Johnson

Eu fico atormentado em saber como tem gente que não se incomodou com esse filme e(pior!) sentiu falta de violência. Eu tenho medo dessas pessoas.
O plausibilidade do roteiro aqui é provavelmente a coisa menos importante. O que o Haneke quer é acabar com os clichés que banalizam a violência. Ele não dá espaço para que você concretize o que esperava do filme (BINGO!) porque ele sabe que a maioria das pessoas esperava mais um filme com tripas e pleuras a amostra, com todas as fórmulas já conhecidas, como foi postado já algumas vezes aí embaixo.
[SPOILERS]
O Haneke subverte tudo: o primeiro personagem a morrer é uma criança, é a mulher quem dá o apoio moral, a faca que você passou o filme todo esperando pra que fosse usada no final não serve para absolutamente nada.
Quando o filme parece concordar com os desejos do telespectador (quando a Anna pega a arma e atira), o que Haneke faz? Faz com que um dos personagens use um controle remoto demonstrando que esse é um jogo que você não pode ganhar.

[FIM DOS SPOILERS]

O que o Haneke faz é tomar um rumo totalmente contrário ao do Tarantino, porque este último faz com que a violência pareça cool, enquanto o primeiro quer demonstrar justamente como a violência é o contrário de cool.
É por isso que muitos aqui não gostaram, este não é um filme de entreteninmento. É um filme filosófico e INCRIVELMENTE PERTUBADOR.

Tão pertubador que eu, em hipótese alguma, vou assisti-lo de novo. Mesmo tendo-o como um filme muito bom.

Hilário, dramático, melancólico, comovente e surpreendente.

Lindo filme, lindo.

Deviam passar esse filme em reformatórios, pros delinqüentes compreenderem como a bondade é uma coisa bonita.