Encantou-me, sobretudo vê-lo em occitano (a quem se interessar: https://player.vimeo.com/video/854926341 ). É de uma delicadeza e de uma profundidade de sentido tão ausente nos filmes que tomam as bilheterias hoje em dia... Certamente, ter-me-ia feito refletir sobre minha própria relação com meu pai, que me lembrou um pouco o pai do menino...
25/03/2022: Já tinha ouvido falar, mas esquecido assim como as coisas das quais ouvimos falar, mas que perdem a relevância da novidade em meio às experiências e novas memórias que vamos construindo com a vida. Tive novo acesso à sua existência hoje, 25 de março de 2022, durante a aula de Cinema Galego, pela USP (que desde já recomendo para quem se interessar pela Galícia, pela língua galega e, claro, pelo cinema galego). O professor exibiu um trecho e isso foi suficiente (abondo, em galego) para me instigar, baixar e ver por conta própria.
Trata-se de um filme alemão de 1920, da época que ainda não havia som (apesar de estranhamente ouvirmos as músicas de suspense). É um filme de mistério, suspense e tema psicológico. Muito, muito interessante! É simplesmente incrível que naquela época já se produzisse um filme com tamanha estrutura narrativa! Absolutamente fantástico e, sem dúvidas, revolucionário para a época! Coloquei logo nos meus favoritos porque realmente merece. Talvez, seja o filme mais antigo que eu já vi na vida. Minto! Ainda na aula, vimos Miss Ledyia, de 1916, um filme galego, que não entendi muito bem e vou voltar para (re)ver.
Mas sobre o doutor Caligari... É uma história dentro de uma história com todo aquele ar que só os filmes antigos possuem. Sem o som de vozes, somos convidados a ler as legendas que representam as falas dos personagens. Em se tratar de um filme altamente expressivo, o visual ou não-verbal contam e/ou adicionam muito aos significados que vamos construindo ao longo do longa, de modo que, em alguns momentos, por sabermos do que se trata, nem legenda possuem e somos deixados para interpretar o que pode ter sido dito entre os personagens. Quem tiver interesse de ver não vai precisar se preocupar com incompreensão, uma vez que o contexto permite a comunicação dos vários sentidos que emanam dessa obra fílmica.
Falei, falei, falei e não falei da história: é um homem chamado de doutor, certamente não por ter doutorado (não se revela isso), Caligari que se apresenta num parque de diversões com uma atração incomum: um sonâmbulo que conhece o passado e prediz o futuro. Há todo um mistério por trás desse homem e daquele que ele desperta para apresentar. Para saber qual, sugiro que vejam para apreciar essa obra do cinema clássico. Obrigado por ler! ^^
01/04/2021: The Long Road Home é um episódio especial da série Supernatural (2005-2020) no formato de documentário, que conta com comentários dos intérpretes de alguns dos personagens principais e outros igualmente memoráveis, como Jensen Ackles (Dean Winchester), Jared Padalecki (Sam Winchester), Samantha Smith (Mary Winchester), Misha Collins (Castiel), Rowena (Ruth Connell), Jim Beaver (Bobby Singer), Alexander Calvert (Jack), entre outros, além do criador da série, Eric Kripke. Eles comentam acerca de muitos pontos, eu diria, sobre os principais pontos que envolvem/compõem o universo de Supernatural: os irmãos, os monstros, os anjos, alguns dos convidados etc.
Um dos comentários que fazem e do qual ninguém pode discordar a respeito da série é justamente o fato de que a série tem um solo tão, tão fértil que de tudo era possível fazer, e eles fizeram: terror com comédia, com drama, com romance, com música, com referências a filmes, outras séries etc. A gente revê muito disso nesse especial. Além disso, citam também o fato de que Kripke tem/tinha muita fascinação com a meta-história, o metaenredo (história dentro de uma história que revela parte de como construído fora essa ou aquela história; no caso da série, revela as câmeras, os scripts, os atores nos bastidores etc.), que é justamente muito do que ele explora naqueles episódios que se passam em estúdios de TV, como o Hollywood Babylon (S02E18), o (hilário e meu favorito dos três) Changing Channels (S05E08) e o French Mistake (S06E15). Ademais, eles mencionam também o episódio em formato de anime, Scoobynatural, que é tão, tão massa! Há um comentário, não me recordo se de Misha, dizendo que, por ele, haveria toda uma temporada assim com um feat desse entre Scooby-Doo e Supernatural. Seria meu sonho? Poderiam investir não só porque seria sucesso, mas principalmente porque spin-offs estão aí pra explorar universos possíveis produzidos pelas séries de hoje em dia. *-*
Achei pouco tempo, não vou mentir, para falar de tanto, tanto que a série exibiu e que continua em algum lugar da nossa memória. Acho que os fãs fiéis da série vão amar assistir esse especial lindo e vão achar nostálgico e emocionante, tal como eu achei e me fez sentir. Faz-nos também sentir muita saudade das primeiras tramas, do clima e ritmo dos primeiros episódios, assim como das primeiras temporadas. Entretanto, atenção: há alguns comentários e cenas que são spoilers da 15ª temporada, então se forem assistir antes de verem a última temporada, já fiquem com esse aviso. Superentendo quem não vai sentir falta, quem já não via a hora de acabar (como se continuar ou acabar fizesse alguma diferença em suas vidas) e quem se deixa levar por um aborrecimento de as coisas não terem saído como queriam, mas para muita gente que encontrava um alento, um abraço, uma perspectiva diferente pela qual considerar o mundo entediante de hoje em dia, para pessoas assim, comigo incluso, vai fazer falta e nada vai conseguir substituir porque nenhuma outra série tem o que Supernatural tem: de tudo. Preciso dizer que recomendo? *0*
01/04/2021: Simplesinho, né? O conflito se desenrola todo em torno da relação de Brauen e Cartwright, que estão guardando cientistas em criogenia para que acordem quando o ar se torne respirável novamente. Eles são, para isso, acordados a cada seis meses para manutenção do lugar. No entanto, um dia, um incêndio corrói a cama/câmara/eu não tenho ideia do nome daquilo, onde um deles dorme, e aí se inicia a busca por um extra nos outros bunkers que rodeiam (porque são vários lugares assim na situação deles), mas descobrem que todos morreram há anos e parece que só eles sobraram. Apenas uma vez o exterior é mostrado/explorado, enquanto tudo se passa entre as salas escuras desse lugar misterioso. É interessante, não vou mentir, mas esperava que fosse um pouco mais complexo/massa, para um filme de ficção científica. Acho que exploraram pouca coisa, mas não chego a odiar, como alguns comentários abaixo. Estamos muito habituados a filmes do gênero com muito mais ação, duração e com uma aventura mais futurística, de fato, com armas do futuro, paisagens do futuro etc., tudo de mais complexo que vemos vendo em outros filmes com a temática.
15/03/2021: A gente tem que consumir mais cultura de vez em sempre. Se ele tivesse visto a versão original, será que ele teria o mesmo fim? Passado. Esperem. Xô organizar as ideias. Trata-se de um remake do clássico de 1973, The Wicker Man (O Homem de Palha), mas diferente do original este com Nicolas Cage é mais leve, pelo menos durante boa parte do filme, e não é aquela pornô toda que tem no original. lol
E retomo a crítica que fiz na página do original: como é perigoso deixar nas mãos de uma só pessoa, de um ser (des)humano, a crença de tudo que deve nos guiar em toda nossa vida. Como garantir que algum dia não usarão a crença que nos fazem acreditar para fazer com que façamos mal aos outros? Como garantir que o que nos fazem crer é para o bem de todos e não apenas para o bem de alguns? Torno a repetir: como é perigoso acreditar em tudo que é proferido pela boca de uma única pessoa e de ver o mundo apenas com os olhos dessa pessoa. É um risco demasiado grande e que põe em perigo a vida de muita gente. Porventura, que valor é ensinado que têm as pessoas que não seguem as nossas crenças? O que se diz, por exemplo, nas igrejas acerca de quem não vai à igreja? E como o amor por essas pessoas é ensinado? É ensinado algum/qualquer amor por gente assim? Conheço algumas respostas a essa pergunta a partir de alguns grupos religiosos que visitei. É triste pensar que, se fosse aqui no Brasil, existem certas pessoas que se deixariam convencer tão facilmente de que a vida dos outros nada vale... Já pensaram o estrago que uma coisa assim, como a alienação, pode fazer? Agora, imaginem só se usassem isso para eleger um genocida, inimigo da vida dos outros. A analogia é intencional. Recomendo que vejam para refletirem sobre as crenças mais profundas que cultivamos...
15/03/2021: Preciso dizer que é terrível? Agora, eu sei, ou pelo menos tenho uma ideia, de qual é a fonte de onde bebem filmes como Pânico na Floresta etc. Enquanto pesquisava, descobri que The Wicker Man se tornou um filme cult, um filme tomado como único, pioneiro e original. Tinha até um comentário de Christopher Lee, dizendo que foi o melhor filme que ele já fez em toda sua vida. Amado??? Eu não vejo como queimar uma pessoa viva possa ser algo bom (em nenhum dos contextos possíveis de encaixar uma coisa como essas). :| Vamos ter cultura diferente, mas vamos respeitar a vida dos outros, né?
É terrível o que uma crença cega pode fazer, né? E a gente crente que isso só tinha acontecido na Idade Média ou no tempo de Hitler, mas não. Sempre tem gente sem orientação, quase como se só estivesse esperando para que alguém a convença de fazer uma barbaridade... Porventura, não foi isso que fizeram nas eleições de 2018, convencendo 57 milhões de que valia a pena votar pela morte dos outros? Podem ver: muitos ainda hoje não veem a loucura na qual embarcaram... Outros, por outro lado, não veem assim e só acreditariam se rolasse o sangue solto, a barbárie de uma guerra civil, afinal as armas eram pra matar. Nunca vi pedreiro com arma para construir nada nem profissão alguma usando arma pra construir. Mas nossa pequena demonstração de barbárie está aí: a pandemia, que muitos estão com a vida dos outros nas mãos e agem como? Como fanáticos que matam por diversão. Sinceramente, espero nunca mais ter que viver numa situação dessa. O filme recomendo pra reflexão, mas também não pretendo rever, é demasiado forte.
16/02/2021: O filme estava em minha lista há um bom tempo por causa do título (Lost in Translation quer literalmente dizer, em inglês, ‘Perdido(a) na Tradução’), e eu, enquanto tradutor e estudioso dessa área tão instigadora, achei que ia encontrar altas demonstrações do que vinha estudando ambientadas, por exemplo, numa cultura diferente. Foi quase isso, mas quando li a sinopse eu fiquei com uma má impressão, com uma expectativa de que não ia gostar de algo que o resumo falara que aconteceria.
Mas do que trata, né? Charlotte (Scarlett Johansson) está no Japão com seu marido, fotógrafo, que está fazendo ensaios e tem que ficar trabalhando o tempo todo. Ela, por outro lado, não consegue se adequar ao fuso horário, ficando acordada à noite, sentindo-se mais estrangeira que tudo naquele país, onde ela não entendia nada. Gente rica tinha que parar de passar vergonha e aprender os idiomas dos lugares de vez em sempre. Parei. Mas é!
Do outro lado do filme (, mas bem do lado de Charlotte), uma outra narrativa toma espaço, a de Robert (Bill Murray), ator, estadunidense que nem ela, que também está no Japão a trabalho, mas que passa pelos mesmos problemas dela, a exceção de que vez ou outra ele possui uma intérprete. Então, Robert e Charlotte se conhecem e passam a sair de noite ou quando têm vontade para ir se divertir e matar o tempo por mais que nada compreendam do que as pessoas falam. Eles se tornam amigos, dividem seus problemas, tristezas e situações das quais não sabem como sair ou o que fazer. Ele, mais velho e ela, mais jovem. Por se sentirem aproximadamente da mesma forma, eles se entendem e isso é especial para os dois enquanto estiverem naquele local.
O tempo todo, quando não há quem interprete, somos colocados para não entender nada também (nem a dublagem nem as legendas fornecem tradução praqueles momentos), assim como os personagens, para, talvez, que sintamos o efeito de estar num lugar e nada entender e nem uma só palavra capturar para firmar/construir significado. Até os gestos (por serem conjuntos de signos constituídos por gente de uma cultura diferente e cuja carga semântica, portanto, difere dos gestos conhecidos por Charlotte e Robert) não são suficientes para apreender muito do significado que lhes é comunicado.
E, ao mesmo tempo em que eles não conseguem compreender o mundo de palavras e caracteres que os rodeia, ainda assim, eles são levados a formular significados, encontrando, inclusive, referências possíveis a seus próprios problemas, tal como Charlotte que pensa em seu casamento quando vê recém-casados num templo de Kyoto, ou Robert, ao perceber os resultados de sua última noite quanto a seu próprio casamento.
O filme também saca um mistério à la Machado de Assis, “traíram ou não traíram?” ao propor que os personagens se despeçam um do outro, ao final do filme, com beijos bem próximos da boca e, também de um mais direto. Eu, contudo, não acho que fora traição. Foi de despedida, despedida de amigos que se gostaram muito, mas que farão falta um ao outro. Esse foi meu receio ao ter lido a sinopse: achei que o filme, vencedor de altos prêmios em sua época, cairia na mesmice de romantizar traição em cima dos sentimentos de alguém desavisado para construir o romance dos personagens principais. Já deu, né, filmes que romantizam a cultura da traição? A gente pode ser e fazer melhor do que isso, e ainda ser honesto com o coleguinha de vez em sempre.
Eu gostei muito do filme, especialmente de todo contato estrangeiro que tiveram, seja com a língua e a cultura japonesa, seja com a língua alemã, que eu observei, sim, na sauna onde Robert aparece em mais uma situação de incompreensão: acompanhado, mas sozinho? Charlotte também. Ainda acho, no entanto, que a curiosidade os salvou e muito durante o enredo porque sair para viver, sair para ver com os próprios olhos, curiar, saciar os olhos com coisas diferentes; tudo isso, eu acho que foi essencial para que eles se conhecessem e para que fugissem desse mundo de incompreensão no qual tinham que ficar por um determinado tempo. E amei o abraço que deram na despedida, em que os gestos falaram amplamente mais alto do que qualquer palavra: eu baixo filme é para ver isso mesmo, essas atitudes de humanidade que tanto me alimentam a alma, me trazem a emoção bem aos olhos e me ajudam a enfrentar nosso país de hoje em dia e essa gente que fica o tempo todo falando que o país está uma maravilha, quando estamos à beira da ruína e sendo forçados a nos acostumarmos com a morte dos outros. Sinto-me completamente estrangeiro próximo dessa gente, e quero desesperadamente encontrar mais e mais quem me compreenda nisso aqui. Recomendo! ^^
10/01/2021: Quel film magnifique ! Eu já conhecia a sinopse, mas havia esquecido a ordem e as consequências de certas cenas/decisões dos personagens. Estou passado que Regina George era Ines, literalmente: até mal-humorada ela era. >< Enquanto escritor, eu amei ter visto esse filme que nos leva aos tempos de alguns dos autores que conhecemos hoje em dia por clássicos, como Hemingway, Fitzgerald, entre outros intelectuais da época, como Dalí, Picasso, Gertrude Stein, Peter Cole etc. Não vou me esquecer de que é em Paris que se passa o filme e é uma cidade muito linda, fantástica, principalmente na chuva!
Claro que, apesar de ter escritores na trama, o filme também se estende para o que se convencionou chamar de a Bela Época (la Belle Époque), que se refere ao período do fim do século XIX (1890, por aí) até pouco antes ou por volta dos anos 20, 1920. É muito inspirador não só as conversas e passeios que eles fazem, como também o modo como as histórias, paralelas, se entrelaçam através de Gil, o personagem principal, interpretado por Owen Wilson, aquele bichão. Eu teria amado muito ter tido a oportunidade que ele teve de conversar com seus ídolos intelectuais preferidos. Seria meu sonho conversar com Edgar Allan Poe, Guy de Maupassant (muita falta do qual eu senti, afinal de contas o filme se passa em Paris e ele foi um grande escritor francês, inclusive da Belle Époque, mas como era um filme norte-americano, né, trouxeram mais celebridades estadunidenses da época...), Machado de Assis, José Lins do Rego, Beyoncé! Parei, mas não deixa de ser uma personalidade que me inspira muito!
Para escritores, o filme é um prato cheio, e eu gostaria muito de assistir outros para escritores, mas bem mais focado em escritores, escrita, ideias, imaginação etc. Certamente, eu ia amar. Ah, e este eu super-recomendo! ^^
24/12/2020: Que filme lindo, maravilhoso e perfeito! Eu realmente amei do início ao fim! E no meio, enquanto assistia, que eu fui atrás dos atores e descobri que eles são casados! Aaaaaaaa *-* Tão lindos juntos dentro e fora do set de gravação. *0* Mesmo quando se viram pela primeira vez (em verdade, eles se conheciam dos tempos de escola, sim, os personagens, Hugo e Patrick) eu já estava shippando porque eu sou desses! Haha
Amei, como citaram nos comentários abaixo, as várias piadas/indiretas/trocadilhos/referências a coisas de duplo sentido, mas sem pretensão alguma. Diferentemente de muitos filmes gays que já vi, esse não tem sexo, mas não deixa de ser menos incrível por isso. É lindo e fabuloso! Tem de tudo um pouco, drama, romance (afinal, é uma comédia romântica, mas mais romântica que comédia, pra você suspirar mesmo), mistério etc. Amei também o fato de eles viverem num tempo mais tolerável, onde a homofobia não aparece, apesar de sabermos que ela infelizmente ainda existe, mas que lindo que é. Imaginem só: viver em um lugar onde as pessoas que você ama te amam de volta sem restrições ou impedimentos e que te respeitam por você ser quem é. Seria meu sonho? Nós sabemos que homofobia é um tema muito frequente em filmes nos quais figuram personagens LGBTQIAP+ (espero não ter me esquecido de nenhuma letra; kkk), como nós, mas fiquei feliz por termos um filme sem homofobia. Pelo contrário, temos gays em busca de suas paixões, perseguindo seus sonhos e sendo bem-sucedidos, apesar de sua sexualidade. É bom, sim, termos em vista a realidade que vivemos, mas também é maravilhoso (e da vida faz parte!) sonhar com um dia em que nossa sexualidade não mais será um impedimento pro que quer que seja, acadêmico, afetivo, emocional, profissional etc.
Não posso deixar de mencionar o resgate histórico que ocorre na narrativa, recordando que antes de nós já houve um tempo em que segurar as mãos para uma simples foto, esse simples gesto, não era permitido/respeitado/bem visto etc. Além do fato, né, de que se estamos aqui tendo o proveito e a chance de aproveitarmos essa liberdade maior de sermos quem somos é e sempre será porque antes de nós outras pessoas marginalizadas lutaram para terem os direitos que não adquiriram em vida, mas que, olha nós aqui aproveitando desse presente deles... Isso me lembra muito de nunca nos deixarmos esquecer de nossa própria história, de estarmos sempre cientes de que falam através das coisas que podemos fazer hoje aqueles que um dia desejaram (e morreram) por essas coisas que a gente nem para pra agradecer pelo fato de que alguém, algum dia no passado, fez de tudo pra que a gente pudesse aproveitar algo que eles puderam apenas sonhar...
Para mim, foi imensamente significante ter assistido esse filme porque é com isso que eu sonho, um verdadeiro amor, alguém que se interesse por mim de verdade, em saber mais de mim, que faça eu me sentir incrível, sortudo, único e amado; alguém que se sinta incrível por estar ao meu lado e torça por mim e me apoie nos meus projetos, alguém com quem construir uma vida juntos. All I Want for Christmas, que chama? Mas me deixe citar algo mais: em uma certa cena do filme, Patrick pede para Hugo cantar e encoraja-o a fazê-lo. Que lindo! Houve, um dia, alguém que por mim fez o mesmo e, eu não vou mentir, mal posso esperar para que faça de novo em caso de nosso reencontro, se Deus quiser... Pelo tanto que fiquei encantado, preciso dizer que recomendo? Feliz Natal a todos!!! *-*
29/11/2020: Ainda tentando processar, querendo de toda forma agarrar a complexidade de sentidos, referências e reflexões sobre a sociedade moderna, sobretudo a respeito do Brasil fascista desses últimos anos, bem como aquele que o foi na ditadura. Que filme fod@! E necessário! Vi muito, muito, com força mesmo, e a todo tempo, links, conexões com o que temos vivido no desgoverno: censura, mentiras a todo instante na mídia (a mando do governo) e sobre a mídia, a televisão sendo usada para controlar ao invés de informar, a tortura, a ocultação de informações, a matança que o governo promove com deliberação, o governo responsável pela morte de milhares numa pandemia, as pessoas alienadas, acordão com religião, conservadorismo perseguidor, homofobia, terrorismo, poder militar contra o povo, e tirano mandando matar e fazendo live surtado são apenas alguns exemplos de muitas das coisas que temos visto acontecer no nosso país desde que o fascismo se instaurou, ferindo nossa democracia, nossos direitos e ainda querendo passar a falsa impressão de que tudo isso é a vontade de Deus.
O filme é amplamente necessário. É uma verdadeira obra-prima de referências e de base histórica. Não vou dizer que dá pra apreender tudo de uma só assistida porque não dá. É complexo, possui vários gêneros, ação, mistério, investigação, suspense, uma ou outra pitada de romance e comédia, pitadas bem pitadas mesmo, mas não deixa de perder o pique nem o espectador por isso. O filme o tempo todo revolve/retoma ele mesmo, as coisas ditas, as frases reflexivas, de efeito e/ou significância pros personagens. São cerca de 2h de um filme muito bem elaborado e com referências onde a gente menos espera, entende e/ou percebe.
Outras claras referências, mas com significado mais positivo/fundamental, eu diria, é a educação através da retratação da História, do porquê que ela não pode ser esquecida, da importância de um povo saber de sua história e de seu próprio poder enquanto comunidade e nação. Também posso citar o povo como sendo quem detém o poder soberano sobre seu país, e não os governantes, que, em verdade, são nossos EMPREGADOS, não nossos chefes ou senhores de engenho, como nos querem fazer acreditar nesses currais eleitorais destes tempos (“Quem tem olhos que veja e quem tem ouvidos que ouça”).
“Tá, mas do que fala o filme?” Do seguinte: em um futuro apocalíptico numa Inglaterra fascista, um misterioso revolucionário planeja a destruição do Estado opressor através da desarticulação (o desligamento da vida, que chama?) de quem o alimenta/instaura/mantém. Conhecido como V, ele, que é muito cultivado [tem um quilo (pra não dizer uma tonelada) de livros em sua casa, além de muitas outras formas de manifestação da arte, como escultura, pintura, música etc.], pretende a revolução visando a mudança do atual estado ditatório para um lugar político onde a cultura, a liberdade, a verdade e a autoridade do povo ditem as regras, prevalecendo sua soberania acima dos ideais impiedosos do desgoverno genocida vigente.
Por tudo isso, por tudo que temos vivido e aguentado durante já mais de 2 anos (estou contando o fim de 2018 também, afinal começamos a penar na mão desse povo nefasto desde lá), por tudo o que eles nos têm feito passar nacional e internacionalmente, por todas as pessoas que foram vítimas desse inferno (porque desgoverno é elogio), dessa loucura coletiva, por cada absurdo dito e feito e pelas vidas suas e de suas famílias, leitores, escolha ver esse filme com seus próprios olhos porque o único jeito de sairmos desse pesadelo é se nos unirmos todos contra esse mal. #super-recomendo
26/12/2019: Eu comecei a assistir achando que era uma completa comédia e com a premissa de que eles "pulariam" o Natal pra tirar férias no Caribe. E eu realmente achei que os vizinhos jogariam barra pesada pra impedir que isso acontecesse, mas até que eles pegaram bem leve.
Um Natal Muito, Muito Louco ou Natal com os Kranks (Christmas with the Kranks) foi uma comédia leve, mas divertida. Não é, de todo, um filme parado devido à toda as cenas que natais em vizinhança prometem. E eu senti esse compromisso maior com o gênero comédia do que com aquele tom de Natal que convoca (e pretende atrair) a emoção do público. Isso é, em verdade, explorado um tantinho no final do filme, apenas, mas bem que é um motivo... valoroso!
Admiro muito a Jamie Lee Curtis, e o Tim Allen eu já conhecia de outros filmes (, mas não me perguntem quais kkk). É um filme simples, mas eu gostei e, apesar da nota (que sim, eu sei que influencia ou conta pra algumas pessoas), eu realmente sugiro que vejam, de fato, com seus próprios olhos. Feliz Natal (qualquer que seja o ano em que lerem isso)!! ^^
25/12/2019: É a segunda adaptação de A Christmas Carol, de Charles Dickens, que eu assisto. A primeira foi Scrooge, de 1988, com a atuação de Bill Murray no papel principal, numa adaptação do conto aos tempos de grandes prédios, negócios, televisão, filmagem etc. Além disso, foi uma live-version do conto, ao passo que este, em cuja página disserto, de 2009, é uma animação.
Não, meu comentário não pretende comparar os dois filmes, mas, meramente, observar o que ambos têm em comum de tão grandioso, que imagino que seja a grande lição ou o grande efeito que Dickens quis retratar em sua história. Sim, refiro-me à grande transformação espiritual, eu diria, que o personagem principal, Scrooge, passa ao receber as visitas dos Fantasmas: (1) do Natal Passado; (2) do Natal Presente; e (3) do Natal Futuro.
É genial como Dickens propôs tamanha mudança a um personagem através da observação dos três grandes tempos que regem os destinos de tudo o que possui vida. O resultado de tal encontro produz emoções e reflexões que Scrooge não imaginava que teria e, principalmente, lhe dá a oportunidade de modificar a situação de tudo o que ele vinha fazendo de errado.
Neste sentido, ele tem a oportunidade de corrigir alguns de seus erros e de dar valor a quem com ele convivia (ou não: família, empregados, conhecidos da cidade etc.). A visita que lhe fazem os fantasmas lhe proporciona contraria o ditado que bem conhecemos, "tem gente que só valoriza quando perde", porque, ao invés de perder, Scrooge é levado a ver o que aconteceria SE. Se! É essa condição que o acompanha em sua jornada de autoconhecimento.
Não sou tão fã de animação (isso até, de fato, assistir kkk), mas amei ter sentido o grande efeito pacificador do Natal e sua capacidade de chamar para o diálogo e para a reflexão, apesar do significado Maior do Natal, sim, o nascimento de Cristo, tenha sido deixado de fora, como é costume em muitos filmes, músicas etc. Contudo, saber que Jim Carrey esteve por trás desse filme (ele quem dá a voz de Scrooge) me animou muito porque, em algumas falas, eu realmente vi um pouco dos personagens do Carrey. Pergunto-me se, em termos de aparência, ele deu alguma contribuição aos desenhistas/diretores, como é costume os personagens de animação terem algo de quem lhes dá originalmente a voz. Ah, e amei o filme ter passado o essencial do que Dickens propôs, além do quanto o fato de ter sido animação explorou o elemento fantasia, permitindo à história um uso maior do que, numa versão live-action, seria considerado como efeitos especiais. ^^
20/10/2019: Acabo de ver esse filme não sei se pela primeira vez. Realmente, não me lembro de tê-lo visto na infância, apesar de algumas coisas me parecerem familiares, como a famosa cena deles passando de bicicleta na frente da lua *-*, tal como no pôster.
Ainda estou um pouco chocado (?), surpreso, meio que sem saber o que dizer pelo que assisti. Que filme lindo! Que infância bem cuidada eu posso ter tido, se o tiver visto quando era pequeno, e penso que vi.
Estou meio sem palavras, então, vou direto ao ponto. É emocionante a relação que o menino desenvolve com o E.T. Regasta uma ideia meio que revisitada em Wall-E, a do amor, dos sentimentos que despertam ou possuem seres que nós não entendemos. A natureza do amor é tão singular e poderosa que... o quão grandes seríamos se fizéssemos mais uso dele do que de qualquer outra coisa no mundo... =\ Porque o amor faz tanta coisa... ele salva, ele liberta, ele acolhe, cuida, protege etc. E muito disso eu vi no filme, em especial das crianças para com o E.T. (Amei ver a Drew Barrymore pequenina *0*).
Outro aspecto que queria destacar é algo explorado em dois dos filmes de King Kong que eu vi, o de 1976 e o de 2005 (se não me engano do ano). Trata-se disso que os adultos têm de querer se apropriar de algo para pesquisa (como neste filme), para fazer dinheiro, para atrair o público através da ameaça à vida que deveria ser respeitada/protegida/preservada (tal como se pode observar em ambos King Kong's). Eu gosto de ver esse tipo de coisa como um alerta tanto a respeito das leituras que outras pessoas farão (nem todo mundo veria um E.T. de verdade com respeito; uns poderiam ver, mas outros veriam uma oportunidade de "se dar bem", financeiramente falando) quanto ao fato de que, infelizmente, existem pessoas assim no mundo, cheias de interesses egoístas e que não medem consequências para conseguir o que querem a custa da vida dos outros (como bem observamos não só, mas principalmente no Brasil atualmente...).
Então, eu vejo como um alerta de que a gente precisa ficar esperto porque se não soubermos processar bem a realidade, podemos acabar acobertando/concordando/defendendo crimes que as pessoas tentam fazer passar como algo normal e necessário, quando não o é...
Incrível!!! Do jeitinho que eu gosto: todo um terror a maior parte do filme e um grande mistério por trás, sem contar o quilo de material que ainda ficou pra uma possível sequência, né. Seria meu sonho?
Us, felizmente, é um filme leve. Nada de cenas terrivelmente explícitas como em Jogos Mortais, Halloween, Jason ou O Massacre da Serra Elétrica. Mas ele também é perturbador no sentido de que... Digamos em forma de uma pergunta: que fariam se vocês mesmos ou algo que são praticamente gêmeos de vocês quisessem... meio que... viver e aproveitar do que você tem em sua vida sem que você esteja por perto? E "por perto", leiam: mortos. Já pensaram?
Essa premissa, ainda que eu não tenha sabido dela antes de assistir, tendo, portanto, me sido apresentada durante o filme, lembrou-me de coisas como "A maior batalha que enfrentamos é contra nós mesmos", o que é uma verdade. E nesse enfrentamento, no qual alguém vai estabelecer quem manda e quem deixa de mandar, será que a gente consegue se livrar do nosso outro eu tão facilmente? A preço de quê? De que maneiras? E por quanto tempo...?
São perguntas como essas que convidam mais uma reflexão que fiz: o fato de que a gente se mata e nem sabe. Longe de mencionar apenas as comidas que ingerimos... Refiro-me a atitudes, por exemplo, matar-se por uma pessoa que não vale a pena. É, também, uma forma de morrer, ainda que aos poucos, por vezes...
Penso que o enfrentamento próprio seja algo extremamente difícil para algumas pessoas porque envolve ser honesto para consigo mesmo, largar o casaco do orgulho e falar a real, sem amarras, só o que se passa na realidade...
Outros dois pontos que não queria deixar de fora são: (1) O poderosíssimo discurso de sobrevivência que subjaz ao filme. A que me refiro? Basta assistir e comparar com a realidade pra ver quem é que tem sobrevivido, apesar de tudo na sociedade ocidental... \ò/ ; e (2) Uma coisa é certa: jamais vou ver minha sombra (e nem coelhos!) da mesma forma depois desse grande filme...
Faz mais de dez minutos que o filme acabou e eu não sei por onde começar o comentário... É triste. Sim, estou falando do filme. O que se passa pela cabeça de quem não tem muita opção e acha que a vida acabou ali? Cada um sente de uma forma, né... O fim do mundo pra uns é um recomeço pra outros...
Permaneço sem muitos argumentos, só sentimentos: tristeza, inconformidade, secura, perdição emocional (se é que isso existe e define o quão perdido estou dentro do que estou sentindo), vazio... É um filme que, de todo, nos faz refletir sobre os problemas que podem surgir dentro de um casamento.
Alguns dos pontos-chave para os quais eu pude me atentar foram: (1) a comunicação, visto que se conversassem mais, certamente, resolveriam mais problemas e ficariam mais treinados seja com sua reaparição ou com a doação de conselhos, se fosse o caso; e (2) o abandono do sonho. O que seria de nossas vidas se não sonhássemos? O que faríamos sem sonhar? Sem viver um sonho? E quando o sonho parece ser a única coisa que pode salvar o seu relacionamento ou salvar a sua vida? Como proceder?
... Há um exemplo de como proceder no filme, mas eu não recomendo este exemplo. No entanto, recomendo o filme, e também que: vivam o sonho de vocês. A vida é curta demais pra ou viver os sonhos dos outros, ou desistir pelo que falam do seu sonho... :)
Gostei, e certamente teria feito minha infância tivesse sido lançado naquele tempo. É uma pena que não focou completamente nas 12 peças de bronze, as quais, para mim, poderiam ter seu filme próprio de tão místicas e misteriosas que eram. Mas eu entendi o projeto maior, que era retratar, ainda que de forma humorada, a rotina do pessoal que é encarregado com a difícil tarefa de recuperar/reaver tesouros de seus países de origem, bem como toda a rede de associações que está envolvida em deveres do tipo.
Fico feliz por Jackie Chan ter se dedicado a esse trabalho, como ele mesmo cita, que pode ser o seu último, uma vez que as cenas, embora ensaiadas, requerem um alto risco de precisão para que o mínimo de ossos possível seja quebrado. Tadinho. Gostei muito da dedicatória dele ao final do longa, em chinês e inglês, àqueles que de longe ou de perto o ajudam por todo o mundo, aos seus pais e aos profissionais que performam esse tipo de trabalho.
Acho fundamental que existam filmes assim, que perpassem o fictício e resgatem a realidade na qual se basearam para servir de alguma contribuição à causa, que, dentre muitos fatores, foi justamente o que possibilitou o filme... É uma grande forma de reconhecimento, e, por que não, de reforçar aquilo pelo que se luta...
Massa, massa! Teria feito a minha infância tivesse eu visto naquele tempo. Gostei mesmo! E o Seann, como sempre, estava mó gatão charmoso. *-* Lembrou-me de alguém muito especial que quero muito reencontrar um dia... #dubistsehrschön
Ainda passado com o que acabei de assistir. Quanta complexidade num filme de menos de duas horas. Subjetivamente, amei! Todo o processo, toda a construção das cenas, das personagens, da rotina de um dos, sabemos, mais difíceis/desafiadores trabalhos do mundo e da atmosfera! Até onde vai (ou nos leva) a vontade de querermos ser perfeitos naquilo que damos a vida para mostrar ao mundo? Brilhante!
Objetivamente, a conjuntura era propícia, como assim o é socialmente, para a desembocadura que o roteiro adquiriu na sequência das cenas jusqu'à la fin. Previsível? De forma alguma, mas, mais uma vez, me encontrei torcendo por quem havia se tornado (ou se permitido?) ser o vilão da narrativa (recomendo Crime e Castigo, romance russo, para isso).
Incrível e certamente me fará ver a vida com outros olhos, não só por ser perfeccionista, mas principalmente por ter me visto algumas vezes na personagem principal... #ciente
Que filme massa!!! Em algumas partes, lembrou-me de Resident Evil: O Hóspede Maldito, uma pessoa que trabalha para a Organização e acaba tendo que ir contra ela, sem contar a perda de memória. Ansiosíssimo pra ver os próximos filmes!!!
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O Menino da Floresta
3.9 38Encantou-me, sobretudo vê-lo em occitano (a quem se interessar: https://player.vimeo.com/video/854926341 ). É de uma delicadeza e de uma profundidade de sentido tão ausente nos filmes que tomam as bilheterias hoje em dia... Certamente, ter-me-ia feito refletir sobre minha própria relação com meu pai, que me lembrou um pouco o pai do menino...
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 523 Assista Agora25/03/2022: Já tinha ouvido falar, mas esquecido assim como as coisas das quais ouvimos falar, mas que perdem a relevância da novidade em meio às experiências e novas memórias que vamos construindo com a vida. Tive novo acesso à sua existência hoje, 25 de março de 2022, durante a aula de Cinema Galego, pela USP (que desde já recomendo para quem se interessar pela Galícia, pela língua galega e, claro, pelo cinema galego). O professor exibiu um trecho e isso foi suficiente (abondo, em galego) para me instigar, baixar e ver por conta própria.
Trata-se de um filme alemão de 1920, da época que ainda não havia som (apesar de estranhamente ouvirmos as músicas de suspense). É um filme de mistério, suspense e tema psicológico. Muito, muito interessante! É simplesmente incrível que naquela época já se produzisse um filme com tamanha estrutura narrativa! Absolutamente fantástico e, sem dúvidas, revolucionário para a época! Coloquei logo nos meus favoritos porque realmente merece. Talvez, seja o filme mais antigo que eu já vi na vida. Minto! Ainda na aula, vimos Miss Ledyia, de 1916, um filme galego, que não entendi muito bem e vou voltar para (re)ver.
Mas sobre o doutor Caligari... É uma história dentro de uma história com todo aquele ar que só os filmes antigos possuem. Sem o som de vozes, somos convidados a ler as legendas que representam as falas dos personagens. Em se tratar de um filme altamente expressivo, o visual ou não-verbal contam e/ou adicionam muito aos significados que vamos construindo ao longo do longa, de modo que, em alguns momentos, por sabermos do que se trata, nem legenda possuem e somos deixados para interpretar o que pode ter sido dito entre os personagens. Quem tiver interesse de ver não vai precisar se preocupar com incompreensão, uma vez que o contexto permite a comunicação dos vários sentidos que emanam dessa obra fílmica.
Falei, falei, falei e não falei da história: é um homem chamado de doutor, certamente não por ter doutorado (não se revela isso), Caligari que se apresenta num parque de diversões com uma atração incomum: um sonâmbulo que conhece o passado e prediz o futuro. Há todo um mistério por trás desse homem e daquele que ele desperta para apresentar. Para saber qual, sugiro que vejam para apreciar essa obra do cinema clássico. Obrigado por ler! ^^
Supernatural: The Long Road Home
4.2 401/04/2021: The Long Road Home é um episódio especial da série Supernatural (2005-2020) no formato de documentário, que conta com comentários dos intérpretes de alguns dos personagens principais e outros igualmente memoráveis, como Jensen Ackles (Dean Winchester), Jared Padalecki (Sam Winchester), Samantha Smith (Mary Winchester), Misha Collins (Castiel), Rowena (Ruth Connell), Jim Beaver (Bobby Singer), Alexander Calvert (Jack), entre outros, além do criador da série, Eric Kripke. Eles comentam acerca de muitos pontos, eu diria, sobre os principais pontos que envolvem/compõem o universo de Supernatural: os irmãos, os monstros, os anjos, alguns dos convidados etc.
Um dos comentários que fazem e do qual ninguém pode discordar a respeito da série é justamente o fato de que a série tem um solo tão, tão fértil que de tudo era possível fazer, e eles fizeram: terror com comédia, com drama, com romance, com música, com referências a filmes, outras séries etc. A gente revê muito disso nesse especial. Além disso, citam também o fato de que Kripke tem/tinha muita fascinação com a meta-história, o metaenredo (história dentro de uma história que revela parte de como construído fora essa ou aquela história; no caso da série, revela as câmeras, os scripts, os atores nos bastidores etc.), que é justamente muito do que ele explora naqueles episódios que se passam em estúdios de TV, como o Hollywood Babylon (S02E18), o (hilário e meu favorito dos três) Changing Channels (S05E08) e o French Mistake (S06E15). Ademais, eles mencionam também o episódio em formato de anime, Scoobynatural, que é tão, tão massa! Há um comentário, não me recordo se de Misha, dizendo que, por ele, haveria toda uma temporada assim com um feat desse entre Scooby-Doo e Supernatural. Seria meu sonho? Poderiam investir não só porque seria sucesso, mas principalmente porque spin-offs estão aí pra explorar universos possíveis produzidos pelas séries de hoje em dia. *-*
Achei pouco tempo, não vou mentir, para falar de tanto, tanto que a série exibiu e que continua em algum lugar da nossa memória. Acho que os fãs fiéis da série vão amar assistir esse especial lindo e vão achar nostálgico e emocionante, tal como eu achei e me fez sentir. Faz-nos também sentir muita saudade das primeiras tramas, do clima e ritmo dos primeiros episódios, assim como das primeiras temporadas. Entretanto, atenção: há alguns comentários e cenas que são spoilers da 15ª temporada, então se forem assistir antes de verem a última temporada, já fiquem com esse aviso. Superentendo quem não vai sentir falta, quem já não via a hora de acabar (como se continuar ou acabar fizesse alguma diferença em suas vidas) e quem se deixa levar por um aborrecimento de as coisas não terem saído como queriam, mas para muita gente que encontrava um alento, um abraço, uma perspectiva diferente pela qual considerar o mundo entediante de hoje em dia, para pessoas assim, comigo incluso, vai fazer falta e nada vai conseguir substituir porque nenhuma outra série tem o que Supernatural tem: de tudo. Preciso dizer que recomendo? *0*
Sem Ar
2.1 106 Assista Agora01/04/2021: Simplesinho, né? O conflito se desenrola todo em torno da relação de Brauen e Cartwright, que estão guardando cientistas em criogenia para que acordem quando o ar se torne respirável novamente. Eles são, para isso, acordados a cada seis meses para manutenção do lugar. No entanto, um dia, um incêndio corrói a cama/câmara/eu não tenho ideia do nome daquilo, onde um deles dorme, e aí se inicia a busca por um extra nos outros bunkers que rodeiam (porque são vários lugares assim na situação deles), mas descobrem que todos morreram há anos e parece que só eles sobraram. Apenas uma vez o exterior é mostrado/explorado, enquanto tudo se passa entre as salas escuras desse lugar misterioso. É interessante, não vou mentir, mas esperava que fosse um pouco mais complexo/massa, para um filme de ficção científica. Acho que exploraram pouca coisa, mas não chego a odiar, como alguns comentários abaixo. Estamos muito habituados a filmes do gênero com muito mais ação, duração e com uma aventura mais futurística, de fato, com armas do futuro, paisagens do futuro etc., tudo de mais complexo que vemos vendo em outros filmes com a temática.
O Sacrificio
2.0 64515/03/2021: A gente tem que consumir mais cultura de vez em sempre. Se ele tivesse visto a versão original, será que ele teria o mesmo fim? Passado. Esperem. Xô organizar as ideias. Trata-se de um remake do clássico de 1973, The Wicker Man (O Homem de Palha), mas diferente do original este com Nicolas Cage é mais leve, pelo menos durante boa parte do filme, e não é aquela pornô toda que tem no original. lol
E retomo a crítica que fiz na página do original: como é perigoso deixar nas mãos de uma só pessoa, de um ser (des)humano, a crença de tudo que deve nos guiar em toda nossa vida. Como garantir que algum dia não usarão a crença que nos fazem acreditar para fazer com que façamos mal aos outros? Como garantir que o que nos fazem crer é para o bem de todos e não apenas para o bem de alguns? Torno a repetir: como é perigoso acreditar em tudo que é proferido pela boca de uma única pessoa e de ver o mundo apenas com os olhos dessa pessoa. É um risco demasiado grande e que põe em perigo a vida de muita gente. Porventura, que valor é ensinado que têm as pessoas que não seguem as nossas crenças? O que se diz, por exemplo, nas igrejas acerca de quem não vai à igreja? E como o amor por essas pessoas é ensinado? É ensinado algum/qualquer amor por gente assim? Conheço algumas respostas a essa pergunta a partir de alguns grupos religiosos que visitei. É triste pensar que, se fosse aqui no Brasil, existem certas pessoas que se deixariam convencer tão facilmente de que a vida dos outros nada vale... Já pensaram o estrago que uma coisa assim, como a alienação, pode fazer? Agora, imaginem só se usassem isso para eleger um genocida, inimigo da vida dos outros. A analogia é intencional. Recomendo que vejam para refletirem sobre as crenças mais profundas que cultivamos...
O Homem de Palha
4.0 482 Assista Agora15/03/2021: Preciso dizer que é terrível? Agora, eu sei, ou pelo menos tenho uma ideia, de qual é a fonte de onde bebem filmes como Pânico na Floresta etc. Enquanto pesquisava, descobri que The Wicker Man se tornou um filme cult, um filme tomado como único, pioneiro e original. Tinha até um comentário de Christopher Lee, dizendo que foi o melhor filme que ele já fez em toda sua vida. Amado??? Eu não vejo como queimar uma pessoa viva possa ser algo bom (em nenhum dos contextos possíveis de encaixar uma coisa como essas). :| Vamos ter cultura diferente, mas vamos respeitar a vida dos outros, né?
É terrível o que uma crença cega pode fazer, né? E a gente crente que isso só tinha acontecido na Idade Média ou no tempo de Hitler, mas não. Sempre tem gente sem orientação, quase como se só estivesse esperando para que alguém a convença de fazer uma barbaridade... Porventura, não foi isso que fizeram nas eleições de 2018, convencendo 57 milhões de que valia a pena votar pela morte dos outros? Podem ver: muitos ainda hoje não veem a loucura na qual embarcaram... Outros, por outro lado, não veem assim e só acreditariam se rolasse o sangue solto, a barbárie de uma guerra civil, afinal as armas eram pra matar. Nunca vi pedreiro com arma para construir nada nem profissão alguma usando arma pra construir. Mas nossa pequena demonstração de barbárie está aí: a pandemia, que muitos estão com a vida dos outros nas mãos e agem como? Como fanáticos que matam por diversão. Sinceramente, espero nunca mais ter que viver numa situação dessa. O filme recomendo pra reflexão, mas também não pretendo rever, é demasiado forte.
Encontros e Desencontros
3.8 1,7K Assista Agora16/02/2021: O filme estava em minha lista há um bom tempo por causa do título (Lost in Translation quer literalmente dizer, em inglês, ‘Perdido(a) na Tradução’), e eu, enquanto tradutor e estudioso dessa área tão instigadora, achei que ia encontrar altas demonstrações do que vinha estudando ambientadas, por exemplo, numa cultura diferente. Foi quase isso, mas quando li a sinopse eu fiquei com uma má impressão, com uma expectativa de que não ia gostar de algo que o resumo falara que aconteceria.
Mas do que trata, né? Charlotte (Scarlett Johansson) está no Japão com seu marido, fotógrafo, que está fazendo ensaios e tem que ficar trabalhando o tempo todo. Ela, por outro lado, não consegue se adequar ao fuso horário, ficando acordada à noite, sentindo-se mais estrangeira que tudo naquele país, onde ela não entendia nada. Gente rica tinha que parar de passar vergonha e aprender os idiomas dos lugares de vez em sempre. Parei. Mas é!
Do outro lado do filme (, mas bem do lado de Charlotte), uma outra narrativa toma espaço, a de Robert (Bill Murray), ator, estadunidense que nem ela, que também está no Japão a trabalho, mas que passa pelos mesmos problemas dela, a exceção de que vez ou outra ele possui uma intérprete. Então, Robert e Charlotte se conhecem e passam a sair de noite ou quando têm vontade para ir se divertir e matar o tempo por mais que nada compreendam do que as pessoas falam. Eles se tornam amigos, dividem seus problemas, tristezas e situações das quais não sabem como sair ou o que fazer. Ele, mais velho e ela, mais jovem. Por se sentirem aproximadamente da mesma forma, eles se entendem e isso é especial para os dois enquanto estiverem naquele local.
O tempo todo, quando não há quem interprete, somos colocados para não entender nada também (nem a dublagem nem as legendas fornecem tradução praqueles momentos), assim como os personagens, para, talvez, que sintamos o efeito de estar num lugar e nada entender e nem uma só palavra capturar para firmar/construir significado. Até os gestos (por serem conjuntos de signos constituídos por gente de uma cultura diferente e cuja carga semântica, portanto, difere dos gestos conhecidos por Charlotte e Robert) não são suficientes para apreender muito do significado que lhes é comunicado.
E, ao mesmo tempo em que eles não conseguem compreender o mundo de palavras e caracteres que os rodeia, ainda assim, eles são levados a formular significados, encontrando, inclusive, referências possíveis a seus próprios problemas, tal como Charlotte que pensa em seu casamento quando vê recém-casados num templo de Kyoto, ou Robert, ao perceber os resultados de sua última noite quanto a seu próprio casamento.
O filme também saca um mistério à la Machado de Assis, “traíram ou não traíram?” ao propor que os personagens se despeçam um do outro, ao final do filme, com beijos bem próximos da boca e, também de um mais direto. Eu, contudo, não acho que fora traição. Foi de despedida, despedida de amigos que se gostaram muito, mas que farão falta um ao outro. Esse foi meu receio ao ter lido a sinopse: achei que o filme, vencedor de altos prêmios em sua época, cairia na mesmice de romantizar traição em cima dos sentimentos de alguém desavisado para construir o romance dos personagens principais. Já deu, né, filmes que romantizam a cultura da traição? A gente pode ser e fazer melhor do que isso, e ainda ser honesto com o coleguinha de vez em sempre.
Eu gostei muito do filme, especialmente de todo contato estrangeiro que tiveram, seja com a língua e a cultura japonesa, seja com a língua alemã, que eu observei, sim, na sauna onde Robert aparece em mais uma situação de incompreensão: acompanhado, mas sozinho? Charlotte também. Ainda acho, no entanto, que a curiosidade os salvou e muito durante o enredo porque sair para viver, sair para ver com os próprios olhos, curiar, saciar os olhos com coisas diferentes; tudo isso, eu acho que foi essencial para que eles se conhecessem e para que fugissem desse mundo de incompreensão no qual tinham que ficar por um determinado tempo. E amei o abraço que deram na despedida, em que os gestos falaram amplamente mais alto do que qualquer palavra: eu baixo filme é para ver isso mesmo, essas atitudes de humanidade que tanto me alimentam a alma, me trazem a emoção bem aos olhos e me ajudam a enfrentar nosso país de hoje em dia e essa gente que fica o tempo todo falando que o país está uma maravilha, quando estamos à beira da ruína e sendo forçados a nos acostumarmos com a morte dos outros. Sinto-me completamente estrangeiro próximo dessa gente, e quero desesperadamente encontrar mais e mais quem me compreenda nisso aqui. Recomendo! ^^
Meia-Noite em Paris
4.0 3,8K Assista Agora10/01/2021: Quel film magnifique ! Eu já conhecia a sinopse, mas havia esquecido a ordem e as consequências de certas cenas/decisões dos personagens. Estou passado que Regina George era Ines, literalmente: até mal-humorada ela era. >< Enquanto escritor, eu amei ter visto esse filme que nos leva aos tempos de alguns dos autores que conhecemos hoje em dia por clássicos, como Hemingway, Fitzgerald, entre outros intelectuais da época, como Dalí, Picasso, Gertrude Stein, Peter Cole etc. Não vou me esquecer de que é em Paris que se passa o filme e é uma cidade muito linda, fantástica, principalmente na chuva!
Claro que, apesar de ter escritores na trama, o filme também se estende para o que se convencionou chamar de a Bela Época (la Belle Époque), que se refere ao período do fim do século XIX (1890, por aí) até pouco antes ou por volta dos anos 20, 1920. É muito inspirador não só as conversas e passeios que eles fazem, como também o modo como as histórias, paralelas, se entrelaçam através de Gil, o personagem principal, interpretado por Owen Wilson, aquele bichão. Eu teria amado muito ter tido a oportunidade que ele teve de conversar com seus ídolos intelectuais preferidos. Seria meu sonho conversar com Edgar Allan Poe, Guy de Maupassant (muita falta do qual eu senti, afinal de contas o filme se passa em Paris e ele foi um grande escritor francês, inclusive da Belle Époque, mas como era um filme norte-americano, né, trouxeram mais celebridades estadunidenses da época...), Machado de Assis, José Lins do Rego, Beyoncé! Parei, mas não deixa de ser uma personalidade que me inspira muito!
Para escritores, o filme é um prato cheio, e eu gostaria muito de assistir outros para escritores, mas bem mais focado em escritores, escrita, ideias, imaginação etc. Certamente, eu ia amar. Ah, e este eu super-recomendo! ^^
Encontro de Natal
3.4 39 Assista Agora24/12/2020: Que filme lindo, maravilhoso e perfeito! Eu realmente amei do início ao fim! E no meio, enquanto assistia, que eu fui atrás dos atores e descobri que eles são casados! Aaaaaaaa *-* Tão lindos juntos dentro e fora do set de gravação. *0* Mesmo quando se viram pela primeira vez (em verdade, eles se conheciam dos tempos de escola, sim, os personagens, Hugo e Patrick) eu já estava shippando porque eu sou desses! Haha
Amei, como citaram nos comentários abaixo, as várias piadas/indiretas/trocadilhos/referências a coisas de duplo sentido, mas sem pretensão alguma. Diferentemente de muitos filmes gays que já vi, esse não tem sexo, mas não deixa de ser menos incrível por isso. É lindo e fabuloso! Tem de tudo um pouco, drama, romance (afinal, é uma comédia romântica, mas mais romântica que comédia, pra você suspirar mesmo), mistério etc.
Amei também o fato de eles viverem num tempo mais tolerável, onde a homofobia não aparece, apesar de sabermos que ela infelizmente ainda existe, mas que lindo que é. Imaginem só: viver em um lugar onde as pessoas que você ama te amam de volta sem restrições ou impedimentos e que te respeitam por você ser quem é. Seria meu sonho? Nós sabemos que homofobia é um tema muito frequente em filmes nos quais figuram personagens LGBTQIAP+ (espero não ter me esquecido de nenhuma letra; kkk), como nós, mas fiquei feliz por termos um filme sem homofobia. Pelo contrário, temos gays em busca de suas paixões, perseguindo seus sonhos e sendo bem-sucedidos, apesar de sua sexualidade. É bom, sim, termos em vista a realidade que vivemos, mas também é maravilhoso (e da vida faz parte!) sonhar com um dia em que nossa sexualidade não mais será um impedimento pro que quer que seja, acadêmico, afetivo, emocional, profissional etc.
Não posso deixar de mencionar o resgate histórico que ocorre na narrativa, recordando que antes de nós já houve um tempo em que segurar as mãos para uma simples foto, esse simples gesto, não era permitido/respeitado/bem visto etc. Além do fato, né, de que se estamos aqui tendo o proveito e a chance de aproveitarmos essa liberdade maior de sermos quem somos é e sempre será porque antes de nós outras pessoas marginalizadas lutaram para terem os direitos que não adquiriram em vida, mas que, olha nós aqui aproveitando desse presente deles... Isso me lembra muito de nunca nos deixarmos esquecer de nossa própria história, de estarmos sempre cientes de que falam através das coisas que podemos fazer hoje aqueles que um dia desejaram (e morreram) por essas coisas que a gente nem para pra agradecer pelo fato de que alguém, algum dia no passado, fez de tudo pra que a gente pudesse aproveitar algo que eles puderam apenas sonhar...
Para mim, foi imensamente significante ter assistido esse filme porque é com isso que eu sonho, um verdadeiro amor, alguém que se interesse por mim de verdade, em saber mais de mim, que faça eu me sentir incrível, sortudo, único e amado; alguém que se sinta incrível por estar ao meu lado e torça por mim e me apoie nos meus projetos, alguém com quem construir uma vida juntos. All I Want for Christmas, que chama? Mas me deixe citar algo mais: em uma certa cena do filme, Patrick pede para Hugo cantar e encoraja-o a fazê-lo. Que lindo! Houve, um dia, alguém que por mim fez o mesmo e, eu não vou mentir, mal posso esperar para que faça de novo em caso de nosso reencontro, se Deus quiser... Pelo tanto que fiquei encantado, preciso dizer que recomendo? Feliz Natal a todos!!! *-*
V de Vingança
4.3 3,0K Assista Agora29/11/2020: Ainda tentando processar, querendo de toda forma agarrar a complexidade de sentidos, referências e reflexões sobre a sociedade moderna, sobretudo a respeito do Brasil fascista desses últimos anos, bem como aquele que o foi na ditadura. Que filme fod@! E necessário! Vi muito, muito, com força mesmo, e a todo tempo, links, conexões com o que temos vivido no desgoverno: censura, mentiras a todo instante na mídia (a mando do governo) e sobre a mídia, a televisão sendo usada para controlar ao invés de informar, a tortura, a ocultação de informações, a matança que o governo promove com deliberação, o governo responsável pela morte de milhares numa pandemia, as pessoas alienadas, acordão com religião, conservadorismo perseguidor, homofobia, terrorismo, poder militar contra o povo, e tirano mandando matar e fazendo live surtado são apenas alguns exemplos de muitas das coisas que temos visto acontecer no nosso país desde que o fascismo se instaurou, ferindo nossa democracia, nossos direitos e ainda querendo passar a falsa impressão de que tudo isso é a vontade de Deus.
O filme é amplamente necessário. É uma verdadeira obra-prima de referências e de base histórica. Não vou dizer que dá pra apreender tudo de uma só assistida porque não dá. É complexo, possui vários gêneros, ação, mistério, investigação, suspense, uma ou outra pitada de romance e comédia, pitadas bem pitadas mesmo, mas não deixa de perder o pique nem o espectador por isso. O filme o tempo todo revolve/retoma ele mesmo, as coisas ditas, as frases reflexivas, de efeito e/ou significância pros personagens. São cerca de 2h de um filme muito bem elaborado e com referências onde a gente menos espera, entende e/ou percebe.
Outras claras referências, mas com significado mais positivo/fundamental, eu diria, é a educação através da retratação da História, do porquê que ela não pode ser esquecida, da importância de um povo saber de sua história e de seu próprio poder enquanto comunidade e nação. Também posso citar o povo como sendo quem detém o poder soberano sobre seu país, e não os governantes, que, em verdade, são nossos EMPREGADOS, não nossos chefes ou senhores de engenho, como nos querem fazer acreditar nesses currais eleitorais destes tempos (“Quem tem olhos que veja e quem tem ouvidos que ouça”).
“Tá, mas do que fala o filme?” Do seguinte: em um futuro apocalíptico numa Inglaterra fascista, um misterioso revolucionário planeja a destruição do Estado opressor através da desarticulação (o desligamento da vida, que chama?) de quem o alimenta/instaura/mantém. Conhecido como V, ele, que é muito cultivado [tem um quilo (pra não dizer uma tonelada) de livros em sua casa, além de muitas outras formas de manifestação da arte, como escultura, pintura, música etc.], pretende a revolução visando a mudança do atual estado ditatório para um lugar político onde a cultura, a liberdade, a verdade e a autoridade do povo ditem as regras, prevalecendo sua soberania acima dos ideais impiedosos do desgoverno genocida vigente.
Por tudo isso, por tudo que temos vivido e aguentado durante já mais de 2 anos (estou contando o fim de 2018 também, afinal começamos a penar na mão desse povo nefasto desde lá), por tudo o que eles nos têm feito passar nacional e internacionalmente, por todas as pessoas que foram vítimas desse inferno (porque desgoverno é elogio), dessa loucura coletiva, por cada absurdo dito e feito e pelas vidas suas e de suas famílias, leitores, escolha ver esse filme com seus próprios olhos porque o único jeito de sairmos desse pesadelo é se nos unirmos todos contra esse mal. #super-recomendo
Acredite em Lobisomens
2.0 103Eu nunca vi um lobisomem tão gostoso em toda minha vida! Parei. >< #masé
Um Natal Muito, Muito Louco
2.8 169 Assista Agora26/12/2019: Eu comecei a assistir achando que era uma completa comédia e com a premissa de que eles "pulariam" o Natal pra tirar férias no Caribe. E eu realmente achei que os vizinhos jogariam barra pesada pra impedir que isso acontecesse, mas até que eles pegaram bem leve.
Um Natal Muito, Muito Louco ou Natal com os Kranks (Christmas with the Kranks) foi uma comédia leve, mas divertida. Não é, de todo, um filme parado devido à toda as cenas que natais em vizinhança prometem. E eu senti esse compromisso maior com o gênero comédia do que com aquele tom de Natal que convoca (e pretende atrair) a emoção do público. Isso é, em verdade, explorado um tantinho no final do filme, apenas, mas bem que é um motivo... valoroso!
Admiro muito a Jamie Lee Curtis, e o Tim Allen eu já conhecia de outros filmes (, mas não me perguntem quais kkk). É um filme simples, mas eu gostei e, apesar da nota (que sim, eu sei que influencia ou conta pra algumas pessoas), eu realmente sugiro que vejam, de fato, com seus próprios olhos. Feliz Natal (qualquer que seja o ano em que lerem isso)!! ^^
Os Fantasmas de Scrooge
3.6 577 Assista Agora25/12/2019: É a segunda adaptação de A Christmas Carol, de Charles Dickens, que eu assisto. A primeira foi Scrooge, de 1988, com a atuação de Bill Murray no papel principal, numa adaptação do conto aos tempos de grandes prédios, negócios, televisão, filmagem etc. Além disso, foi uma live-version do conto, ao passo que este, em cuja página disserto, de 2009, é uma animação.
Não, meu comentário não pretende comparar os dois filmes, mas, meramente, observar o que ambos têm em comum de tão grandioso, que imagino que seja a grande lição ou o grande efeito que Dickens quis retratar em sua história. Sim, refiro-me à grande transformação espiritual, eu diria, que o personagem principal, Scrooge, passa ao receber as visitas dos Fantasmas: (1) do Natal Passado; (2) do Natal Presente; e (3) do Natal Futuro.
É genial como Dickens propôs tamanha mudança a um personagem através da observação dos três grandes tempos que regem os destinos de tudo o que possui vida. O resultado de tal encontro produz emoções e reflexões que Scrooge não imaginava que teria e, principalmente, lhe dá a oportunidade de modificar a situação de tudo o que ele vinha fazendo de errado.
Neste sentido, ele tem a oportunidade de corrigir alguns de seus erros e de dar valor a quem com ele convivia (ou não: família, empregados, conhecidos da cidade etc.). A visita que lhe fazem os fantasmas lhe proporciona contraria o ditado que bem conhecemos, "tem gente que só valoriza quando perde", porque, ao invés de perder, Scrooge é levado a ver o que aconteceria SE. Se! É essa condição que o acompanha em sua jornada de autoconhecimento.
Não sou tão fã de animação (isso até, de fato, assistir kkk), mas amei ter sentido o grande efeito pacificador do Natal e sua capacidade de chamar para o diálogo e para a reflexão, apesar do significado Maior do Natal, sim, o nascimento de Cristo, tenha sido deixado de fora, como é costume em muitos filmes, músicas etc. Contudo, saber que Jim Carrey esteve por trás desse filme (ele quem dá a voz de Scrooge) me animou muito porque, em algumas falas, eu realmente vi um pouco dos personagens do Carrey. Pergunto-me se, em termos de aparência, ele deu alguma contribuição aos desenhistas/diretores, como é costume os personagens de animação terem algo de quem lhes dá originalmente a voz. Ah, e amei o filme ter passado o essencial do que Dickens propôs, além do quanto o fato de ter sido animação explorou o elemento fantasia, permitindo à história um uso maior do que, numa versão live-action, seria considerado como efeitos especiais. ^^
E.T.: O Extraterrestre
3.9 1,4K Assista Agora20/10/2019: Acabo de ver esse filme não sei se pela primeira vez. Realmente, não me lembro de tê-lo visto na infância, apesar de algumas coisas me parecerem familiares, como a famosa cena deles passando de bicicleta na frente da lua *-*, tal como no pôster.
Ainda estou um pouco chocado (?), surpreso, meio que sem saber o que dizer pelo que assisti. Que filme lindo! Que infância bem cuidada eu posso ter tido, se o tiver visto quando era pequeno, e penso que vi.
Estou meio sem palavras, então, vou direto ao ponto. É emocionante a relação que o menino desenvolve com o E.T. Regasta uma ideia meio que revisitada em Wall-E, a do amor, dos sentimentos que despertam ou possuem seres que nós não entendemos. A natureza do amor é tão singular e poderosa que... o quão grandes seríamos se fizéssemos mais uso dele do que de qualquer outra coisa no mundo... =\ Porque o amor faz tanta coisa... ele salva, ele liberta, ele acolhe, cuida, protege etc. E muito disso eu vi no filme, em especial das crianças para com o E.T. (Amei ver a Drew Barrymore pequenina *0*).
Outro aspecto que queria destacar é algo explorado em dois dos filmes de King Kong que eu vi, o de 1976 e o de 2005 (se não me engano do ano). Trata-se disso que os adultos têm de querer se apropriar de algo para pesquisa (como neste filme), para fazer dinheiro, para atrair o público através da ameaça à vida que deveria ser respeitada/protegida/preservada (tal como se pode observar em ambos King Kong's). Eu gosto de ver esse tipo de coisa como um alerta tanto a respeito das leituras que outras pessoas farão (nem todo mundo veria um E.T. de verdade com respeito; uns poderiam ver, mas outros veriam uma oportunidade de "se dar bem", financeiramente falando) quanto ao fato de que, infelizmente, existem pessoas assim no mundo, cheias de interesses egoístas e que não medem consequências para conseguir o que querem a custa da vida dos outros (como bem observamos não só, mas principalmente no Brasil atualmente...).
Então, eu vejo como um alerta de que a gente precisa ficar esperto porque se não soubermos processar bem a realidade, podemos acabar acobertando/concordando/defendendo crimes que as pessoas tentam fazer passar como algo normal e necessário, quando não o é...
Nós
3.8 2,3K Assista AgoraIncrível!!! Do jeitinho que eu gosto: todo um terror a maior parte do filme e um grande mistério por trás, sem contar o quilo de material que ainda ficou pra uma possível sequência, né. Seria meu sonho?
Us, felizmente, é um filme leve. Nada de cenas terrivelmente explícitas como em Jogos Mortais, Halloween, Jason ou O Massacre da Serra Elétrica. Mas ele também é perturbador no sentido de que... Digamos em forma de uma pergunta: que fariam se vocês mesmos ou algo que são praticamente gêmeos de vocês quisessem... meio que... viver e aproveitar do que você tem em sua vida sem que você esteja por perto? E "por perto", leiam: mortos. Já pensaram?
Essa premissa, ainda que eu não tenha sabido dela antes de assistir, tendo, portanto, me sido apresentada durante o filme, lembrou-me de coisas como "A maior batalha que enfrentamos é contra nós mesmos", o que é uma verdade. E nesse enfrentamento, no qual alguém vai estabelecer quem manda e quem deixa de mandar, será que a gente consegue se livrar do nosso outro eu tão facilmente? A preço de quê? De que maneiras? E por quanto tempo...?
São perguntas como essas que convidam mais uma reflexão que fiz: o fato de que a gente se mata e nem sabe. Longe de mencionar apenas as comidas que ingerimos... Refiro-me a atitudes, por exemplo, matar-se por uma pessoa que não vale a pena. É, também, uma forma de morrer, ainda que aos poucos, por vezes...
Penso que o enfrentamento próprio seja algo extremamente difícil para algumas pessoas porque envolve ser honesto para consigo mesmo, largar o casaco do orgulho e falar a real, sem amarras, só o que se passa na realidade...
Outros dois pontos que não queria deixar de fora são: (1) O poderosíssimo discurso de sobrevivência que subjaz ao filme. A que me refiro? Basta assistir e comparar com a realidade pra ver quem é que tem sobrevivido, apesar de tudo na sociedade ocidental... \ò/ ; e (2) Uma coisa é certa: jamais vou ver minha sombra (e nem coelhos!) da mesma forma depois desse grande filme...
Foi Apenas um Sonho
3.6 1,3K Assista AgoraFaz mais de dez minutos que o filme acabou e eu não sei por onde começar o comentário... É triste. Sim, estou falando do filme. O que se passa pela cabeça de quem não tem muita opção e acha que a vida acabou ali? Cada um sente de uma forma, né... O fim do mundo pra uns é um recomeço pra outros...
Permaneço sem muitos argumentos, só sentimentos: tristeza, inconformidade, secura, perdição emocional (se é que isso existe e define o quão perdido estou dentro do que estou sentindo), vazio... É um filme que, de todo, nos faz refletir sobre os problemas que podem surgir dentro de um casamento.
Alguns dos pontos-chave para os quais eu pude me atentar foram: (1) a comunicação, visto que se conversassem mais, certamente, resolveriam mais problemas e ficariam mais treinados seja com sua reaparição ou com a doação de conselhos, se fosse o caso; e (2) o abandono do sonho. O que seria de nossas vidas se não sonhássemos? O que faríamos sem sonhar? Sem viver um sonho? E quando o sonho parece ser a única coisa que pode salvar o seu relacionamento ou salvar a sua vida? Como proceder?
... Há um exemplo de como proceder no filme, mas eu não recomendo este exemplo. No entanto, recomendo o filme, e também que: vivam o sonho de vocês. A vida é curta demais pra ou viver os sonhos dos outros, ou desistir pelo que falam do seu sonho... :)
Operação Zodíaco
3.1 147 Assista AgoraGostei, e certamente teria feito minha infância tivesse sido lançado naquele tempo. É uma pena que não focou completamente nas 12 peças de bronze, as quais, para mim, poderiam ter seu filme próprio de tão místicas e misteriosas que eram. Mas eu entendi o projeto maior, que era retratar, ainda que de forma humorada, a rotina do pessoal que é encarregado com a difícil tarefa de recuperar/reaver tesouros de seus países de origem, bem como toda a rede de associações que está envolvida em deveres do tipo.
Fico feliz por Jackie Chan ter se dedicado a esse trabalho, como ele mesmo cita, que pode ser o seu último, uma vez que as cenas, embora ensaiadas, requerem um alto risco de precisão para que o mínimo de ossos possível seja quebrado. Tadinho. Gostei muito da dedicatória dele ao final do longa, em chinês e inglês, àqueles que de longe ou de perto o ajudam por todo o mundo, aos seus pais e aos profissionais que performam esse tipo de trabalho.
Acho fundamental que existam filmes assim, que perpassem o fictício e resgatem a realidade na qual se basearam para servir de alguma contribuição à causa, que, dentre muitos fatores, foi justamente o que possibilitou o filme... É uma grande forma de reconhecimento, e, por que não, de reforçar aquilo pelo que se luta...
O Monge à Prova de Balas
2.7 148 Assista AgoraMassa, massa! Teria feito a minha infância tivesse eu visto naquele tempo. Gostei mesmo! E o Seann, como sempre, estava mó gatão charmoso. *-* Lembrou-me de alguém muito especial que quero muito reencontrar um dia... #dubistsehrschön
Cisne Negro
4.2 7,9K Assista AgoraAinda passado com o que acabei de assistir. Quanta complexidade num filme de menos de duas horas. Subjetivamente, amei! Todo o processo, toda a construção das cenas, das personagens, da rotina de um dos, sabemos, mais difíceis/desafiadores trabalhos do mundo e da atmosfera! Até onde vai (ou nos leva) a vontade de querermos ser perfeitos naquilo que damos a vida para mostrar ao mundo? Brilhante!
Objetivamente, a conjuntura era propícia, como assim o é socialmente, para a desembocadura que o roteiro adquiriu na sequência das cenas jusqu'à la fin. Previsível? De forma alguma, mas, mais uma vez, me encontrei torcendo por quem havia se tornado (ou se permitido?) ser o vilão da narrativa (recomendo Crime e Castigo, romance russo, para isso).
Incrível e certamente me fará ver a vida com outros olhos, não só por ser perfeccionista, mas principalmente por ter me visto algumas vezes na personagem principal... #ciente
Maze Runner: Correr ou Morrer
3.6 2,1K Assista AgoraQue filme massa!!! Em algumas partes, lembrou-me de Resident Evil: O Hóspede Maldito, uma pessoa que trabalha para a Organização e acaba tendo que ir contra ela, sem contar a perda de memória. Ansiosíssimo pra ver os próximos filmes!!!