Quando Russell Crowe abriu o envelope e leu o nome de Halle Berry por sua interpretação em "A Última Ceia", ela se tornou a primeira mulher preta a vencer um Oscar na categoria de Melhor Atriz. Em meio às lágrimas, Berry agradeceu às mulheres que vieram antes dela - incluindo Dorothy Dandridge, Lena Horne e Diahann Carroll - e proclamou que ela abriu uma porta para "todas as mulheres de cor sem nome e sem rosto" que estavam assistindo a premiação em casa.
Esta semana, Berry fará sua estreia como diretora no Festival Internacional de Cinema de Toronto com o drama “Bruised”. Em uma entrevista à Variety, Berry expressou desapontamento por nenhuma mulher preta ter sido eleita melhor atriz no Oscar desde que ela subiu ao pódio há 18 anos.
“Achei que Cynthia venceria ano passado”, diz Berry. “Achei que Ruth, também tinha uma chance muito boa. Achei que havia mulheres que legitimamente, sem dúvida, poderiam, deveriam ter vencido. Esperava que sim, mas o motivo de não vencerem, eu não tenho a resposta.”
Halle Berry ainda falou sobre o que sua vitória no Oscar representa. “É uma das minhas maiores angústias”, diz ela. “Na manhã seguinte, pensei: 'Uau, fui escolhida para abrir uma porta'. Para então não aparecer ninguém... Eu questiono: 'Foi um momento importante ou foi apenas um momento importante para mim?' queria acreditar que era muito maior do que eu. Parecia muito maior do que eu, principalmente porque eu sabia que outros deveriam ter estado lá antes de mim e não estavam.”
Halle Berry diz que foi ingênuo pensar que uma estátua mudaria alguma coisa. “Só porque ganhei um prêmio não significa que, magicamente, no dia seguinte, havia um lugar para mim”, diz ela.
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Imagem: Halle Berry, Oscar 2002/Reprodução