Daqueles que você termina e não sabe descrever ao certo o que está sentindo. É riso, liberdade, tédio, mazela... E também angústia, sexo, realidade e poesia. Orgânico, quebradiço. Irandhir Santos em sua melhor performance.
Um bom terror psicológico, mas durante mais da metade da trama, não consegui me engajar nos mistérios da casa (ou da mãe) pela apatia e falta de carisma do Marat Descartes aqui. O protagonista é um tédio e eu ficava do lado do pai o tempo inteiro. Felizmente, o roteiro consegue contornar a situação elevando a importância dos outros personagens - Antônio Fagundes dá um show de atuação e o toque angelical da personagem de Sandy convém muito bem à narrativa. No fim das contas, é um achado no cinema nacional e vale a experiência.
Tem seus defeitos, mas me encantou desde os primeiros minutos. De uma sensualidade, efervescência, e aconchego que recifenses e naturalizados identificarão de imediato. Maeve Jinkings, Nash Laila e as paisagens urbanas são a alma do filme. Cinema pernambucano dando orgulho.
Uma trama que tinha tudo para ser 5 estrelas. Todos os elementos estão lá: culto, sexualidade, morbidez, um ambiente polido e uma trilha minimalista extremamente angustiante. Mas a falta de progressão narrativa começa a incomodar lá perto dos 60 minutos, quando o enredo pede algo a mais que apenas as suspeitas do Will.
Em vez de novas pistas, o filme insiste em mostrar flashbacks e os amigos do protagonista tentando convencê-lo a não ficar isolado (repare, 99% dos personagens fizeram isso!).
No mais - e apesar dos pesares - um longa muito envolvente, com um mistério palpável e um final inventivo. Sinceramente, espero mais produções com a mesma atmosfera de suspense. Nisso, Karyn Kusama está de parabéns.
Subestimado! Uma deliciosa adaptação de parte da vida de Hitchcock, misturando na dose certa seu relacionamento com Alma Reville e os bastidores de Psicose. É impossível não destacar a divertida cena em que o Mestre espiona a reação do público à sequência do chuveiro, bem como a carregada discussão entre o diretor e a esposa. O ponto fraco da produção foram as cenas com o psicopata Ed Gein, mas nada que estrague a experiência. As atuações estão soberbas, e apesar do título, o filme é da Helen Mirren.
Bom filme! Após os deslocados 10 minutos iniciais, os diálogos melhoram e ficam bem orgânicos. Longos planos-sequência com um elenco bastante confortável nas filmagens comprovam o ótimo trabalho de mise-en-scène aqui. O maior infortúnio, sem dúvidas, foi James Stewart - o cara tá tão chato que eu fiquei torcendo pelo Brandon! Hahaha. Como mencionado aí embaixo, Rope "é o 12 Angry Men de Hitchcock". Recomendo.
“Vão nos culpar por tudo. Somos os bodes expiatórios”. A frase do Pistoleiro (Will Smith) explicando a premissa de Esquadrão Suicida acaba servindo de analogia para o frisson negativo que o longa recebeu ao redor do mundo: na tela, a culpa é um encargo dos anti-heróis. Na vida real, um fardo atribuído a David Ayer. Mas ele não agiu sozinho. Após a rejeição de Batman vs. Superman, os estúdios Warner decidiram fazer refilmagens na película do diretor, alterando a montagem e parte do design de produção. Entretanto, se partirmos do princípio que a subversão do tom narrativo foi realizada em prol de um filme pop, Esquadrão até funciona – como um remendo, mas funciona.
A Marvel precisa mudar a fórmula urgentemente. A estrutura de todos os filmes é a mesma. Juro que não entendi o hype deste, o tratado mal foi abordado aqui.
Adorei! Tenho uma queda específica por suspenses psicológicos, e a atmosfera deste é extremamente envolvente, misturando tensão, comodidade e alívios cômicos na dose certa. Ponto pra Trachtenberg. Além das atuações, a trilha e a montagem estão super eficientes aqui - esta última, o grande trunfo do filme. O maior aspecto negativo é a súbita mudança de gênero no 3º ato. Como disse o Tiago Belotti do canal Meus Dois Centavos, o filme finaliza com um tiro no próprio pé em nome de uma decisão de Marketing.
Sem mencionar aqueles fucking aliens do capiroto. Um pesadelo pra quem tem tripofobia, mal consegui olhar. Além disso, eu fiquei curioso pra saber mais sobre a menina que o Howard manteve em cativeiro antes, e o porquê de ele ter mentido sobre a filha.
Ainda assim, uma experiência super válida em tempos de roteiros preguiçosos em Hollywood. Recomendo!
"The good part about frontier justice is it’s very thirst quenching. The bad part is it’s apt to be wrong, as right. (...) The real difference is me: the hangman. To me it doesn’t matter what you did. When I hang you, I will get no satisfaction from your death; it’s my job. I hang you in Red Rock, I move onto the next town, I hang someone else there. The man who pulls the lever that breaks your neck will be a dispassionate man. And that dispassion is the very essence of justice. For justice delivered without dispassion, is always in danger of not being justice.”
Poderia ter sido pleno em todos os aspectos se não tivesse transformando o 2º ato em uma comédia adolescente. Ainda assim, o filme me surpreendeu. Não é uma história sobre Margo e seus enigmas, afinal... É sobre Quentin e seu amadurecimento. Preciso ler o livro.
Créditos pelo drama familiar. De resto, filme fraco - perderam uma grande oportunidade de explorar o tema da morte, fazendo do roteiro uma salada mista. Além disso, o romance soa forçado, vide a ausência de química entre os atores e de apuro na Edição. Quanto ao final, convenhamos: não contribui em nada para o enredo do longa. Esperava mais.
Absurdamente constrangido com o didatismo desse filme. Sim. Além de ter um péssimo desenrolar, substituindo o clima de suspense do 1º longa por sequências de ação gratuitas, "Anarchy" ainda passa dos limites em subestimar a inteligência do espectador. Óbvio, comum e decepcionante.
"Um casal perdido em torno de si. Ele, objetivo, busca na esposa um ponto de apoio para seguir em frente. Ela, mais introspectiva, despedaça-se em pequenos fragmentos de si mesma, encontrando na fuga uma possível solução para reunir seus cacos. Será o sentimento – ou o que resta dele – capaz de amparar uma relação abalada por circunstâncias mordazes?
Originalmente lançado em duas partes, uma sob a perspectiva de Conor (James McAvoy) e outra, sob a de Eleanor (Jessica Chastain), o filme compila ambos os pontos de vista para assegurar uma distribuição comercialmente mais viável nos cinemas, contando uma história que não é propriamente de amor, mas sobre o amor. Sobre seus encontros e desencontros. Sobre homem e mulher em busca de suas próprias identidades.
Apesar de se vender como mais inovador do que realmente é, o longa, inspirado numa canção dos Beatles sem necessariamente reproduzi-la em sua narrativa, consegue realizar-se plenamente dentro de sua singeleza. Seu grande trunfo é o roteiro envolvente, despretensioso e que dispensa explicações detalhadas – Ned Benson não deseja rotular sua obra como melodramática, e confia às interpretações do elenco a tarefa de nos pôr, implicitamente, a par dos acontecimentos.
Abrangente, o foco da película mescla o abalo amoroso às implicações ocorridas no círculo social do casal. Embora, aqui, a maioria dos coadjuvantes tenha espaço para brilhar, os maiores destaques da categoria são Ciarán Hinds e Viola Davis, respectivamente o pai de Conor e a professora de Eleanor. Cabe a eles, inesperadamente, dar o maior suporte emocional a cada um dos protagonistas, respondendo a seus anseios (que também são do espectador), fundamentados na incerteza de como agir dali em diante. A verdade é que a vida não possui um manual, tampouco um jeito certo de ser vivida.
O desfecho, ao som da faixa original 'No Fate Awaits Me', é um das melhores momentos da metragem. Acompanhar os passos de Conor e Eleanor é como reviver parte do nosso passado – os questionamentos sobre as adversidades afetivas, ou a simples ilusão de, vez ou outra, atribuir ao acaso a função de delimitar nossas vidas. Tomamos consciência da importância das escolhas. Afinal, afora os fatores externos, os maiores responsáveis pelo nosso destino, adivinhe, somos nós mesmos."
Gostou da crítica? Curta e comente no Contracenário: http://wp.me/p3DUhl-11R www.fb.com/contracenario
"Alguém poderia ler este livro e achar que é mágica, mas se apaixonar é um ato de magia. Assim como escrever. (...) Todo escritor pode testemunhar, no estado mais afortunado e feliz, que as palavras não vêm de você, mas passam através de você. Ela veio a mim integralmente... Eu apenas tive a sorte de estar aqui para recebê-la."
"A maneira mais clara de ilustrar essa realidade, Lou, que captura o verdadeiro espírito de quem somos, é pensar no nosso noticiário como sendo uma mulher aos berros, correndo pela rua com a garganta cortada."
Acompanhando uma constante tendência do gênero sci-fi, 'No Limite do Amanhã' é ambientado numa Terra invadida por alienígenas, cujos habitantes, vulneráveis, estão prestes a ser subjugados. A premissa, saturada e amplamente conhecida no universo cinematográfico (vide 'Guerra dos Mundos', também estrelado por Tom Cruise), regride as expectativas do público mais exigente, que já se prepara para ver fórmulas prontas e pouco inovadoras na sessão. Surpreendentemente, nada disso se concretiza – a exposição inicial do clichê como alicerce da narrativa acaba fornecendo ao diretor Doug Liman plena liberdade para explorar as minúcias do enredo, resultando num trabalho competente que mostra, pouco a pouco, a que veio.
Com sagacidade, o filme elucida a convencional maneira americana de resolver os problemas – mediante repressão bélica (“É isso que fazemos”) -, para logo em seguida disparar sua crítica, demonstrando a covardia e a insegurança do major William Cage (Cruise) perante as forças armadas que ele próprio coordena. Na ocasião, quando o oficial contraria um superior que requer sua presença na linha de frente do exército, vemos o espelho de uma sociedade hierarquizada e marginalizadora. Prova disso é a constante associação de guerra a heroísmo feita pelo sargento Farrel (Bill Paxton) a fim de robotizar os soldados, não bastasse a submissão destes ao uso massificado de “supertrajes”.
Com referências visuais a 'Matrix Revolutions' (2003) no embate armado, e a 'O Resgate do Soldado Ryan' (1998) na alocação praiana, é em 'Elysium' (2013) que 'No Limite' encontrará semelhanças estruturais: no segundo ato de ambas as películas, a crítica social é subposta à ação. Isso não significa, porém, que a conduta de Liman se torne leviana como a de Blookamp, haja vista, no presente projeto, a predominância de uma natureza blockbuster desde o trailer. O que se sucede à introdução, de fato, é a construção de uma trama autêntica pautada na jogabilidade dos games. [...]
O filme tem até boas interpretações, - especialmente as de Andy Serkis e Naomi Watts - mas o roteiro é fraquíssimo, o tom é forçado, a CGI é aquém para a época, e a duração é desnecessariamente longa. Resultado: foco demais em personagens irrelevantes e de menos na interação Ann-Kong
Impreciso e contraditório. Tenta transmitir maturidade, citando a todo instante o "mundo real", quando é apenas uma sucessão de acontecimentos improváveis, e, convenhamos, incoerentes.
Febre do Rato
4.0 657Daqueles que você termina e não sabe descrever ao certo o que está sentindo. É riso, liberdade, tédio, mazela... E também angústia, sexo, realidade e poesia. Orgânico, quebradiço. Irandhir Santos em sua melhor performance.
Trabalhar Cansa
3.6 209O trabalho dignifica o homem?
Quando Eu Era Vivo
2.9 323Um bom terror psicológico, mas durante mais da metade da trama, não consegui me engajar nos mistérios da casa (ou da mãe) pela apatia e falta de carisma do Marat Descartes aqui. O protagonista é um tédio e eu ficava do lado do pai o tempo inteiro. Felizmente, o roteiro consegue contornar a situação elevando a importância dos outros personagens - Antônio Fagundes dá um show de atuação e o toque angelical da personagem de Sandy convém muito bem à narrativa. No fim das contas, é um achado no cinema nacional e vale a experiência.
Amor, Plástico e Barulho
3.5 75Tem seus defeitos, mas me encantou desde os primeiros minutos. De uma sensualidade, efervescência, e aconchego que recifenses e naturalizados identificarão de imediato. Maeve Jinkings, Nash Laila e as paisagens urbanas são a alma do filme. Cinema pernambucano dando orgulho.
Mate-me Por Favor
3.0 232 Assista AgoraMA-RA-VI-LHO-SO <3
O Convite
3.3 1,1KUma trama que tinha tudo para ser 5 estrelas. Todos os elementos estão lá: culto, sexualidade, morbidez, um ambiente polido e uma trilha minimalista extremamente angustiante. Mas a falta de progressão narrativa começa a incomodar lá perto dos 60 minutos, quando o enredo pede algo a mais que apenas as suspeitas do Will.
Em vez de novas pistas, o filme insiste em mostrar flashbacks e os amigos do protagonista tentando convencê-lo a não ficar isolado (repare, 99% dos personagens fizeram isso!).
Hitchcock
3.7 1,1K Assista AgoraSubestimado! Uma deliciosa adaptação de parte da vida de Hitchcock, misturando na dose certa seu relacionamento com Alma Reville e os bastidores de Psicose. É impossível não destacar a divertida cena em que o Mestre espiona a reação do público à sequência do chuveiro, bem como a carregada discussão entre o diretor e a esposa. O ponto fraco da produção foram as cenas com o psicopata Ed Gein, mas nada que estrague a experiência. As atuações estão soberbas, e apesar do título, o filme é da Helen Mirren.
Festim Diabólico
4.3 883 Assista AgoraBom filme! Após os deslocados 10 minutos iniciais, os diálogos melhoram e ficam bem orgânicos. Longos planos-sequência com um elenco bastante confortável nas filmagens comprovam o ótimo trabalho de mise-en-scène aqui. O maior infortúnio, sem dúvidas, foi James Stewart - o cara tá tão chato que eu fiquei torcendo pelo Brandon! Hahaha. Como mencionado aí embaixo, Rope "é o 12 Angry Men de Hitchcock". Recomendo.
Esquadrão Suicida
2.8 4,0K Assista Agora“Vão nos culpar por tudo. Somos os bodes expiatórios”. A frase do Pistoleiro (Will Smith) explicando a premissa de Esquadrão Suicida acaba servindo de analogia para o frisson negativo que o longa recebeu ao redor do mundo: na tela, a culpa é um encargo dos anti-heróis. Na vida real, um fardo atribuído a David Ayer. Mas ele não agiu sozinho. Após a rejeição de Batman vs. Superman, os estúdios Warner decidiram fazer refilmagens na película do diretor, alterando a montagem e parte do design de produção. Entretanto, se partirmos do princípio que a subversão do tom narrativo foi realizada em prol de um filme pop, Esquadrão até funciona – como um remendo, mas funciona.
Crítica completa em: www.wp.me/p3DUhl-12t
Entre Nós
3.6 619 Assista Agora"Que puta saudade do que somos."
Capitão América: Guerra Civil
3.9 2,4K Assista AgoraA Marvel precisa mudar a fórmula urgentemente. A estrutura de todos os filmes é a mesma. Juro que não entendi o hype deste, o tratado mal foi abordado aqui.
Rua Cloverfield, 10
3.5 1,9KAdorei! Tenho uma queda específica por suspenses psicológicos, e a atmosfera deste é extremamente envolvente, misturando tensão, comodidade e alívios cômicos na dose certa. Ponto pra Trachtenberg. Além das atuações, a trilha e a montagem estão super eficientes aqui - esta última, o grande trunfo do filme. O maior aspecto negativo é a súbita mudança de gênero no 3º ato. Como disse o Tiago Belotti do canal Meus Dois Centavos, o filme finaliza com um tiro no próprio pé em nome de uma decisão de Marketing.
Sem mencionar aqueles fucking aliens do capiroto. Um pesadelo pra quem tem tripofobia, mal consegui olhar.
Além disso, eu fiquei curioso pra saber mais sobre a menina que o Howard manteve em cativeiro antes, e o porquê de ele ter mentido sobre a filha.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista Agora"The good part about frontier justice is it’s very thirst quenching. The bad part is it’s apt to be wrong, as right. (...) The real difference is me: the hangman. To me it doesn’t matter what you did. When I hang you, I will get no satisfaction from your death; it’s my job. I hang you in Red Rock, I move onto the next town, I hang someone else there. The man who pulls the lever that breaks your neck will be a dispassionate man. And that dispassion is the very essence of justice. For justice delivered without dispassion, is always in danger of not being justice.”
Cidades de Papel
3.0 1,3K Assista AgoraPoderia ter sido pleno em todos os aspectos se não tivesse transformando o 2º ato em uma comédia adolescente. Ainda assim, o filme me surpreendeu. Não é uma história sobre Margo e seus enigmas, afinal... É sobre Quentin e seu amadurecimento. Preciso ler o livro.
Maze Runner: Prova de Fogo
3.4 1,2K Assista AgoraComo o 2º livro é terrivelmente mal escrito, devo admitir: aqui, Wes Ball, roteiristas e atores fizeram milagre.
Lembranças
3.7 2,7KCréditos pelo drama familiar. De resto, filme fraco - perderam uma grande oportunidade de explorar o tema da morte, fazendo do roteiro uma salada mista. Além disso, o romance soa forçado, vide a ausência de química entre os atores e de apuro na Edição. Quanto ao final, convenhamos: não contribui em nada para o enredo do longa. Esperava mais.
Uma Noite de Crime: Anarquia
3.5 1,2K Assista AgoraAbsurdamente constrangido com o didatismo desse filme. Sim. Além de ter um péssimo desenrolar, substituindo o clima de suspense do 1º longa por sequências de ação gratuitas, "Anarchy" ainda passa dos limites em subestimar a inteligência do espectador. Óbvio, comum e decepcionante.
Dois Lados do Amor
3.4 244"Um casal perdido em torno de si. Ele, objetivo, busca na esposa um ponto de apoio para seguir em frente. Ela, mais introspectiva, despedaça-se em pequenos fragmentos de si mesma, encontrando na fuga uma possível solução para reunir seus cacos. Será o sentimento – ou o que resta dele – capaz de amparar uma relação abalada por circunstâncias mordazes?
Originalmente lançado em duas partes, uma sob a perspectiva de Conor (James McAvoy) e outra, sob a de Eleanor (Jessica Chastain), o filme compila ambos os pontos de vista para assegurar uma distribuição comercialmente mais viável nos cinemas, contando uma história que não é propriamente de amor, mas sobre o amor. Sobre seus encontros e desencontros. Sobre homem e mulher em busca de suas próprias identidades.
Apesar de se vender como mais inovador do que realmente é, o longa, inspirado numa canção dos Beatles sem necessariamente reproduzi-la em sua narrativa, consegue realizar-se plenamente dentro de sua singeleza. Seu grande trunfo é o roteiro envolvente, despretensioso e que dispensa explicações detalhadas – Ned Benson não deseja rotular sua obra como melodramática, e confia às interpretações do elenco a tarefa de nos pôr, implicitamente, a par dos acontecimentos.
Abrangente, o foco da película mescla o abalo amoroso às implicações ocorridas no círculo social do casal. Embora, aqui, a maioria dos coadjuvantes tenha espaço para brilhar, os maiores destaques da categoria são Ciarán Hinds e Viola Davis, respectivamente o pai de Conor e a professora de Eleanor. Cabe a eles, inesperadamente, dar o maior suporte emocional a cada um dos protagonistas, respondendo a seus anseios (que também são do espectador), fundamentados na incerteza de como agir dali em diante. A verdade é que a vida não possui um manual, tampouco um jeito certo de ser vivida.
O desfecho, ao som da faixa original 'No Fate Awaits Me', é um das melhores momentos da metragem. Acompanhar os passos de Conor e Eleanor é como reviver parte do nosso passado – os questionamentos sobre as adversidades afetivas, ou a simples ilusão de, vez ou outra, atribuir ao acaso a função de delimitar nossas vidas. Tomamos consciência da importância das escolhas. Afinal, afora os fatores externos, os maiores responsáveis pelo nosso destino, adivinhe, somos nós mesmos."
Gostou da crítica? Curta e comente no Contracenário: http://wp.me/p3DUhl-11R
www.fb.com/contracenario
Ruby Sparks - A Namorada Perfeita
3.8 1,4K"Alguém poderia ler este livro e achar que é mágica, mas se apaixonar é um ato de magia. Assim como escrever. (...) Todo escritor pode testemunhar, no estado mais afortunado e feliz, que as palavras não vêm de você, mas passam através de você. Ela veio a mim integralmente... Eu apenas tive a sorte de estar aqui para recebê-la."
O Abutre
4.0 2,5K Assista Agora"A maneira mais clara de ilustrar essa realidade, Lou, que captura o verdadeiro espírito de quem somos, é pensar no nosso noticiário como sendo uma mulher aos berros, correndo pela rua com a garganta cortada."
No Limite do Amanhã
3.8 1,5K Assista AgoraAcompanhando uma constante tendência do gênero sci-fi, 'No Limite do Amanhã' é ambientado numa Terra invadida por alienígenas, cujos habitantes, vulneráveis, estão prestes a ser subjugados. A premissa, saturada e amplamente conhecida no universo cinematográfico (vide 'Guerra dos Mundos', também estrelado por Tom Cruise), regride as expectativas do público mais exigente, que já se prepara para ver fórmulas prontas e pouco inovadoras na sessão. Surpreendentemente, nada disso se concretiza – a exposição inicial do clichê como alicerce da narrativa acaba fornecendo ao diretor Doug Liman plena liberdade para explorar as minúcias do enredo, resultando num trabalho competente que mostra, pouco a pouco, a que veio.
Com sagacidade, o filme elucida a convencional maneira americana de resolver os problemas – mediante repressão bélica (“É isso que fazemos”) -, para logo em seguida disparar sua crítica, demonstrando a covardia e a insegurança do major William Cage (Cruise) perante as forças armadas que ele próprio coordena. Na ocasião, quando o oficial contraria um superior que requer sua presença na linha de frente do exército, vemos o espelho de uma sociedade hierarquizada e marginalizadora. Prova disso é a constante associação de guerra a heroísmo feita pelo sargento Farrel (Bill Paxton) a fim de robotizar os soldados, não bastasse a submissão destes ao uso massificado de “supertrajes”.
Com referências visuais a 'Matrix Revolutions' (2003) no embate armado, e a 'O Resgate do Soldado Ryan' (1998) na alocação praiana, é em 'Elysium' (2013) que 'No Limite' encontrará semelhanças estruturais: no segundo ato de ambas as películas, a crítica social é subposta à ação. Isso não significa, porém, que a conduta de Liman se torne leviana como a de Blookamp, haja vista, no presente projeto, a predominância de uma natureza blockbuster desde o trailer. O que se sucede à introdução, de fato, é a construção de uma trama autêntica pautada na jogabilidade dos games. [...]
Crítica completa em: http://cinetoscopio.com.br/2014/06/14/no-limite-do-amanha-doug-liman-2014/
King Kong
3.3 999 Assista AgoraO filme tem até boas interpretações, - especialmente as de Andy Serkis e Naomi Watts - mas o roteiro é fraquíssimo, o tom é forçado, a CGI é aquém para a época, e a duração é desnecessariamente longa. Resultado: foco demais em personagens irrelevantes e de menos na interação Ann-Kong
(até o romance com o roteirista é priorizado).
Kick-Ass 2
3.6 1,8K Assista AgoraImpreciso e contraditório. Tenta transmitir maturidade, citando a todo instante o "mundo real", quando é apenas uma sucessão de acontecimentos improváveis, e, convenhamos, incoerentes.
(o vilão é forçado; as pessoas morrem e ninguém parece se importar; o filme perde o rumo momentaneamente e vira comédia romântica teen etc.).
A Outra História Americana
4.4 2,2K Assista AgoraPerfeito. Só queria saber se
a citação utilizada na conclusão de Danny é de Martin Luther King ou Abraham Lincoln.