Vez ou outra fico convencido de ser esse o melhor filme de Glauber Rocha.
Revendo o filme no MUBI numa cópia restaurada - antes tarde que nunca - , essa afirmação fica mais precisa.
Falando em restauração: as cores desse filme são as mais bonitas do cinema nacional, ao lado de Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Consegue transparecer toda aquela ideia de país tropical que o Brasil possui.
Cinema nacional (da era pré-Collor, principalmente) tem um colorido muito bonito, inclusive.
Um filme extremamente comum, com uma fotografia igualmente apenas ok.
Tenho a impressão que a Academia nos anos 90 se impressionava muito fácil com certos indicados, premiando filmes de qualidade suspeita.
Nunca que a fotografia desse filme é melhor que a d'Os Imperdoáveis - de longe a melhor entre os indicados. Isso só atesta uma coisa óbvia sobre a maioria dos vencedores: ganhar um Oscar não quer dizer nada. E o valor de ter um Oscar dura pouco.
O título genérico infelizmente afasta os desavisados. Mas não se engane: o filme é uma pequena obra prima sobre a adolescência, sobre crescer e amadurecer, sobre se machucar por amar e não ser amado, sobre essa ponte dolorida que é a mudança da fase da juventude para a adulta.
Em meio a tantos filmes genéricos e rasos sobre adolescentes, Greg Mottola entrega sensibilidade e poesia, evita soluções fáceis e estereótipos, fazendo de Adventureland um dos melhores coming of age dos últimos anos - senão o melhor.
John Hughes teria muito orgulho dele.
E Deus: perdoe quem acha Kristen Stewart uma atriz limitada.
É impressionante ver como Godard amadureceu como cineasta em tão pouco tempo - do seu primeiro longa, Acossado, lançado em 1960 até O Desprezo foram apenas 3 anos de distância (nesse período já tinha dirigido 5 longas - 7 se contarmos os longas feitos em coletivo com outros diretores).
Um filme extremamente seguro, conduzido por alguém que já parecia ter anos e anos de carreira. Sua experiência como crítico na Cahiers Du Cinema certamente foi um aprendizado, pois o próprio se dizia um cineasta enquanto escrevia sobre filmes e fez questão de permanecer crítico quando começou a fazer filmes. Filmava para escrever e escrevia para filmar.
Conseguiu nesse meio tempo o que diretores formados em cinema nunca conseguiram em décadas de experiência: mudar a história da sétima arte e entregar algumas obras primas em um período curto de tempo.
Godard foi um dos artistas que criou a década de 1960.
Não me lembro de ver algum personagem tão apaixonado pelo cinema como o protagonista deste filme, por sinal o melhor da década de 1990. Ainda que eu jamais cometeria o que Hossain Sabzian fez, consigo sentir o amor que ele sente pela sétima arte, a ponto de, talvez, compreender seu ato. Cinema, quando bem feito, mexe com a gente de um jeito que meu Deus...
Quando o protagonista finalmente consegue o que queria, é impossível não chorar junto com ele. Se nós aqui como expectadores nos emocionamos com o que vemos em tela (seja lá o filme que for), imagina a sensação de ver cara-a-cara alguém que é responsável por dar sentido a própria vida. É praticamente divino isso.
"Cada vez que me sinto triste na prisão eu penso no verso do Corão que diz: 'Diz o nome de Alá e teu coração será confortado', mas não sinto conforto nenhum. Sempre que estou deprimido ou transtornado, sinto o desejo de gritar ao mundo a angústia da minha alma, os tormentos que passei, todas as minhas tristezas - mas ninguém as quer ouvir."
Muitos buscam conforto e paz com si mesmo na Bíblia, na fé, etc, o credo que for. Para alguns, como o personagem deste filme, talvez Truffaut, talvez Tarantino, entre outros cineastas e certamente eu, o cinema me dá essa "resposta" para o que procuro/procuramos, digamos assim. Chega a ser terapêutico. Não há remédio melhor.
Poucas obras-primas conseguem esse feito. Close-Up é uma delas. Um filme sobre a farsa e sobre o amor pela farsa - aqui, no caso, representação e ficção.
E nunca um título foi tão certeiro quanto esse. Os melhores closes do cinema estão aqui.
Stanley Kubrick, em seu último (e melhor) trabalho, brinca de verdade e consequência sobre as responsabilidades em se manter um casamento firme, mesmo com todas as incertezas, inseguranças e traumas que esse compromisso para a vida possa trazer em uma relação conjugal.
Não apenas é disso que o filme trata, claro, mas também sobre aparências. Kubrick pagou um preço alto por mostrar uma suposta verdade que a alta sociedade omite dos reles mortais (alguns teóricos da conspiração dizem que pagou com a própria vida). De Olhos bem Fechados é um filme sobre o ato de mentir. E omitir. Contrariando o título, ele abre nossos olhos. Ironia pura. Afinal, a mentira é o cimento que ergue a sociedade, não?
Mas se tem alguma beleza nisso é que o diretor realizou o melhor canto do cisne da sétima arte, uma obra-prima incompreendida em seu lançamento e que, mesmo 20 anos depois, ainda tem certa resistência de um público que provavelmente esperava o óbvio - algo que ele nunca foi.
Um dos 5 melhores filmes da década de 1990. O melhor filme de um diretor genioso e genial. O melhor filme de 1999. O melhor filme natalino. O melhor filme sobre casamento - e também sobre tentar mantê-lo firme. Ou...
Muitos exaltam a vibe retrô/vintage do cinema de Wes Anderson, como se seus filmes pertencessem à uma época distante do cinema contemporâneo.
Mas acho que ninguém emula melhor um período clássico (no caso, o cinema da Nova Hollywood dos anos 70) como James Gray. Depois dele, acho que só Paul Thomas Anderson, Kleber Mendonça Filho e Tarantino chegam nesse nível de realizar um cinema mais saudosista no século 21.
Seus filmes urbanos, crus e com os pés no chão são obras (primas) modernas, mas podem facilmente serem colocadas lado a lado de chavões do período citado acima, como Operação França, Um dia de Cão ou Serpico.
Os Donos da Noite talvez seja seu trabalho mais emblemático nessa relação. Soa como um filme policial dos anos 2000, mas sem escorregar nos clichês batidos do gênero. Afinal, é dirigido por um cineasta autoral, um artesão, que faz cinema à moda antiga - mas também não abre mão das facilidades que a tecnologia oferece quando precisa: toda aquela chuva na cena da perseguição foi inserida digitalmente na pós-produção.
Falando na perseguição, periga ser a melhor sequência do tipo dos últimos, sei lá, 50 anos.
Se o mundo realmente fosse um lugar justo e notas do IMDB e porcentagem do Rotten fossem de fato relevantes, esse filme e outros da filmografia do diretor seriam melhor avaliados e ninguém daria bola pra diretores que não merecem a audiência que possuem (não preciso citar nomes, mas alguns deles fazem filmes "realistas e sombrios" e pensam que estão salvando o cinema - do quê eu não sei).
Aliás: James Gray é o melhor cineasta dos Estados Unidos que surgiu nos últimos 30 anos.
Os melhores são sempre os mais subestimados. O tempo há de consertar isso.
Aquele tipo de filme (até então) ruim que a gente revê sem compromisso, depois de muitos anos sem assistir... e com outros olhos se depara com uma grata surpresa.
Pode não ter a ambientação claustrofóbica e escura de Alien: O Oitavo Passageiro. Menos ainda a remodelagem original para outro gênero - no caso, um filme de ação e não terror - como aconteceu com Aliens: O Resgate.
Mas o gore (talvez o mais violento da franquia) e a direção de arte inspirada fazem de Alien: A Ressurreição um filme peculiar, praticamente um filme de autor, diferente de Alien³, totalmente controlado por produtores que não deixaram seu diretor (um jovem David Fincher) criar com mais liberdade (ainda que o terceiro filme também não seja essa ruindade toda que acham).
Talvez a visão de um diretor europeu, mais aberta que a dos americanos, fez toda a diferença na concepção desse quarto capítulo.
Um filme a ser redescoberto, ainda que esteja longe de ser uma obra-prima ou algo assim.
Comparado a Prometheus (um filme bom, mas que se acha mais do que é) e Alien: Covenant (esse nem tem como defender), esse aqui é até bem decente.
Claire Denis, uma das maiores cineastas contemporâneas, com sua sutileza e elegância de sempre, antecipa com Desejo e Obsessão o famigerado pós-terror que predominou o cinema americano dos últimos anos. Com a vantagem de se sair melhor que a maioria deles, incluindo alguns bem mais famosos. Ainda que esse filme não seja influente para esse outro movimento. Afinal, americanos não veem filmes legendados...
Aproveitando a deixa:
New French Extremity >>>>>>> Pós-terror. Embora o movimento francês não se limite apenas ao terror.
A guerra vista como o mal necessário. Ao invés de índios (nos westerns), agora são os iraquianos.
Quando o cidadão (de bem?) volta para o seu lar, traumatizado e abalado, a culpa é sempre do convívio com esse inimigo e seu território, mas sem fazer qualquer ressalva às suas próprias atitudes. Suas e de seu país, o tal melhor lugar do mundo, segundo o próprio. Esse ufanismo...
Alien³ não tem absolutamente nada de David Fincher, até então um novato em Hollywood e esse era seu filme de estreia, logo, não era aquele diretor autoral que surgiu poucos anos depois (mais precisamente com Se7en), cujo estilo cinematográfico é facilmente identificado.
Ainda assim, tem seus momentos de brilho, como a Sigourney Weaver, ótima como sempre, o xenomorfo quadrúpede (apesar de não funcionar muito bem quando aparece em cgi) e aquela estética futurista-utópica meio Stargate, meio Closer (clipe do Nine Inch Mails).
Tom & Jerry, Chaves/Chapolin, John Wick, John Woo, Jackie Chan, Tom Cruise, Woody Allen, 007, Mad Max, etc... sem Sherlock Jr. nada disso existiria (e muito mais).
Na comédia do cinema mudo, Chaplin sempre foi o mais conhecido e se tornou o mais icônico.
Mas Keaton era o mais criativo, o mais genial, mais ousado. E melhor.
Esse filme (e A General) atesta isso.
Tão grande e importante para o cinema (e sua evolução como arte e técnica) quanto O Homem com uma câmera.
A Idade da Terra
3.6 52 Assista AgoraVez ou outra fico convencido de ser esse o melhor filme de Glauber Rocha.
Revendo o filme no MUBI numa cópia restaurada - antes tarde que nunca - , essa afirmação fica mais precisa.
Falando em restauração: as cores desse filme são as mais bonitas do cinema nacional, ao lado de Macunaíma, de Joaquim Pedro de Andrade. Consegue transparecer toda aquela ideia de país tropical que o Brasil possui.
Cinema nacional (da era pré-Collor, principalmente) tem um colorido muito bonito, inclusive.
O Festival do Amor
3.3 45 Assista AgoraUm típico filme "mais do mesmo" dessa safra europeia/cartão-postal do Woody Allen.
Mas como tenho um fraco por filmes sobre cinema/metalinguagem, acabo tendo um apreço especial.
Seu melhor trabalho desde Roda Gigante.
Nada É Para Sempre
3.6 191 Assista AgoraUm filme extremamente comum, com uma fotografia igualmente apenas ok.
Tenho a impressão que a Academia nos anos 90 se impressionava muito fácil com certos indicados, premiando filmes de qualidade suspeita.
Nunca que a fotografia desse filme é melhor que a d'Os Imperdoáveis - de longe a melhor entre os indicados. Isso só atesta uma coisa óbvia sobre a maioria dos vencedores: ganhar um Oscar não quer dizer nada. E o valor de ter um Oscar dura pouco.
A Espada do Imortal
3.3 90Uma das melhores adaptações de hq dos últimos anos - senão a melhor.
Era Uma Vez em... Hollywood
3.8 2,3K Assista AgoraDescanse em paz, Rick Dalton.
Esse filme honrou seu legado.
Triplo X
2.8 367 Assista AgoraNem pra cinema farofa serve.
Acho que nada protagonizado pelo Vin Diesel, na verdade.
Ilha
4.0 26Uma releitura fictícia de "Close-Up", do Kiarostami, feita em território brasileiro.
Só a cena do beijo grego já vale pelo menos uma estrela.
Pequenos Guerreiros
3.2 520 Assista AgoraMelhor que Toy Story.
Retratos Fantasmas
4.2 229 Assista AgoraO filme que mais quero ver em 2023.
Tem tudo pra ser um dos melhores do ano - senão o melhor.
-
[COMENTÁRIO ATUALIZADO EM 28/08/2023]
Filme visto em 28/08/2023.
De fato é o melhor filme do ano - até agora.
A Árvore da Vida
3.4 3,1K Assista AgoraNota referente à versão estendida, com 3h08 de duração (pra versão original com 2h18 dou meia estrela a mais).
Esse corte estendido é bem cansativo. Um caso raro onde a versão de cinema se mostra superior à uma versão alternativa.
Ainda assim, continua um belo filme.
Férias Frustradas de Verão
3.2 715 Assista AgoraO título genérico infelizmente afasta os desavisados. Mas não se engane: o filme é uma pequena obra prima sobre a adolescência, sobre crescer e amadurecer, sobre se machucar por amar e não ser amado, sobre essa ponte dolorida que é a mudança da fase da juventude para a adulta.
Em meio a tantos filmes genéricos e rasos sobre adolescentes, Greg Mottola entrega sensibilidade e poesia, evita soluções fáceis e estereótipos, fazendo de Adventureland um dos melhores coming of age dos últimos anos - senão o melhor.
John Hughes teria muito orgulho dele.
E Deus: perdoe quem acha Kristen Stewart uma atriz limitada.
O Desprezo
4.0 266É impressionante ver como Godard amadureceu como cineasta em tão pouco tempo - do seu primeiro longa, Acossado, lançado em 1960 até O Desprezo foram apenas 3 anos de distância (nesse período já tinha dirigido 5 longas - 7 se contarmos os longas feitos em coletivo com outros diretores).
Um filme extremamente seguro, conduzido por alguém que já parecia ter anos e anos de carreira. Sua experiência como crítico na Cahiers Du Cinema certamente foi um aprendizado, pois o próprio se dizia um cineasta enquanto escrevia sobre filmes e fez questão de permanecer crítico quando começou a fazer filmes. Filmava para escrever e escrevia para filmar.
Conseguiu nesse meio tempo o que diretores formados em cinema nunca conseguiram em décadas de experiência: mudar a história da sétima arte e entregar algumas obras primas em um período curto de tempo.
Godard foi um dos artistas que criou a década de 1960.
Não é pouca coisa.
Close Up
4.3 117Não me lembro de ver algum personagem tão apaixonado pelo cinema como o protagonista deste filme, por sinal o melhor da década de 1990. Ainda que eu jamais cometeria o que Hossain Sabzian fez, consigo sentir o amor que ele sente pela sétima arte, a ponto de, talvez, compreender seu ato. Cinema, quando bem feito, mexe com a gente de um jeito que meu Deus...
Quando o protagonista finalmente consegue o que queria, é impossível não chorar junto com ele. Se nós aqui como expectadores nos emocionamos com o que vemos em tela (seja lá o filme que for), imagina a sensação de ver cara-a-cara alguém que é responsável por dar sentido a própria vida. É praticamente divino isso.
"Cada vez que me sinto triste na prisão eu penso no verso do Corão que diz: 'Diz o nome de Alá e teu coração será confortado', mas não sinto conforto nenhum. Sempre que estou deprimido ou transtornado, sinto o desejo de gritar ao mundo a angústia da minha alma, os tormentos que passei, todas as minhas tristezas - mas ninguém as quer ouvir."
Muitos buscam conforto e paz com si mesmo na Bíblia, na fé, etc, o credo que for. Para alguns, como o personagem deste filme, talvez Truffaut, talvez Tarantino, entre outros cineastas e certamente eu, o cinema me dá essa "resposta" para o que procuro/procuramos, digamos assim.
Chega a ser terapêutico. Não há remédio melhor.
Poucas obras-primas conseguem esse feito. Close-Up é uma delas.
Um filme sobre a farsa e sobre o amor pela farsa - aqui, no caso, representação e ficção.
E nunca um título foi tão certeiro quanto esse.
Os melhores closes do cinema estão aqui.
De Olhos Bem Fechados
3.9 1,5K Assista AgoraStanley Kubrick, em seu último (e melhor) trabalho, brinca de verdade e consequência sobre as responsabilidades em se manter um casamento firme, mesmo com todas as incertezas, inseguranças e traumas que esse compromisso para a vida possa trazer em uma relação conjugal.
Não apenas é disso que o filme trata, claro, mas também sobre aparências.
Kubrick pagou um preço alto por mostrar uma suposta verdade que a alta sociedade omite dos reles mortais (alguns teóricos da conspiração dizem que pagou com a própria vida). De Olhos bem Fechados é um filme sobre o ato de mentir. E omitir. Contrariando o título, ele abre nossos olhos. Ironia pura.
Afinal, a mentira é o cimento que ergue a sociedade, não?
Mas se tem alguma beleza nisso é que o diretor realizou o melhor canto do cisne da sétima arte, uma obra-prima incompreendida em seu lançamento e que, mesmo 20 anos depois, ainda tem certa resistência de um público que provavelmente esperava o óbvio - algo que ele nunca foi.
Um dos 5 melhores filmes da década de 1990.
O melhor filme de um diretor genioso e genial.
O melhor filme de 1999.
O melhor filme natalino.
O melhor filme sobre casamento - e também sobre tentar mantê-lo firme.
Ou...
O melhor sonho já filmado. Essa é só uma outra interpretação sobre o que pode ser o que assistimos.
Os Donos da Noite
3.5 163 Assista AgoraMuitos exaltam a vibe retrô/vintage do cinema de Wes Anderson, como se seus filmes pertencessem à uma época distante do cinema contemporâneo.
Mas acho que ninguém emula melhor um período clássico (no caso, o cinema da Nova Hollywood dos anos 70) como James Gray. Depois dele, acho que só Paul Thomas Anderson, Kleber Mendonça Filho e Tarantino chegam nesse nível de realizar um cinema mais saudosista no século 21.
Seus filmes urbanos, crus e com os pés no chão são obras (primas) modernas, mas podem facilmente serem colocadas lado a lado de chavões do período citado acima, como Operação França, Um dia de Cão ou Serpico.
Os Donos da Noite talvez seja seu trabalho mais emblemático nessa relação. Soa como um filme policial dos anos 2000, mas sem escorregar nos clichês batidos do gênero. Afinal, é dirigido por um cineasta autoral, um artesão, que faz cinema à moda antiga - mas também não abre mão das facilidades que a tecnologia oferece quando precisa: toda aquela chuva na cena da perseguição foi inserida digitalmente na pós-produção.
Falando na perseguição, periga ser a melhor sequência do tipo dos últimos, sei lá, 50 anos.
Se o mundo realmente fosse um lugar justo e notas do IMDB e porcentagem do Rotten fossem de fato relevantes, esse filme e outros da filmografia do diretor seriam melhor avaliados e ninguém daria bola pra diretores que não merecem a audiência que possuem (não preciso citar nomes, mas alguns deles fazem filmes "realistas e sombrios" e pensam que estão salvando o cinema - do quê eu não sei).
Aliás: James Gray é o melhor cineasta dos Estados Unidos que surgiu nos últimos 30 anos.
Os melhores são sempre os mais subestimados.
O tempo há de consertar isso.
Arábia
4.2 167 Assista AgoraSe não é o melhor filme nacional da década de 2010, certamente entra fácil em um top 5.
Mas talvez seja o melhor mesmo. Méritos não faltam.
Loki
4.4 180 Assista Agora"[...] É legal que a gente não faz mais televisão - não falando mal da televisão, porque a TV Cultura é muito legal."
Alien: A Ressurreição
3.1 489 Assista AgoraAquele tipo de filme (até então) ruim que a gente revê sem compromisso, depois de muitos anos sem assistir... e com outros olhos se depara com uma grata surpresa.
Pode não ter a ambientação claustrofóbica e escura de Alien: O Oitavo Passageiro. Menos ainda a remodelagem original para outro gênero - no caso, um filme de ação e não terror - como aconteceu com Aliens: O Resgate.
Mas o gore (talvez o mais violento da franquia) e a direção de arte inspirada fazem de Alien: A Ressurreição um filme peculiar, praticamente um filme de autor, diferente de Alien³, totalmente controlado por produtores que não deixaram seu diretor (um jovem David Fincher) criar com mais liberdade (ainda que o terceiro filme também não seja essa ruindade toda que acham).
Talvez a visão de um diretor europeu, mais aberta que a dos americanos, fez toda a diferença na concepção desse quarto capítulo.
Um filme a ser redescoberto, ainda que esteja longe de ser uma obra-prima ou algo assim.
Comparado a Prometheus (um filme bom, mas que se acha mais do que é) e Alien: Covenant (esse nem tem como defender), esse aqui é até bem decente.
A Fraternidade é Vermelha
4.2 440 Assista AgoraO melhor desta trilogia superestimada, que tem mais hype que qualquer outra coisa.
Desejo e Obsessão
3.3 73Claire Denis, uma das maiores cineastas contemporâneas, com sua sutileza e elegância de sempre, antecipa com Desejo e Obsessão o famigerado pós-terror que predominou o cinema americano dos últimos anos. Com a vantagem de se sair melhor que a maioria deles, incluindo alguns bem mais famosos. Ainda que esse filme não seja influente para esse outro movimento. Afinal, americanos não veem filmes legendados...
Aproveitando a deixa:
New French Extremity >>>>>>> Pós-terror.
Embora o movimento francês não se limite apenas ao terror.
Sniper Americano
3.6 1,9K Assista AgoraA guerra vista como o mal necessário. Ao invés de índios (nos westerns), agora são os iraquianos.
Quando o cidadão (de bem?) volta para o seu lar, traumatizado e abalado, a culpa é sempre do convívio com esse inimigo e seu território, mas sem fazer qualquer ressalva às suas próprias atitudes. Suas e de seu país, o tal melhor lugar do mundo, segundo o próprio.
Esse ufanismo...
Na terra plana isso deve ser lindo.
Alien 3
3.2 542 Assista AgoraAlien³ não tem absolutamente nada de David Fincher, até então um novato em Hollywood e esse era seu filme de estreia, logo, não era aquele diretor autoral que surgiu poucos anos depois (mais precisamente com Se7en), cujo estilo cinematográfico é facilmente identificado.
Ainda assim, tem seus momentos de brilho, como a Sigourney Weaver, ótima como sempre, o xenomorfo quadrúpede (apesar de não funcionar muito bem quando aparece em cgi) e aquela estética futurista-utópica meio Stargate, meio Closer (clipe do Nine Inch Mails).
Bancando o Águia
4.5 135 Assista AgoraTom & Jerry, Chaves/Chapolin, John Wick, John Woo, Jackie Chan, Tom Cruise, Woody Allen, 007, Mad Max, etc... sem Sherlock Jr. nada disso existiria (e muito mais).
Na comédia do cinema mudo, Chaplin sempre foi o mais conhecido e se tornou o mais icônico.
Mas Keaton era o mais criativo, o mais genial, mais ousado.
E melhor.
Esse filme (e A General) atesta isso.
Tão grande e importante para o cinema (e sua evolução como arte e técnica) quanto O Homem com uma câmera.
Pacto de Sangue
4.3 247 Assista AgoraPhilys: Senhor Neff, por que não vem amanhã por volta das oito e meia? Ele estará aqui.
Walter: Quem?
Philys: Meu marido. Deseja falar com ele, não?
Walter: Claro, mas estou com outra ideia...
Philys: Neste estado há um limite de velocidade. Setenta quilômetros por hora.
Walter: E qual seria a nossa?
Philys: Eu diria que noventa.
Walter: Pois desça de sua moto e me dê uma multa.
Philys: Que lhe sirva de advertência.
Walter: E se não resolver?
Philys: Vou colocá-lo de castigo.
Walter: E se choro e me apoiar sobre seu ombro?
Philys: Por que não se apoia no do meu marido?
Walter Neff (sorrindo): Ponto final.
Billy Wilder seria um ótimo roteirista de filme pornô. Sabia escrever diálogos afiados e de duplo sentido como ninguém.