitados, carismáticos e envergonhados...
um filme norte-americano integralmente desprovido de glamour? isso é, de fato, um momento único. pena que um momento sem o mesmo amadurecimento cinematográfico de outras criancinhas que um dia, em meio a muito sofrimento, se esconderam na fantasia (a começar por antoine doinel).
p.s - a velha proeza de criar títulos nacionais constrangedores de tão ruins voltou com tudo aqui.
os iranianos tão íntimos e intimistas que qualquer dia ainda acabam filmando dentro de um útero. no mais (ou até por isso), seguem pensando o cinema como ninguém hoje em dia - até nos créditos.
Hoje Eu Quero Voltar Sozinho
4.1 3,2K Assista Agoralirismo reto, didático, sem excesso e muito palpável pra deixar pensando se, por tudo isso, esse cinema é poesia.
Nebraska
4.1 1,0K Assista Agoravazio, amarguras, constrangimento, toneladas de impotência. uma beleza de filme. mesmo.
Ela
4.2 5,8K Assista Agorao cinema sempre teve imensa dificuldade de filmar os fenômenos da computação. nunca consegue ser...cinematográfico nessas horas. imagina quando o computador é o centro de uma obra! o problema ainda não se resolveu aqui, mas enorme passo foi dado. lindo e didático. tão didático que sua beleza deveria ser de utilidade pública.
12 Anos de Escravidão
4.3 3,0Ktelenovela.
Álbum de Família
3.9 1,4K Assista Agoracomo uma AMOR À VIDA que tivesse, por milagre, um excelente texto.
A Grande Beleza
3.9 463 Assista Agoracoisas que woody allen queria dizer e precisou de almodóvar. mas aí os dois juntos não conseguiram dizer tudo e precisaram de fellini. o resultado foi lindo.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista Agoranada pode ser mais aborrecido do que o discurso erótico. nada é menos erótico. imagina um filme que se pauta em discuti-lo pelo puro discurso. não foi o caso aqui. aqui ele se fez com som, imagem, poucas ideias e os muitos - quase todos - os sentimentos que cabem em lars von trier e que felizmente estão sempre em ebulição. o resultado disso se chamou cinema.
Azul é a Cor Mais Quente
3.7 4,3K Assista Agorajá uns vinte anos após o estouro dos filmes iranianos no mundo, o realismo radical continua encantador e necessário. até porque vinte anos depois ele ainda causa risos nervosos nas plateias.
Tatuagem
4.2 923 Assista Agorabatedor de bife, raspa-raspa do vermelho com um pouco de coco, foto amarela, sargaço, beijo dançado. filme repleto das sensações mais alegres num cinema muito tímido. do tipo que só uma certa casta quero-ser-despojado-e-falo-pra-dentro do recife poderia fazer.
Amor Pleno
3.0 558agora é definitivo: malick virou diretor de videodança.
Os Incríveis
3.9 1,1K Assista Agoraassim como um X-MEN adulto.
Cine Holliúdy
3.5 609 Assista Agoracruzamento de CINEMA PARADISO com ZORRA TOTAL. cinema sem jeito, sem ritmo, mas de profunda simpatia nostálgica.
Antes da Meia-Noite
4.2 1,5K Assista Agorao assombro da espontaneidade do capítulo 1, apagando a irrelevância do capítulo 2, somado agora ao amargo mais real e confortável.
Leviathan
3.7 9uma obra-libelo contra a violência, a indiferença e brutalidade pode sim ser muito cafuçu. e bela.
Hitchcock
3.7 1,1K Assista Agorao que a maioria das biografias comerciais têm de constrangedor, essa aqui exala pelos poros: a intragável e frustrante tentativa de imitar a "realidade". anthony hopkins, coitado, faz boquinha de peixinho de aquário que cora a gente de vergonha. porém, no meio do desastre, o filme termina por ser um comentário pouco profundo, mas muito interessante sobre a relação de um artista com sua obra, seu modo de trabalhar, o público e a intervenção da vida íntima. e, claro, tem helen mirren pra validar tudo.
Sneakers
3.4 1não há país que não tenha sua MALHAÇÃO...
O Voo
3.6 1,4K Assista Agorafrankenstein que junta cinema simples e político com sabor de anos 70, toques filme catástrofe e livro de autoajuda de supermercado. meia estrela é para a dignidade de denzel washington e outra meia estrela vai pro data show da melissa leo falhando na audiência. para o filme mesmo, só a meia estrela restante.
A Hora Mais Escura
3.6 1,1K Assista Agoracomo é imenso o esforço para o norte-americano ser crítico e autocrítico...! como se um novo discurso ideológico dependesse apenas de inserir fatos obscuros e incômodos num roteiro. como se um velho discurso ideológico não estivesse também nos planos, em atores que encenam decisões mundiais como quem pede pepsi no balcão de lanchonete. como se na arte a ideologia não fosse estética.
Argo
3.9 2,5Ko que faz o cinema hollywoodiano pegar um filme mediano, correto, envolvente até como esse e enfiar goela abaixo a tradicional combinação bandeira-família no lugar menos necessário, mais penduricalho, a ponto de dar vergonha?
Lincoln
3.5 1,5Kcom esta obra descobrimos:
1. que daniel day-lewis é ótimo e caricato ao mesmo tempo (e certamente um operário pra aguentar um projeto burocrático como esse).
2. que spielberg, desde que passou da adolescência direto pra velhice, descobriu o ponto "certo" para concluir sempre da forma mais horrenda seus filmes.
3. que spielberg garantiu aqui só uns 20 minutos de cinema razoável, o que é pouco pra sua média.
3. que lincoln era casado com regina duarte.
enfim, quando é que todas as personalidades interessantes ou não desse mundo vão ser biografadas para que finalmente o cinema se livre dessas coisas maçantes?!
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista Agoraai que imensa preguiça da clássica comédia romântica hollywoodiana que por clássico entende ser o mesmo esqueleto frágil com um esforço nível 3 - de 0 a 10 - para conseguir alguns diálogos despojados, descolados, desajeitados, carismáticos e envergonhados...
Além das Montanhas
3.9 117não bastavam bergman, haneke e companhia? aí vem mungiu pra tirar a paz da gente, e, ainda por cima, querendo ser bonito.
Indomável Sonhadora
3.8 1,2Kum filme norte-americano integralmente desprovido de glamour? isso é, de fato, um momento único. pena que um momento sem o mesmo amadurecimento cinematográfico de outras criancinhas que um dia, em meio a muito sofrimento, se esconderam na fantasia (a começar por antoine doinel).
p.s - a velha proeza de criar títulos nacionais constrangedores de tão ruins voltou com tudo aqui.
Isto Não É um Filme
3.9 54os iranianos tão íntimos e intimistas que qualquer dia ainda acabam filmando dentro de um útero. no mais (ou até por isso), seguem pensando o cinema como ninguém hoje em dia - até nos créditos.