Filmes Hollywoodianos clássicos apresentam indivíduos definidos, empenhados em resolver um problema evidente ou atingir objetivos específicos. Nessa busca, os personagens entram em conflito com outros personagens ou com circunstâncias externas. A história finaliza com uma vitória ou uma derrota decisiva, a resolução do problema e a clara consecução ou não consecução dos objetivos. Isso é basicamente o fio condutor que um filme Hollywoodiano possui.
No cinema pós-moderno, o qual é ausente de uma definição concreta, surge como uma forma de derrubar todas as barreiras e conceitos. Se alguém deseja analisar um filme típico pós-moderno buscando respostas intermináveis para as perguntas que surgirão, está será uma tentativa frustrada, já que a pós-modernidade – principalmente no cinema – é um assunto bastante complexo, proporcionando mais perguntas que respostas. Entretanto, a partir da análise de filmes classificados como pós-moderno, podemos caracterizá-lo como heterotópica, por possuir vários mundos em um só; pastiche, por formar uma colagem estilística sem intenção de elogiar ou criticar, mas sim de homenagear; e desafeto. Outras características secundárias podem ser observadas, como o fato de filmes pós-modernistas possuírem sequências rápidas, sem muita ligação entre si, mas que causam um prazer momentâneo no telespectador e a ausência de sentido moral e profundo dos problemas sociais.
Para os críticos da época, o cinema pós-moderno seria um cinema de escapismo em relação aos problemas da sociedade contemporânea, mas para Renato Luiz Pucci esse é o tipo de opinião que tem como parâmetro de julgamento o modelo de arte moderna, desqualificando politicamente qualquer tipo de arte que fuga a estes padrões:
“A contrariedade provocada pelo pós-modernismo é consequência do pressuposto de que na arte seria válida apenas a tradição do novo, e politizado apenas o que está de acordo com a política da esquerda que entroniza a luta de classes e a revolução, e exclui todo o resto. Para aceitar essa posição como a ultima palavra na arte, é preciso subscrever o ideário que preconiza a desfamiliarização como essencial e endossar a política que põe a revolução no centro de tudo.” (PUCCI, RENATO LUIZ. Cinema Brasileiro Pós-Moderno. 2008. p. 158)
Por: Daniel Lopes – Portal Crítico