custei a assistir esse filme porque pensava "vai ser pesado, não sei se tô pronta". e foi pesado, mas bem distante do pesado que eu esperava que fosse. tive sentimentos conflitantes ao longo de todo o filme.
é impossível não ter empatia por aquela criança que é tão nova e já está comendo o pão que o diabo amassou na mão de pessoas cuja única intenção é explorá-la. mas ao mesmo tempo, a gente discorda de todas as decisões que ela toma, tudo o que a impulsiona. achei absurdo ela se apaixonar e ficar obcecada por um homem adulto enquanto criança de 9 anos. achei absurdo como foi recíproco essa obsessão/paixão, a ponto de se arrastar por anos.
mas ao mesmo tempo eu fiquei ali envolvida e achei bonito como a coisa se deu. e a competição feminina constante me angustiou o peito e eu torci pra que tudo terminasse bem, na medida do possível. e me senti péssima por querer essas coisas, mas é aquilo: suspensão da descrença, né. outra sociedade, outra época, outro papel feminino a ser cumprido e não tinha o que fazer. era um retrato de um período e um lugar que eu nunca estive, mas que não colocaria minha mão no fogo a ponto de dizer que não replicaria os costumes. é importante ser subversiva, mas é legal só na teoria. é um filme muito bonito, a narrativa é legal. a caracterização dos personagens é boa, mas o fato de terem fingido que as particularidades japonesas não existiam, incluindo um monte de atores chineses no elenco, foi bem feio. tudo ao redor dessa produção parece gritar "outros tempos"!
a história do filme é essa família alemã bem grande que mora num casarão ao lado do campo de auschwitz porque o pai é o comandante do campo. e eles vivem a vida lá como se não passassem os dias ouvindo gritos e tiros e o barulho dos fornos queimando gente. esses sons se confundem com os sons dos pássaros e das abelhas nas flores e do cachorro latindo eventualmente. e nada acontece. a história é essa. o que acontece de relevante é tudo o que a gente não vê acontecendo enquanto eles estão perdidos em conflitos familiares bobos. as atrocidades que acontecem por trás dos muros são sufocadas pela rotina daquela família. essa rotina e os pequenos conflitos são colocados num patamar de tremenda importância porque o que a gente vê é o retrato dessa família que tá passando incólume pela guerra. é absurdo, mas provavelmente aconteceu aos montes ao redor da europa justamente dessa forma - o que torna mais absurdo ainda. o trecho final, em que a gente assiste o pessoal realizando nos dias atuais a manutenção do museu que auschwitz virou, pra mim teve o mesmo teor. salas e salas lotadas de restos de pessoas enquanto mulheres aspiram o pó do chão e limpam vidraças, engolidas pela rotina da mesma forma. só que agora com um teor de respeito.
meninas malvadas é um clássico da pré adolescência de qualquer um que tá aí com seus 20 e poucos anos e foi um ótimo momento pra fazer um reboot desse filme. mas o roteiro é igual. igual, idêntico. e o problema não é o plot ser o mesmo, isso é solução, mas a questão é que são as mesmas falas do filme original. só que cantadas. senti falta de coisas que poderiam ter sido modernizadas e não foram. não achei que o filme ganha algo por ser um musical. as músicas são ok, as performers são todas ótimas, a renée é maravilhosa, mas não acrescenta. não se tornou uma obra melhor por vir em outro formato. é cansativo também, tem quase 2h e não havia necessidade de estender tanto.
Ao passo em que eu ia assistindo, me via pensando "esse filme parece com Jackie, tem a mesma vibe" - e depois eu descobri que minha impressão fez todo sentido porque o diretor é o mesmo. Gosto muito disso, a gente identificar o trabalho de direção, porque isso significa que a personalidade da pessoa tá ali. A fotografia é belíssima belíssima. O filme é todo lindo, na verdade, os figurinos, os cenários, tudo. Mas aí, o que eu queria mesmo que fosse bom, o roteiro... ficou com deus. Não gostei do fato de que a narrativa tende mais a fazer a gente achar que ela é doida, que as conspirações contra ela são fruto da imaginação do que reais de fato. A gente sabe que, na vida real, a "Spencer" se apagou pra Diana se encaixar naquele papel em que foi inserida, e que ela foi uma pessoa extremamente solitária por conta disso. E isso faz com que a gente tenha simpatia por ela. Esse filme não deixa espaço pra simpatia. Só pra pena. E isso eu achei de certo modo desrespeitoso com a memória da pessoa, que existiu e deixou um legado. Vi umas resenhas dizendo que a Kristen se apagou enquanto pessoa pra dar vida à Diana e eu nem acho ela uma atriz tão ruim assim, mas dá pra vê-la ali, não foi isso tudo não. Os trejeitos que imprimem o auge da caracterização da Diana em qualquer obra estão todos lá, mas forçados, meio Elis Regina da Andreia Horta, sabe? Não é pra tanto, gente, calma um pouquinho. Ainda acho que a melhor caracterização da Diana, mesmo que a Naomi Watts não tenha sido terrível, foram as duas atrizes que a interpretaram em The Crown.
Alguém avisa pra JK que ela NÃO É roteirista? Fui sem expectativas nenhuma; não vi trailer, não li sinopse, nada. O que foi bom porque criar esperanças sobre a execução dos filmes dessa saga é um tiro no próprio pé. Pra começar,
"Os segredos de Dumbledore" é um título que te leva a erro - é UM segredo, ele nem é do Alvo (afinal a gente já sabia que ele era apaixonado pelo Grindewald) e é IRRELEVANTE, porque no fim das contas o Credence está morrendo e ele saber quem pariu ou deixou de parir ele aos 45 do segundo tempo causou zero impacto. O Credence existir nesse filme causou zero impacto, na real; é um personagem que você simplesmente não consegue ver profundidade nas motivações.
Vários personagens foram desperdiçados aqui (o Teseu, o Kowalski, o Yusuf, a Tina, a Vicência...); a cena em Hogwarts é puro fan service, não acrescenta coisa alguma ao todo; a narrativa política paralela é mega interessante, mas não explorada; o contexto político e social da Europa fim dos anos 20-início dos anos 30 é IGNORADO (sendo que no filme 2 a gente teve um vislumbre no discurso do Grindewald sobre uma guerra jamais vista -
aliás, ele tinha os mesmos mecanismos pra prever o futuro? Não faz o menor sentido isso
)... Já falei que a JK não é roteirista?? As cenas de "luta", por algum motivo inexplicável, ocorrem em paralelo à realidade que a gente vê na tela, como se os personagens abrissem uma porta rapidinho pra ninguém ser dano colateral de nada. Eu jamais vi isso em HP e honestamente não entendi a necessidade disso existir aqui. A gente tem um ator que fez Dark no elenco desse filme, e aproveitando pra fazer um paralelo aqui, não houve justificativa pra mudança na aparência do Grindewald. Seria ok dizer que foi a idade, mas aí precisariam envelhecer ou trocar o Jude Law e não fariam isso porque ele entrega um ótimo Dumbledore. Poderiam justificar o desgaste provocado no corpo pela magia das trevas, como fizeram com o Jonas e as viagens no tempo em Dark, mas a real é que o personagem do Grindewald é muito mais político (um político racista - brasileiros can relate-, mas ainda assim político) do que tenebroso nível Voldemort. E a DESGRAÇA dos animais fantásticos são simples recursos do roteiro pra tentar fazer a história andar - a cena de resgate do Teseu é a síntese disso, não leva ninguém a lugar nenhum. Embora eu tenha esculachado o filme inteiro aqui, tenho que dizer que no todo ele ainda é melhor que o segundo - mas isso não o transforma em um filme bom.
Na vibe de reassistir a saga pra chegar com a mente fresquinha no cinema pro terceiro filme eu dei play com a lembrança de que não tinha gostado da primeira vez que vi. Spoiler: continuo não gostando na segunda. Eu particularmente acho que fui iludida pelo destaque dos animais fantásticos como ponto central do primeiro filme e queria ver mais deles com contexto no segundo. Até porque, CONVENHAMOS, o nome da saga é esse. Mas não, isso tudo foi só uma desculpa da JK pra revisitar o universo, pra amarrar possíveis pontas soltas, pra sugar nosso dinheiro, pra não deixar a magia morrer. Que ódio euzinha caindo na lábia dela. Enxergo Harry Potter como um universo muito bem construído, sem pontas soltas no final, com personagens bem desenvolvidos e vilões com justificativa tal qual o Thanos. Não posso dizer o mesmo de Animais Fantásticos. A bonita tá futucando coisa que não tinha a menor necessidade de ser futucada, thank you very much. Dito isso, sou obrigada a parafrasear Choque de Cultura porque isso aqui, Harry Potter sem Harry Potter, é mesmo golpe.
Despretensiosamente triste de doer. A vibe do filme te engana. A surrealidade da força motriz (um cara cuja beleza literalmente mata) te faz esquecer que ele é um adolescente e foi uma criança que desde cedo lidou com a morte e isso é pesadíssimo. Só que só é pesado na teoria; a execução da ideia, o andamento da história, te faz encarar a morte como um processo inevitável, pacífico e até bonito. Tudo muito perturbador, delicinha pra uma tarde de domingo, adorei.
Tu olha assim o filme despretensiosamente, como quem não quer nada, e acha que vai assistir uma puta obra conceitual e profunda, sobre um amor intenso e avassalador. O amor retratado é intenso? É, pelo caminho percorrido. É avassalador? É também, parando pra pensar no desfecho. Mas parece que faltou alguma coisa, sabe? Não dá pra entender muito bem como o casal se tornou um casal com tantas nuances quanto a obra se propôs a apresentar. Eles se olham e PÁ corta pra próxima cena: os dois transando no banheiro. Amores avassaladores de uma noite só são perfeitamente críveis, mas esse não durou uma noite só e eu queria uma construção de personagens mais rica.
Que RAIVA dessa desgraça desse filme. Lá pra reta final me vi chorando feito idiota porque amados... se você tem histórias pendentes ou mal acabadas ele BATE, muito bem batido. Não é um clichê adolescente comum, mesmo que não se exima de ser clichê de qualquer forma. Tem um ritmo gostoso, uma trilha sonora delicinha, e boas atuações - até mesmo da Lili, que eu não gosto muito. Dramas desnecessários? Sim, mas quem, quando adolescente, não achou que o mundo ia acabar, não é mesmo? Medo de assistir de novo e chorar mais.,
Gostei pra caramba de como o filme faz a gente de trouxa, nos dando histórias que soam críveis, pela narrativa, mas que possuem elementos tão absurdos que duvidamos do nosso próprio conceito lógico. E é bem bonito também, visualmente e no texto, que muitas vezes soa bastante poético.
Entendam: nem sempre uma história ruim é contada de maneira ruim, com elementos pobres e sem qualidade visual. Acho que esse é bem o caso com esse filme, primeiro de uma provável trilogia, tal qual o livro em que se baseia. A trilha sonora é tão boa quanto a do seu primo distante americano, 50 tons, a fotografia do filme, quase que inteiramente filmado na Itália, é linda de morrer, com paisagens que fazem a gente ir pesquisar passagem e hotel na Sicília na mesma hora. E verdade seja dita, sem entrar no mérito de ser ou não um bom ator (embora eu ache que ele fez um bom trabalho com o que lhe foi proposto), o protagonista é lindo de morrer, e na quarentena a gente quer limpar os olhos sim, paciência. Mas é só, também. É um romance problemático e mal construído, que não aceita esse status de ser problemático. A gente consegue enxergar tranquilamente que se trata de uma síndrome de Estocolmo à lá "A Bela e a Fera" da Disney, mas em outra escala. E romantizar relacionamento abusivo hoje em dia não passa batido. Então se a pessoa for dar play completamente ciente desses aspectos, sem passar pano, dá pra engolir enquanto entretenimento barato.
Dá pra entender nos primeiros minutos de filme porque Blade Runner virou um clássico cult. Eu assisti o final cut depois de entender toda a polêmica da produção e entendi porque o Ridley Scott insistiu tanto em ter sua versão exposta. Ainda assim, não é um filme perfeito - e todo mundo sabia disso lá atrás, quando a versão dos produtores saiu nos cinemas e flopou. O que absorvi de positivo foi o background da história (pelo que eu entendi, é uma obra inspirada no livro do Philip, não uma adaptação), a fotografia que é bem bonita (apesar de o filme ser escuro demais), e a trilha sonora que é impecável, casando perfeitamente com o que nos é contado. Mas uma obra não se sustenta só de aspectos técnicos (Mad Max Fury Road tá aí pra mostrar isso). Com a introdução escrita no começo do filme a gente entende do que se trata. Contudo, algumas coisas parecem estar lá de forma a agradar quem está familiarizado com o universo, e não de forma a apresenta-lo. E daí a história de fato se desenrola de maneira um pouco confusa. O tal diálogo marcante e histórico no fim do filme só me atingiu depois que ele acabou, me deixando com a impressão de que o filme estava se levando a sério demais de um jeito não necessariamente crível (mas isso é uma questão pessoal, não torna o diálogo ruim ou menos profundo naquele contexto). Muitas coisas ficaram nas entrelinhas da história, pra fechar um arco redondo, então é perfeitamente compreensível gente que achou o filme chato, e isso não significa que eles queriam o plot de bandeja, mas com o jeito que foi exposto, a sensação é a de que faltou alguma coisa.
Comecei Still Alice já receosa. Alzheimer não é um assunto fácil de abordar, acredito que tenha que ter uma sensibilidade muito grande para se tratar o tema. As sutilezas dos diretores já no início do filme, introduzindo a doença, foram fantásticas. E a Julianne de verdade mereceu o Oscar. A doença é deveras desgastante e é impressionante o contraste entre a Alice de antes e a de depois! Você é convencido pela forma que a doença toma conta dela e de sua memória e isso foi incrível. E bem impactante também. Não dei cinco estrelas por culpa de uns flashbacks meio nada a ver com o resto e a marcação do tempo, que não é definida, e pelo filme ser curto (pouco mais de uma hora e meia), isso ter me confundido um pouco. Não sei quando se passou uma semana ou um mês, exceto quando, raramente, os próprios personagens citam isso. Não é um filme pra passar o tempo. É um filme pra refletir a instabilidade da vida e pra te fazer valorizar mais as próprias memórias. Belíssimo.
Ontem mesmo antes de eu ir ao cinema li uma crítica sobre Cidades de Papel onde disseram que ele era muito melhor que ACEDE. Depois que saí do cinema, achei meio equivocada a comparação. Só porque ambas histórias saíram da mesma mente não significa que elas falam dos mesmo assuntos. ACEDE é sobre o amor e suas tragédias, e Cidades de Papel é sobre amizade e o reconhecimento de si mesmo. O trio principal tem uma química incrível e a sala inteira ria nos momentos mais cômicos. Mas como eu li por aí, realmente a Cara não parece um dos personagens principais, mas a Margo está em todas as cenas, mesmo que não pessoalmente, e é ela e todo o seu mistério que impulsionam a história. A Cara, com sua atuação até que bacana, não mais do que isso, cumpriu bem o papel. Sobre o final, apesar de plausível, foi meio morno. Esperava alguma outra coisa, mas não sei dizer bem o quê. Bom filme no geral, típica comédia de verão. Ah, e boa trilha sonora também!
Ainda estou sem palavras, mesmo depois de dias desde que vi esse filme! A Pixar foi brilhante (mais uma vez). Divertida Mente é de uma sutileza absurda, e você fica olhando pra tela, maravilhado, vendo os sentimentos se bagunçando na torre de comando e os resultados disso na Riley, sabendo exatamente o que isso causa nela e o quão desesperador é pra quem assiste de fora (os pais dela, nós, inclusive!). É uma ideia tão genial e ao mesmo tempo tão simples... Sério, é incrível. ASSISTAM! <3
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Memórias de uma Gueixa
4.1 1,4K Assista Agoracustei a assistir esse filme porque pensava "vai ser pesado, não sei se tô pronta". e foi pesado, mas bem distante do pesado que eu esperava que fosse.
tive sentimentos conflitantes ao longo de todo o filme.
é impossível não ter empatia por aquela criança que é tão nova e já está comendo o pão que o diabo amassou na mão de pessoas cuja única intenção é explorá-la. mas ao mesmo tempo, a gente discorda de todas as decisões que ela toma, tudo o que a impulsiona.
achei absurdo ela se apaixonar e ficar obcecada por um homem adulto enquanto criança de 9 anos. achei absurdo como foi recíproco essa obsessão/paixão, a ponto de se arrastar por anos.
mas ao mesmo tempo eu fiquei ali envolvida e achei bonito como a coisa se deu. e a competição feminina constante me angustiou o peito e eu torci pra que tudo terminasse bem, na medida do possível.
e me senti péssima por querer essas coisas, mas é aquilo: suspensão da descrença, né. outra sociedade, outra época, outro papel feminino a ser cumprido e não tinha o que fazer. era um retrato de um período e um lugar que eu nunca estive, mas que não colocaria minha mão no fogo a ponto de dizer que não replicaria os costumes. é importante ser subversiva, mas é legal só na teoria.
é um filme muito bonito, a narrativa é legal. a caracterização dos personagens é boa, mas o fato de terem fingido que as particularidades japonesas não existiam, incluindo um monte de atores chineses no elenco, foi bem feio.
tudo ao redor dessa produção parece gritar "outros tempos"!
Nunca Diga Seu Nome
2.2 470 Assista Agorapodia ser pior. mas podia ser melhor também. a loirinha é PÉSSIMA atriz, chega a doer assistir. mas a história tinha potencial.
Zona de Interesse
3.6 603 Assista Agoraa história do filme é essa família alemã bem grande que mora num casarão ao lado do campo de auschwitz porque o pai é o comandante do campo. e eles vivem a vida lá como se não passassem os dias ouvindo gritos e tiros e o barulho dos fornos queimando gente. esses sons se confundem com os sons dos pássaros e das abelhas nas flores e do cachorro latindo eventualmente.
e nada acontece. a história é essa.
o que acontece de relevante é tudo o que a gente não vê acontecendo enquanto eles estão perdidos em conflitos familiares bobos. as atrocidades que acontecem por trás dos muros são sufocadas pela rotina daquela família. essa rotina e os pequenos conflitos são colocados num patamar de tremenda importância porque o que a gente vê é o retrato dessa família que tá passando incólume pela guerra.
é absurdo, mas provavelmente aconteceu aos montes ao redor da europa justamente dessa forma - o que torna mais absurdo ainda.
o trecho final, em que a gente assiste o pessoal realizando nos dias atuais a manutenção do museu que auschwitz virou, pra mim teve o mesmo teor. salas e salas lotadas de restos de pessoas enquanto mulheres aspiram o pó do chão e limpam vidraças, engolidas pela rotina da mesma forma. só que agora com um teor de respeito.
Meninas Malvadas
3.1 186 Assista Agorameninas malvadas é um clássico da pré adolescência de qualquer um que tá aí com seus 20 e poucos anos e foi um ótimo momento pra fazer um reboot desse filme.
mas o roteiro é igual.
igual, idêntico. e o problema não é o plot ser o mesmo, isso é solução, mas a questão é que são as mesmas falas do filme original. só que cantadas. senti falta de coisas que poderiam ter sido modernizadas e não foram.
não achei que o filme ganha algo por ser um musical. as músicas são ok, as performers são todas ótimas, a renée é maravilhosa, mas não acrescenta. não se tornou uma obra melhor por vir em outro formato.
é cansativo também, tem quase 2h e não havia necessidade de estender tanto.
Pecado Original
3.4 381 Assista AgoraMeio arrastado, roteiro meia boca, mas menina... O Antonio Banderas era UMA COISA, sinceramente. Fui pega desprevenida.
Spencer
3.7 569 Assista AgoraAo passo em que eu ia assistindo, me via pensando "esse filme parece com Jackie, tem a mesma vibe" - e depois eu descobri que minha impressão fez todo sentido porque o diretor é o mesmo.
Gosto muito disso, a gente identificar o trabalho de direção, porque isso significa que a personalidade da pessoa tá ali.
A fotografia é belíssima belíssima. O filme é todo lindo, na verdade, os figurinos, os cenários, tudo.
Mas aí, o que eu queria mesmo que fosse bom, o roteiro... ficou com deus.
Não gostei do fato de que a narrativa tende mais a fazer a gente achar que ela é doida, que as conspirações contra ela são fruto da imaginação do que reais de fato.
A gente sabe que, na vida real, a "Spencer" se apagou pra Diana se encaixar naquele papel em que foi inserida, e que ela foi uma pessoa extremamente solitária por conta disso. E isso faz com que a gente tenha simpatia por ela. Esse filme não deixa espaço pra simpatia. Só pra pena. E isso eu achei de certo modo desrespeitoso com a memória da pessoa, que existiu e deixou um legado.
Vi umas resenhas dizendo que a Kristen se apagou enquanto pessoa pra dar vida à Diana e eu nem acho ela uma atriz tão ruim assim, mas dá pra vê-la ali, não foi isso tudo não. Os trejeitos que imprimem o auge da caracterização da Diana em qualquer obra estão todos lá, mas forçados, meio Elis Regina da Andreia Horta, sabe?
Não é pra tanto, gente, calma um pouquinho.
Ainda acho que a melhor caracterização da Diana, mesmo que a Naomi Watts não tenha sido terrível, foram as duas atrizes que a interpretaram em The Crown.
Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore
3.3 571Alguém avisa pra JK que ela NÃO É roteirista?
Fui sem expectativas nenhuma; não vi trailer, não li sinopse, nada. O que foi bom porque criar esperanças sobre a execução dos filmes dessa saga é um tiro no próprio pé.
Pra começar,
"Os segredos de Dumbledore" é um título que te leva a erro - é UM segredo, ele nem é do Alvo (afinal a gente já sabia que ele era apaixonado pelo Grindewald) e é IRRELEVANTE, porque no fim das contas o Credence está morrendo e ele saber quem pariu ou deixou de parir ele aos 45 do segundo tempo causou zero impacto. O Credence existir nesse filme causou zero impacto, na real; é um personagem que você simplesmente não consegue ver profundidade nas motivações.
Vários personagens foram desperdiçados aqui (o Teseu, o Kowalski, o Yusuf, a Tina, a Vicência...); a cena em Hogwarts é puro fan service, não acrescenta coisa alguma ao todo; a narrativa política paralela é mega interessante, mas não explorada; o contexto político e social da Europa fim dos anos 20-início dos anos 30 é IGNORADO (sendo que no filme 2 a gente teve um vislumbre no discurso do Grindewald sobre uma guerra jamais vista -
aliás, ele tinha os mesmos mecanismos pra prever o futuro? Não faz o menor sentido isso
As cenas de "luta", por algum motivo inexplicável, ocorrem em paralelo à realidade que a gente vê na tela, como se os personagens abrissem uma porta rapidinho pra ninguém ser dano colateral de nada. Eu jamais vi isso em HP e honestamente não entendi a necessidade disso existir aqui.
A gente tem um ator que fez Dark no elenco desse filme, e aproveitando pra fazer um paralelo aqui, não houve justificativa pra mudança na aparência do Grindewald. Seria ok dizer que foi a idade, mas aí precisariam envelhecer ou trocar o Jude Law e não fariam isso porque ele entrega um ótimo Dumbledore. Poderiam justificar o desgaste provocado no corpo pela magia das trevas, como fizeram com o Jonas e as viagens no tempo em Dark, mas a real é que o personagem do Grindewald é muito mais político (um político racista - brasileiros can relate-, mas ainda assim político) do que tenebroso nível Voldemort.
E a DESGRAÇA dos animais fantásticos são simples recursos do roteiro pra tentar fazer a história andar - a cena de resgate do Teseu é a síntese disso, não leva ninguém a lugar nenhum.
Embora eu tenha esculachado o filme inteiro aqui, tenho que dizer que no todo ele ainda é melhor que o segundo - mas isso não o transforma em um filme bom.
Animais Fantásticos - Os Crimes de Grindelwald
3.5 1,1K Assista AgoraNa vibe de reassistir a saga pra chegar com a mente fresquinha no cinema pro terceiro filme eu dei play com a lembrança de que não tinha gostado da primeira vez que vi.
Spoiler: continuo não gostando na segunda.
Eu particularmente acho que fui iludida pelo destaque dos animais fantásticos como ponto central do primeiro filme e queria ver mais deles com contexto no segundo. Até porque, CONVENHAMOS, o nome da saga é esse.
Mas não, isso tudo foi só uma desculpa da JK pra revisitar o universo, pra amarrar possíveis pontas soltas, pra sugar nosso dinheiro, pra não deixar a magia morrer.
Que ódio euzinha caindo na lábia dela.
Enxergo Harry Potter como um universo muito bem construído, sem pontas soltas no final, com personagens bem desenvolvidos e vilões com justificativa tal qual o Thanos. Não posso dizer o mesmo de Animais Fantásticos. A bonita tá futucando coisa que não tinha a menor necessidade de ser futucada, thank you very much.
Dito isso, sou obrigada a parafrasear Choque de Cultura porque isso aqui, Harry Potter sem Harry Potter, é mesmo golpe.
Lindo de Morrer
3.2 74 Assista AgoraDespretensiosamente triste de doer.
A vibe do filme te engana. A surrealidade da força motriz (um cara cuja beleza literalmente mata) te faz esquecer que ele é um adolescente e foi uma criança que desde cedo lidou com a morte e isso é pesadíssimo. Só que só é pesado na teoria; a execução da ideia, o andamento da história, te faz encarar a morte como um processo inevitável, pacífico e até bonito.
Tudo muito perturbador, delicinha pra uma tarde de domingo, adorei.
Guerra Fria
3.8 326 Assista AgoraTu olha assim o filme despretensiosamente, como quem não quer nada, e acha que vai assistir uma puta obra conceitual e profunda, sobre um amor intenso e avassalador.
O amor retratado é intenso? É, pelo caminho percorrido. É avassalador? É também, parando pra pensar no desfecho.
Mas parece que faltou alguma coisa, sabe? Não dá pra entender muito bem como o casal se tornou um casal com tantas nuances quanto a obra se propôs a apresentar. Eles se olham e PÁ corta pra próxima cena: os dois transando no banheiro.
Amores avassaladores de uma noite só são perfeitamente críveis, mas esse não durou uma noite só e eu queria uma construção de personagens mais rica.
A Química que Há Entre Nós
3.0 167 Assista AgoraQue RAIVA dessa desgraça desse filme.
Lá pra reta final me vi chorando feito idiota porque amados... se você tem histórias pendentes ou mal acabadas ele BATE, muito bem batido.
Não é um clichê adolescente comum, mesmo que não se exima de ser clichê de qualquer forma. Tem um ritmo gostoso, uma trilha sonora delicinha, e boas atuações - até mesmo da Lili, que eu não gosto muito.
Dramas desnecessários? Sim, mas quem, quando adolescente, não achou que o mundo ia acabar, não é mesmo?
Medo de assistir de novo e chorar mais.,
Terceira Pessoa
3.3 202 Assista AgoraGostei pra caramba de como o filme faz a gente de trouxa, nos dando histórias que soam críveis, pela narrativa, mas que possuem elementos tão absurdos que duvidamos do nosso próprio conceito lógico.
E é bem bonito também, visualmente e no texto, que muitas vezes soa bastante poético.
365 Dias
1.5 880 Assista AgoraEntendam: nem sempre uma história ruim é contada de maneira ruim, com elementos pobres e sem qualidade visual. Acho que esse é bem o caso com esse filme, primeiro de uma provável trilogia, tal qual o livro em que se baseia.
A trilha sonora é tão boa quanto a do seu primo distante americano, 50 tons, a fotografia do filme, quase que inteiramente filmado na Itália, é linda de morrer, com paisagens que fazem a gente ir pesquisar passagem e hotel na Sicília na mesma hora. E verdade seja dita, sem entrar no mérito de ser ou não um bom ator (embora eu ache que ele fez um bom trabalho com o que lhe foi proposto), o protagonista é lindo de morrer, e na quarentena a gente quer limpar os olhos sim, paciência. Mas é só, também.
É um romance problemático e mal construído, que não aceita esse status de ser problemático. A gente consegue enxergar tranquilamente que se trata de uma síndrome de Estocolmo à lá "A Bela e a Fera" da Disney, mas em outra escala. E romantizar relacionamento abusivo hoje em dia não passa batido.
Então se a pessoa for dar play completamente ciente desses aspectos, sem passar pano, dá pra engolir enquanto entretenimento barato.
Blade Runner: O Caçador de Andróides
4.1 1,6K Assista AgoraDá pra entender nos primeiros minutos de filme porque Blade Runner virou um clássico cult. Eu assisti o final cut depois de entender toda a polêmica da produção e entendi porque o Ridley Scott insistiu tanto em ter sua versão exposta. Ainda assim, não é um filme perfeito - e todo mundo sabia disso lá atrás, quando a versão dos produtores saiu nos cinemas e flopou.
O que absorvi de positivo foi o background da história (pelo que eu entendi, é uma obra inspirada no livro do Philip, não uma adaptação), a fotografia que é bem bonita (apesar de o filme ser escuro demais), e a trilha sonora que é impecável, casando perfeitamente com o que nos é contado. Mas uma obra não se sustenta só de aspectos técnicos (Mad Max Fury Road tá aí pra mostrar isso).
Com a introdução escrita no começo do filme a gente entende do que se trata. Contudo, algumas coisas parecem estar lá de forma a agradar quem está familiarizado com o universo, e não de forma a apresenta-lo. E daí a história de fato se desenrola de maneira um pouco confusa. O tal diálogo marcante e histórico no fim do filme só me atingiu depois que ele acabou, me deixando com a impressão de que o filme estava se levando a sério demais de um jeito não necessariamente crível (mas isso é uma questão pessoal, não torna o diálogo ruim ou menos profundo naquele contexto).
Muitas coisas ficaram nas entrelinhas da história, pra fechar um arco redondo, então é perfeitamente compreensível gente que achou o filme chato, e isso não significa que eles queriam o plot de bandeja, mas com o jeito que foi exposto, a sensação é a de que faltou alguma coisa.
Para Sempre Alice
4.1 2,3K Assista AgoraComecei Still Alice já receosa. Alzheimer não é um assunto fácil de abordar, acredito que tenha que ter uma sensibilidade muito grande para se tratar o tema. As sutilezas dos diretores já no início do filme, introduzindo a doença, foram fantásticas. E a Julianne de verdade mereceu o Oscar. A doença é deveras desgastante e é impressionante o contraste entre a Alice de antes e a de depois! Você é convencido pela forma que a doença toma conta dela e de sua memória e isso foi incrível. E bem impactante também. Não dei cinco estrelas por culpa de uns flashbacks meio nada a ver com o resto e a marcação do tempo, que não é definida, e pelo filme ser curto (pouco mais de uma hora e meia), isso ter me confundido um pouco. Não sei quando se passou uma semana ou um mês, exceto quando, raramente, os próprios personagens citam isso. Não é um filme pra passar o tempo. É um filme pra refletir a instabilidade da vida e pra te fazer valorizar mais as próprias memórias. Belíssimo.
Cidades de Papel
3.0 1,3K Assista AgoraOntem mesmo antes de eu ir ao cinema li uma crítica sobre Cidades de Papel onde disseram que ele era muito melhor que ACEDE. Depois que saí do cinema, achei meio equivocada a comparação. Só porque ambas histórias saíram da mesma mente não significa que elas falam dos mesmo assuntos. ACEDE é sobre o amor e suas tragédias, e Cidades de Papel é sobre amizade e o reconhecimento de si mesmo. O trio principal tem uma química incrível e a sala inteira ria nos momentos mais cômicos. Mas como eu li por aí, realmente a Cara não parece um dos personagens principais, mas a Margo está em todas as cenas, mesmo que não pessoalmente, e é ela e todo o seu mistério que impulsionam a história. A Cara, com sua atuação até que bacana, não mais do que isso, cumpriu bem o papel. Sobre o final, apesar de plausível, foi meio morno. Esperava alguma outra coisa, mas não sei dizer bem o quê. Bom filme no geral, típica comédia de verão. Ah, e boa trilha sonora também!
Divertida Mente
4.3 3,2K Assista AgoraAinda estou sem palavras, mesmo depois de dias desde que vi esse filme! A Pixar foi brilhante (mais uma vez). Divertida Mente é de uma sutileza absurda, e você fica olhando pra tela, maravilhado, vendo os sentimentos se bagunçando na torre de comando e os resultados disso na Riley, sabendo exatamente o que isso causa nela e o quão desesperador é pra quem assiste de fora (os pais dela, nós, inclusive!). É uma ideia tão genial e ao mesmo tempo tão simples... Sério, é incrível. ASSISTAM! <3