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A morte de Walt Disney no ano de 1966 é dos mais significativos eventos responsáveis pela transição do período da Era de Ouro para a chamada Nova Hollywood. Em retrospectiva, é importante observar como o ciclo da Hollywood Clássica se desenrolou de forma correspondente aos primórdios e ao período mais notável da Disney, a saber, quando passa a produzir longa-metragens animados - Branca de Neve e os Sete Anões foi lançado nos cinemas em 1937. Além do falecimento de seu mentor criativo, a Disney teve de lidar com o exponencial crescimento da televisão - e, por conseguinte, das animações barateadas e dirigidas para a programação televisiva.
Entre 1966 e 1979, a Disney produz cinco longa-metragens inteiramente animados: Mogli - O Menino Lobo (1967), Aristogatas (1969), Robin Hood (1973), Bernardo e Bianca (1977) e As Aventuras do Ursinho Puff (1977). Além desses, dois filmes que misturavam a animação com o live-action: Se Minha Cama Voasse (1971) e Meu Amigo, o Dragão (1977), tentando repetir as técnicas trabalhadas no sucesso que foi Mary Poppins (1964). Técnicas não-usuais, como a xerografia, e a experimentação com novas estruturas narrativas (note a ausência de histórias de princesas, por exemplo) marcaram o período.
No entanto, é a figura de Ralph Bakshi que mais marca o período. Bakshi passou a desenvolver longa-metragens animados com temática adulta e foi extremamente prolífico no período. Nessa década, realizou cinco filmes: Fritz, o Gato (1972), Heavy Traffic (1973), Street Fight/ Coonskin (1975), Wizards (1977) e O Senhor dos Aneis (1978). Adaptou um personagem importante do cenário das histórias em quadrinho undergrounds, representou o submundo dos centros urbanos norte-americanos, parodiou a onda Blaxploitation, mas também focou no gênero fantástico.
Além dele, são notáveis os trabalho de Charles Swenson: Down and Dirty Duck (1974) e The Mouse and His Child (1977)*; e algumas obras isoladas: Shinbone Alley (1970, dir. John David Wilson)*, As Nove Vidas de Fritz, O Gato (1974, dir. Robert Taylor) e Once Upon a Girl (1976, dir. Don Jurwich).
Acrescentei também na lista também dois longa-metragens britânicos: Submarino Amarelo (1968, dir. George Dunnning) e Uma Grande Aventura (1978, dir. Martin Rosen), bastante influentes nesse período, e duas produções realizada diretamente para a televisão: The Point! (1971, dir. Fred Wolf) e O Hobbit (1977, dir. Arthur Rankin Jr. & Jules Bass).
Foi um período bastante rico para a animação. Caso a lista se estendesse às produções japonesas, por exemplo, seria inegável fazer menções a Osamu Tezuka.