Sem uma estética de terror padronizada, apenas se utilizando de elementos comuns a tradição popular e aproveitando-se de paisagens e locações mais comuns ainda - e não por isso menos fantásticas - temos aqui um belo e muito honesto conto de suspense folclórico
O filme tem um texto bem interessante no início, com uma bela cena de abertura de um massacre em frente ao cinema e uma trilha alegre de circo que se opõe ao que é mostrado na tela. Uma pena a ideia de querer se discutir violência e sensacionalismo fique completamente fora de órbita por conta da separação dos núcleos de produção das três histórias; além das mesmas não serem lá muito criativas acabam se isolando e destoando muito até mesmo da linha principal. No fim, um filme mediano.
Tem elementos narrativos de suspense suficientes pra tornar o filme interessante até o desabrochar da carnificina final. De qualquer jeito, é sempre um erro esperar um frenesi de sangue em filmes de terror / horror do início ao fim, pois quando o filme tem outra proposta (que não é vazia), a expectativa faz negligenciar outros bons momentos que inclusive constroem o clímax final.
É genial por exemplo a cena em que os policiais estão na lancheria, os C.H.U.D.s aparecem rapidamente pelo vidro do lado de fora, há um corte e depois mostram todos os vidros quebrados e ensanguentados sem nenhum rastro além do sangue
Aliás, pouca gente parece ter percebido que C.H.U.D. se liga ao problema da droga nos EUA, sobretudo o crack, que surgido na década de 70, se populariza na década seguinte para se tornar uma epidemia, e onde a parcela da população afetada inicialmente eram os moradores de rua; no entanto, apos a droga se alastrar e começar a afetar também a classe média, aí passa a ser um "problema social".
Não é nada diferente no filme onde o Cap. Bosch negligenciando os diversos desaparecimentos de sem tetos, só passa a se preocupar quando sua mulher também desaparece. O protagonista e fotógrafo Cooper? Já havia ganho um prêmio jornalístico por sua matéria sobre os moradores dos esgotos de NY, mas sua única preocupação até se ver fisicamente envolvido com o problema era apenas conseguir uma boa foto pra outra possível matéria ganhadora de outra grande premiação. O único realmente preocupado com os desabrigados era, vejam só, o Pastor Shepard (papel do Daniel Stern), o qual era um deles.
Há muito mais críticas possíveis do que elogios. Começando com o esvaziamento de sentido e profundidade que as obras originais davam à questão do conceito de "ser vivo" (biologicamente falando) e a de identidade e percepção da realidade. Existem motivos claros pra isso e um deles foi a pressa e o medo de tornar um filme arrastado ou cansativo. Obviamente isto parte de uma decisão puramente comercial. Talvez se o filme focasse somente na primeira animação, isto seria resolvido, mas ao tentar jogar muito mais com memórias afetivas e referências, decidiu-se por incluir também a segunda parte Innocence; e o resultado dessa condensação de duas animações que somavam mais de 3h, é um filme que não dá conta dos temas que propõe (?) discutir e torna patética cada suposta frase filosófica de efeito; até mesmo um discurso do Stallone em qualquer um dos Rocky Balboas soa muito mais verdadeiro. Simplesmente não há tempo de envolvimento.
Nem os efeitos especiais e a excelente cenografia das cenas em ambientes fechados salvam o filme - ambientes fechados, pois a exposição aberta da cidade é pura e simplesmente uma chupinhação de Blade Runner.
E o que é a trilha sonora. Colocaram o Clint Mänsell lá com o Kenji Kawai disponível, e onde não usaram os mesmos temas colocaram qualquer som ambiente eletrônico ordinário. Lamentável.
Pelo menos a Scarlett Johanssen se empenhou e foi bem no papel, diferente da Juliette Binoche que claramente não queria estar ali.
Dito tudo isso, se encarar simplesmente como um filme de ação, é 'OK'.
Como filme ainda mantêm o mesmo nível de criatividade de todos os anteriores, mas como encerramento pra uma saga desse tamanho, era impossível alcançar a excelência do III.
E fazer um quarto filme invariavelmente acabou saturando vários elementos de humor e sensibilidade presentes na série. Mas, ainda assim, o saldo é positivo.
"Graças a ti Senhor, por não ser eu a roda do poder, por ser um daqueles a quem ele esmaga. (...) Morrer pertence tanto à vida quanto nascer, da mesma forma que andar está assim em levantar o pé como em devolvê-lo ao solo."
Interessante que o filme do Ken Loach que mais se aproxima do desfecho de Kes e mais se afaste do final heroico e redentor de outras obras dele seja justamente o que mais o diretor perde a mão na liberdade e fluidez dos personagens, e consequentemente deixa esvaziar o sentido de afeição que possa atrair o espectador a qualquer mensagem que quisesse passar.
Dá pra entender este documentário como um estágio de amadurecimento até ser concebida a obra prima do "HyperNormalisation".
A própria montagem, como em todas as obras anteriores do Adam Curtis, corroboram com a tese central de tudo ser mais complexo do que nos apresentam, e em como essa discrepância acaba resultando desde transtornos psicológicos até convulsões sociais. Por consequência, dada a complexidade e confusão absurdos de uma guerra onde se chocam tantos interesses, tantos atores, tantas etnias distintas, como é o caso do conflito Arábia-Afeganistão-Ocidente, uma cena de quase 3 minutos de um soldado brincando com uma pomba, ou o olhar inquiridor e perdido de uma jovem afegã aprendendo sobre arte conceitual europeia, pode ser muito mais representativo desse caos violento do que imagens rápidas e subsequentes de tiroteios e explosões.
Elucidativa, a estética do Bitter Lake fala tanto quanto a narrativa ou os fatos expostos. Gênio.
Curti. Acredito que para as primeiras animações de um estúdio novo, e ainda carregando um certo peso por ter sido fundado por ex-membros do Studio Ghibli, é um grande começo.
Faltou um algo a mais pra dizer que é uma animação acima da média, talvez se não tivesse buscado tantos lugares comuns poderia ter encontrados saídas mais criativas pra um esboço de filme que era bem promissor.
Me surpreendeu muito todo o trabalho de direção. Única coisa talvez que tenha ficado fora de tom foi o elemento fantástico da história, que sinceramente pra mim não encaixou bem. Mas fora isso, um filme seguro demais.
E é sempre, sempre bom exaltar trabalhos com roteiros originais, ainda mais quando quem assina é o próprio diretor estreante.
Semya Vurdalakov
3.0 1Sem uma estética de terror padronizada, apenas se utilizando de elementos comuns a tradição popular e aproveitando-se de paisagens e locações mais comuns ainda - e não por isso menos fantásticas - temos aqui um belo e muito honesto conto de suspense folclórico
Coming Out
3.2 2Excelente. A linha de humor que surge da tensão entre realidade e fantasia, envolta pela atmosfera de produção barata, é revigorante. Grande curta.
História Bizarra
3.0 6O filme tem um texto bem interessante no início, com uma bela cena de abertura de um massacre em frente ao cinema e uma trilha alegre de circo que se opõe ao que é mostrado na tela. Uma pena a ideia de querer se discutir violência e sensacionalismo fique completamente fora de órbita por conta da separação dos núcleos de produção das três histórias; além das mesmas não serem lá muito criativas acabam se isolando e destoando muito até mesmo da linha principal. No fim, um filme mediano.
Toda Nudez Será Castigada
3.6 117Estúpido como toda a obra do Nelson Rodrigues.
C.H.U.D.: A Cidade das Sombras
2.6 18Tem elementos narrativos de suspense suficientes pra tornar o filme interessante até o desabrochar da carnificina final. De qualquer jeito, é sempre um erro esperar um frenesi de sangue em filmes de terror / horror do início ao fim, pois quando o filme tem outra proposta (que não é vazia), a expectativa faz negligenciar outros bons momentos que inclusive constroem o clímax final.
É genial por exemplo a cena em que os policiais estão na lancheria, os C.H.U.D.s aparecem rapidamente pelo vidro do lado de fora, há um corte e depois mostram todos os vidros quebrados e ensanguentados sem nenhum rastro além do sangue
Aliás, pouca gente parece ter percebido que C.H.U.D. se liga ao problema da droga nos EUA, sobretudo o crack, que surgido na década de 70, se populariza na década seguinte para se tornar uma epidemia, e onde a parcela da população afetada inicialmente eram os moradores de rua; no entanto, apos a droga se alastrar e começar a afetar também a classe média, aí passa a ser um "problema social".
Não é nada diferente no filme onde o Cap. Bosch negligenciando os diversos desaparecimentos de sem tetos, só passa a se preocupar quando sua mulher também desaparece. O protagonista e fotógrafo Cooper? Já havia ganho um prêmio jornalístico por sua matéria sobre os moradores dos esgotos de NY, mas sua única preocupação até se ver fisicamente envolvido com o problema era apenas conseguir uma boa foto pra outra possível matéria ganhadora de outra grande premiação. O único realmente preocupado com os desabrigados era, vejam só, o Pastor Shepard (papel do Daniel Stern), o qual era um deles.
Freaklândia: O Parque dos Horrores
3.4 123De tantos grandes filmes exibidos nas tardes da tv aberta, talvez este seja um dos mais subestimados, em diversos aspectos.
Corona Zombies
1.0 12Se tivessem largado na mão do Hermes & Renato teria saído coisa muito melhor
A Vigilante do Amanhã: Ghost in the Shell
3.2 1,0K Assista AgoraHá muito mais críticas possíveis do que elogios. Começando com o esvaziamento de sentido e profundidade que as obras originais davam à questão do conceito de "ser vivo" (biologicamente falando) e a de identidade e percepção da realidade. Existem motivos claros pra isso e um deles foi a pressa e o medo de tornar um filme arrastado ou cansativo. Obviamente isto parte de uma decisão puramente comercial. Talvez se o filme focasse somente na primeira animação, isto seria resolvido, mas ao tentar jogar muito mais com memórias afetivas e referências, decidiu-se por incluir também a segunda parte Innocence; e o resultado dessa condensação de duas animações que somavam mais de 3h, é um filme que não dá conta dos temas que propõe (?) discutir e torna patética cada suposta frase filosófica de efeito; até mesmo um discurso do Stallone em qualquer um dos Rocky Balboas soa muito mais verdadeiro. Simplesmente não há tempo de envolvimento.
Nem os efeitos especiais e a excelente cenografia das cenas em ambientes fechados salvam o filme - ambientes fechados, pois a exposição aberta da cidade é pura e simplesmente uma chupinhação de Blade Runner.
E o que é a trilha sonora. Colocaram o Clint Mänsell lá com o Kenji Kawai disponível, e onde não usaram os mesmos temas colocaram qualquer som ambiente eletrônico ordinário. Lamentável.
Pelo menos a Scarlett Johanssen se empenhou e foi bem no papel, diferente da Juliette Binoche que claramente não queria estar ali.
Dito tudo isso, se encarar simplesmente como um filme de ação, é 'OK'.
Onde Fica a Casa do Meu Amigo?
4.2 145 Assista AgoraO olhar dessa criança me marcou pra sempre.
Toy Story 4
4.1 1,4K Assista AgoraComo filme ainda mantêm o mesmo nível de criatividade de todos os anteriores, mas como encerramento pra uma saga desse tamanho, era impossível alcançar a excelência do III.
E fazer um quarto filme invariavelmente acabou saturando vários elementos de humor e sensibilidade presentes na série. Mas, ainda assim, o saldo é positivo.
No Coração do Ouro: O Escândalo da Seleção Americana de …
4.3 15 Assista AgoraO esporte profissional é tudo menos saudável, e a realidade é sempre pior que qualquer filme de terror.
Wicked City
2.8 10O romance torpe que ficou entre o poético e o tosco junto com a ambientação predominantemente noturna me cativaram demais.
Esse filme realmente surpreendeu. Lembrou até um Miike dos primeiros anos.
O Quinto Selo
4.3 19 Assista Agora"Graças a ti Senhor, por não ser eu a roda do poder, por ser um daqueles a quem ele esmaga. (...) Morrer pertence tanto à vida quanto nascer, da mesma forma que andar está assim em levantar o pé como em devolvê-lo ao solo."
-Rabindranath Tagore
Sweet Sixteen
3.5 8Interessante que o filme do Ken Loach que mais se aproxima do desfecho de Kes e mais se afaste do final heroico e redentor de outras obras dele seja justamente o que mais o diretor perde a mão na liberdade e fluidez dos personagens, e consequentemente deixa esvaziar o sentido de afeição que possa atrair o espectador a qualquer mensagem que quisesse passar.
Bitter Lake
4.2 2Dá pra entender este documentário como um estágio de amadurecimento até ser concebida a obra prima do "HyperNormalisation".
A própria montagem, como em todas as obras anteriores do Adam Curtis, corroboram com a tese central de tudo ser mais complexo do que nos apresentam, e em como essa discrepância acaba resultando desde transtornos psicológicos até convulsões sociais. Por consequência, dada a complexidade e confusão absurdos de uma guerra onde se chocam tantos interesses, tantos atores, tantas etnias distintas, como é o caso do conflito Arábia-Afeganistão-Ocidente, uma cena de quase 3 minutos de um soldado brincando com uma pomba, ou o olhar inquiridor e perdido de uma jovem afegã aprendendo sobre arte conceitual europeia, pode ser muito mais representativo desse caos violento do que imagens rápidas e subsequentes de tiroteios e explosões.
Elucidativa, a estética do Bitter Lake fala tanto quanto a narrativa ou os fatos expostos. Gênio.
Free Solo
4.1 157 Assista AgoraExtraordinário.
Acho que só volto a sentir minhas pernas daqui umas cinco semanas.
Manie-Manie: Histórias do Labirinto
3.9 14Katsuhiro Ôtomo já dava sinais de genialidade nessa época.
Como Era Verde Meu Vale
4.1 152 Assista Agora-What does it mean, Mr. Gruffydd?
-It means that something has gone out of this valley that may never be replaced.
Mary e a Flor da Feiticeira
3.7 90Curti. Acredito que para as primeiras animações de um estúdio novo, e ainda carregando um certo peso por ter sido fundado por ex-membros do Studio Ghibli, é um grande começo.
Faltou um algo a mais pra dizer que é uma animação acima da média, talvez se não tivesse buscado tantos lugares comuns poderia ter encontrados saídas mais criativas pra um esboço de filme que era bem promissor.
Vejamos o que vamos ter no futuro.
Eles Não Envelhecerão
4.3 49Narrativa impressionante
Rastro de Maldade
3.7 408 Assista AgoraMe surpreendeu muito todo o trabalho de direção. Única coisa talvez que tenha ficado fora de tom foi o elemento fantástico da história, que sinceramente pra mim não encaixou bem. Mas fora isso, um filme seguro demais.
E é sempre, sempre bom exaltar trabalhos com roteiros originais, ainda mais quando quem assina é o próprio diretor estreante.
Craig Zahler tem tudo pra ser grande.
Theory of Obscurity: A Film About the Residents
3.8 2 Assista AgoraSe existe algo ruim nesse documentário é eles não terem falado tanto do Not Avaliable e não ter descido tanto o pau em Beatles, mas só isso mesmo.
Extraordinário.
Estação 44: O Refúgio dos Exterminadores
2.2 14Michael Paré é a encarnação do herói bom-moço dos anos 80. Amadureceu bem esse filme.
CineMagia - A História das Videolocadoras de São Paulo
4.0 109Cada cidade ou bairro deveria ganhar um documentário como este