Silvan Vitalino

A proposta inicial me deixou curioso. Achei criativo e interessante, sobretudo por se tratar de um esquema totalmente futurista. Me lembrou 'O preço do amanhã'. Entrei no drama da personagem e fiquei me deliciando junto com as tomadas de decisões da mesma. Criei expectativas quanto ao final e me frustrei. Acho que o roteiro se perdeu nos momentos finais do longa. Não fosse esse final, daria 4 estrelas, mas vai levar somente 3.

Fechem os olhos! Vocês não devem ver!
Lamento ter tirado a venda. Desobedeci.
Fraquinho!

Eu julgo a proposta comercial do filme, um suspense, a julgar pelo seu próprio nome. Reitero que de fato é, mas consegue sê-lo sem ser tenebroso. Ouso dizer que o mesmo não te assusta, mas desperta tal curiosidade quanto a identidade de um possível assassino.
O filme te conduz junto a personagem central a um universo meio que paranoico, te levando a fazer recortes e te dando a chance de voltar ao início, só pra descobrir o que não era verdade desde o início. É louco, eu sei, elucidar tal informação, mas não corro o risco de ser uma válvula meio aberta de spoilers. O longa se instala num espaço de tempo (crono)lógico e meio conveniente, e chega a fazer ganchos totalmente aleatórios, mas necessários para o desenrolar de toda a trama. Torno a dizer que sustos não vêm acompanhados ao menu dessa "festa", mas boas risadas e cenas que conseguem te fazer refletir em relação à família, deveres e o poder da amizade vêm junto com "algumas fatias desse bolo", pelo menos para quem já viveu situações um tanto corriqueiras, e consegue ter empatia quanto a alguns personagens.
O filme tem uma sequencia, muito dependente por sinal, uma vez que esta começa no exato momento em que a primeira finaliza, mostrando conexões não apenas do fim ao começo, mas "os recheios desses bolos" chegam a ser do mesmo sabor.
O enredo ainda brinca com viagens no tempo, (quisera eu pegar carona em uma destas, já deves saber na qual gostaria de embarcar); ainda nos mostra os danos ou ganhos que o "efeito borboleta" pode acarretar na vida de quem já viveu, lhe dando a chance (inconsciente) de "reviver o inédito".