Indicado ao Oscar de filme estrangeiro no ano de 1998, O Que é Isso, Companheiro é um thriller político baseado no sequestro do embaixador dos Estados Unidos Charles Elbrick. Ocorrido durante a ditadura militar, em 1969, pelos grupos guerrilheiros Ação da Libertação Nacional (ALN) e Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8), o sequestro pedia a libertação 15 presos políticos, o que acabou acontecendo. Dirigido com mão leve por Bruno Barreto, o mesmo de Dona Flor e Seus 2 Maridos, o filme encena 4 dias do acontecimento, do planejamento à ação - Fernando Gabeira, autor do livro homônimo que originou o filme, é um dos sequestradores. Interpretado por Pedro Cardoso, é a mente lúcida entre jovens idealistas e militantes dogmáticos, elo principal entre sequestradores e sequestrado. Os atores transmitem bem a carga dramática dos personagens, entre eles Fernanda Torres, Matheus Nachtergaele, Marco Ricca e Cláudia Abreu. Interessante vê-los tão jovens, em início de carreira. Com tema tão sensível e pesado, o filme se equilibra entre o estado repressor e os dilemas dos sequestradores, tentando manter distância, sem tomar partido. Engraçado que um diretor tão promissor como Bruno Barreto hoje ganha a vida dirigindo comédias bobas, desperdiçando talento.
Louco pra assistir, mas, infelizmente, não vai estrear em Santos amanhã, dia 21. Não entendo o motivo já que o filme tem sido muito comentado e elogiado. Quem sabe estreie na próxima semana.
Priscilla, o filme, é todo centrado na ex-esposa de Elvis Presley. Ela está praticamente em todas as cenas. Além de ser a personagem principal, a história também é contada sob seu ponto de vista. Baseado em Elvis e Eu, livro coescrito pela própria e dirigido e roteirizado por Sofia Coppola, o filme não é nada simpático ao cantor, maior ídolo de sua época, marco de uma geração. Enquanto Priscila é uma doce e ingênua garota do Texas, Elvis é egocêntrico, machista, controlador, drogado. Abusava de seu carisma e poder para controlá-la e, ao mesmo tempo, obedecia aos comandos do empresário e do pai. Loucamente apaixonada, ela era um brinquedo nas mãos do cantor, um objeto, um porto seguro quando precisasse de um. Priscila, fascinada por esse mundo de fantasia, dormindo com o homem mais desejado do planeta, vivia insatisfeita. Construído sob o prisma feminino, o filme mostra bem isso. É possível que tudo seja mesmo verdadeiro: Elvis era autodestrutivo e as pessoas ao seu redor deviam sofrer as consequências.
A continuação de Duna, saga que deve ter mais um filme e só, tem as mesmas características do filme anterior sem o frescor da novidade: cenas grandiosas, diálogos sisudos, graves, efeitos especiais espetaculares, muita violência e adrenalina. Felizmente a edição permite ao espectador acompanhar a história. O diretor Denis Villeneuve, autor de belíssimos filmes (Sicário, A Chegada, Blade Renner 2049), gosta de grandes desafios e tem talento de sobra. Eu assisti a continuação sem me envolver com os personagens e a história, senti um misto de admiração e tédio. Prefiro ficção científica mais calcada na realidade, tipo 2021, e não sou tão fã de aventuras intergalácticas. Não que Duna seja uma. É um mundo próprio criado pelo autor Frank Hebert onde os seres do deserto desse mundo são árabes e as famílias reais são britânicas (rsssss)
O filme levou 58 mil pessoas ao cinema só na quinta, o brasileiro médio curte o tipo de humor. Acho ótimo. Quanto mais bilheteria os filmes brasileiros fizerem, melhor.
Uma coisa que me incomodou no filme são os personagens falando em inglês, alguns com sotaque italiano. Seria tão mais convincente italianos falando italiano...
Para quem curte humor escrachado e popularesco, o que não é meu caso, Os Farofeiros 2 tem tudo para agradar. Sequência da comédia de grande sucesso, o filme, pelo menos, é muito bem produzido e conta com atores carismáticos, com exceção da sem graça Danielle Winits, cuja personagem só reclama e grita. A história se passa na Bahia e é narrada por crianças. O filme, por sinal, se passaria por filme infantil não fossem algumas cenas mais picantes. Alguns críticos reclamaram do humor politicamente incorreto, lembrando esquetes de Zorra Total e A Praça É Nossa. O experiente roteirista Paulo Cursino e o diretor Roberto Santucci, donos de alguns dos maiores sucessos da retomada, sabem o que fazem, não fariam um filme como esse se não soubessem de seu potencial.
Ficção Americana é um filme agradável, leve, embora trate de um tema importante. Está mais para comédia do que drama. O roteiro ridiculariza os clichês, os estereótipos do que é ser negro nos Estados Unidos e como são retratados pela literatura e pela mídia. O personagem principal, um escritor erudito, professor universitário, se nega a oferecer o que o sistema impõe e, de brincadeira, escreve um livro com os clichês e estereótipos que rechaça. O problema é que o inesperado acontece. O filme não se aprofunda no tema e mescla situações improváveis com outras bem sérias. Apesar disso diverte e nos faz refletir. Em cartaz na Prime Vídeo.
Com o brasileiro Gabriel Leone no elenco, o filme Ferrari conta um período curto da vida de Enzo Ferrari, criador, junto com a esposa Laura: ambos construíram uma das mais conhecidas empresas automobilísticas, famosa pelos carros de corrida. Na época em que o filme se passa, final dos anos 50, as corridas eram extremamente perigosas, muitos pilotos morriam e a culpa recaía sobre as construtoras dos carros. O filme, dirigido pelo veterano Michael Mann, é um drama salpicado de aventura. A história se concentra no trio amoroso esposa/amante/marido e nas relações entre Enzo e seus pilotos. É um bom filme que peça pelos efeitos nada grandiosos. Me incomodou os personagens italianos falarem inglês e não a língua nativa.
Cinematografia de um dos maiores ícones da música, o primeiro vindo de um país periférico a tornar-se astro mundial, One Love se vale de uma história riquíssima, dos clássicos compostos e cantados por Bob Marley e de um grande investimento para brindar o espectador com uma obra eficiente, sem brilhantismo. Ancorado na beleza e carisma do ator britânico Kingsley Ben-Adir, o diretor norte-americano Reinaldo Marcus Green concentra a história do momento em que o cantor sofre um atentado antes de se apresentar em Kingston, capital da Jamaica, ao retorno na tentativa de unir um país em guerra de gangues e dividido politicamente. Nesse meio tempo grava, na Inglaterra, Exodus, considerado um dos maiores álbuns pops de todos os tempos . O filme é um drama pessoal, ocupa-se das relações entre Bob, esposa e filhos, entre ele e os membros do The Wailers, grupo que o acompanhou desde o início, entre ele e o empresário e pouco se preocupa em explicar os conflitos dentro do país e as decisões de Bob em consequência desses conflitos. Mas talvez o principal tema do filme seja mesmo a influência da religião Rastafári no comportamento, composições e maneira de encarar sua curta vida e profissão, que ele via como uma missão na terra.
Alguém pode me explicar a cena do bilhete? Foi deixado pela empregada? O que será que continha? E as maçãs espalhadas pelo campo onde os judeus presos faziam travalhos forçados? É mostrado como se fosse um sonho.
Como falar do nazismo sem cair no lugar comum e não repetir o que já foi filmado? Talvez essa tenha sido a maior preocupação do diretor britânico Jonathan Glazer. Inspirado em livro homônimo de Martin Amis, também britânico, felizmente o filme é falado na língua original alemã, com atores alemães. Sóbrio, com interpretações naturalistas e trilha sonora pontual, é como se o espectador espiasse as ações pelo buraco da fechadura, de longe, sem se envolver. O horror não é mostrado, é intuído, e as pessoas se comportam naturalmente, como se estivessem fazendo um trabalho comum e não matando milhares de pessoas em câmaras de gás. A eficiência dos funcionários é recompensada. Como classificou Hannah Arendt, a banalidade do mal. Algo semelhante aconteceu durante a escravidão. Ação e conivência são recompensadas. Não há catarse. O filme foi indicado a 5 merecidos Oscars.
O Que é Isso, Companheiro?
3.8 341 Assista AgoraIndicado ao Oscar de filme estrangeiro no ano de 1998, O Que é Isso, Companheiro é um thriller político baseado no sequestro do embaixador dos Estados Unidos Charles Elbrick. Ocorrido durante a ditadura militar, em 1969, pelos grupos guerrilheiros Ação da Libertação Nacional (ALN) e Movimento Revolucionário 8 de Outubro (MR8), o sequestro pedia a libertação 15 presos políticos, o que acabou acontecendo. Dirigido com mão leve por Bruno Barreto, o mesmo de Dona Flor e Seus 2 Maridos, o filme encena 4 dias do acontecimento, do planejamento à ação - Fernando Gabeira, autor do livro homônimo que originou o filme, é um dos sequestradores. Interpretado por Pedro Cardoso, é a mente lúcida entre jovens idealistas e militantes dogmáticos, elo principal entre sequestradores e sequestrado. Os atores transmitem bem a carga dramática dos personagens, entre eles Fernanda Torres, Matheus Nachtergaele, Marco Ricca e Cláudia Abreu. Interessante vê-los tão jovens, em início de carreira. Com tema tão sensível e pesado, o filme se equilibra entre o estado repressor e os dilemas dos sequestradores, tentando manter distância, sem tomar partido. Engraçado que um diretor tão promissor como Bruno Barreto hoje ganha a vida dirigindo comédias bobas, desperdiçando talento.
Pérola
3.5 27Estranho que esse filme tenha passado batido nas bilheterias. Acabou de ganhar prêmio na França. Eu amei a peça.
Dona Lurdes: O Filme
3.2 22Regina Casé, atriz fenomenal!
Saudosa Maloca
3.4 16Achei que o filme, apesar de estreia restrita, em poucas cidades, fosse levar bom público ao cinema. Não entrou no top 10 do Brasil.
Dona Lurdes: O Filme
3.2 22Amo a Regina Casé!!
Saudosa Maloca
3.4 16Louco pra assistir, mas, infelizmente, não vai estrear em Santos amanhã, dia 21. Não entendo o motivo já que o filme tem sido muito comentado e elogiado. Quem sabe estreie na próxima semana.
Saudosa Maloca
3.4 16Povo votando sem ver o filme....
Priscilla
3.4 169 Assista AgoraPriscilla, o filme, é todo centrado na ex-esposa de Elvis Presley. Ela está praticamente em todas as cenas. Além de ser a personagem principal, a história também é contada sob seu ponto de vista. Baseado em Elvis e Eu, livro coescrito pela própria e dirigido e roteirizado por Sofia Coppola, o filme não é nada simpático ao cantor, maior ídolo de sua época, marco de uma geração. Enquanto Priscila é uma doce e ingênua garota do Texas, Elvis é egocêntrico, machista, controlador, drogado. Abusava de seu carisma e poder para controlá-la e, ao mesmo tempo, obedecia aos comandos do empresário e do pai. Loucamente apaixonada, ela era um brinquedo nas mãos do cantor, um objeto, um porto seguro quando precisasse de um. Priscila, fascinada por esse mundo de fantasia, dormindo com o homem mais desejado do planeta, vivia insatisfeita. Construído sob o prisma feminino, o filme mostra bem isso. É possível que tudo seja mesmo verdadeiro: Elvis era autodestrutivo e as pessoas ao seu redor deviam sofrer as consequências.
Saudosa Maloca
3.4 16Estreia dia 21, finalmente. Louco pra ver!!
Duna: Parte 2
4.3 659A continuação de Duna, saga que deve ter mais um filme e só, tem as mesmas características do filme anterior sem o frescor da novidade: cenas grandiosas, diálogos sisudos, graves, efeitos especiais espetaculares, muita violência e adrenalina. Felizmente a edição permite ao espectador acompanhar a história. O diretor Denis Villeneuve, autor de belíssimos filmes (Sicário, A Chegada, Blade Renner 2049), gosta de grandes desafios e tem talento de sobra. Eu assisti a continuação sem me envolver com os personagens e a história, senti um misto de admiração e tédio. Prefiro ficção científica mais calcada na realidade, tipo 2021, e não sou tão fã de aventuras intergalácticas. Não que Duna seja uma. É um mundo próprio criado pelo autor Frank Hebert onde os seres do deserto desse mundo são árabes e as famílias reais são britânicas (rsssss)
Os Farofeiros 2
3.0 28O filme levou 446 mil espectadores ao cinema, uma ótima notícia. Torço para que mais pessoas vejam filmes brasileiros.
Os Farofeiros 2
3.0 28O filme levou 58 mil pessoas ao cinema só na quinta, o brasileiro médio curte o tipo de humor. Acho ótimo. Quanto mais bilheteria os filmes brasileiros fizerem, melhor.
Ferrari
3.3 94 Assista AgoraUma coisa que me incomodou no filme são os personagens falando em inglês, alguns com sotaque italiano. Seria tão mais convincente italianos falando italiano...
Os Farofeiros 2
3.0 28Para quem curte humor escrachado e popularesco, o que não é meu caso, Os Farofeiros 2 tem tudo para agradar. Sequência da comédia de grande sucesso, o filme, pelo menos, é muito bem produzido e conta com atores carismáticos, com exceção da sem graça Danielle Winits, cuja personagem só reclama e grita. A história se passa na Bahia e é narrada por crianças. O filme, por sinal, se passaria por filme infantil não fossem algumas cenas mais picantes. Alguns críticos reclamaram do humor politicamente incorreto, lembrando esquetes de Zorra Total e A Praça É Nossa. O experiente roteirista Paulo Cursino e o diretor Roberto Santucci, donos de alguns dos maiores sucessos da retomada, sabem o que fazem, não fariam um filme como esse se não soubessem de seu potencial.
Ficção Americana
3.8 383 Assista AgoraFicção Americana é um filme agradável, leve, embora trate de um tema importante. Está mais para comédia do que drama. O roteiro ridiculariza os clichês, os estereótipos do que é ser negro nos Estados Unidos e como são retratados pela literatura e pela mídia. O personagem principal, um escritor erudito, professor universitário, se nega a oferecer o que o sistema impõe e, de brincadeira, escreve um livro com os clichês e estereótipos que rechaça. O problema é que o inesperado acontece. O filme não se aprofunda no tema e mescla situações improváveis com outras bem sérias. Apesar disso diverte e nos faz refletir. Em cartaz na Prime Vídeo.
Ferrari
3.3 94 Assista AgoraCom o brasileiro Gabriel Leone no elenco, o filme Ferrari conta um período curto da vida de Enzo Ferrari, criador, junto com a esposa Laura: ambos construíram uma das mais conhecidas empresas automobilísticas, famosa pelos carros de corrida. Na época em que o filme se passa, final dos anos 50, as corridas eram extremamente perigosas, muitos pilotos morriam e a culpa recaía sobre as construtoras dos carros. O filme, dirigido pelo veterano Michael Mann, é um drama salpicado de aventura. A história se concentra no trio amoroso esposa/amante/marido e nas relações entre Enzo e seus pilotos. É um bom filme que peça pelos efeitos nada grandiosos. Me incomodou os personagens italianos falarem inglês e não a língua nativa.
Os Farofeiros 2
3.0 28Será que vai fazer o mesmo sucesso do anterior? Pensando se vou conferir ou não....
Levante
3.7 9Depois de tantos prêmios, imaginei que esse filme teria maior repercussão na mídia e no público...
Levante
3.7 9Queria muito ver, mas não estreou em Santos.
Bob Marley: One Love
3.2 136Cinematografia de um dos maiores ícones da música, o primeiro vindo de um país periférico a tornar-se astro mundial, One Love se vale de uma história riquíssima, dos clássicos compostos e cantados por Bob Marley e de um grande investimento para brindar o espectador com uma obra eficiente, sem brilhantismo. Ancorado na beleza e carisma do ator britânico Kingsley Ben-Adir, o diretor norte-americano Reinaldo Marcus Green concentra a história do momento em que o cantor sofre um atentado antes de se apresentar em Kingston, capital da Jamaica, ao retorno na tentativa de unir um país em guerra de gangues e dividido politicamente. Nesse meio tempo grava, na Inglaterra, Exodus, considerado um dos maiores álbuns pops de todos os tempos . O filme é um drama pessoal, ocupa-se das relações entre Bob, esposa e filhos, entre ele e os membros do The Wailers, grupo que o acompanhou desde o início, entre ele e o empresário e pouco se preocupa em explicar os conflitos dentro do país e as decisões de Bob em consequência desses conflitos. Mas talvez o principal tema do filme seja mesmo a influência da religião Rastafári no comportamento, composições e maneira de encarar sua curta vida e profissão, que ele via como uma missão na terra.
Betânia
1Estreou no Festival de Berlim.
Zona de Interesse
3.6 601 Assista AgoraAlguém pode me explicar a cena do bilhete? Foi deixado pela empregada? O que será que continha? E as maçãs espalhadas pelo campo onde os judeus presos faziam travalhos forçados? É mostrado como se fosse um sonho.
Saudosa Maloca
3.4 16Saiu o trailer...
Zona de Interesse
3.6 601 Assista AgoraComo falar do nazismo sem cair no lugar comum e não repetir o que já foi filmado? Talvez essa tenha sido a maior preocupação do diretor britânico Jonathan Glazer. Inspirado em livro homônimo de Martin Amis, também britânico, felizmente o filme é falado na língua original alemã, com atores alemães. Sóbrio, com interpretações naturalistas e trilha sonora pontual, é como se o espectador espiasse as ações pelo buraco da fechadura, de longe, sem se envolver. O horror não é mostrado, é intuído, e as pessoas se comportam naturalmente, como se estivessem fazendo um trabalho comum e não matando milhares de pessoas em câmaras de gás. A eficiência dos funcionários é recompensada. Como classificou Hannah Arendt, a banalidade do mal. Algo semelhante aconteceu durante a escravidão. Ação e conivência são recompensadas. Não há catarse. O filme foi indicado a 5 merecidos Oscars.