A visualidade nao me afetou em nada em comparação à narração das cartas da mae de Chantal.
Me lembra a relação de minha mae comigo quando ano passado precisei me mudar à Salvador por conta do mestrado. Mas oq era pra ser dois anos, se tornaram tres meses devido a pandemia 🤷🏽♀️. Ela me cobrava contato todos os dias, oq pra mim era ate cansativo pq todos os dias eram iguais ja q eu nao saía de casa, e nem ela, ja nao tínhamos novidades a trocar, mas mesmo assim tinha de manter contato diário.
Apesar disso, nossa relação quanto à comunicação sempre foi dificil pq vivemos mais de 10 anos longe uma da outra, pq ela teve de morar em outro país pra trabalhar. E começou em uma epoca em que a comunicação com pessoas no exterior nao era tao facil como hj, entao eu tinha de esperar ela me ligar. Assim, fui crescendo e me acostumando com a escassez de conversas e a ausência da presença de minha mae durante minha transição de criança pra adolescência e até o inicio de minha fase de jovem adulta, que foi quando voltamos a morar juntas.
Realmente há muitas imagens e situações incômodas (tanto pela narrativa, quanto pela situação de o elenco infantil ter que interpretar) mas que também não estão nem um pouco distante de realidades brasileiras, principalmente nas periferias (claro que outros setores também não estão isentos), onde há muitas crianças desassistidas em diversos âmbitos na vida por N motivos, e o que acaba criando e formando o caráter delas é a rua e a internet, como foi citado em um comentário aqui, é a terceirização da educação das crianças ao mundo. A propria personagem Angelica me fez lembrar a Mc Melody e o tanto de polêmica que houve com a adultização e hipersexualização em relação à ela, uma criança.
Óbvio que não é um tema a se esgotar nesse filme, até porque ele tem outras camadas como a protagonista ser uma menina negra de família muçulmana senegalesa na França e toda uma carga de valores que isso traz com a subversão que ela propõe em contraposição à essa cultura... não são assuntos aprofundados, mas suscitam e provocam, cabe a quem tem o interesse em discuti-lo pra tentar entender as diversas raízes do problema.
Deve ter uma enxurrada de comentários hipócritas aqui, por pessoas que se recusam a entender que isso também faz parte da nossa realidade e que é preciso falar sobre isso, além de que há a possibilidade de nós mesmos termos incentivado e espelhado tais comportamentos às crianças e nem ter percebido.
Eu adorei a perspectiva que foi dada à narrativa através do liquidificador, especialmente por influência de minha orientadora de mestrado, que tem desenvolvido pesquisa sob o ponto de vista dos objetos. Ela fala sobre aprendermos a ouvir o que os objetos querem dizer, eles sempre têm algo pra contar se os ouvirmos.
Esse entendimento vem de uma leitura que ela fez do livro da senegalesa Fatou Diome, chamado Kétala, em que os objetos são testemunhos da vida de sua falecida dona, e com isso partilham entre si as memórias que possuem dela antes de serem separados pela cerimônia do Kétala, que passa a posse destes para os parentes da personagem. É uma espécie de biografia do sujeito a partir dos objetos, que também compõem quem somos e podem falar sobre nós.
Meu deus a lady bird insuportavel!!! Me lembrou a pré adolescente que ja fui, mas desde cedo aprendi que nem tudo vai ser do jeito que a gente quer, e bola pra frente
Esse filme retrata uma parcela da biografia do corpo negro no Brasil. Me tocou demais, me emocionei, chorei, fiquei com raiva... só quem vive, sente e sabe! Racismo não é só estrutural, é individual e institucional. No mais, quanta potência na atuação de Mariana Nunes!
"Tentei ignorar este planeta porque as pessoas daqui não são espirituais, e sou um ser espiritual. Tentei muito ignorá-lo. Acho que não vou conseguir. Porque acredito que alguns terráqueos vão despertar e perceber que precisam conhecer o desconhecido para sobreviver." - Sun Ra
Sun Ra e a Arkestra mitos que ainda vivem na sonoridade que é delírio, mágica e louvor, ecoa além de destinos desconhecidos Eu fiquei em transe
puts a biografia perfeita de um artista a forma como as imagens se alinham, de diferentes momentos da vida do Munch, como elas se repetem também à maneira que se remetem em lembranças e a momentos da vida que o perturbaram pra sempre... gosto que enquanto demonstra aspectos da vida dele, a narrativa também se preocupa em nos situar com alguns acontecimentos às épocas relacionadas, o contato humano através do olhar das pessoas direcionados à câmera, as falas de mulheres que se posicionam frente ao conservadorismo que enfrentavam naquele tempo... e tudo caminha para a experiência de produzir, ver e consumir a arte através do tempo, cada um a sua maneira, e artistas incompreendidos
Eu adoro filmes de máfia, assim como De Niro e Al Pacino. Gostei bastante da construção do filme, mas o que venho destacar aqui é meu incômodo em relação a ausência de fala das filhas de Frank, sendo possível ver apenas a Peggy falar enquanto criança entre a primeira e segunda hora de filme, e pouquíssimas palavras faladas por Peggy e mais outra irmã, já adultas, na ultima hora.
Enquanto escrevo, penso que isso também seja um reflexo da ausência de Frank como pai, no papel da paternidade dentro da própria família, da qual ele vai se afastando em prol do trabalho. A família definitivamente deixou de ser uma prioridade pra ele e isso demonstrou a total falta de sintonia entre ele e as filhas, as quais ele quis estabelecer relação somente quando tudo já estava perdido pra ele, restando somente as lembranças. No final, dá pra perceber que a Peggy tinha no Jimmy a figura paternal que ela nao encontrava em Frank. Com isso a gente observa, assim como a Peggy observa em silêncio a ausência do pai e questiona os atos dele através do olhar.
Eu adoro a Anna Paquin e achei uma injustiça a subutilização dela na atuação.
É desesperador ver Seyolo se sujeitando a tudo pra ser aceito em uma branquitude, suprimindo os costumes e preferências da família, deixando de lado a propria cultura e sendo passivo em relação às humilhações racistas que ele e a família sofriam.
O filme é baseado em uma história real que se passa em 1975, e mesmo assim, hoje ainda há pessoas pretas que passam pelas mesmas situações por acharem que precisam da aprovação dos brancos pra sermos o que somos ou o que queremos ser. Nós não precisamos e nem devemos ser humilhadas/os só pra nos encaixarmos em algum lugar e ser bem quistas/os pela branquitude que nao pensa em se colocar no nosso lugar.
O conteúdo em si é ótimo, o problema é o ritmo acelerado que pelo conteudo denso requer um tempo de assimilação ao que se propõe na narrativa. O filme nao se coloca como um veículo acessível ao entendimento, é melhor procurar o livro.
Já assisti Loving Vincent, e agora vendo esse, imagino como era desgraçada a vida de uma pessoa enquanto artista que queria apenas seguir seu próprio estilo de pintura e perspetiva de mundo, mas que era rechaçada por todos aqueles que ainda estavam na onda do academicismo e romantismo, se fechando para as várias possibilidades que a arte pode proporcionar.
Van Gogh foi um artista nato que seguiu fiel à sua visão de mundo por meio da pintura, teve a má sorte de nascer na época errada e ter pré disposição a problemas psicológicos. Eu acredito que a solidão na qual ele vivia, em conjunto à maneira como era tratado em sociedade (muito disso por conta do seu jeito de pintar), o levou à morte. As pessoas o pintaram de louco e ele não resistiu à essa representação.
Apesar de ter bons atores, acredito que não foi uma boa escalação de elenco para o filme. Tomei conhecimento do longa lendo um artigo de meu professor, o que me encorajou tanto a ler o livro da pajé quanto ao filme inspirado no livro. Até o momento só vi o filme, que em geral (tirando a parte do elenco) foi de meu agrado.
Poderia ter-se pensado nesse documentário em explorar a questão do machismo - que é gritante - o qual as mulheres eram impostas e acabavam reproduzindo. De forma meia boca o machismo foi até romantizado.
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Notícias de Casa
4.1 32 Assista AgoraA visualidade nao me afetou em nada em comparação à narração das cartas da mae de Chantal.
Me lembra a relação de minha mae comigo quando ano passado precisei me mudar à Salvador por conta do mestrado. Mas oq era pra ser dois anos, se tornaram tres meses devido a pandemia 🤷🏽♀️. Ela me cobrava contato todos os dias, oq pra mim era ate cansativo pq todos os dias eram iguais ja q eu nao saía de casa, e nem ela, ja nao tínhamos novidades a trocar, mas mesmo assim tinha de manter contato diário.
Apesar disso, nossa relação quanto à comunicação sempre foi dificil pq vivemos mais de 10 anos longe uma da outra, pq ela teve de morar em outro país pra trabalhar. E começou em uma epoca em que a comunicação com pessoas no exterior nao era tao facil como hj, entao eu tinha de esperar ela me ligar. Assim, fui crescendo e me acostumando com a escassez de conversas e a ausência da presença de minha mae durante minha transição de criança pra adolescência e até o inicio de minha fase de jovem adulta, que foi quando voltamos a morar juntas.
Clímax
3.6 1,1K Assista AgoraEnfadonho demais... ao passo que também só quem teve uma bad trip sabe
E vamos de mais estereótipos da animalização de pessoas negras
Lindinhas
3.0 195 Assista AgoraRealmente há muitas imagens e situações incômodas (tanto pela narrativa, quanto pela situação de o elenco infantil ter que interpretar) mas que também não estão nem um pouco distante de realidades brasileiras, principalmente nas periferias (claro que outros setores também não estão isentos), onde há muitas crianças desassistidas em diversos âmbitos na vida por N motivos, e o que acaba criando e formando o caráter delas é a rua e a internet, como foi citado em um comentário aqui, é a terceirização da educação das crianças ao mundo. A propria personagem Angelica me fez lembrar a Mc Melody e o tanto de polêmica que houve com a adultização e hipersexualização em relação à ela, uma criança.
Óbvio que não é um tema a se esgotar nesse filme, até porque ele tem outras camadas como a protagonista ser uma menina negra de família muçulmana senegalesa na França e toda uma carga de valores que isso traz com a subversão que ela propõe em contraposição à essa cultura... não são assuntos aprofundados, mas suscitam e provocam, cabe a quem tem o interesse em discuti-lo pra tentar entender as diversas raízes do problema.
Deve ter uma enxurrada de comentários hipócritas aqui, por pessoas que se recusam a entender que isso também faz parte da nossa realidade e que é preciso falar sobre isso, além de que há a possibilidade de nós mesmos termos incentivado e espelhado tais comportamentos às crianças e nem ter percebido.
Reflexões de um Liquidificador
3.8 583 Assista AgoraEu adorei a perspectiva que foi dada à narrativa através do liquidificador, especialmente por influência de minha orientadora de mestrado, que tem desenvolvido pesquisa sob o ponto de vista dos objetos. Ela fala sobre aprendermos a ouvir o que os objetos querem dizer, eles sempre têm algo pra contar se os ouvirmos.
Esse entendimento vem de uma leitura que ela fez do livro da senegalesa Fatou Diome, chamado Kétala, em que os objetos são testemunhos da vida de sua falecida dona, e com isso partilham entre si as memórias que possuem dela antes de serem separados pela cerimônia do Kétala, que passa a posse destes para os parentes da personagem. É uma espécie de biografia do sujeito a partir dos objetos, que também compõem quem somos e podem falar sobre nós.
Lady Bird: A Hora de Voar
3.8 2,1K Assista AgoraMeu deus a lady bird insuportavel!!! Me lembrou a pré adolescente que ja fui, mas desde cedo aprendi que nem tudo vai ser do jeito que a gente quer, e bola pra frente
M8 – Quando a Morte Socorre a Vida
3.6 219Esse filme retrata uma parcela da biografia do corpo negro no Brasil. Me tocou demais, me emocionei, chorei, fiquei com raiva... só quem vive, sente e sabe! Racismo não é só estrutural, é individual e institucional. No mais, quanta potência na atuação de Mariana Nunes!
Sun Ra: A Joyful Noise
3.8 1"Tentei ignorar este planeta porque as pessoas daqui não são espirituais, e sou um ser espiritual. Tentei muito ignorá-lo. Acho que não vou conseguir. Porque acredito que alguns terráqueos vão despertar e perceber que precisam conhecer o desconhecido para sobreviver." - Sun Ra
Sun Ra e a Arkestra mitos que ainda vivem na sonoridade que é delírio, mágica e louvor, ecoa além de destinos desconhecidos
Eu fiquei em transe
Edvard Munch
4.4 13puts a biografia perfeita de um artista
a forma como as imagens se alinham, de diferentes momentos da vida do Munch, como elas se repetem também à maneira que se remetem em lembranças e a momentos da vida que o perturbaram pra sempre... gosto que enquanto demonstra aspectos da vida dele, a narrativa também se preocupa em nos situar com alguns acontecimentos às épocas relacionadas, o contato humano através do olhar das pessoas direcionados à câmera, as falas de mulheres que se posicionam frente ao conservadorismo que enfrentavam naquele tempo...
e tudo caminha para a experiência de produzir, ver e consumir a arte através do tempo, cada um a sua maneira, e artistas incompreendidos
O Irlandês
4.0 1,5K Assista AgoraEu adoro filmes de máfia, assim como De Niro e Al Pacino. Gostei bastante da construção do filme, mas o que venho destacar aqui é meu incômodo em relação a ausência de fala das filhas de Frank, sendo possível ver apenas a Peggy falar enquanto criança entre a primeira e segunda hora de filme, e pouquíssimas palavras faladas por Peggy e mais outra irmã, já adultas, na ultima hora.
Enquanto escrevo, penso que isso também seja um reflexo da ausência de Frank como pai, no papel da paternidade dentro da própria família, da qual ele vai se afastando em prol do trabalho. A família definitivamente deixou de ser uma prioridade pra ele e isso demonstrou a total falta de sintonia entre ele e as filhas, as quais ele quis estabelecer relação somente quando tudo já estava perdido pra ele, restando somente as lembranças. No final, dá pra perceber que a Peggy tinha no Jimmy a figura paternal que ela nao encontrava em Frank. Com isso a gente observa, assim como a Peggy observa em silêncio a ausência do pai e questiona os atos dele através do olhar.
Eu adoro a Anna Paquin e achei uma injustiça a subutilização dela na atuação.
Bem-Vindo, Doutor
4.1 276É desesperador ver Seyolo se sujeitando a tudo pra ser aceito em uma branquitude, suprimindo os costumes e preferências da família, deixando de lado a propria cultura e sendo passivo em relação às humilhações racistas que ele e a família sofriam.
O filme é baseado em uma história real que se passa em 1975, e mesmo assim, hoje ainda há pessoas pretas que passam pelas mesmas situações por acharem que precisam da aprovação dos brancos pra sermos o que somos ou o que queremos ser. Nós não precisamos e nem devemos ser humilhadas/os só pra nos encaixarmos em algum lugar e ser bem quistas/os pela branquitude que nao pensa em se colocar no nosso lugar.
A Sociedade do Espetáculo
3.9 37O conteúdo em si é ótimo, o problema é o ritmo acelerado que pelo conteudo denso requer um tempo de assimilação ao que se propõe na narrativa. O filme nao se coloca como um veículo acessível ao entendimento, é melhor procurar o livro.
O Professor Substituto
3.7 70 Assista AgoraPerfeito
No Portal da Eternidade
3.8 348 Assista AgoraJá assisti Loving Vincent, e agora vendo esse, imagino como era desgraçada a vida de uma pessoa enquanto artista que queria apenas seguir seu próprio estilo de pintura e perspetiva de mundo, mas que era rechaçada por todos aqueles que ainda estavam na onda do academicismo e romantismo, se fechando para as várias possibilidades que a arte pode proporcionar.
Van Gogh foi um artista nato que seguiu fiel à sua visão de mundo por meio da pintura, teve a má sorte de nascer na época errada e ter pré disposição a problemas psicológicos. Eu acredito que a solidão na qual ele vivia, em conjunto à maneira como era tratado em sociedade (muito disso por conta do seu jeito de pintar), o levou à morte. As pessoas o pintaram de louco e ele não resistiu à essa representação.
Comovente e exasperador.
Uma Morte Necessária
3.7 2 Assista Agoraonde acho pra baixar?
Encantados
2.4 10Apesar de ter bons atores, acredito que não foi uma boa escalação de elenco para o filme. Tomei conhecimento do longa lendo um artigo de meu professor, o que me encorajou tanto a ler o livro da pajé quanto ao filme inspirado no livro. Até o momento só vi o filme, que em geral (tirando a parte do elenco) foi de meu agrado.
O Amor Natural
3.8 4Poderia ter-se pensado nesse documentário em explorar a questão do machismo - que é gritante - o qual as mulheres eram impostas e acabavam reproduzindo. De forma meia boca o machismo foi até romantizado.