Um dos filmes infantojuvenis mais inteligentes e instigantes que eu já vi. Eu só não gostei muito de como é feita a transição do mundo real para o imaginário. Preferiria que fosse como no livro, que, ao invés de fugir e entrar num barco, a mãe do garoto o coloca de castigo no quarto e ele começa a fantasiar como válvula de escape. Ainda assim é muito emocionante.
O filme enrola quase 2 horas com uma porrada de efeitos e bizarrices, sendo que dava pra simplificar 80%. Tá, tá; a mídia oferece conteúdo porco e manipulativo? A culpa é nossa, eu sei, a mensagem do filme é legal (mesmo nos dias de hoje, que já estamos calejados de saber da maliciosidade da maior parte da mídia), mas essa confusão toda promovida pelo filme me aborreceu. Não me agradou muito, admito. Aliás, até agora eu não gostei muito de nenhum filme do Cronenberg, vou dar mais algumas chances a ele e então desistir de ficar insistindo com seus filmes.
Eu fico pensando: já imaginou o melodrama inacreditável que esse filme poderia ser se não tivesse sido dirigido pelo Lynch?
Uma História Real é um filme espetacular, mostrando a capacidade do diretor de fazer coisas diferentes, desde que lhe interesse. Eu fiquei com os olhos lacrimejados os 111 minutos. Tem coisa mais linda que ver um senhor andando no seu cortador de grama numa longa estrada no pôr-do-sol, determinado a engolir um pouco seu orgulho e arrogância para reencontrar seu irmão depois de tanto tempo? Cada imagem é inesquecível.
"Quando os meus filhos eram jovens, eu fazia uma brincadeira com eles. Dava um graveto a cada um deles, e mandava-os parti-los. É claro que partiam, com toda a facilidade. Depois mandava-os atá-los num feixe, e tentar parti-los. É claro que não conseguiam. Então eu dizia-lhes que o feixe é como a família."
A Estrada Perdida é um dos grandes filmes do David Lynch e talvez o mais "lynchiano". Porém, por conta disso, é um filme que se pega o espectador de surpresa vai provavelmente deixa-lo confuso e perdido.
Dos filmes do realizador esse é pra mim o que tem a fotografia mais magistral; sombria, extremamente expressiva, afinal a estória é contada mais pelas imagens que por diálogos. O clima pesado e assustador (bem noir, com direito a Femme Fatale) perdura praticamente o longa inteiro, mas ainda sim tem seus alívios cômicos.
E para aqueles que não conseguiram entender o filme de jeito nenhum, eu sugiro para esses lerem este texto, da wikipedia mesmo: wttp://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_dissociativo Provavelmente ira esclarecer muita coisa. (especialmente a parte da "fuga psicogênica"). Fred não assume perante ele próprio os seus atos, e, como tal, foge metamorfoseando-se noutra pessoa e criando outra história paralela. Não consegue evitar que tudo venha ao de cima, e que o círculo se feche. Mas continua ainda. A lógica do filme não é linear, tal como o não são o tempo e o espaço. Existem buracos negros, e é impossível de saber aonde conduzem. O inferno é na terra e o diabo está dentro de nós. Cada um de nós tem o seu. O filme também demonstra a necessidade de liberação dos instintos primitivos através do sexo e da violência, próprios da teoria freudiana.
David Lynch fazia portanto com “A Estrada Perdida” uma declaração de intenções cinematograficamente definitiva: o objeto Filme deve assemelhar-se à mente humana, resultando assim num objeto livre, misterioso, evidente e incompreensivelmente confuso ao mesmo tempo. Um sonho opaco em imagens de 35 mm. Excelente.
The Thing é o melhor filme do John Carpenter junto com They Live.
Esse é pra mim um dos melhores filmes de terror dos anos 80 ou ainda de todos os tempos. Um filme que te deixa tenso, consegue te assustar em momentos pontuais e nunca envelhece, mostrando o quão bom foram os efeitos especiais, impressionando ainda hoje. Kurt Russell está muito bem no papel do "herói" MacReady, junto com todo o elenco também. Eu adorei o roteiro, sem exageros, principalmente no final, que é bem econômico e funcional. (e o roteiro do Carpenter ainda vai além do mero suspense em sua pequena analogia da confiança e fragilidade das relações humanas). A atmosfera é também sensacional, capturando a atenção de quem vê o filme o tempo todo e é um grande escape, um ótimo entretenimento.
Eu gostei bastante da primeira metade do filme. (Foi só eu ou a premissa do filme é MUITO parecida com Um Corpo Que Cai do Hitchcock? É um Vertigo sangrento e mais absurdo).
Porém, a mudança de "tom" na segunda metade é por vezes abrupta demais, e o surrealismo final deixou a trama confusa e um tanto apelativa. Ainda sim interessante.
Filmes como esse são um tanto perigosos. Não preciso explicar porque o sr. Michael Haneke já fez isso, se quiserem dar uma olhada: http://www.youtube.com/watch?v=Y_osgrcpes4 - ele toca num ponto muito interessante, o da manipulação histórica ao propósito emocional de um filme, o que acaba se tornando algo problemático por ser sobre um homem que está tão profundamente ligado a história humana, sendo assim tendencioso.
O Pianista marcou um dia (mais especificamente uma noite) muito triste na minha vida, estava em um momento de muita depressão, e resolvi assistir a esse filme mesmo sabendo que se tratava de guerra. E, adivinhe, eu melhorei. Mas não, eu não sou um louco, fascista que gosta do sofrimento alheio! O que me tocou no filme foi o seu contexto: a arte sendo usada como o "ópio" mais puro da vida; algo que nunca morre, mesmo quando tudo parece perdido, e esse foi o sentido visto por mim quando eu vi esse pianista tocando seu piano numa casa abandonada, com fome e lagrimas em seus olhos, ou quando ele simulou que estava tocando um piano pois não podia fazer barulho, e apenas lembrava da melodia com o espectador. A música, a arte, embarcou na jornada daquele homem o tempo todo, tornando sua estadia naquele cenário destruído menos terrível. O filme mais magnífico sobre a segunda guerra que eu já vi! Um filme sem preconceitos: porque mesmo que o partido nazista seja um simbolo de podridão, ainda sim existiam pessoas decentes ali no meio, assim como mostrou o sargento Hosenfeld (que realmente é real) que salvou o personagem do Brody no final do filme, mas mesmo assim ele foi morto por ser visto como parte de um sistema de monstro e não de humanos.
Une Femme est Une Femme é um filme bonito, mas ainda sim eu devo ter uma implicância com o Godard.
O filme é esteticamente primoroso: a fotografia é diferenciada, uso de trilha sonora incomum e Anna Karina está encantadora como quase sempre. E de certa forma isso aqui não é uma comédia ou um drama, mas sim um musical, do qual usa sua linguagem também incomum para colaborar com seu tema de liberação e complexidade feminina. Porém, mesmo com suas qualidades Godard insiste em escrachar na tela que tudo não passa de um filme; quebrando a quarta parede diversas vezes (fazendo seus personagens piscarem para a câmera ou reverenciar o espectador, por exemplo), cortes bruscos na música, e tudo parece excessivo de mais, causando um afastamento pro público. (bom, pelo menos comigo). E além do mais, mesmo tentando parecer ter complexidade em seu roteiro, o filme nada mais faz do que demonstrar nosso preceito já conhecido sobre as mulheres, como a aparente dualidade da mesma.
Une Femme est Une Femme é um bom filme, mesmo com muitos excessos e fragilidades.
Goodfellas é um filme intenso, que define a palavra "cinema" em duas horas e meia.
Eu não consigo achar nenhum defeito, tudo é praticamente perfeito, as performances de todos os atores são incríveis e o roteiro é muito bom. Grande parte dos filmes tratam os mafiosos como um produto do meio onde cresceram e viveram, mas Scorsese faz diferente e enfatiza a atração que desde criança os personagens estão expostos. Retrata bem a cultura desse submundo nova-iorquino, objeto que o diretor conhece e retrata tão bem em seus trabalhos. Diferentemente da máfia glamourizada que vimos no Chefão, Goodfellas é um filme mais crú e bruto. Seus personagens são agressivos e temperamentais, tornando tudo mais visceral e crível. A trilha sonora é um show a parte, as músicas se encaixam cena por cena, dando um charme a mais a trama. E além de tudo; assistir esse filme é sempre muito divertido. (E o que dizer do plano-sequência do restaurante?)
Não são todos os filmes sobre gangsters/máfia que me cativam, e Goodfellas é meu favorito disparado, superando pra mim até mesmo o também sensacional The Godfather.
Tiranossauro é ótimo filme do novato Paddy Considine, que é - impressionantemente - seu primeiro trabalho como diretor
O filme inteiro gira entorno de diversos assuntos que, embora manjados, são sempre muito interessantes; como culpa religiosa, raiva interna, remorso, objetivação dos animais, violência/problema social e diversos outros. O melhor de tudo (pelo menos pra mim) foi que a abordagem não soou pretensiosa em praticamente nenhum momento. A fotografia com cores frias e realistas ajudam ainda mais o espectador à mergulhar na trama, por causar uma maior identificação, o que funcionou comigo. O único ponto "frágil" do filme que eu consegui encontrar foi a narração final, que se apresenta totalmente desnecessária, pois tudo o que ele disse nós já sabíamos, ou pelo menos eu.
Mas como um todo eu adorei, foi uma grande experiência, e ainda uma boa crítica ao cristianismo, mostrando suas hipocrisias, contradições e sua grande indiferença. Ao terminar o filme uma frase veio quase que imediatamente a minha cabeça: - A vida não é argumento; entre as condições para a vida poderia estar o erro.
The Searchers é encantador, principalmente por sua fotografia, cenários abertos e trilha sonora evocativa. Mas o roteiro não me agradou muito. Tudo ficou muito raso pra mim: todos os beijos, as batalhas, as discussões, eu quase não senti algum envolvimento emocional com os personagens. E me parece também que John Ford deu mais atenção ao trajeto dos dois do que a relação humana entre os personagens do longa. (e o que foi aquele índio morto respirando? hahaha) Obviamente, o filme passa muito longe de ser ruim ou chato (afinal eu dei 4 estrelas), e se mostra bastante épico e bonito em certos momentos.
Talvez o filme mais comovente que eu já tive a honra de assistir. Umberto D. é um filme devastadoramente honesto, não omite nada. Vittorio De Sica nos mostra imagens de desrespeito, sofrimento, companheirismo, indiferença e condolência, mas sem discutir sobre essas coisas, deixando o trabalho para o próprio espectador. Carlo Battisti faz seu papel com muita graça, e nos convence, se mostrando visceral e muito simpático. Tudo no filme é perfeito; a fria fotografia em preto e branco, as performances dos atores amadores, a trilha sonora... e o que dizer do cão? Lindo. E o filme ainda faz um alusão ao holocausto com os cachorros no canil, onde nossos leais amigos são monstruosamente assassinados. Enfim, nunca esquecerei desse grande obra.
Precisamos Falar Sobre o Kevin é um filme irregular, mas de forma alguma é ruim. Eu gostei do clima, da trilha sonora (Jonny Greenwood, sempre excelente, com sons incômodos e dissonantes), a performance da Tilda Swinton está boa. Porém, eu não gostei do excesso de flashbacks se entrelaçando, e o excessivo simbolismo com o vermelho pra expressar uma história de violência tão explícita é um tanto questionável. Eu também fiquei pensando o filme inteiro: "eles estão demonizando demais esse garoto". A psicopatia do menino me pareceu forçada, sendo cruel e calculista desde o seu primeiro ano de vida. Talvez se eles tivessem usado o recurso do sobrenatural eu teria engolido melhor a trama. Em suma, o filme tem mais altos que baixos, e eu realmente gostei.
Um Corpo Que Cai é um filme muito envolvente. Eu fiquei ás 2 horas de filme com os olhos grudados na tela, quase sem piscar. Com uma fotografia incrivelmente expressiva e bela, o filme faz diversas rimas visuais e links apenas utilizando as cores (azul, vermelho, verde, marrom, amarelo), conseguindo passar um sentimento específico que Alfred Hitchcock queria transmitir, junto com a trilha sonora do maravilhoso Bernard Herrmann, que contribuí com o intenso clima de suspense que predomina no longa. O filme ainda nos apresenta um interessante jogo psicológico, sobre obsessão, amor e a relação de certos momentos com nossas fobias. (e ainda uma breve crítica, ou demonstração, à culpa religiosa). O único ponto que me decepcionou (um pouco), foi o desfecho,
quando a personagem da lindíssima Kim Novak nos revela que tudo não passava de um plano maquiavélico.
Achei isso deveras broxante, porque eu infelizmente esperava algo mais sutil, não sei. Por conta disso eu tirei meia estrela, mas de qualquer forma foi surpreendente e eu realmente não imaginava. Eu também gostaria que a personagem da Barbara Bel Geddes tivesse sido melhor desenvolvida, mas isso é apenas minha percepção como espectador. Até agora, Um Corpo que Cai não é meu favorito do Hitchcock, que talvez seja Janela Indiscreta, mas é sem duvidas um grande filme, e está na história do cinema como um dos maiores, com suas inovações, movimentos de câmera, incrível direção de arte/figurinos, e sua consistência.
Para mim, o pior filme de todos os tempos. Nem "As Aventuras de Agamenon, o Repórter" supera essa porcaria. Pelo menos eu dei 1 ou duas risadas naquele lixo, mas nisso aqui... só desgosto. Ainda bem que o honrado Srdjan Spasojevic não fez mais nada! E não me digam que ele quis "mostrar o lado obscuro da humanidade", vão se danar.
A América resumida em um filme? "Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura." E essa frase quase resume o filme. Lindo.
O filme parece estar incrivel. E a respeito as críticas: Como em um filme sobre uma NINFOMANÍACA (porra, 'viciada em sexo'!) seria desnecessário cenas de sexo? Jessss... E outra,.. sexo explícito? existe outro tipo de sexo? Sexo é sexo! Está na hora de acabarmos com essa vergonha dos nossos instintos. TODO ser humano é feito de sexo e sangue, mas nem sempre por respeito & amor.
Sinceramente eu não sei como alguém depois de Barry Lyndon se pergunta qual o filme com a fotográfia mais assustadoramente bela, por que se alguém atingiu a perfeição, esse alguém foi Stanley Kubrick. Jamais um filme tão inexpressivo me passou tanta emoção quanto esse (e olha que eu vi tantos filmes na minha vida que eu já perdi a conta). Lindo, lindo, lindo!
Pouco antes do final eu já havia cogitado dar 4 estrelas, porém. quando a última cena acabou eu mudei totalmente de opinião. Através de um Espelho é tão bom quanto a maioria dos filmes do Bergman e também um dos mais implícitos.
Já dizia Bergman sobre o "grande" (ultra-mega superestimado) Godard: "Eu nunca consegui extrair nada de seus filmes. Eles são afetados, uma falsificação intelectual, e completamente inúteis. Cinematograficamente desinteressantes e infinitamente aborrecidos. Para mim, ele faz filmes para os críticos. Um dos filmes, ‘Masculino-Feminino’, foi filmado aqui na Suécia. Era exageradamente tedioso.”
Sinédoque, Nova York
4.0 477Acho que é o único filme que sou incapaz de dar uma nota. Provavelmente preciso ver pelo menos mais umas oito vezes.
Onde Vivem os Monstros
3.8 2,4K Assista AgoraUm dos filmes infantojuvenis mais inteligentes e instigantes que eu já vi.
Eu só não gostei muito de como é feita a transição do mundo real para o imaginário. Preferiria que fosse como no livro, que, ao invés de fugir e entrar num barco, a mãe do garoto o coloca de castigo no quarto e ele começa a fantasiar como válvula de escape. Ainda assim é muito emocionante.
Videodrome: A Síndrome do Vídeo
3.7 546 Assista AgoraO filme enrola quase 2 horas com uma porrada de efeitos e bizarrices, sendo que dava pra simplificar 80%. Tá, tá; a mídia oferece conteúdo porco e manipulativo? A culpa é nossa, eu sei, a mensagem do filme é legal (mesmo nos dias de hoje, que já estamos calejados de saber da maliciosidade da maior parte da mídia), mas essa confusão toda promovida pelo filme me aborreceu. Não me agradou muito, admito.
Aliás, até agora eu não gostei muito de nenhum filme do Cronenberg, vou dar mais algumas chances a ele e então desistir de ficar insistindo com seus filmes.
Uma História Real
4.2 298Eu fico pensando: já imaginou o melodrama inacreditável que esse filme poderia ser se não tivesse sido dirigido pelo Lynch?
Uma História Real é um filme espetacular, mostrando a capacidade do diretor de fazer coisas diferentes, desde que lhe interesse. Eu fiquei com os olhos lacrimejados os 111 minutos. Tem coisa mais linda que ver um senhor andando no seu cortador de grama numa longa estrada no pôr-do-sol, determinado a engolir um pouco seu orgulho e arrogância para reencontrar seu irmão depois de tanto tempo? Cada imagem é inesquecível.
"Quando os meus filhos eram jovens, eu fazia uma brincadeira com eles. Dava um graveto a cada um deles, e mandava-os parti-los. É claro que partiam, com toda a facilidade. Depois mandava-os atá-los num feixe, e tentar parti-los. É claro que não conseguiam. Então eu dizia-lhes que o feixe é como a família."
Estrada Perdida
4.1 469 Assista AgoraA Estrada Perdida é um dos grandes filmes do David Lynch e talvez o mais "lynchiano". Porém, por conta disso, é um filme que se pega o espectador de surpresa vai provavelmente deixa-lo confuso e perdido.
Dos filmes do realizador esse é pra mim o que tem a fotografia mais magistral; sombria, extremamente expressiva, afinal a estória é contada mais pelas imagens que por diálogos. O clima pesado e assustador (bem noir, com direito a Femme Fatale) perdura praticamente o longa inteiro, mas ainda sim tem seus alívios cômicos.
E para aqueles que não conseguiram entender o filme de jeito nenhum, eu sugiro para esses lerem este texto, da wikipedia mesmo: wttp://pt.wikipedia.org/wiki/Transtorno_dissociativo Provavelmente ira esclarecer muita coisa. (especialmente a parte da "fuga psicogênica"). Fred não assume perante ele próprio os seus atos, e, como tal, foge metamorfoseando-se noutra pessoa e criando outra história paralela. Não consegue evitar que tudo venha ao de cima, e que o círculo se feche. Mas continua ainda. A lógica do filme não é linear, tal como o não são o tempo e o espaço. Existem buracos negros, e é impossível de saber aonde conduzem. O inferno é na terra e o diabo está dentro de nós. Cada um de nós tem o seu. O filme também demonstra a necessidade de liberação dos instintos primitivos através do sexo e da violência, próprios da teoria freudiana.
David Lynch fazia portanto com “A Estrada Perdida” uma declaração de intenções cinematograficamente definitiva: o objeto Filme deve assemelhar-se à mente humana, resultando assim num objeto livre, misterioso, evidente e incompreensivelmente confuso ao mesmo tempo. Um sonho opaco em imagens de 35 mm. Excelente.
O Enigma de Outro Mundo
4.0 981 Assista AgoraThe Thing é o melhor filme do John Carpenter junto com They Live.
Esse é pra mim um dos melhores filmes de terror dos anos 80 ou ainda de todos os tempos. Um filme que te deixa tenso, consegue te assustar em momentos pontuais e nunca envelhece, mostrando o quão bom foram os efeitos especiais, impressionando ainda hoje.
Kurt Russell está muito bem no papel do "herói" MacReady, junto com todo o elenco também. Eu adorei o roteiro, sem exageros, principalmente no final, que é bem econômico e funcional. (e o roteiro do Carpenter ainda vai além do mero suspense em sua pequena analogia da confiança e fragilidade das relações humanas).
A atmosfera é também sensacional, capturando a atenção de quem vê o filme o tempo todo e é um grande escape, um ótimo entretenimento.
O Discreto Charme da Burguesia
4.1 284 Assista AgoraA cena do "mandado" de prisão é impagável.
O Teste Decisivo
3.6 381Eu gostei bastante da primeira metade do filme. (Foi só eu ou a premissa do filme é MUITO parecida com Um Corpo Que Cai do Hitchcock? É um Vertigo sangrento e mais absurdo).
Porém, a mudança de "tom" na segunda metade é por vezes abrupta demais, e o surrealismo final deixou a trama confusa e um tanto apelativa. Ainda sim interessante.
A Queda! As Últimas Horas de Hitler
4.1 777Filmes como esse são um tanto perigosos. Não preciso explicar porque o sr. Michael Haneke já fez isso, se quiserem dar uma olhada: http://www.youtube.com/watch?v=Y_osgrcpes4 - ele toca num ponto muito interessante, o da manipulação histórica ao propósito emocional de um filme, o que acaba se tornando algo problemático por ser sobre um homem que está tão profundamente ligado a história humana, sendo assim tendencioso.
O Pianista
4.4 1,8K Assista AgoraO Pianista marcou um dia (mais especificamente uma noite) muito triste na minha vida, estava em um momento de muita depressão, e resolvi assistir a esse filme mesmo sabendo que se tratava de guerra. E, adivinhe, eu melhorei.
Mas não, eu não sou um louco, fascista que gosta do sofrimento alheio! O que me tocou no filme foi o seu contexto: a arte sendo usada como o "ópio" mais puro da vida; algo que nunca morre, mesmo quando tudo parece perdido, e esse foi o sentido visto por mim quando eu vi esse pianista tocando seu piano numa casa abandonada, com fome e lagrimas em seus olhos, ou quando ele simulou que estava tocando um piano pois não podia fazer barulho, e apenas lembrava da melodia com o espectador. A música, a arte, embarcou na jornada daquele homem o tempo todo, tornando sua estadia naquele cenário destruído menos terrível.
O filme mais magnífico sobre a segunda guerra que eu já vi! Um filme sem preconceitos: porque mesmo que o partido nazista seja um simbolo de podridão, ainda sim existiam pessoas decentes ali no meio, assim como mostrou o sargento Hosenfeld (que realmente é real) que salvou o personagem do Brody no final do filme, mas mesmo assim ele foi morto por ser visto como parte de um sistema de monstro e não de humanos.
Team America - Detonando o Mundo
3.5 260 Assista AgoraEu gosto dessa merda, kkk
Uma Mulher é Uma Mulher
4.1 267Une Femme est Une Femme é um filme bonito, mas ainda sim eu devo ter uma implicância com o Godard.
O filme é esteticamente primoroso: a fotografia é diferenciada, uso de trilha sonora incomum e Anna Karina está encantadora como quase sempre. E de certa forma isso aqui não é uma comédia ou um drama, mas sim um musical, do qual usa sua linguagem também incomum para colaborar com seu tema de liberação e complexidade feminina. Porém, mesmo com suas qualidades Godard insiste em escrachar na tela que tudo não passa de um filme; quebrando a quarta parede diversas vezes (fazendo seus personagens piscarem para a câmera ou reverenciar o espectador, por exemplo), cortes bruscos na música, e tudo parece excessivo de mais, causando um afastamento pro público. (bom, pelo menos comigo). E além do mais, mesmo tentando parecer ter complexidade em seu roteiro, o filme nada mais faz do que demonstrar nosso preceito já conhecido sobre as mulheres, como a aparente dualidade da mesma.
Une Femme est Une Femme é um bom filme, mesmo com muitos excessos e fragilidades.
Os Bons Companheiros
4.4 1,2K Assista AgoraGoodfellas é um filme intenso, que define a palavra "cinema" em duas horas e meia.
Eu não consigo achar nenhum defeito, tudo é praticamente perfeito, as performances de todos os atores são incríveis e o roteiro é muito bom. Grande parte dos filmes tratam os mafiosos como um produto do meio onde cresceram e viveram, mas Scorsese faz diferente e enfatiza a atração que desde criança os personagens estão expostos. Retrata bem a cultura desse submundo nova-iorquino, objeto que o diretor conhece e retrata tão bem em seus trabalhos.
Diferentemente da máfia glamourizada que vimos no Chefão, Goodfellas é um filme mais crú e bruto. Seus personagens são agressivos e temperamentais, tornando tudo mais visceral e crível. A trilha sonora é um show a parte, as músicas se encaixam cena por cena, dando um charme a mais a trama. E além de tudo; assistir esse filme é sempre muito divertido. (E o que dizer do plano-sequência do restaurante?)
Não são todos os filmes sobre gangsters/máfia que me cativam, e Goodfellas é meu favorito disparado, superando pra mim até mesmo o também sensacional The Godfather.
Tiranossauro
4.0 236 Assista AgoraTiranossauro é ótimo filme do novato Paddy Considine, que é - impressionantemente - seu primeiro trabalho como diretor
O filme inteiro gira entorno de diversos assuntos que, embora manjados, são sempre muito interessantes; como culpa religiosa, raiva interna, remorso, objetivação dos animais, violência/problema social e diversos outros. O melhor de tudo (pelo menos pra mim) foi que a abordagem não soou pretensiosa em praticamente nenhum momento.
A fotografia com cores frias e realistas ajudam ainda mais o espectador à mergulhar na trama, por causar uma maior identificação, o que funcionou comigo. O único ponto "frágil" do filme que eu consegui encontrar foi a narração final, que se apresenta totalmente desnecessária, pois tudo o que ele disse nós já sabíamos, ou pelo menos eu.
Mas como um todo eu adorei, foi uma grande experiência, e ainda uma boa crítica ao cristianismo, mostrando suas hipocrisias, contradições e sua grande indiferença.
Ao terminar o filme uma frase veio quase que imediatamente a minha cabeça: - A vida não é argumento; entre as condições para a vida poderia estar o erro.
Rastros de Ódio
4.1 266 Assista AgoraThe Searchers é encantador, principalmente por sua fotografia, cenários abertos e trilha sonora evocativa. Mas o roteiro não me agradou muito. Tudo ficou muito raso pra mim: todos os beijos, as batalhas, as discussões, eu quase não senti algum envolvimento emocional com os personagens. E me parece também que John Ford deu mais atenção ao trajeto dos dois do que a relação humana entre os personagens do longa. (e o que foi aquele índio morto respirando? hahaha)
Obviamente, o filme passa muito longe de ser ruim ou chato (afinal eu dei 4 estrelas), e se mostra bastante épico e bonito em certos momentos.
Umberto D.
4.4 124 Assista AgoraTalvez o filme mais comovente que eu já tive a honra de assistir. Umberto D. é um filme devastadoramente honesto, não omite nada. Vittorio De Sica nos mostra imagens de desrespeito, sofrimento, companheirismo, indiferença e condolência, mas sem discutir sobre essas coisas, deixando o trabalho para o próprio espectador. Carlo Battisti faz seu papel com muita graça, e nos convence, se mostrando visceral e muito simpático.
Tudo no filme é perfeito; a fria fotografia em preto e branco, as performances dos atores amadores, a trilha sonora... e o que dizer do cão? Lindo. E o filme ainda faz um alusão ao holocausto com os cachorros no canil, onde nossos leais amigos são monstruosamente assassinados.
Enfim, nunca esquecerei desse grande obra.
Precisamos Falar Sobre o Kevin
4.1 4,2K Assista AgoraPrecisamos Falar Sobre o Kevin é um filme irregular, mas de forma alguma é ruim.
Eu gostei do clima, da trilha sonora (Jonny Greenwood, sempre excelente, com sons incômodos e dissonantes), a performance da Tilda Swinton está boa. Porém, eu não gostei do excesso de flashbacks se entrelaçando, e o excessivo simbolismo com o vermelho pra expressar uma história de violência tão explícita é um tanto questionável. Eu também fiquei pensando o filme inteiro: "eles estão demonizando demais esse garoto". A psicopatia do menino me pareceu forçada, sendo cruel e calculista desde o seu primeiro ano de vida. Talvez se eles tivessem usado o recurso do sobrenatural eu teria engolido melhor a trama.
Em suma, o filme tem mais altos que baixos, e eu realmente gostei.
Um Corpo que Cai
4.2 1,3K Assista AgoraUm Corpo Que Cai é um filme muito envolvente. Eu fiquei ás 2 horas de filme com os olhos grudados na tela, quase sem piscar. Com uma fotografia incrivelmente expressiva e bela, o filme faz diversas rimas visuais e links apenas utilizando as cores (azul, vermelho, verde, marrom, amarelo), conseguindo passar um sentimento específico que Alfred Hitchcock queria transmitir, junto com a trilha sonora do maravilhoso Bernard Herrmann, que contribuí com o intenso clima de suspense que predomina no longa. O filme ainda nos apresenta um interessante jogo psicológico, sobre obsessão, amor e a relação de certos momentos com nossas fobias. (e ainda uma breve crítica, ou demonstração, à culpa religiosa).
O único ponto que me decepcionou (um pouco), foi o desfecho,
quando a personagem da lindíssima Kim Novak nos revela que tudo não passava de um plano maquiavélico.
Achei isso deveras broxante, porque eu infelizmente esperava algo mais sutil, não sei. Por conta disso eu tirei meia estrela, mas de qualquer forma foi surpreendente e eu realmente não imaginava. Eu também gostaria que a personagem da Barbara Bel Geddes tivesse sido melhor desenvolvida, mas isso é apenas minha percepção como espectador.
Até agora, Um Corpo que Cai não é meu favorito do Hitchcock, que talvez seja Janela Indiscreta, mas é sem duvidas um grande filme, e está na história do cinema como um dos maiores, com suas inovações, movimentos de câmera, incrível direção de arte/figurinos, e sua consistência.
A Serbian Film: Terror Sem Limites
2.5 2,0KPara mim, o pior filme de todos os tempos. Nem "As Aventuras de Agamenon, o Repórter" supera essa porcaria. Pelo menos eu dei 1 ou duas risadas naquele lixo, mas nisso aqui... só desgosto. Ainda bem que o honrado Srdjan Spasojevic não fez mais nada! E não me digam que ele quis "mostrar o lado obscuro da humanidade", vão se danar.
Um Estranho no Ninho
4.4 1,8K Assista AgoraA América resumida em um filme?
"Há sempre alguma loucura no amor. Mas há sempre um pouco de razão na loucura."
E essa frase quase resume o filme. Lindo.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraO filme parece estar incrivel. E a respeito as críticas:
Como em um filme sobre uma NINFOMANÍACA (porra, 'viciada em sexo'!) seria desnecessário cenas de sexo? Jessss... E outra,.. sexo explícito? existe outro tipo de sexo? Sexo é sexo! Está na hora de acabarmos com essa vergonha dos nossos instintos. TODO ser humano é feito de sexo e sangue, mas nem sempre por respeito & amor.
Barry Lyndon
4.2 400 Assista AgoraSinceramente eu não sei como alguém depois de Barry Lyndon se pergunta qual o filme com a fotográfia mais assustadoramente bela, por que se alguém atingiu a perfeição, esse alguém foi Stanley Kubrick. Jamais um filme tão inexpressivo me passou tanta emoção quanto esse (e olha que eu vi tantos filmes na minha vida que eu já perdi a conta). Lindo, lindo, lindo!
Através de um Espelho
4.3 249Pouco antes do final eu já havia cogitado dar 4 estrelas, porém. quando a última cena acabou eu mudei totalmente de opinião. Através de um Espelho é tão bom quanto a maioria dos filmes do Bergman e também um dos mais implícitos.
Acossado
4.1 510 Assista AgoraJá dizia Bergman sobre o "grande" (ultra-mega superestimado) Godard: "Eu nunca consegui extrair nada de seus filmes. Eles são afetados, uma falsificação intelectual, e completamente inúteis. Cinematograficamente desinteressantes e infinitamente aborrecidos. Para mim, ele faz filmes para os críticos. Um dos filmes, ‘Masculino-Feminino’, foi filmado aqui na Suécia. Era exageradamente tedioso.”