Por mais temeroso que eu estivesse em imaginar ver Charlie Brown em 3D, este filme superou qualquer expectativa: é bonito, nostálgico, atemporal, educativo e, em sua medida, é moderno. Ele não é ambicioso, e esse é o segredo de seu sucesso. Ele se mantém à mesma formula antiga, e se passa em um universo atemporal. Lucy ainda cobra 5 centavos pela consulta psiquiátrica, as crianças ainda se divertem com pipas e parques, e snoopy ainda escreve em sua máquina de escrever. Não há muitas referências à modernidade em si, em exceção de algumas músicas (mescladas entre as clássicas, é claro). A modernidade deste filme está no ritmo um pouco mais acelerado (que inclusive combina com a nova animação), no seu estilo e na sua apresentação, e tenho certeza que daqui a vinte anos poderemos assisti-lo sem a sensação de um filme passageiro feito pra vender em 2016.
É incrível como os velhos fãs vão reconhecer cada um dos personagens em menos de dois minutos a desconfiança causada pela nova animação. A história é clássica em que Charlie Brown se apaixona pela menina de cabelo ruivo, filme é repleto de referências aos episódios, a fotografia em 3D imita a fotografia em 2D, e todos os personagens mantiveram suas mesmas características. Sem contar os vários pequenos detalhes, as dublagens feitas por crianças, a mistura de desenhos 'a mão' com a animação CGI, a fotografia.
Há pouco a ser negativamente criticado. Acredito que a força para tornar o filme divertido em ver em 3D fez com que as cenas de às voador Snoopy contra o Barão Vemelho tiraram um pouco do foco da história. Como dito anteriormente, o ritmo do filme como um todo acelerou para torna-lo mais moderno, mas sem perder suas raízes. Por ultimo, uma coisa pontual muito importante que a dublagem brasileira vacilou: a Marcy chama Paty de Sir, no original, e era traduzido como 'senhora', e não 'meu', o que fez perder toda a graça das cenas com ela. Exceto isso, a dublagem está ótima.
complementando meu último comentário, o que transformou o filme em um suspense pouco tocante, apesar de muito entretedor, foi a falta de um centro moral que mostrasse mais humanidade aos personagens. Todos eles ficam distantes de nós. Novamente, nada disso seria problema se o filme fosse mais curto.
Os Oito Odiados vale o título. Não há quase nenhum traço de humanidade em nenhum deles, principalmente nos caçadores de recompensa.
Não me leve a mal, o Filme não é horrível. A trilha sonora de Ennio Morricone é incrível, assim como o som do assovio do vento da nevasca lá fora. As imagens são muito bonitas (em exceção da tediosa pousada de armarinhos da Minnie), as atuações são boas (Michael Madsen sendo Michael Madsen, Samuel L Jackson sendo Samuel L Jackson, e a personagem Daisy Domergue e do suposto futuro cherife que são incrivelmente as mais interessantes). Esta 'cobertura do bolo' é digna dos trabalhos de Tarantino.
Sendo um pouco cruel, o bolo em si não vai além de migalhas. Os personagens não são muito interessantes
(em exceção do mentiroso e astuto Warren, Samuel L J, e Deisy Demorgue, principalmente nos últimos momentos).
Dos oito odiados, mal ódio conseguimos sentir deles, o que não era de se esperar de um filme de três horas. Sem falar da escolha de fazer um filme tão longo em que sua maior parte se ambienta em apenas um cenário (muito mais tedioso que o galpão de cães de aluguel).
Trata-se, apenas, de um faroeste de mistério no estilo Ágatha Cristie. O filme lembra um jogo de poker, ou de xadrez em que há algumas pistas, cria-se a tensão, e de repente uma matança surpreendente. Apesar de este filme conter muita personalidade, algo raro e necessário para o cinema, falta um pouco do velho humor, satisfação, e humanidade nos personagens de Tarantino. O que não viria a ser um problema se este fosse um filme com duração normal.
Neiman é tecnicamente um ótimo baterista, porém ele não cria nada e mantém-se sempre focado em ser apenas um novo Buddy Rich. Ele nem ao menos preocupa-se com as pessoas em sua volta, e a arte deve envolver as pessoas à sua volta. Fletcher é um professor que não se importa com seus alunos ou com a música, mas sim em criar grandes estrelas e apenas isso. Isso mostra a grande deterioração da arte. Esta é uma percepção que tive ao ver algumas vezes o filme. Ali música é tratada como uma acrobacia, ou como um esporte, onde os melhores são selecionados e os fracos não tem vez.
A produção é incrível e as atuações, principalmente de J.K. Simons são um show. As músicas são muito boas e muito bem selecionadas até pra quem não curte jazz.
outra coisa muito interessante é como Flecher realmente não se importa com seu aluno, quando diz que durante todo o tempo de professor ele quis apenas encorajar seus alunos, porém vinga-se dele no final para afundar definitivamente a carreira do aluno, mostrando que ele também é sádico e baixo, como imaginávamos.
O filme acaba tratando-se de um genial ode para as mulheres e assim desfoca do esperado grindhouse de terror trash, daqueles que beiram o humor. Portanto pode ser decepcionante e considerado inferior ao Planeta Terror, filme irmão de À Prova de Morte, para alguns expectadores e fãs do gênero.
Apesar deste desfoque, o filme possui diversas características trash, uma imagem suja e saturada, uso do preto e branco, músicas de suspense e, ao primeiro olhar, personagens simples e caricatos. A trilha sonora do filme é sensacional e traz um aspecto vintage, junto com a granulação da imagem. Porém são leves sutilezas que trazem uma grande complexidade ao filme, como
o momento de solidão e pesar que Jungle Julia tem ao responder a mensagem uma mensagem no celular, contrastando com sua personalidade dominante, segura e quase arrogante. Ou a reação de Mike ao ferir-se, que apesar de aparentar ser um psicopata perigoso, passa por ridículo.
Por fim, interpreto este filme da seguinte maneira:
Todas as personagens femininas são inteligentes, bonitas, persuasivas e sabem como conseguir facilmente o que querem. Parece até mesmo que Mike é um simbolo de um remanescente machismo, que em tempos antigos talvez tenha tido algum sucesso, mas hoje é frágil, amedrontado e perdedor, orgulhando-se do passado e passando por ridículo e patético. O filme torna-se surpreendente ao conseguir unir o gore, o trash e o vintage as questões modernas como o feminismo, isso tudo envolvendo corridas, uma genial colisão e diversas referências ao estilo tarantinesco aos clássicos.
Um filme excelente, sublime, emocionante, esteticamente bonito, verossímil.
Os destaques são a praticamente perfeita atuação de Aaron Johnson, os figurinos muito caprichados, o roteiro com diversas cenas tiradas da história de John, Paul e George (muitas delas são praticamente réplicas da história segundo entrevistas!), e ao mesmo tempo há uma submersão nos anos 50, na cultura rockabilly, nos penteados pompadour e, sobre tudo isso, o filme ainda nos traz o enigma da mente genial, instável, libertária e ao mesmo tempo obscura de John Lennon.
Apesar de tanta pretensão, o filme excede as expectativas e agrada não apenas beatlemaniacos ou entusiastas do rockabilly. (já vi com meus pais, com meus amigos e com minha namorada e todos gostaram).
Eu odeio ser o reclamão, mas esse filme é pra quem não gosta de verdade de Beatles. As versões perderam a personalidade única dos Beatles e o enredo não é lá essas coisas. O filme possui uma fotografia é legal, é até que bem dirigido, porém este título deixa o filme muito pretensioso e causa uma gigantesca decepção. Recomendo para aqueles que dizem que gostam de Beatles porque não possuem personalidade e assim aproveitam da facilidade em afirmar uma identificação com essa que está entre as mais populares do rock e é amplamente reverenciada, porém nunca pararam para ouvi-los e entende-los.
Para quem quer um bom filme musical dos Beatles, recomendo a animação Yellow Submarine, dublada pelos próprios Beatles.
confesso que minha primeira percepção foi a de um filme ruim, chato, sem nexo e sem emoção. Porém refleti durante alguns dias sobre e acabei mudando muito minha opinião sobre. A deturpação da bíblia, se não for encarada como um problema (eu sou ateu, e acho que isso facilita esse enfoque), deixa o filme muito divertido e a história acaba nos passando diversas lições muito mais aproveitáveis que os da antiga bíblia.
Noé é obcecado, insensível e cruel (seu único traço de boa fé é ele ser vegetariano?). "O Criador" é ausente e apático, e só se comunica através de alucinações. A esposa de Noé tem papel crucial, consegue ser incisiva e consegue evitar catástrofes e apelar contra um homicídio muito trágico. Ham e Ila (Emma Watson) conseguem passar um romantismo bonito e conseguem evoluir da falta de afetividade típica da bíblia. Por algum motivo muito bizarro a linhagem de Set tem como relíquia da família a pele da serpente do jardim do Éden, ou seja, uma das peles do próprio Satã. Existem alguns golens estranhos que seriam anjos caídos e vão auxiliar a construção da arca procurando assim a perdão divina. E por último, porém não menos importante, por motivos ecológicos (ou veganos) "O Criador" quer simplesmente acabar com TODOS os humanos e salvar apenas dois animais de cada espécie. Sim, parece muito longe de bíblia e bem absurdo.
Porém este filme possui uma ambição gigantesca. Ele se a propõe, através dessas mudanças (ou deturpações), reformar esta antiga história, renova-la e dar-lhe um novo sentido que esteja de acordo com os valores modernos. Portanto, o filme possui personagens femininos fortes, há um grande apelo ecológico. Dada tal ambição, talvez muitos o considerem decepcionante. Eu o considero original, ousado, porém um pouco avoado.
Estas cinco estrelas não foram dadas à toa, pois este filme é certamente uma obra prima em fotografia, trilha sonora e enredo. Os personagens são profundos e esféricos, desenvolvendo-se de uma maneira agradável e interessante ao longo do filme que consegue assim ter múltiplas personalidades. O filme pode ser leve e divertido, assim como pode complexo e misterioso.
Anderson novamente vai nos trazer uma família problemática, os colocará em foco através de um caminho tortuoso em busca de uma espécie de nirvana. Apesar da ideia não ser tão original, nem mesmo para o próprio diretor (vide Royal Tenenbaums), este filme consegue se diferenciar pelas situações únicas e personagens muito complexos, metáforas ao estilo Anderson, linda fotografia (a cor amarela, tons de azul turquesa e tons pastel dominam o filme) e ótima trilha sonora (com Kinks, Rolling Stones e muitas músicas indianas com Sitar e Tabla), consegue ser muito poético e assim passa longe de ser um clichê familiar.
Eu sinceramente tentei entender críticos que não viram a mesma genialidade neste filme, e acredito que estes esperem um filme com mais clareza, mais ação e mais dinamismo. De qualquer modo, Viagem a Darjeeling está longe de ser um filme monótono, travado e desfocado mesmo se visto sem atenção.
Por último quero lembrar do curta feito por Anderson com a intenção de ser assistido antes de Viagem a Darjeeling, o Hotel Chevalier. Ele é essencial para o entendimento do personagem de Schwartzman e estava disponível junto com o dvd do longa, porém hoje, na época da internet, temos que baixa-lo separadamente, portanto ressalto, mesmo assim, sua importância para este filme.
O problema desse filme está nele não ter um roteiro holywoodiano típico. As mensagens não são claras, os sentidos não são claro e provavelmente não há sentido em tudo que você vê. A explicação, pra mim, de tanto tédio e vazio para alguns dos expectadores, é que a vida é simplesmente assim. você não aprende lições de tudo que acontece e sempre há esperança que seu sonho se realize, por mais prejudicial que isso seja.
Os desenhos de Luli, sempre mais bonitos que a realidade, e o seu sorriso na última cena são provas disso. Ela não é mais uma criança, mas continuará pra sempre, como todos nós, acreditando nos seus sonhos. Esse é o bonito, o triste, o decepcionante resumo do que é a passagem da infância para o adulto.
Portanto, concordo, o filme é vazio. Mas me diga a vida de uma pessoa que não tenha um pouco de vazio e inconclusão, e admitirei que sou apenas eu que vi genialidade em um filme ruim.
Um ótimo filme, porém não conseguiu exceder as expectativas. As atuações estão ótimas, e a desenvoltura de quase todos os personagens estão perfeitas para esta continuação, principalmente o Motherfucker e o próprio Kick Ass. A violência acaba tornando o filme divertido e quase bizarro. O grande problema está, na verdade, com a Hit Girl, que apesar de ser um dos melhores personagens, acabou sendo muito menos presente que o esperado. Ainda assim, um ótimo filme tanto para os entusiastas de histórias em quadrinhos, para fãs de filmes mais violentos, e agora, para os que gostam de filmes colegiais de caráter mais juvenil.
o bullying da Hit Girl e sua tentativa de se identificar como uma menina comum chegam a tornar a obra num quase filme comercial sem nenhuma graça. Porém este momento é compensado com a sua resolução do dilema.
Muito bom, mas de um modo diferente do clássico. Esse filme coloca mais foco na solidão e nas emoções da Carrie, que, deste modo, acabou a ficando menos estranha. O mais marcante fica pela atuação da Julianne Moore e pela emoção da Chloe, que me surpreendeu com a sua versatilidade. O filme peca, talvez, no roteiro por ter feito esta Carrie água com açucar demais.
uma das maiores decepções foi a cena em que ela aprende a controlar os poderes telecinéticos no quarto dela, Parecia até Harry Potter aprendendo a usar a varinha.
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Snoopy & Charlie Brown: Peanuts, O Filme
4.0 686 Assista AgoraPor mais temeroso que eu estivesse em imaginar ver Charlie Brown em 3D, este filme superou qualquer expectativa: é bonito, nostálgico, atemporal, educativo e, em sua medida, é moderno.
Ele não é ambicioso, e esse é o segredo de seu sucesso. Ele se mantém à mesma formula antiga, e se passa em um universo atemporal. Lucy ainda cobra 5 centavos pela consulta psiquiátrica, as crianças ainda se divertem com pipas e parques, e snoopy ainda escreve em sua máquina de escrever. Não há muitas referências à modernidade em si, em exceção de algumas músicas (mescladas entre as clássicas, é claro). A modernidade deste filme está no ritmo um pouco mais acelerado (que inclusive combina com a nova animação), no seu estilo e na sua apresentação, e tenho certeza que daqui a vinte anos poderemos assisti-lo sem a sensação de um filme passageiro feito pra vender em 2016.
É incrível como os velhos fãs vão reconhecer cada um dos personagens em menos de dois minutos a desconfiança causada pela nova animação. A história é clássica em que Charlie Brown se apaixona pela menina de cabelo ruivo, filme é repleto de referências aos episódios, a fotografia em 3D imita a fotografia em 2D, e todos os personagens mantiveram suas mesmas características. Sem contar os vários pequenos detalhes, as dublagens feitas por crianças, a mistura de desenhos 'a mão' com a animação CGI, a fotografia.
Há pouco a ser negativamente criticado. Acredito que a força para tornar o filme divertido em ver em 3D fez com que as cenas de às voador Snoopy contra o Barão Vemelho tiraram um pouco do foco da história. Como dito anteriormente, o ritmo do filme como um todo acelerou para torna-lo mais moderno, mas sem perder suas raízes. Por ultimo, uma coisa pontual muito importante que a dublagem brasileira vacilou: a Marcy chama Paty de Sir, no original, e era traduzido como 'senhora', e não 'meu', o que fez perder toda a graça das cenas com ela. Exceto isso, a dublagem está ótima.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista Agoracomplementando meu último comentário, o que transformou o filme em um suspense pouco tocante, apesar de muito entretedor, foi a falta de um centro moral que mostrasse mais humanidade aos personagens. Todos eles ficam distantes de nós. Novamente, nada disso seria problema se o filme fosse mais curto.
http://filmow.com/comentarios/6079098/
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraOs Oito Odiados vale o título. Não há quase nenhum traço de humanidade em nenhum deles, principalmente nos caçadores de recompensa.
Não me leve a mal, o Filme não é horrível. A trilha sonora de Ennio Morricone é incrível, assim como o som do assovio do vento da nevasca lá fora. As imagens são muito bonitas (em exceção da tediosa pousada de armarinhos da Minnie), as atuações são boas (Michael Madsen sendo Michael Madsen, Samuel L Jackson sendo Samuel L Jackson, e a personagem Daisy Domergue e do suposto futuro cherife que são incrivelmente as mais interessantes). Esta 'cobertura do bolo' é digna dos trabalhos de Tarantino.
Sendo um pouco cruel, o bolo em si não vai além de migalhas. Os personagens não são muito interessantes
(em exceção do mentiroso e astuto Warren, Samuel L J, e Deisy Demorgue, principalmente nos últimos momentos).
Trata-se, apenas, de um faroeste de mistério no estilo Ágatha Cristie. O filme lembra um jogo de poker, ou de xadrez em que há algumas pistas, cria-se a tensão, e de repente uma matança surpreendente. Apesar de este filme conter muita personalidade, algo raro e necessário para o cinema, falta um pouco do velho humor, satisfação, e humanidade nos personagens de Tarantino. O que não viria a ser um problema se este fosse um filme com duração normal.
Retrato de um Gênio - Katsushika Hokusai
4.6 3preciso ver esse filme de novo! alguém sabe onde achar?
Whiplash: Em Busca da Perfeição
4.4 4,1K Assista Agoraum ótimo filme, sem dúvidas. mas achei que podia ser melhor explorado o conceito de arte durante este filme.
Neiman é tecnicamente um ótimo baterista, porém ele não cria nada e mantém-se sempre focado em ser apenas um novo Buddy Rich. Ele nem ao menos preocupa-se com as pessoas em sua volta, e a arte deve envolver as pessoas à sua volta. Fletcher é um professor que não se importa com seus alunos ou com a música, mas sim em criar grandes estrelas e apenas isso. Isso mostra a grande deterioração da arte. Esta é uma percepção que tive ao ver algumas vezes o filme. Ali música é tratada como uma acrobacia, ou como um esporte, onde os melhores são selecionados e os fracos não tem vez.
A produção é incrível e as atuações, principalmente de J.K. Simons são um show. As músicas são muito boas e muito bem selecionadas até pra quem não curte jazz.
outra coisa muito interessante é como Flecher realmente não se importa com seu aluno, quando diz que durante todo o tempo de professor ele quis apenas encorajar seus alunos, porém vinga-se dele no final para afundar definitivamente a carreira do aluno, mostrando que ele também é sádico e baixo, como imaginávamos.
À Prova de Morte
3.9 2,0K Assista AgoraO filme acaba tratando-se de um genial ode para as mulheres e assim desfoca do esperado grindhouse de terror trash, daqueles que beiram o humor. Portanto pode ser decepcionante e considerado inferior ao Planeta Terror, filme irmão de À Prova de Morte, para alguns expectadores e fãs do gênero.
Apesar deste desfoque, o filme possui diversas características trash, uma imagem suja e saturada, uso do preto e branco, músicas de suspense e, ao primeiro olhar, personagens simples e caricatos. A trilha sonora do filme é sensacional e traz um aspecto vintage, junto com a granulação da imagem. Porém são leves sutilezas que trazem uma grande complexidade ao filme, como
o momento de solidão e pesar que Jungle Julia tem ao responder a mensagem uma mensagem no celular, contrastando com sua personalidade dominante, segura e quase arrogante. Ou a reação de Mike ao ferir-se, que apesar de aparentar ser um psicopata perigoso, passa por ridículo.
Por fim, interpreto este filme da seguinte maneira:
Todas as personagens femininas são inteligentes, bonitas, persuasivas e sabem como conseguir facilmente o que querem. Parece até mesmo que Mike é um simbolo de um remanescente machismo, que em tempos antigos talvez tenha tido algum sucesso, mas hoje é frágil, amedrontado e perdedor, orgulhando-se do passado e passando por ridículo e patético. O filme torna-se surpreendente ao conseguir unir o gore, o trash e o vintage as questões modernas como o feminismo, isso tudo envolvendo corridas, uma genial colisão e diversas referências ao estilo tarantinesco aos clássicos.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista Agoratão perturbador que dá vontade de entrar lá dentro e descer a porrada em todo mundo.
O Garoto de Liverpool
3.8 1,0K Assista grátisUm filme excelente, sublime, emocionante, esteticamente bonito, verossímil.
Os destaques são a praticamente perfeita atuação de Aaron Johnson, os figurinos muito caprichados, o roteiro com diversas cenas tiradas da história de John, Paul e George (muitas delas são praticamente réplicas da história segundo entrevistas!), e ao mesmo tempo há uma submersão nos anos 50, na cultura rockabilly, nos penteados pompadour e, sobre tudo isso, o filme ainda nos traz o enigma da mente genial, instável, libertária e ao mesmo tempo obscura de John Lennon.
Apesar de tanta pretensão, o filme excede as expectativas e agrada não apenas beatlemaniacos ou entusiastas do rockabilly. (já vi com meus pais, com meus amigos e com minha namorada e todos gostaram).
Across the Universe
4.1 2,2K Assista AgoraEu odeio ser o reclamão, mas esse filme é pra quem não gosta de verdade de Beatles. As versões perderam a personalidade única dos Beatles e o enredo não é lá essas coisas. O filme possui uma fotografia é legal, é até que bem dirigido, porém este título deixa o filme muito pretensioso e causa uma gigantesca decepção. Recomendo para aqueles que dizem que gostam de Beatles porque não possuem personalidade e assim aproveitam da facilidade em afirmar uma identificação com essa que está entre as mais populares do rock e é amplamente reverenciada, porém nunca pararam para ouvi-los e entende-los.
Para quem quer um bom filme musical dos Beatles, recomendo a animação Yellow Submarine, dublada pelos próprios Beatles.
Noé
3.0 2,6K Assista Agoraconfesso que minha primeira percepção foi a de um filme ruim, chato, sem nexo e sem emoção. Porém refleti durante alguns dias sobre e acabei mudando muito minha opinião sobre. A deturpação da bíblia, se não for encarada como um problema (eu sou ateu, e acho que isso facilita esse enfoque), deixa o filme muito divertido e a história acaba nos passando diversas lições muito mais aproveitáveis que os da antiga bíblia.
Noé é obcecado, insensível e cruel (seu único traço de boa fé é ele ser vegetariano?). "O Criador" é ausente e apático, e só se comunica através de alucinações. A esposa de Noé tem papel crucial, consegue ser incisiva e consegue evitar catástrofes e apelar contra um homicídio muito trágico. Ham e Ila (Emma Watson) conseguem passar um romantismo bonito e conseguem evoluir da falta de afetividade típica da bíblia. Por algum motivo muito bizarro a linhagem de Set tem como relíquia da família a pele da serpente do jardim do Éden, ou seja, uma das peles do próprio Satã. Existem alguns golens estranhos que seriam anjos caídos e vão auxiliar a construção da arca procurando assim a perdão divina. E por último, porém não menos importante, por motivos ecológicos (ou veganos) "O Criador" quer simplesmente acabar com TODOS os humanos e salvar apenas dois animais de cada espécie. Sim, parece muito longe de bíblia e bem absurdo.
Porém este filme possui uma ambição gigantesca. Ele se a propõe, através dessas mudanças (ou deturpações), reformar esta antiga história, renova-la e dar-lhe um novo sentido que esteja de acordo com os valores modernos. Portanto, o filme possui personagens femininos fortes, há um grande apelo ecológico. Dada tal ambição, talvez muitos o considerem decepcionante. Eu o considero original, ousado, porém um pouco avoado.
Viagem a Darjeeling
3.8 429 Assista AgoraEstas cinco estrelas não foram dadas à toa, pois este filme é certamente uma obra prima em fotografia, trilha sonora e enredo. Os personagens são profundos e esféricos, desenvolvendo-se de uma maneira agradável e interessante ao longo do filme que consegue assim ter múltiplas personalidades. O filme pode ser leve e divertido, assim como pode complexo e misterioso.
Anderson novamente vai nos trazer uma família problemática, os colocará em foco através de um caminho tortuoso em busca de uma espécie de nirvana. Apesar da ideia não ser tão original, nem mesmo para o próprio diretor (vide Royal Tenenbaums), este filme consegue se diferenciar pelas situações únicas e personagens muito complexos, metáforas ao estilo Anderson, linda fotografia (a cor amarela, tons de azul turquesa e tons pastel dominam o filme) e ótima trilha sonora (com Kinks, Rolling Stones e muitas músicas indianas com Sitar e Tabla), consegue ser muito poético e assim passa longe de ser um clichê familiar.
Eu sinceramente tentei entender críticos que não viram a mesma genialidade neste filme, e acredito que estes esperem um filme com mais clareza, mais ação e mais dinamismo. De qualquer modo, Viagem a Darjeeling está longe de ser um filme monótono, travado e desfocado mesmo se visto sem atenção.
Por último quero lembrar do curta feito por Anderson com a intenção de ser assistido antes de Viagem a Darjeeling, o Hotel Chevalier. Ele é essencial para o entendimento do personagem de Schwartzman e estava disponível junto com o dvd do longa, porém hoje, na época da internet, temos que baixa-lo separadamente, portanto ressalto, mesmo assim, sua importância para este filme.
Caipira
3.2 324O problema desse filme está nele não ter um roteiro holywoodiano típico. As mensagens não são claras, os sentidos não são claro e provavelmente não há sentido em tudo que você vê. A explicação, pra mim, de tanto tédio e vazio para alguns dos expectadores, é que a vida é simplesmente assim. você não aprende lições de tudo que acontece e sempre há esperança que seu sonho se realize, por mais prejudicial que isso seja.
Os desenhos de Luli, sempre mais bonitos que a realidade, e o seu sorriso na última cena são provas disso. Ela não é mais uma criança, mas continuará pra sempre, como todos nós, acreditando nos seus sonhos. Esse é o bonito, o triste, o decepcionante resumo do que é a passagem da infância para o adulto.
Portanto, concordo, o filme é vazio. Mas me diga a vida de uma pessoa que não tenha um pouco de vazio e inconclusão, e admitirei que sou apenas eu que vi genialidade em um filme ruim.
Kick-Ass 2
3.6 1,8K Assista AgoraUm ótimo filme, porém não conseguiu exceder as expectativas. As atuações estão ótimas, e a desenvoltura de quase todos os personagens estão perfeitas para esta continuação, principalmente o Motherfucker e o próprio Kick Ass. A violência acaba tornando o filme divertido e quase bizarro. O grande problema está, na verdade, com a Hit Girl, que apesar de ser um dos melhores personagens, acabou sendo muito menos presente que o esperado. Ainda assim, um ótimo filme tanto para os entusiastas de histórias em quadrinhos, para fãs de filmes mais violentos, e agora, para os que gostam de filmes colegiais de caráter mais juvenil.
o bullying da Hit Girl e sua tentativa de se identificar como uma menina comum chegam a tornar a obra num quase filme comercial sem nenhuma graça. Porém este momento é compensado com a sua resolução do dilema.
Carrie, a Estranha
2.8 3,5K Assista AgoraMuito bom, mas de um modo diferente do clássico. Esse filme coloca mais foco na solidão e nas emoções da Carrie, que, deste modo, acabou a ficando menos estranha. O mais marcante fica pela atuação da Julianne Moore e pela emoção da Chloe, que me surpreendeu com a sua versatilidade.
O filme peca, talvez, no roteiro por ter feito esta Carrie água com açucar demais.
uma das maiores decepções foi a cena em que ela aprende a controlar os poderes telecinéticos no quarto dela, Parecia até Harry Potter aprendendo a usar a varinha.