Em termos de continuação, não é ruim, pois retoma bem algumas questões importantes de 2001. Faz até umas homenagens bacanas.
Algumas cenas do espaço são lindíssimas, mas não têm tanto tempo de tela, pois esse filme não tem a proposta de ser contemplativo - como o do Kubrick.
No entanto, é um filme de altos e baixos. Sempre que o roteiro fica instigante, os sofríveis diálogos fazem questão de estragar os momentos.
No começo, achei que o protagonista seria bem desenvolvido, por conta da imersão que temos na vida particular dele, com a família. Mas isso passa a ser pontuado de modo brega na trama.
Ah, mas cenas de interação entre soviéticos e americanos conseguem ser definitivamente ridículas. Pior do que elas, são as outras piadinhas que saem da boca dos personagens.
A parte do roteiro que se dedica à ficção científica até que e bacana, volto a dizer.
Não é totalmente condenável, não é totalmente ruim, mas é desnecessário.
A trama desse filme não me pegou. Apesar disso, Nicholas Ray foi um diretor que sempre se dedicou às problemáticas sociais. A pobreza das famílias italianas vivendo nos EUA do começo do século XX; os bairros pobres, cheios de violência; as inquietudes de um jovem desajustado socialmente; a ineficência do sistema carcerário e o preconceito são bem inseridos no roteiro. No entanto, não achei um filme tão envolvente como outros trabalhos do diretor. Mas vale conferir, sim.
A falta de talento de Lucien fica evidente durante toda a narrativa. No entanto, o filme demonstra o quão importante ele fora como incentivador dos colegas. Infelizmente Carr acabou por ganhar sua maior fama graças ao violento crime que cometera.
Com direção bastante competente e atuações razoáveis, o filme tem um ritmo que flui bem. Os momentos em que a poesia recebe destaque merecem elogios. Apesar de não ser um grande filme, é interessante acompanhar esse momento da vida dos então desconhecidos e jovens Ginsberg, Burroughs e Kerouac.
O cenário musical da década de 1970 tinha os grandes nomes da indústria do rock n' roll como pilares para a formação sociocultural de boa parte da juventude da época. Bandas como Black Sabbath, Led Zeppelin, Ziggy Stardust and The Spiders From Mars (de David Bowie), Lynyrd Skynyrd e músicos como Bob Dylan e Elton John eram os principais expoentes de um movimento que dava continuidade ao movimento hippie dos anos 1960 (que surgira como consequência da ideologia da famosa Geração Beat do Estados Unidos) - que arrastava multidões por onde passava. Com isso, as pessoas envolvidas nesse cenário, com extravagâncias e veia artística, pareciam mais como grandes personagens fictícios. Quase Famosos (Almost Famous), filme semi-autobiográfico dirigido por Cameron Crowe, lançado no ano 2000, emula bem a essência de uma época bastante representativa da história. Com o crescente sucesso do rock, as revistas de jornalismo especializado gradativamente ganharam mais notoriedade. A maior delas é, desde a década representada no longa de Crowe, é a Rolling Stone - que tem grande importância no enredo. Inspirado em uma história da adolescência do próprio Cameron Crowe, Quase Famosos acompanha o período da vida de William Miller, um menino que, ao ganhar a coleção de discos da irmã, torna-se um grande fã de música - mais especificamente dos gêneros folk e rock. Depois de quatro anos escutando muito material, estudando e escrevendo resenhas por prazer, William, com apenas 15 anos de idade, agarra a oportunidade de trabalhar para a revista Rolling Stone. Seu primeiro trabalho: acompanhar a turnê Almost Famous '73 da banda Stillwater. Situações absurdas acontecem ao longo da viagem, que passa por diversas cidades. Um dos maiores acertos em Quase Famosos é, sem dúvidas, na questão estética: os designers de arte e produção caracterizaram fielmente todos os aspectos o cenário da década de 1970. As roupas, os penteados, os objetos, as fotos, os cenários... tudo é fielmente reproduzido. O elemento que também ajuda bastante na ambientação da película é a trilha sonora. Uma seleção de grandes sucessos da década retratada, cuidadosamente escolhida, faz com que a experiência cinematográfica seja ainda mais imersiva. A direção de fotografia, no entanto, não é muito inventiva. De modo geral, é uma direção "quadrada" - o que significa que não há significativos experimentalismos de linguagem. Isso não chega a ser um defeito, apesar de tudo. A trama é muito bem construída: todos os arcos que envolvem os personagens principais e secundários se fecham adequadamente, do início ao fim. O ponto alto do filme são os personagens. A banda fictícia Stillwater funciona como uma espécie de alegoria alusiva aos músicos de rock dos anos 1970 - brincando com mitos que cerca os grandes astros da época. Todos os personagens têm uma clara evolução ao longo da trama. Destaque para a complexa Penny Lane (muito bem interpretada por Kate Hudson, indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante e vencedora do Globo de Ouro desta categoria); o protagonista William também é muito bem trabalhado, com sentimentos e motivações bem definidas. Os participantes da história são acompanhados tão de perto que, mesmo com os diversos artifícios narrativos utilizados, criam uma espécie de vínculo com o espectador. Quase Famosos merecidamente tornou-se um cult entre os apreciadores da música setentista e os estudantes de jornalismo. É um longa-metragem que marca o espectador por seu clima envolvente. O clima de mistura entre realidade e ficção faz com que se tenha vontade de ouvir as canções da Stillwater e compartilhar um pouquinho desse universo tão bem caracterizado.
Fiz um pequeno texto sabre o James Dean, apontando-o como um verdadeiro marco para a cultura popular e juventude da década de 1950:
Na década de 1950, em pleno pós-guerra, não somente o mundo, mas as artes passavam por diversas transições. O surgimento da cultura popular ganhava mais evidência às massas e os públicos-alvo de obras cinematográficas mudavam gradualmente. Revelaram-se ao longo desses 10 anos na história mundial diversos novos movimentos e ícones populares e artísticos. Nas telas do cinema novas preocupações surgiam nos tempos em que a humanidade passava a encarar questões interpessoais e com maior profundidade. A juventude passou a ganhar espaço no protagonismo de filmes que marcariam célebres carreiras e que ainda persistem como intocáveis referências. Diretores como Ingmar Bergman, László Benedek, Elia Kazan e Nicholas Ray revelavam em suas obras, através das atemporais problemáticas juvenis, profundas reflexões que refletiam as realidades sociais da época e que atualmente persistem na realidade de muitos jovens. Em 1954 Marlon Brando era considerado o maior ícone da juventude nas telonas. No entanto, ele já era considerado velho demais pelo famoso e polêmico cineasta Nicholas Ray. Portanto, a escolha para estrelar longa Juventude Transviada foi outra: James Bryon Dean, que estava cada vez chamando mais atenção e havia surpreendido estrelando Vidas Amargas (East of Eden), do aclamado e incontestável Elia Kazan. O jovem escolhido estava rapidamente despontando rumo a se tornar um ícone cultural da desilusão adolescente e do distanciamento social. Já havia provocado ótimas impressões no teatro e em performances diante das câmeras. Com estilo único e que priorizava a liberdade criativa do improviso para incorporar a atuar, Dean fora revelado ao cinema por Elia Kazan, que também revelara Marlon Brando e que era reconhecido como um dos fundadores do lendário Actors Studio. Quando Vidas Amargas foi lançado em 16 de maio de 1955, Juventude Transviada ainda estava em fase de produção. James Dean realmente foi destaque e fez com que a juventude da época se identificasse com as questões do protagonista Cal Trask. As filmagens do segundo filme protagonizado pelo jovem foram um sucesso. Nicholas Ray decidiu então escolher Dean para atuar em um longa de mais de 3 horas de duração: Assim Caminha a Humanidade, que foi lançado em 10 de outubro de 1955. Originalmente chamado de Giant, Assim Caminha a Humanidade acompanha um rancheiro milionário do Texas e a refinada Bick Benedict. Eles se casam, mas ela não se entende muito bem com a irmã de seu novo marido e, ao mesmo tempo, ganha a admiração do jovem ambicioso Jett Rink (James Dean), que passa por uma grande reviravolta. Ao longo dos anos, cresce a rivalidade entre Bick e Jett e a sorte de todos está prestes a mudar. Dean também teve ótimo desempenho no terceiro filme. Em vários momentos da longa projeção ele simplesmente rouba a cena com o carisma transpassado no seu jeito de interpretar. Assim que as gravações de Assim Caminha a Humanidade tinham terminado, James imediatamente retornou à sua rotina, que curiosamente era refletida em seus principais papéis: galanteador, de personalidade forte e com grande ligação com a velocidade. James era famoso por ser um rapaz simples, que, apesar de muito apresso aos hábitos de leitura e amor incondicional pela sétima arte, não negava participar de boas festas. Uma das cenas mais lembradas de Juventude Transviada mostra um insana disputa de carros em direção à queda de um penhasco. O desafio colocado entre os dois jovens que disputavam entre si: "o primeiro a saltar do carro, é um 'frangote'". Então, passa-se em tela uma brilhante sequência que exalta a velocidade e a alta tensão. Não é acaso que essa seja uma das cenas mais lembradas do filme, que teve a criação do roteiro se baseando em uma pequena história sobre disputa de gangues de jovens, tendo apenas a sequência do duelo de carros. A Warner comprou esta idéia e, apenas depois, se desenvolveu a trama. Seus dois últimos filmes ainda estavam na fase de pós-produção quando James Dean morreu em um acidente de carro, às 17h45 do dia de 30 de setembro de 1955. A colisão frontal aconteceu na interseção de duas estradas estaduais, a 46 e a 41, perto da cidade de Cholame, na Califórnia, a aproximadamente 300 km de Los Angeles. Duas horas depois de ter recebido uma multa por alta velocidade, James pilotava Porsche 550 Spyder prateado, que tinha o apelido de "Little Bastard" (literalmente traduzível como "Pequeno Bastardo"). Quando Assim Caminha a Humanidade estrou, a juventude norte-americana ainda estava profundamente abalada com a inesperada morte do ator. O lançamento foi em 10 de outubro de 1955. Mas o maior sucesso da carreira de Dean foi mesmo Juventude Transviada. Originalmente titulado como Rebel Without a Cause, o longa metragem de drama lançado em 26 de outubro de 1955 é o último filme estrado pelo então ícone em explosiva ascensão James Dean e é considerado o seu maior sucesso cinematográfico. Sinopse do filme: Jim Stark é um jovem problemático e, por sua causa, os pais se mudam de uma cidade para outra, até se fixarem em Los Angeles. Certo dia, ele é preso por embriaguez e desordem, e conhece outros dois jovens com pequenos delitos. Após ser libertado, tenta se aproximar de Judy, mas cria rivalidade com o namorado da moça, com trágicas consequências. James Dean foi batizado de "o rebelde da América" por Ronald Reagan também ator e mais tarde presidente dos Estados Unidos. Além disso, na cerimônia de celebração do Oscar de 1956 James Dean foi o primeiro ator a receber uma indicação póstuma como "Melhor Ator". Em 1999, o American Film Institute classificou-o como o 18º maior astro masculino do cinema da Era de Ouro de Hollywood em sua lista 100 Anos... 100 Estrelas.
Bela cinebiografia em formato de falso documentário. A direção é muito dinâmica aqui e a montagem ajuda a fazer com que o espectador mantenha o interesse no longa. A atuação de Dustin Hoffman é, como sempre, incrível - crível, aliás. Lenny Bruce, pelo visto, fazia mesmo críticas muito construtivas para a sociedade através de um humor explicitamente provocante. É interessante notar como os textos apresentados no show tinham relação com os eventos que lhe aconteceram. Por isso, tive a impressão do filme se tratar, também, de como um artista constrói sua obra (ou texto, no caso) conforme o que está inserido na sua realidade - uma válvula de escabe tão grande que Lanney tornou-se quase obscecado em contar, não só seus pontos de vistas sobre a sociedade america da época, mas também o que lhe incomodava na vida pessoal.
Quando parece que o filme está caminhando para alguma direção interessante, ele retrocede totalmente. Quando parece iniciar boas reflexões através do humor, sobre temas como solidão, amor, ou críticas sociais (machismo e a imbecilização provocada por um jornalismo feito porcamente), alguma situação constrangedoramente infantil acontece.
Apesar da direção competente e da bela fotografia e do roteiro autobiográfico, o filme é bastante errastado em certos momentos. A Isabelle Huppert, no entanto, é maravilhosa - além da atuação impecável (com destaque para as crises da personagem), ela é sempre linda na tela.
AMOR! Isso o Tommy tem. E acredito que quando se ridicularia uma obra de arte, não se está reconhecendo os esforços do artista. É esse o espírito que o James Franco captou (em O Artista do Desaste). Compreensível. O filme é muito ruim, de fato. Mas não complemente. O grande problema aqui é que o Tommy achou que somente vontade e grana fariam um filme. Com isso, vieram os agravantes: a pressa, a falta de conhecimento técnico, as extravagâncias (...). Se o Tommy tivesse se preparado mais, acredito que o resultado não teria sido tão desastroso. Os maiores defeitos aqui são: a falta de continuidade; a iluminação em ambientes internos ruim; a trilha sonora (sem palavras... alternar entre erudito medieval em clarinete e pop meloso noventista é, no mínimo, brega); as atuações péssimas; a grandiosa dificuldade do filme achar o seu TOM... Mas não consegui rir muito, como alguns colegas riram. Agora vai uma teoria que fiquei repetindo diversas vezes na minha cabeça:
Acredito que o Tommy tenha escrito esse roteiro, como falam alguns, inspirado em algo que acontecera mesmo com ele, na sua terra natal. (Quem é artista sabe que não é muito comum ter ideias instantâneas sem buscar embasamento no que se viveu ou se viu... ainda mais quando se vomita um roteiro tão rapidamente) Acho que a morte do Johnny no fim do filme é uma metáfora. O fato do Tommy sempre desconfiar ser traído (até pelo Greg), explica os traumas que ele teve no passado envolvendo traição. Então, quando o Tommy, depois de ter tido um grande tormento emocional se muda, resolve "começar de novo". Quando perguntam sua idade, ele responde quanto tempo faz que ele começou de novo. Quando perguntam de onde ele vem, ele responde onde ele começou de novo. Dá para perceber que tem muito do Tommy no Johnny.
É divertido, tem boas piadas... mas enjoa na metade. Acaba se tornando muito previsível. Tem um humor bacana: faz paródias inteligentes e descaradas, além de fazer mortes parecerem hilárias. Gostei da variedade de figurinos e cenários - faz a produção soar mais interessante. Mas como disse, cansa depois que a trama se torna cíclica e previsível e as piadas são repetidas. Vale para sessão da tarde cult, no máximo.
Interessante como a interpretação ruim de Ami Tomite (como Kyoko) se trona boa, enquanto a direção vai ousando cada vez mais ao longo do filme. É um filme que incomoda. Não serve para mero entretenimento. Durante a projeção, como não sabia absolutamente nada sobre o filme, pensei em diversas interpretações possíveis para as mais variadas cenas e passagens do longa. O fato é que é uma obra questionadora. É difícil de digerir, mas interessante. Talvez o maior erro por parte do diretor tenha sido o fato da sua pretensão ter se tornado evidente demais, alegórica e forçada. No mais, é um bom filme para pensar - mas nenhuma obra prima.
Genial como Godard acabou justamente fazendo o contrário do que se espera: em cenas de diálogos e/ou de pequenos cenários ele utilizou diversas vezes cortes que não são nem um pouco usuais para as situações - que estética (!). Gostei como em alguns movimentos dos atores ou de câmera, se tem um corte bastante abruto. Bacana. Contrastando com isso, em diversas cenas externas, que poderiam ter cortes, ele preferiu por deixar os planos rodando um pouco mais - como se nos levasse para um passeio em Paris. A trilha sonoro jazzística também é muuuito boa. Dá tensão quando deve dar, com os bateristas tocando em compassos complicados e acelerados... relaxa quando é a hora certa. Para ser sincero, não achei os personagens lá grande coisa... ambos têm pontos bacanas, assim como tem pontos forçadamente irritantes. Aliás, apesar de não ser muito complexo, o roteiro do François Truffaut é um deleite que completa bem a direção do Godard. Muito interessante. Vale tanto como arte quanto como entretenimento, na minha opinião (apesar do ritmo poder ser cansativo para alguns).
Gostei. Adorei a direção - é bem competente na fotografia e nos cortes. Não gostei da trilha sonora... achei nada cativante - apesar de em alguns momentos captar bem o "espírito sessentista". As atuações são boas... mas o que move tudo é o roteiro - mesmo com algumas situações que eu considerei um pouco bobas. A história não tem exatamente um estrutura de "início-meio-fim'', mas sim uma sucessão de eventos que levam até um ponto inesperado - e é isso que o prende o espectador. Bruno é um personagem que fascina, pois instiga-nos a tentar entender quais suas reais intensões e o que ele esconde - e isso, no fim das contas, (sem 'spoilers') não cumpre muito bem as expectativas. O final deixa uma reflexão, que vale a experiência - apesar de um tanto previsível.
Alguém sabe aonde posso encontrar outros filmes desses diretores (para assistir ou baixar)? Gostei bastante de Good Time, mas percebi que é difícil encontrar os outros filmes dos irmãos. Para não violar qualquer termo, podem enviar inbox pelo Facebook. Obrigado desde já.
O conto dirigido pelo Scorsese é o melhor. Além da trama interessante e reflexiva, o diretor intercala muito bem tomadas de câmera estática e tomadas em que a câmera se movimenta em giro. Além disso, o modo como o diretor utilizou a trilha sonora é maravilhoso. A trilha praticamente dá tom ao curta.
O conto que foi dirigido por Coppola se torna cansativo depois de cinco minutos - quando a intensão e a mensagem já se tornam evidentes demais (sendo que depois disso, os mesmos argumentos são repetidos de maneira cansativa com variações mínimas e desnecessárias). A direção não ousa. A trama não ousa.
O conto dirigido por Woody Allen me arrancou risadas. A atuação do Allen como ator aqui foi melhor do que ele costuma apresentar (por conta do personagem não ser aquele neurótico de sempre, e precisar de mais expressão). Isso não significa que fora um bom curta - é, regular. A história começa muito promissora, mas acaba desandando bastante.
Eu gosto muito mais do tipo de suspense utilizado no primeiro filme: tem bem menos mortes, mas elas são mais dramatizadas - ao ponto de você esperar ainda mais tenso a ação acontecer. Essa continuação é mais agressiva no quesito fotográfico da coisa, mas não me agrada tanto, fazendo com que as mortes fiquem muito mais banalizadas e previsíveis. Gosto do modo como no primeiro filme o Michael cria tensão lentamente nas suas vítimas ao mesmo tempo em que o espectador não abe bem ao certo como será o assassinato - e até, em alguns momentos, se pergunta se vai acontecer ou não. Essa sequência é divertida, mas não agrega muito (exceto de explorar mais a Laurie, o que eu gostei, e o doutor Loomis) poderia ser melhor trabalhada. Eu, pessoalmente consideraria o primeiro Halloween um dos melhores filmes de terror já feitos, se as considerações envolvendo a motivação do Michael que são explicadas no 2 tivessem sido apresentadas no antecessor, e se o Michael tivesse morrido no final do primeiro longa.
É interessante como o protagonista (Chiron) é bem trabalhado, e colocado na pele de três atores diferentes, que têm o mesmo espaço para trabalhar. O filme é bastante técnico: tem alguns takes maravilhosos em que a câmera é segurada em mãos; filmagem giratória; alguns enfoques com belos fundos leitosos (macios)... Mas nada de inovador tecnicamente, mesmo sendo visualmente bonito. A proposta do filme, e o enredo, também são interessantes. O problema, é que o roteiro não é explorado com força total, mesmo com toda a poesia por trás dos acontecimentos e personagens principais. Parece que a maioria dos eventos-chave do longa são meros "McGuffin's" - ferramentas para ligar situações -, justamente por parecerem forçados. A temática por trás do filme contribui para o enriquecimento das nuances do mesmo... mas Moonlight não é nem um filme extraordinário. O longa trata sobre auto-aceitação, e ganha força com suas abordagens delicadas, mas qualquer situação de negligência poderia ser encaixada aqui. Vale lembrar que a questão das drogas é colocada de forma muito inteligente - que, talvez tenha sido uma das melhores colocações do roteiro, juntamente da sutileza que permeia boa parte dos reais argumentos da trama.
Além de retratar bem as nuances positivas e negativas dos anos 30, no ápice da Depressão, o filme trata muito bem a questão da ânsia do ser humano por se afugentar dos problemas enfrentados na realidade cotidiana, através da arte - no caso deste filme, o cinema. As situações absurdas são colocadas em tela de um modo tão agradável, que são simplesmente aceitas, e arrancam risadas durante diversas sequências - aliás, o filme parece passar bem depressa.
2010: O Ano Em Que Faremos Contato
3.2 143 Assista AgoraEm termos de continuação, não é ruim, pois retoma bem algumas questões importantes de 2001. Faz até umas homenagens bacanas.
Algumas cenas do espaço são lindíssimas, mas não têm tanto tempo de tela, pois esse filme não tem a proposta de ser contemplativo - como o do Kubrick.
No entanto, é um filme de altos e baixos. Sempre que o roteiro fica instigante, os sofríveis diálogos fazem questão de estragar os momentos.
No começo, achei que o protagonista seria bem desenvolvido, por conta da imersão que temos na vida particular dele, com a família. Mas isso passa a ser pontuado de modo brega na trama.
Ah, mas cenas de interação entre soviéticos e americanos conseguem ser definitivamente ridículas. Pior do que elas, são as outras piadinhas que saem da boca dos personagens.
A parte do roteiro que se dedica à ficção científica até que e bacana, volto a dizer.
Não é totalmente condenável, não é totalmente ruim, mas é desnecessário.
M, o Vampiro de Dusseldorf
4.3 278 Assista AgoraÉ impressionante como algumas jogadas de câmera do Fritz Lang não ficam datadas. Muito criativo para a época.
A trilha-sonora carregada pelos assovios também é um detalhe bem bacana neste longa.
Que atuação inspirada do Peter Lorre! Surpreendente.
O debate moral é a cereja do bolo nesta obra deliciosa dos tempos de cinema alemão do Fritz Lang.
O Crime não Compensa
3.8 16A trama desse filme não me pegou. Apesar disso, Nicholas Ray foi um diretor que sempre se dedicou às problemáticas sociais. A pobreza das famílias italianas vivendo nos EUA do começo do século XX; os bairros pobres, cheios de violência; as inquietudes de um jovem desajustado socialmente; a ineficência do sistema carcerário e o preconceito são bem inseridos no roteiro. No entanto, não achei um filme tão envolvente como outros trabalhos do diretor. Mas vale conferir, sim.
Versos de um Crime
3.6 666 Assista AgoraA falta de talento de Lucien fica evidente durante toda a narrativa. No entanto, o filme demonstra o quão importante ele fora como incentivador dos colegas. Infelizmente Carr acabou por ganhar sua maior fama graças ao violento crime que cometera.
Com direção bastante competente e atuações razoáveis, o filme tem um ritmo que flui bem. Os momentos em que a poesia recebe destaque merecem elogios. Apesar de não ser um grande filme, é interessante acompanhar esse momento da vida dos então desconhecidos e jovens Ginsberg, Burroughs e Kerouac.
Quase Famosos
4.1 1,4K Assista AgoraMinha crítica sobre o filme:
O cenário musical da década de 1970 tinha os grandes nomes da indústria do rock n' roll como pilares para a formação sociocultural de boa parte da juventude da época. Bandas como Black Sabbath, Led Zeppelin, Ziggy Stardust and The Spiders From Mars (de David Bowie), Lynyrd Skynyrd e músicos como Bob Dylan e Elton John eram os principais expoentes de um movimento que dava continuidade ao movimento hippie dos anos 1960 (que surgira como consequência da ideologia da famosa Geração Beat do Estados Unidos) - que arrastava multidões por onde passava. Com isso, as pessoas envolvidas nesse cenário, com extravagâncias e veia artística, pareciam mais como grandes personagens fictícios. Quase Famosos (Almost Famous), filme semi-autobiográfico dirigido por Cameron Crowe, lançado no ano 2000, emula bem a essência de uma época bastante representativa da história.
Com o crescente sucesso do rock, as revistas de jornalismo especializado gradativamente ganharam mais notoriedade. A maior delas é, desde a década representada no longa de Crowe, é a Rolling Stone - que tem grande importância no enredo.
Inspirado em uma história da adolescência do próprio Cameron Crowe, Quase Famosos acompanha o período da vida de William Miller, um menino que, ao ganhar a coleção de discos da irmã, torna-se um grande fã de música - mais especificamente dos gêneros folk e rock. Depois de quatro anos escutando muito material, estudando e escrevendo resenhas por prazer, William, com apenas 15 anos de idade, agarra a oportunidade de trabalhar para a revista Rolling Stone. Seu primeiro trabalho: acompanhar a turnê Almost Famous '73 da banda Stillwater. Situações absurdas acontecem ao longo da viagem, que passa por diversas cidades.
Um dos maiores acertos em Quase Famosos é, sem dúvidas, na questão estética: os designers de arte e produção caracterizaram fielmente todos os aspectos o cenário da década de 1970. As roupas, os penteados, os objetos, as fotos, os cenários... tudo é fielmente reproduzido.
O elemento que também ajuda bastante na ambientação da película é a trilha sonora. Uma seleção de grandes sucessos da década retratada, cuidadosamente escolhida, faz com que a experiência cinematográfica seja ainda mais imersiva.
A direção de fotografia, no entanto, não é muito inventiva. De modo geral, é uma direção "quadrada" - o que significa que não há significativos experimentalismos de linguagem. Isso não chega a ser um defeito, apesar de tudo.
A trama é muito bem construída: todos os arcos que envolvem os personagens principais e secundários se fecham adequadamente, do início ao fim.
O ponto alto do filme são os personagens. A banda fictícia Stillwater funciona como uma espécie de alegoria alusiva aos músicos de rock dos anos 1970 - brincando com mitos que cerca os grandes astros da época. Todos os personagens têm uma clara evolução ao longo da trama. Destaque para a complexa Penny Lane (muito bem interpretada por Kate Hudson, indicada ao Oscar de melhor atriz coadjuvante e vencedora do Globo de Ouro desta categoria); o protagonista William também é muito bem trabalhado, com sentimentos e motivações bem definidas. Os participantes da história são acompanhados tão de perto que, mesmo com os diversos artifícios narrativos utilizados, criam uma espécie de vínculo com o espectador.
Quase Famosos merecidamente tornou-se um cult entre os apreciadores da música setentista e os estudantes de jornalismo. É um longa-metragem que marca o espectador por seu clima envolvente. O clima de mistura entre realidade e ficção faz com que se tenha vontade de ouvir as canções da Stillwater e compartilhar um pouquinho desse universo tão bem caracterizado.
Juventude Transviada
3.9 546 Assista AgoraFiz um pequeno texto sabre o James Dean, apontando-o como um verdadeiro marco para a cultura popular e juventude da década de 1950:
Na década de 1950, em pleno pós-guerra, não somente o mundo, mas as artes passavam por diversas transições. O surgimento da cultura popular ganhava mais evidência às massas e os públicos-alvo de obras cinematográficas mudavam gradualmente. Revelaram-se ao longo desses 10 anos na história mundial diversos novos movimentos e ícones populares e artísticos.
Nas telas do cinema novas preocupações surgiam nos tempos em que a humanidade passava a encarar questões interpessoais e com maior profundidade. A juventude passou a ganhar espaço no protagonismo de filmes que marcariam célebres carreiras e que ainda persistem como intocáveis referências.
Diretores como Ingmar Bergman, László Benedek, Elia Kazan e Nicholas Ray revelavam em suas obras, através das atemporais problemáticas juvenis, profundas reflexões que refletiam as realidades sociais da época e que atualmente persistem na realidade de muitos jovens.
Em 1954 Marlon Brando era considerado o maior ícone da juventude nas telonas. No entanto, ele já era considerado velho demais pelo famoso e polêmico cineasta Nicholas Ray. Portanto, a escolha para estrelar longa Juventude Transviada foi outra: James Bryon Dean, que estava cada vez chamando mais atenção e havia surpreendido estrelando Vidas Amargas (East of Eden), do aclamado e incontestável Elia Kazan.
O jovem escolhido estava rapidamente despontando rumo a se tornar um ícone cultural da desilusão adolescente e do distanciamento social. Já havia provocado ótimas impressões no teatro e em performances diante das câmeras.
Com estilo único e que priorizava a liberdade criativa do improviso para incorporar a atuar, Dean fora revelado ao cinema por Elia Kazan, que também revelara Marlon Brando e que era reconhecido como um dos fundadores do lendário Actors Studio.
Quando Vidas Amargas foi lançado em 16 de maio de 1955, Juventude Transviada ainda estava em fase de produção. James Dean realmente foi destaque e fez com que a juventude da época se identificasse com as questões do protagonista Cal Trask.
As filmagens do segundo filme protagonizado pelo jovem foram um sucesso. Nicholas Ray decidiu então escolher Dean para atuar em um longa de mais de 3 horas de duração: Assim Caminha a Humanidade, que foi lançado em 10 de outubro de 1955.
Originalmente chamado de Giant, Assim Caminha a Humanidade acompanha um rancheiro milionário do Texas e a refinada Bick Benedict. Eles se casam, mas ela não se entende muito bem com a irmã de seu novo marido e, ao mesmo tempo, ganha a admiração do jovem ambicioso Jett Rink (James Dean), que passa por uma grande reviravolta. Ao longo dos anos, cresce a rivalidade entre Bick e Jett e a sorte de todos está prestes a mudar.
Dean também teve ótimo desempenho no terceiro filme. Em vários momentos da longa projeção ele simplesmente rouba a cena com o carisma transpassado no seu jeito de interpretar.
Assim que as gravações de Assim Caminha a Humanidade tinham terminado, James imediatamente retornou à sua rotina, que curiosamente era refletida em seus principais papéis: galanteador, de personalidade forte e com grande ligação com a velocidade.
James era famoso por ser um rapaz simples, que, apesar de muito apresso aos hábitos de leitura e amor incondicional pela sétima arte, não negava participar de boas festas.
Uma das cenas mais lembradas de Juventude Transviada mostra um insana disputa de carros em direção à queda de um penhasco. O desafio colocado entre os dois jovens que disputavam entre si: "o primeiro a saltar do carro, é um 'frangote'". Então, passa-se em tela uma brilhante sequência que exalta a velocidade e a alta tensão.
Não é acaso que essa seja uma das cenas mais lembradas do filme, que teve a criação do roteiro se baseando em uma pequena história sobre disputa de gangues de jovens, tendo apenas a sequência do duelo de carros. A Warner comprou esta idéia e, apenas depois, se desenvolveu a trama.
Seus dois últimos filmes ainda estavam na fase de pós-produção quando James Dean morreu em um acidente de carro, às 17h45 do dia de 30 de setembro de 1955. A colisão frontal aconteceu na interseção de duas estradas estaduais, a 46 e a 41, perto da cidade de Cholame, na Califórnia, a aproximadamente 300 km de Los Angeles.
Duas horas depois de ter recebido uma multa por alta velocidade, James pilotava Porsche 550 Spyder prateado, que tinha o apelido de "Little Bastard" (literalmente traduzível como "Pequeno Bastardo").
Quando Assim Caminha a Humanidade estrou, a juventude norte-americana ainda estava profundamente abalada com a inesperada morte do ator. O lançamento foi em 10 de outubro de 1955.
Mas o maior sucesso da carreira de Dean foi mesmo Juventude Transviada. Originalmente titulado como Rebel Without a Cause, o longa metragem de drama lançado em 26 de outubro de 1955 é o último filme estrado pelo então ícone em explosiva ascensão James Dean e é considerado o seu maior sucesso cinematográfico. Sinopse do filme: Jim Stark é um jovem problemático e, por sua causa, os pais se mudam de uma cidade para outra, até se fixarem em Los Angeles. Certo dia, ele é preso por embriaguez e desordem, e conhece outros dois jovens com pequenos delitos. Após ser libertado, tenta se aproximar de Judy, mas cria rivalidade com o namorado da moça, com trágicas consequências.
James Dean foi batizado de "o rebelde da América" por Ronald Reagan também ator e mais tarde presidente dos Estados Unidos. Além disso, na cerimônia de celebração do Oscar de 1956 James Dean foi o primeiro ator a receber uma indicação póstuma como "Melhor Ator". Em 1999, o American Film Institute classificou-o como o 18º maior astro masculino do cinema da Era de Ouro de Hollywood em sua lista 100 Anos... 100 Estrelas.
Lenny
4.0 45Bela cinebiografia em formato de falso documentário. A direção é muito dinâmica aqui e a montagem ajuda a fazer com que o espectador mantenha o interesse no longa. A atuação de Dustin Hoffman é, como sempre, incrível - crível, aliás. Lenny Bruce, pelo visto, fazia mesmo críticas muito construtivas para a sociedade através de um humor explicitamente provocante. É interessante notar como os textos apresentados no show tinham relação com os eventos que lhe aconteceram. Por isso, tive a impressão do filme se tratar, também, de como um artista constrói sua obra (ou texto, no caso) conforme o que está inserido na sua realidade - uma válvula de escabe tão grande que Lanney tornou-se quase obscecado em contar, não só seus pontos de vistas sobre a sociedade america da época, mas também o que lhe incomodava na vida pessoal.
O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy
3.3 356 Assista AgoraQuando parece que o filme está caminhando para alguma direção interessante, ele retrocede totalmente. Quando parece iniciar boas reflexões através do humor, sobre temas como solidão, amor, ou críticas sociais (machismo e a imbecilização provocada por um jornalismo feito porcamente), alguma situação constrangedoramente infantil acontece.
Week-End à Francesa
3.8 108Caótico, experimental, quase como uma masturbação visual e intelectual. Quebra o linear e apela para a aleatoriedade. Significância? O que é moral?
Uma Relação Delicada
3.0 27Apesar da direção competente e da bela fotografia e do roteiro autobiográfico, o filme é bastante errastado em certos momentos. A Isabelle Huppert, no entanto, é maravilhosa - além da atuação impecável (com destaque para as crises da personagem), ela é sempre linda na tela.
The Room
2.3 492AMOR! Isso o Tommy tem.
E acredito que quando se ridicularia uma obra de arte, não se está reconhecendo os esforços do artista. É esse o espírito que o James Franco captou (em O Artista do Desaste). Compreensível.
O filme é muito ruim, de fato. Mas não complemente. O grande problema aqui é que o Tommy achou que somente vontade e grana fariam um filme. Com isso, vieram os agravantes: a pressa, a falta de conhecimento técnico, as extravagâncias (...). Se o Tommy tivesse se preparado mais, acredito que o resultado não teria sido tão desastroso.
Os maiores defeitos aqui são: a falta de continuidade; a iluminação em ambientes internos ruim; a trilha sonora (sem palavras... alternar entre erudito medieval em clarinete e pop meloso noventista é, no mínimo, brega); as atuações péssimas; a grandiosa dificuldade do filme achar o seu TOM...
Mas não consegui rir muito, como alguns colegas riram.
Agora vai uma teoria que fiquei repetindo diversas vezes na minha cabeça:
Acredito que o Tommy tenha escrito esse roteiro, como falam alguns, inspirado em algo que acontecera mesmo com ele, na sua terra natal. (Quem é artista sabe que não é muito comum ter ideias instantâneas sem buscar embasamento no que se viveu ou se viu... ainda mais quando se vomita um roteiro tão rapidamente) Acho que a morte do Johnny no fim do filme é uma metáfora.
O fato do Tommy sempre desconfiar ser traído (até pelo Greg), explica os traumas que ele teve no passado envolvendo traição.
Então, quando o Tommy, depois de ter tido um grande tormento emocional se muda, resolve "começar de novo". Quando perguntam sua idade, ele responde quanto tempo faz que ele começou de novo. Quando perguntam de onde ele vem, ele responde onde ele começou de novo.
Dá para perceber que tem muito do Tommy no Johnny.
A Senhora e Seus Maridos
3.7 25É divertido, tem boas piadas... mas enjoa na metade. Acaba se tornando muito previsível. Tem um humor bacana: faz paródias inteligentes e descaradas, além de fazer mortes parecerem hilárias.
Gostei da variedade de figurinos e cenários - faz a produção soar mais interessante. Mas como disse, cansa depois que a trama se torna cíclica e previsível e as piadas são repetidas.
Vale para sessão da tarde cult, no máximo.
Anti-Porno
3.4 60 Assista AgoraInteressante como a interpretação ruim de Ami Tomite (como Kyoko) se trona boa, enquanto a direção vai ousando cada vez mais ao longo do filme.
É um filme que incomoda. Não serve para mero entretenimento. Durante a projeção, como não sabia absolutamente nada sobre o filme, pensei em diversas interpretações possíveis para as mais variadas cenas e passagens do longa. O fato é que é uma obra questionadora. É difícil de digerir, mas interessante. Talvez o maior erro por parte do diretor tenha sido o fato da sua pretensão ter se tornado evidente demais, alegórica e forçada. No mais, é um bom filme para pensar - mas nenhuma obra prima.
Acossado
4.1 510 Assista AgoraGenial como Godard acabou justamente fazendo o contrário do que se espera: em cenas de diálogos e/ou de pequenos cenários ele utilizou diversas vezes cortes que não são nem um pouco usuais para as situações - que estética (!). Gostei como em alguns movimentos dos atores ou de câmera, se tem um corte bastante abruto. Bacana.
Contrastando com isso, em diversas cenas externas, que poderiam ter cortes, ele preferiu por deixar os planos rodando um pouco mais - como se nos levasse para um passeio em Paris.
A trilha sonoro jazzística também é muuuito boa. Dá tensão quando deve dar, com os bateristas tocando em compassos complicados e acelerados... relaxa quando é a hora certa.
Para ser sincero, não achei os personagens lá grande coisa... ambos têm pontos bacanas, assim como tem pontos forçadamente irritantes.
Aliás, apesar de não ser muito complexo, o roteiro do François Truffaut é um deleite que completa bem a direção do Godard.
Muito interessante. Vale tanto como arte quanto como entretenimento, na minha opinião (apesar do ritmo poder ser cansativo para alguns).
Aquele Que Sabe Viver
4.2 26Gostei.
Adorei a direção - é bem competente na fotografia e nos cortes.
Não gostei da trilha sonora... achei nada cativante - apesar de em alguns momentos captar bem o "espírito sessentista".
As atuações são boas... mas o que move tudo é o roteiro - mesmo com algumas situações que eu considerei um pouco bobas. A história não tem exatamente um estrutura de "início-meio-fim'', mas sim uma sucessão de eventos que levam até um ponto inesperado - e é isso que o prende o espectador.
Bruno é um personagem que fascina, pois instiga-nos a tentar entender quais suas reais intensões e o que ele esconde - e isso, no fim das contas, (sem 'spoilers') não cumpre muito bem as expectativas.
O final deixa uma reflexão, que vale a experiência - apesar de um tanto previsível.
Bom Comportamento
3.8 392Alguém sabe aonde posso encontrar outros filmes desses diretores (para assistir ou baixar)? Gostei bastante de Good Time, mas percebi que é difícil encontrar os outros filmes dos irmãos. Para não violar qualquer termo, podem enviar inbox pelo Facebook. Obrigado desde já.
Aquele Sentimento de Verão
3.6 9Olá. Alguém sabe se o Mac DeMarco aparece mesmo no filme?
Contos de Nova York
3.5 267 Assista AgoraMinha opinião (resumindo rapidamente):
O conto dirigido pelo Scorsese é o melhor. Além da trama interessante e reflexiva, o diretor intercala muito bem tomadas de câmera estática e tomadas em que a câmera se movimenta em giro. Além disso, o modo como o diretor utilizou a trilha sonora é maravilhoso. A trilha praticamente dá tom ao curta.
O conto que foi dirigido por Coppola se torna cansativo depois de cinco minutos - quando a intensão e a mensagem já se tornam evidentes demais (sendo que depois disso, os mesmos argumentos são repetidos de maneira cansativa com variações mínimas e desnecessárias). A direção não ousa. A trama não ousa.
O conto dirigido por Woody Allen me arrancou risadas. A atuação do Allen como ator aqui foi melhor do que ele costuma apresentar (por conta do personagem não ser aquele neurótico de sempre, e precisar de mais expressão). Isso não significa que fora um bom curta - é, regular. A história começa muito promissora, mas acaba desandando bastante.
Esperava muito mais.
Halloween 2: O Pesadelo Continua
3.4 485 Assista AgoraEu gosto muito mais do tipo de suspense utilizado no primeiro filme: tem bem menos mortes, mas elas são mais dramatizadas - ao ponto de você esperar ainda mais tenso a ação acontecer. Essa continuação é mais agressiva no quesito fotográfico da coisa, mas não me agrada tanto, fazendo com que as mortes fiquem muito mais banalizadas e previsíveis.
Gosto do modo como no primeiro filme o Michael cria tensão lentamente nas suas vítimas ao mesmo tempo em que o espectador não abe bem ao certo como será o assassinato - e até, em alguns momentos, se pergunta se vai acontecer ou não.
Essa sequência é divertida, mas não agrega muito (exceto de explorar mais a Laurie, o que eu gostei, e o doutor Loomis) poderia ser melhor trabalhada.
Eu, pessoalmente consideraria o primeiro Halloween um dos melhores filmes de terror já feitos, se as considerações envolvendo a motivação do Michael que são explicadas no 2 tivessem sido apresentadas no antecessor, e se o Michael tivesse morrido no final do primeiro longa.
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraÉ interessante como o protagonista (Chiron) é bem trabalhado, e colocado na pele de três atores diferentes, que têm o mesmo espaço para trabalhar.
O filme é bastante técnico: tem alguns takes maravilhosos em que a câmera é segurada em mãos; filmagem giratória; alguns enfoques com belos fundos leitosos (macios)... Mas nada de inovador tecnicamente, mesmo sendo visualmente bonito.
A proposta do filme, e o enredo, também são interessantes. O problema, é que o roteiro não é explorado com força total, mesmo com toda a poesia por trás dos acontecimentos e personagens principais. Parece que a maioria dos eventos-chave do longa são meros "McGuffin's" - ferramentas para ligar situações -, justamente por parecerem forçados. A temática por trás do filme contribui para o enriquecimento das nuances do mesmo... mas Moonlight não é nem um filme extraordinário.
O longa trata sobre auto-aceitação, e ganha força com suas abordagens delicadas, mas qualquer situação de negligência poderia ser encaixada aqui.
Vale lembrar que a questão das drogas é colocada de forma muito inteligente - que, talvez tenha sido uma das melhores colocações do roteiro, juntamente da sutileza que permeia boa parte dos reais argumentos da trama.
A Rosa Púrpura do Cairo
4.1 591 Assista AgoraAlém de retratar bem as nuances positivas e negativas dos anos 30, no ápice da Depressão, o filme trata muito bem a questão da ânsia do ser humano por se afugentar dos problemas enfrentados na realidade cotidiana, através da arte - no caso deste filme, o cinema. As situações absurdas são colocadas em tela de um modo tão agradável, que são simplesmente aceitas, e arrancam risadas durante diversas sequências - aliás, o filme parece passar bem depressa.