Daria para cortar algumas cenas bobas e desnecessárias, fazendo um filme mais curto, de talvez 1h e meia no máximo, centrado mais na questão fundamental do drama; vale dizer, acheio-o um pouco cansativo. O título em português não me agradou. No mais, excelentes atuações, ótima fotografia etc, só pontos positivos, especialmente a sua atualidade sempre permanente. É meu quarto filme do Capra; a cada filme me torno ainda mais fã dele!
de todos os filmes que já vi do grande Malle até aqui, uns 10 ou mais, este foi o único fraco, lamentavelmente; vale observar que, no ano seguinte, 1963, ele dirigiu o excelente Le feu follet, recomendadíssimo, cujo protagonista apresenta alguma semelhança com Jill, na medida em que também vive uma crise existencial e está entediado da vida; mas é outro roteiro, outra história, bem superior à de Vie Privée, que pra mim foi uma decepção
Mais um ótimo Rohmer, apesar de não ser mesmo dos melhores. Há diálogos saborosíssimos, e personagens idem, especialmente a jovem Lucie; só ela já vale metade do filme, ou até mais. Minha crítica negativa, a única aliás, vai para a sequência de Anne e François no apartamento dela; achei um pouco longa, um pouco cansativa, em razão sobretudo do assunto que discutem, que basicamente domina todo o argumento, do início ao fim: relacionamentos, romance, paixão, ciúmes etc; acho às vezes muito chata essa coisa da novela, das idas e vindas e discussões de um casalzinho mal resolvido; fosse eu o roteirista/diretor, daria um jeito de cortar metade da cena. Por essa razão não poderei favoritá-lo, com dor no coração.
Gostei, tem todos os ingredientes de um bom filme: roteiro, elenco, fotografia, trilha sonora; e boa direção também; tudo interessante, bom e bonito. Minha única ressalva é quanto ao roteiro e ao seu desenvolvimento, acho que ele poderia ser mais redondo, enxuto e melhor trabalhado quanto à relação sentimental entre a atriz e sua assistente, as personagens de Juliette e Kristen, aproveitando-se melhor todo o tempo do filme em que elas contracenam, mais de uma hora seguramente; esse aspecto não me pareceu que ficou bem resolvido, ainda que provavelmente tenha sido exatamente esta a intenção do diretor, deixando a coisa em aberto. É a única crítica negativa que tenha a fazer; no mais, tudo ótimo.
Numa rápida reflexão e análise, creio que o mérito do filme está em trazer à tona a importante discussão sobre o engajamento do cinema nas questão sociais, particularmente no que se refere à condição existencial dos pobres e miseráveis, para que não seja visto tão-somente como mero entretenimento, como passa-tempo. No mais, é um filme sem grandes cenas ou sequências memoráveis, trilha sonora arrebatadora, atuações maravilhosamente lindas e impecáveis, fotografia incrivelmente deslumbrante etc; nada disso, nada que justifique um "ohhhhhh, como eu pude deixar de assistir essa obra-prima até hoje????". Em suma, do ponto técnico e artístico, quanto ao roteiro, elenco e direção, é a meu ver apenas ok, um bom filme, e ponto final.
Quis assistir somente para ver Isabelle Huppert e Sandrine Bonnaire atuando juntas. São duas grandes atrizes, gosto muito delas, muito. Depois que assisti, para mim, o filme valeu só por isso mesmo.
Uma bela e edificante história que nos fala de amor, justiça, perdão e outros valores humanos importantes. Todos os seus aspectos, técnicos e artísticos, são dignos de elogios. Por isso, inclusive, se não soubéssemos de antemão quem é o seu diretor, após assistir ao filme, não cometeríamos um terrível pecado se o creditássemos a qualquer grande diretor de ofício, como um Bergman, um Jan Troell ou mesmo um Lars von Trier; pelo contrário, acho até que eles ficariam bastante lisonjeados. Acontece que se trata de diretores cujos filmes já conhecemos bem, e neles percebemos seus temas preferidos, suas características mais marcantes, etc; ou seja, todas as peculiaridades que nos permitem identificar e reconhecer o trabalho de um grande diretor, de um determinado diretor. Isto não acontece, porém, em relação a Sven Nykvist, por não ter ele, infelizmente, realizado tantos filmes como diretor. No entanto, uma característica em especial revela-nos que estamos diante, sem dúvida, de uma obra cinematográfica de alto valor: a perfeição e maestria na direção de fotografia. Ela capta e traduz todo o sentimento, toda a poesia, lirismo e dramaticidade dos diversos momentos vividos pelos personagens; particularmente, um que me emocionou mais que todos, levando-me às lágrimas, inclusive, foi a cena final, em que o mestre se vale de um recurso que ele dominou como poucos: o uso do espelho e do reflexo. Foi para mim, por assim dizer, a coroação, o fechamento com chave de ouro, a cereja no bolo desta pequena obra-prima.
Assassino profissional, Jef Costello, homem frio e calculista, normalmente deveria despertar nas pessoas censura, repulsa, aversão. Mas não. Ele é um personagem tão sedutor (maravilhosamente interpretado por Alain Delon), que o espectador o admira, tem simpatia e torce por ele. Não sabemos praticamente nada sobre suas vítimas, se são pessoas boas ou más. Mas isso não importa. Nem para ele. Nem para nós. Não quero me alongar, o filme possui inúmeras qualidades, já destacadas em muitos comentários escritos aqui. Afinal, é um clássico. Aclamado como um excelente representante do gênero policial/noir europeu. Não se espere dele, portanto, divagações poéticas, filosóficas, existenciais. Ou um roteiro complexo, intrincado, e personagens idem. Não, nada disso. Sua trama é relativamente simples. Mas aí justamente reside sua beleza, porque realizado com maestria, com perfeição (mesma forma com que o protagonista realiza o seu ofício, aliás). Em suma, é um filme para ser visto e curtido. Entretenimento, apenas? Pode ser, mas da melhor qualidade. Precisa mais?
um bom filme, com pontos altos: trilha sonora, fotografia, atores convincentes, boa dosagem de emoção/sentimento, dinâmica do enredo, etc; entretanto, incomodaram-me algumas passagens que a meu ver soam meio artificiais, forçadas, descabidas; talvez isso decorra da tentativa em se introduzir certas ideias, boas em si, que no entanto não cabem ali, naquele contexto e com aqueles personagens; vejo até como uma certa imaturidade do diretor/roteirista, o que tira um pouco o brilho do filme; ainda assim, bastante recomendável, pelos pontos positivos destacados.
Com o perdão do trocadilho, mas, cá pra nós, Capra foi um gênio, hein?! Só assisti até agora a três filmes dele, e todos maravilhosos, filmaços! Além deste, vi You Can't Take It With You (1938) e It's a Wonderful Life (1946). Recomendadíssimos! Fiquei surpreso com a qualidade e recursos técnicos de It Happened One Night, por se tratar de um filme de 1934, ainda no início da era pós-cinema mudo: direção de câmera excelente, super dinâmica, timing e enquadramento perfeitos, ótima fotografia etc. E aquele "helicóptero"?? Haha, sensacional! As tomadas em movimento, no carro, no ônibus, tudo ótimo. E os atores? Simplesmente sublimes! Claudette Colbert de uma fofura cativante e comovente, não há como não se emocionar com ela e com sua atuação. Clark Gable um gigante, um dos maiores de todos os tempos, brilhando aqui mais uma vez e ainda mais, elevado pela estrela de Claudette. Os dois formam um par incrível. Como no teatro, um favorece generosamente a genialidade do outro. O que poderia ser uma história bobinha e melosa de comédia romântica nas mãos de Capra se torna um filmaço, daqueles obrigatórios para qualquer verdadeiro amante do cinema de todos os tempos.
Sutileza e naturalidade são, para mim, um dos pontos fortes desse filme. O drama humano nele retratado fala por si só, sem a necessidade de qualquer artifício cinematográfico que acentue esse ou aquele aspecto. Por exemplo: trilha sonora. Para quê? Não precisa. Quando se ouve música, ela surge a partir da própria história, como um elemento natural que compõe o quadro, a cena; é algo intrínseco, que se nos apresenta de dentro para fora, e não o contrário. Em outras palavras, o ritmo e a dramaticidade do filme são ditados única e exclusivamente pela própria sucessão e conteúdo dos eventos. Vale dizer, não só é um filme bastante dinâmico, do começo ao fim, como também sua carga emocional é grande, porém, destilada com equilíbrio, sem derramamentos de sangue ou rios de lágrimas. É um filme enxuto, econômico, em todos os sentidos. O roteiro é outra virtude sua: ainda que situada a história numa determinada época e lugar, com seus costumes, convenções etc, há nela algo de atemporal; isso reforça seu caráter, também, universal, na medida em que discute um problema comum da infância não apenas de uma criança, no caso, a protagonista, mas de muitas crianças de lugares diversos, de épocas distintas, de ontem e de hoje, de sempre. Ademais, destaque positivo para justamente um aspecto do caráter universal referido é que o filme pode ser visto por crianças, jovens e adultos, cada um tirando proveito dentro do seu grau de compreensão, maturidade, etc. Para encerrar, há certamente muito mais boas qualidades, mas por ora estas já são suficientes para avaliar L'Enfance Nue e recomendá-lo vivamente, bem como outros trabalhos desse grande diretor, entre os quais La Gueule ouverte (1974) e Sous le soleil de Satan (1987), meus filmes preferidos dele.
uma preciosidade esse filme! não dá pra entender uma nota tão baixa aqui e uma avaliação tão boa no IMDb (seja pelo público, seja pela crítica (metascore de 91/100(!)), que considero bem mais confiável; só faz sentido se quem votou tão negativamente se liga mais em filmes como vingadores e afins, vai saber...
o filme não é ruim, mas, sei lá, poderia sem bem melhor, na minha opinião; acho que quem não conhece pasolini vai assistir e achar que não é grande coisa, talvez nem se interesse em conhecê-lo melhor, ver seus filmes e tal; já os que o conhecem talvez fiquem um pouco decepcionados porque esperavam vê-lo retratado de um modo mais extenso e profundo, em toda sua grandeza e genialidade; enfim, acho que a opção do abel ferrara, que é um diretor que gosto muito e admiro, por fazer um filme assim sobre o pasolini não foi a mais feliz
eu leio aqui algumas críticas negativas, dizendo isso e aquilo, que o filme é lento demais, arrasta-se, é cansativo, angustiante... ora, é preciso entender que o diretor pretendeu justamente retratar esses aspectos da vida daqueles personagens; de modo que assistir ao filme e compreendê-lo é uma experiência única que nos permite sentir um pouquinho na própria pele o que os personagens devem sentir em sua dura vida cotidiana; é como compartilhamos com eles algo de todo aquele sofrimento... portanto, se encararmos o filme com esse espírito, com essa visão, veremos na verdade que se trata de um filme maravilhoso; mais um, aliás, desse genial diretor
jamais, em dezenas de anos e milhares de filmes assistidos, aconteceu de eu ter que 'voltar a fita', num determinado momento do filme, para rever uma cena que eu acabara de ver, por simplesmente não acreditar naquilo que eu estava vendo; com ida isso aconteceu pela primeira vez; ele pode ter seus defeitos, mas certamente tem suas virtudes, que superam de longe aqueles; se eu tivesse que resumir em uma palavra o que mais gostei, talvez ela fosse *sutileza*
por se tratar de kubrick, eu esperava bem mais, confesso ter ficado meio decepcionado; p.ex., alguém comentou sobre 'fotografia incrível'... parece até que assisti outro filme, não é possível... algumas cenas de fato são bacanas e bem boladas (a da carta datilografada da charlotte ou a dos tiros no quadro), mas nada muito além disso e muito acima da média; a trilha sonora é absolutamente previsível e cansativa em vários momentos, pelo menos para mim; poderia criticar outros aspectos, mas paro por aqui, já é o suficiente para ser crucificado pelo maioria, afinal, é o, oh, kubrick...
provocador, instigante, insólito; exige-nos uma dose extra, eu diria até heróica, de atenção e perseverança para que cheguemos ao seu final, o que o torna bastante difícil; nesse sentido, traduz de forma veemente um pouco daquele sentimento de náusea existencial de que sartre nos fala em seu romance; por isso, não só, um verdadeiro divisor de águas aos que gostam de cinema, sobretudo europeu; quer dizer, impossível ficar indiferente diante dele, só podendo mesmo ser amado ou odiado; esquecido, porém, jamais! enfim, é para mim uma obra-prima com letras maiúsculas, um filme de gente grande, que nos torna anões ao nos esmagar, por assim dizer, com seu peso gigantesco, insuportável
A Grávida da Cinemateca
2.6 5a melhor parte do filme: quando acaba
A Mulher Faz o Homem
4.3 172 Assista AgoraDaria para cortar algumas cenas bobas e desnecessárias, fazendo um filme mais curto, de talvez 1h e meia no máximo, centrado mais na questão fundamental do drama; vale dizer, acheio-o um pouco cansativo. O título em português não me agradou. No mais, excelentes atuações, ótima fotografia etc, só pontos positivos, especialmente a sua atualidade sempre permanente. É meu quarto filme do Capra; a cada filme me torno ainda mais fã dele!
Vida Privada
3.6 16de todos os filmes que já vi do grande Malle até aqui, uns 10 ou mais, este foi o único fraco, lamentavelmente; vale observar que, no ano seguinte, 1963, ele dirigiu o excelente Le feu follet, recomendadíssimo, cujo protagonista apresenta alguma semelhança com Jill, na medida em que também vive uma crise existencial e está entediado da vida; mas é outro roteiro, outra história, bem superior à de Vie Privée, que pra mim foi uma decepção
A Mulher do Aviador
4.0 26Mais um ótimo Rohmer, apesar de não ser mesmo dos melhores. Há diálogos saborosíssimos, e personagens idem, especialmente a jovem Lucie; só ela já vale metade do filme, ou até mais. Minha crítica negativa, a única aliás, vai para a sequência de Anne e François no apartamento dela; achei um pouco longa, um pouco cansativa, em razão sobretudo do assunto que discutem, que basicamente domina todo o argumento, do início ao fim: relacionamentos, romance, paixão, ciúmes etc; acho às vezes muito chata essa coisa da novela, das idas e vindas e discussões de um casalzinho mal resolvido; fosse eu o roteirista/diretor, daria um jeito de cortar metade da cena. Por essa razão não poderei favoritá-lo, com dor no coração.
Acima das Nuvens
3.6 400Gostei, tem todos os ingredientes de um bom filme: roteiro, elenco, fotografia, trilha sonora; e boa direção também; tudo interessante, bom e bonito. Minha única ressalva é quanto ao roteiro e ao seu desenvolvimento, acho que ele poderia ser mais redondo, enxuto e melhor trabalhado quanto à relação sentimental entre a atriz e sua assistente, as personagens de Juliette e Kristen, aproveitando-se melhor todo o tempo do filme em que elas contracenam, mais de uma hora seguramente; esse aspecto não me pareceu que ficou bem resolvido, ainda que provavelmente tenha sido exatamente esta a intenção do diretor, deixando a coisa em aberto. É a única crítica negativa que tenha a fazer; no mais, tudo ótimo.
Contrastes Humanos
4.0 62Numa rápida reflexão e análise, creio que o mérito do filme está em trazer à tona a importante discussão sobre o engajamento do cinema nas questão sociais, particularmente no que se refere à condição existencial dos pobres e miseráveis, para que não seja visto tão-somente como mero entretenimento, como passa-tempo. No mais, é um filme sem grandes cenas ou sequências memoráveis, trilha sonora arrebatadora, atuações maravilhosamente lindas e impecáveis, fotografia incrivelmente deslumbrante etc; nada disso, nada que justifique um "ohhhhhh, como eu pude deixar de assistir essa obra-prima até hoje????". Em suma, do ponto técnico e artístico, quanto ao roteiro, elenco e direção, é a meu ver apenas ok, um bom filme, e ponto final.
Mulheres Diabólicas
4.0 86 Assista AgoraQuis assistir somente para ver Isabelle Huppert e Sandrine Bonnaire atuando juntas. São duas grandes atrizes, gosto muito delas, muito. Depois que assisti, para mim, o filme valeu só por isso mesmo.
O Boi
4.0 16Uma bela e edificante história que nos fala de amor, justiça, perdão e outros valores humanos importantes. Todos os seus aspectos, técnicos e artísticos, são dignos de elogios. Por isso, inclusive, se não soubéssemos de antemão quem é o seu diretor, após assistir ao filme, não cometeríamos um terrível pecado se o creditássemos a qualquer grande diretor de ofício, como um Bergman, um Jan Troell ou mesmo um Lars von Trier; pelo contrário, acho até que eles ficariam bastante lisonjeados. Acontece que se trata de diretores cujos filmes já conhecemos bem, e neles percebemos seus temas preferidos, suas características mais marcantes, etc; ou seja, todas as peculiaridades que nos permitem identificar e reconhecer o trabalho de um grande diretor, de um determinado diretor. Isto não acontece, porém, em relação a Sven Nykvist, por não ter ele, infelizmente, realizado tantos filmes como diretor. No entanto, uma característica em especial revela-nos que estamos diante, sem dúvida, de uma obra cinematográfica de alto valor: a perfeição e maestria na direção de fotografia. Ela capta e traduz todo o sentimento, toda a poesia, lirismo e dramaticidade dos diversos momentos vividos pelos personagens; particularmente, um que me emocionou mais que todos, levando-me às lágrimas, inclusive, foi a cena final, em que o mestre se vale de um recurso que ele dominou como poucos: o uso do espelho e do reflexo. Foi para mim, por assim dizer, a coroação, o fechamento com chave de ouro, a cereja no bolo desta pequena obra-prima.
Um Olhar sobre Liv
4.3 0Raro e excelente documentário sobre Liv Ullmann, maravilhosa atriz, diretora e escritora, ex-esposa e musa de Ingmar Bergman.
O Samurai
4.2 145Assassino profissional, Jef Costello, homem frio e calculista, normalmente deveria despertar nas pessoas censura, repulsa, aversão. Mas não. Ele é um personagem tão sedutor (maravilhosamente interpretado por Alain Delon), que o espectador o admira, tem simpatia e torce por ele. Não sabemos praticamente nada sobre suas vítimas, se são pessoas boas ou más. Mas isso não importa. Nem para ele. Nem para nós. Não quero me alongar, o filme possui inúmeras qualidades, já destacadas em muitos comentários escritos aqui. Afinal, é um clássico. Aclamado como um excelente representante do gênero policial/noir europeu. Não se espere dele, portanto, divagações poéticas, filosóficas, existenciais. Ou um roteiro complexo, intrincado, e personagens idem. Não, nada disso. Sua trama é relativamente simples. Mas aí justamente reside sua beleza, porque realizado com maestria, com perfeição (mesma forma com que o protagonista realiza o seu ofício, aliás). Em suma, é um filme para ser visto e curtido. Entretenimento, apenas? Pode ser, mas da melhor qualidade. Precisa mais?
Alabama Monroe
4.3 1,4Kum bom filme, com pontos altos: trilha sonora, fotografia, atores convincentes, boa dosagem de emoção/sentimento, dinâmica do enredo, etc; entretanto, incomodaram-me algumas passagens que a meu ver soam meio artificiais, forçadas, descabidas; talvez isso decorra da tentativa em se introduzir certas ideias, boas em si, que no entanto não cabem ali, naquele contexto e com aqueles personagens; vejo até como uma certa imaturidade do diretor/roteirista, o que tira um pouco o brilho do filme; ainda assim, bastante recomendável, pelos pontos positivos destacados.
Aconteceu Naquela Noite
4.2 332 Assista AgoraCom o perdão do trocadilho, mas, cá pra nós, Capra foi um gênio, hein?!
Só assisti até agora a três filmes dele, e todos maravilhosos, filmaços! Além deste, vi You Can't Take It With You (1938) e It's a Wonderful Life (1946). Recomendadíssimos!
Fiquei surpreso com a qualidade e recursos técnicos de It Happened One Night, por se tratar de um filme de 1934, ainda no início da era pós-cinema mudo: direção de câmera excelente, super dinâmica, timing e enquadramento perfeitos, ótima fotografia etc. E aquele "helicóptero"?? Haha, sensacional! As tomadas em movimento, no carro, no ônibus, tudo ótimo.
E os atores? Simplesmente sublimes! Claudette Colbert de uma fofura cativante e comovente, não há como não se emocionar com ela e com sua atuação. Clark Gable um gigante, um dos maiores de todos os tempos, brilhando aqui mais uma vez e ainda mais, elevado pela estrela de Claudette. Os dois formam um par incrível. Como no teatro, um favorece generosamente a genialidade do outro.
O que poderia ser uma história bobinha e melosa de comédia romântica nas mãos de Capra se torna um filmaço, daqueles obrigatórios para qualquer verdadeiro amante do cinema de todos os tempos.
Isto Não Aconteceria Aqui
2.8 12É Bergman, mas é um abacaxi.
Acossado
4.1 510 Assista AgoraTê-lo visto uma vez já foi mais que o suficiente.
Infância Nua
3.6 21Sutileza e naturalidade são, para mim, um dos pontos fortes desse filme. O drama humano nele retratado fala por si só, sem a necessidade de qualquer artifício cinematográfico que acentue esse ou aquele aspecto. Por exemplo: trilha sonora. Para quê? Não precisa. Quando se ouve música, ela surge a partir da própria história, como um elemento natural que compõe o quadro, a cena; é algo intrínseco, que se nos apresenta de dentro para fora, e não o contrário. Em outras palavras, o ritmo e a dramaticidade do filme são ditados única e exclusivamente pela própria sucessão e conteúdo dos eventos. Vale dizer, não só é um filme bastante dinâmico, do começo ao fim, como também sua carga emocional é grande, porém, destilada com equilíbrio, sem derramamentos de sangue ou rios de lágrimas. É um filme enxuto, econômico, em todos os sentidos. O roteiro é outra virtude sua: ainda que situada a história numa determinada época e lugar, com seus costumes, convenções etc, há nela algo de atemporal; isso reforça seu caráter, também, universal, na medida em que discute um problema comum da infância não apenas de uma criança, no caso, a protagonista, mas de muitas crianças de lugares diversos, de épocas distintas, de ontem e de hoje, de sempre. Ademais, destaque positivo para justamente um aspecto do caráter universal referido é que o filme pode ser visto por crianças, jovens e adultos, cada um tirando proveito dentro do seu grau de compreensão, maturidade, etc. Para encerrar, há certamente muito mais boas qualidades, mas por ora estas já são suficientes para avaliar L'Enfance Nue e recomendá-lo vivamente, bem como outros trabalhos desse grande diretor, entre os quais La Gueule ouverte (1974) e Sous le soleil de Satan (1987), meus filmes preferidos dele.
Ida
3.7 439uma preciosidade esse filme! não dá pra entender uma nota tão baixa aqui e uma avaliação tão boa no IMDb (seja pelo público, seja pela crítica (metascore de 91/100(!)), que considero bem mais confiável; só faz sentido se quem votou tão negativamente se liga mais em filmes como vingadores e afins, vai saber...
Pasolini
3.2 37 Assista Agorao filme não é ruim, mas, sei lá, poderia sem bem melhor, na minha opinião; acho que quem não conhece pasolini vai assistir e achar que não é grande coisa, talvez nem se interesse em conhecê-lo melhor, ver seus filmes e tal; já os que o conhecem talvez fiquem um pouco decepcionados porque esperavam vê-lo retratado de um modo mais extenso e profundo, em toda sua grandeza e genialidade; enfim, acho que a opção do abel ferrara, que é um diretor que gosto muito e admiro, por fazer um filme assim sobre o pasolini não foi a mais feliz
O Cavalo de Turim
4.2 211eu leio aqui algumas críticas negativas, dizendo isso e aquilo, que o filme é lento demais, arrasta-se, é cansativo, angustiante... ora, é preciso entender que o diretor pretendeu justamente retratar esses aspectos da vida daqueles personagens; de modo que assistir ao filme e compreendê-lo é uma experiência única que nos permite sentir um pouquinho na própria pele o que os personagens devem sentir em sua dura vida cotidiana; é como compartilhamos com eles algo de todo aquele sofrimento... portanto, se encararmos o filme com esse espírito, com essa visão, veremos na verdade que se trata de um filme maravilhoso; mais um, aliás, desse genial diretor
Ida
3.7 439jamais, em dezenas de anos e milhares de filmes assistidos, aconteceu de eu ter que 'voltar a fita', num determinado momento do filme, para rever uma cena que eu acabara de ver, por simplesmente não acreditar naquilo que eu estava vendo; com ida isso aconteceu pela primeira vez; ele pode ter seus defeitos, mas certamente tem suas virtudes, que superam de longe aqueles; se eu tivesse que resumir em uma palavra o que mais gostei, talvez ela fosse *sutileza*
Anjos Caídos
4.0 263 Assista Agoraprecisa dizer alguma coisa?
Brinquedo Assassino
3.3 1,0K Assista Agoraaquele tipo de filme que quanto mais tosco melhor é
Lolita
3.7 632 Assista Agorapor se tratar de kubrick, eu esperava bem mais, confesso ter ficado meio decepcionado; p.ex., alguém comentou sobre 'fotografia incrível'... parece até que assisti outro filme, não é possível... algumas cenas de fato são bacanas e bem boladas (a da carta datilografada da charlotte ou a dos tiros no quadro), mas nada muito além disso e muito acima da média; a trilha sonora é absolutamente previsível e cansativa em vários momentos, pelo menos para mim; poderia criticar outros aspectos, mas paro por aqui, já é o suficiente para ser crucificado pelo maioria, afinal, é o, oh, kubrick...
Jeanne Dielman
4.1 109 Assista Agoraprovocador, instigante, insólito; exige-nos uma dose extra, eu diria até heróica, de atenção e perseverança para que cheguemos ao seu final, o que o torna bastante difícil; nesse sentido, traduz de forma veemente um pouco daquele sentimento de náusea existencial de que sartre nos fala em seu romance; por isso, não só, um verdadeiro divisor de águas aos que gostam de cinema, sobretudo europeu; quer dizer, impossível ficar indiferente diante dele, só podendo mesmo ser amado ou odiado; esquecido, porém, jamais! enfim, é para mim uma obra-prima com letras maiúsculas, um filme de gente grande, que nos torna anões ao nos esmagar, por assim dizer, com seu peso gigantesco, insuportável
Lola Montes
4.0 23para resumir, um filme irritante e chato.