Em 1991, quando Aline Menezes estreava na novela “Felicidade”, na pele de Bel, amiguinha de Bia (Tatyane Goulart), ela recebeu de Milton Gonçalves, seu pai na trama, o conselho de que devia estudar muito para seguir na profissão. Vinte e um anos depois, e com a novela de Manoel Carlos prestes a voltar ao Canal Viva, a atriz, hoje com 29 anos, diz que seguiu à risca as dicas recebidas aos 8 anos de idade e investiu na profissão estudando teatro, música e línguas.

“Depois de ‘Felicidade’ fiz outras três novelas na Globo, cinco peças e diversas participações em programas. Trabalhei até como mini angelicat, na época em que Angélica era do SBT. Meu último trabalho foi há 8 anos, mas nunca parei de tentar e de estudar. Continuo fazendo testes na TV e nunca vou desistir da profissão que amo”, diz a talentosa carioca, criada em Vista Alegre, Zona Norte do Rio.

Filha única de uma gerente de loja aposentada e de um pai músico, falecido na época de “Felicidade”, Aline conta com o apoio e o sacrifício da família para investir no sonho de viver da arte. Formada em teatro, ela acaba de estrear com uma amiga a peça “E se nada mais acontecer” (em cartaz no Espaço improviso, em Botafogo), num texto próprio, que retrata justamente as dificuldades enfrentadas pela profissão.

“Nunca enfrentei preconceito racial, mas tive dificuldade de conseguir papeis na adolescência porque os diretores não sabiam se eu me encaixava numa personagem mais novinha ou adulta. Mas nunca pensei em desistir por isso. Toda a vez que a incerteza de conseguir viver da profissão bate na porta, eu reverto a situação em três segundos. Sou brasileira e não desisto”, diz, com o mesmo sorriso que encantou o país e que a faz ser lembrada até hoje.

Aline iniciou a carreira aos 5 anos de idade fazendo comerciais, após ser descoberta na rua por um olheiro. Durante um curso de vídeo, foi convocada para fazer um teste na Globo, onde disputou o papel da Bel com outras 200 meninas. “Foi tudo por acaso, mas naquela época eu já sabia que queria ser atriz”, lembra Aline, que tem no currículo passagens em novelas como “De corpo e alma”, “A viagem” e “Começar de novo

Dos tempos de “Felicidade”, ela ainda mantém uma linda amizade com Tatyane Goulart e um caderno com mensagens e conselhos escritos por todos os atores da trama. “Quero voltar a fazer novelas e mostrar que aquela menininha cresceu e tem potencial para continuar na TV”.