Esta é a versão alemã produzida durante o regime nazista da Alemanha (encomendada pelo próprio Goebbels). Não chega a ser espetacular como o filme de Terry Gilliam, mas tem seus méritos. O enredo é meio confuso no começo e a trilha exagera em pomposidade. O curioso é que Erich Kästner, um conhecido opositor do regime nazista (foi um dos autores que tiveram livros queimados em 1933), assina o roteiro sob o pseudônimo de Berthold Bürger. Para fãs de fantasia e nonsense.
Mediano filme de guerra. Usa o artifício de explorar o microcosmo de uma equipe de um tanque M4 Sherman para tentar abarcar ideias mais gerais sobre o absurdo da guerra. Isto é, nada de novo no front em termos de filmes do tipo. O problema é que o filme nunca decola realmente em termos de construção dramática. As relações entre a equipe nunca satisfazem, e são passadas rapidamente em poucas cenas, o que não gera aprofundamento. A música de Steven Price mais atrapalha que ajuda nesse sentido, soando falsa, forçada e melodramática ao extremo. Claro, o filme tem seus pontos positivos. Brad Pitt, Logan Lerman e Shia LaBeouf fazem um trabalho descente dentro de seus esteriótipos (o macho alfa, o religioso e o inocente que terá seu batismo de fogo) e das limitações do enredo. A crueza e realidade da guerra é bem explorada. No aspecto técnico o filme é excelente. Especialistas confirmam que o filme passa fielmente a experiência dentro de um tanque de guerra. No aspecto ideológico é evidente a intenção de desmistificar herói de guerra. Não há heróis, e sim pessoas que perdem a humanidade e se tornam máquinas de matar. Contudo, essa ideia já foi melhor explorada em outras obras. Enfim, não esperem o surrealismo de um "Apocalpyse Now", o espetáculo técnico de um "Soldado Ryan", o impacto dramático de um "Vá e Veja" ou a inteligente visão crítica de "Glória Feita de Sangue". Não é um filme que se tornará clássico, mas que pode satisfazer quem tem apreço pelo gênero. Um bom filme de guerra, mas não mais que isso.
Aconselho a quem gosta desse filme conferir também a um das obras que serviu de inspiração a Guillermo del Toro: http://filmow.com/o-espirito-da-colmeia-t16499/
Achei um besteirol pseudo cientifico do nível dos programas do History Channel. Tem até algumas ideias interessantes do ponto de vista filosófico, mas tratadas de modo um tanto imaturo. Tecnicamente os efeitos especiais são feios, bem mal utilizados, maioria das vezes desnecessários e até ridículos (como a Lucy manipulando energias como uma tela touch screen). O filme até começa bem, com edição interessante usando metáforas do mundo animal, mas depois é um deus nos acuda. Enfim, esse é Luc Besson. Um diretor que já foi tão promissor com filmes como Imensidão Azul, Nikita, O profissional, mas que se rendeu a um superficialismo comercial da pior estirpe.
O título nacional é terrível. Tanto por indicar um outro tipo de filme, como por negar o simbolismo que o original implicava. Persona na etimologia é "per son", ou "pelo som". Remete ao teatro grego no qual os personagens eram identificados não só pelas máscaras distintas, mas muito pela entonação de suas vozes. A voz é a externação, até mais que a visual, da existência. Até por que ser visto não é necessariamente ser vivo (os mortos não falam, não mais têm personalidade). Ao negar ser identificada pelo som, Vogler não nega o próprio dasein, mas nega ser individualizada, ser limitada em toda sua potencialidade do ser. Magnífico filme.
Um espetáculo de apuro técnico no trato da imagem em termos de fotografia, montagem, plongee, contra plongee, edição, além de excelente uso de mise-en-scene. Tudo feito para desvelar as emoções e personalidades das personagens. A qualidade da cinematografia supera o que seria em tese apenas um melodrama comum.
Gostei do filme. Ao contrário do que se lê pela sinopse, não é propriamente um filme de suspense. Faz-se o uso do gênero para destrinchar a mesquinhez humana que dissimula, artimanha, seduz para obter vantagens e conseguir poder. Atente que as cenas referentes ao caso policial investigado quase sempre são contrapostas de súbito por outras do cotidiano, mundanas e sem importância aparente, como que o diretor nos tentasse desvencilhar do que seria o suposto escopo principal. O ritmo é lento, e mesmo as cenas de maior potencial de tensão são finalizadas subitamente ou deixadas se esvair ao gélido ar do intenso inverno. O diretor claramente não quer criar aqui um clima de suspense tradicional, apesar de usar clichês do gênero (o policial decaído, a femme fatale). Ele nega isso ao telespectador.
Os personagens principais revelam em maior ou menor grau essa busca pelo poder, como o ex-marido que patrulha a vida da ex. A cena final do filme, com os fogos de artificio, fortalece essa visão. O "herói" do filme, Zhang Zili (Fan Liao) se revela apenas mais um aproveitador na vida de Zhizhen (Lun Mei Kwai). Ao fazer a perícia policial todo nosso acompanhamento de seu mal fadado destino novamente é contraposto por uma cena que atrai pelo inusitado. Novamente a mensagem é clara. Nesse mundo de víboras a vida daquela garota pouco importa. Esqueçam essa mulher, esqueçam esse caso. A vida continua. Vejam esses fogos de artifício.
Fantástico filme. Um dos meus preferidos do Miyazaki. Assisti pela primeira vez anos atrás, e volta e meio revejo, sempre recomendando para pessoas que tem apreço por animação ou que têm crianças pequenas. Se existe um filme para toda a família, esse é o filme. Tanto pode ser apreciado numa perspectiva menos compromissada, como também numa interpretação mais madura. A história é simples: as irmãs Mei e Satsuki vão passar uma temporada no campo com o pai, enquanto a mãe está internada em um hospital da região. Nesse ambiente bucólico as crianças encontram um espírito da floresta chamado Totoro - o nome vem da pronúncia errada de Mei para a palavra tororu (troll). Tudo é colocado naturalmente, usando o ambiente e cotidiano da zona rural japonesa numa clara aproximação rousseauniana de valorização da força da natureza e a fantasia do ponto de vista das crianças. Existe um drama familiar por trás (a mãe ausente), mas isso é tratado com leveza e sutileza, exatamente como uma criança testemunharia. A própria visão de Totoro e Nekobus podem ser encarada como representação do espírito inocente e puro da infância (talvez uma espécie de fuga diante da ausência materna), que se perde conforme a realidade da vida vem a tona com toda sua carga de responsabilidades, cobranças e frustrações, muitas vezes limando a imaginação. Tanto é assim que só as crianças os vêem. Filme obrigatório.
Não sei se quero ver. Não sou muito afeito a cinebiografias, pois elas tendem a fixar no público geral uma ideia que muitas vezes não corresponde a uma verdade (quando se há alguma verdade realmente, já que muitas coisas na vida são interpretadas e sentidas individualmente). Sempre recomendo a assistir com ressalvas esses tipos de filmes.
O ponto de partida é interessante. Uma série que mistura personagens da história real da pirataria com personagens fictícios de "A Ilha do Tesouro". Praticamente um prequel do clássico de Robert Louis Stevenson. Tem boa história até agora e cenas pontuais de clímax, evidenciando uma boa direção. Não espere muitas cenas de ação. Não é aventura, é drama. Os personagens são bem críveis e complexos e a história oferece cenário para tramas e reviravoltas interessantes. No aguardo da segunda temporada.
Há tempos não assistia a um terror tão bom. Adoro esse tipo de filme que usa o terror como alegoria do aspecto psicológico das personagens. Algo que falta a maioria dos filmes atuais, que buscam o terror pelo simples susto, como se não houvesse mais respeito a história e importância do cinema como um meio artístico sério, resumindo-se a um passeio no trem fantasma (o susto é o que importa). Conjuntamente com a ficção científica, acho que o cinema de horror oferece esses meios que aliam muito bem uma camada mais profunda e latente de entendimento (que se percebe apenas com o decorrer da obra), com outra mais aparente e atraente.
Babadook se constrói tijolo a tijolo através basicamente da relação conturbada de dois personagens (a mãe e o filho) em um processo de catarse das magoas da ausência da figura do marido/pai, morto em um acidente de carro com a criança ainda prestes a nascer. O isolamento é um fator que condiciona o terror no filme, uma vez que tanto a mãe (Essie Davis) como o filho (Noah Wiseman) são postos à margem pela sociedade (melhor dizer que a mãe se promove a essa condição diante de sua má assimilação do passado de dor). O cenário mais frequente no filme é a casa de aspecto envelhecido e soturno, que oferece o ambiente claustrofóbico ideal para a manifestação do "monstro". Babadook é desde já um clássico moderno do gênero.
"Irei te matar, padre" - a voz revela ao padre no confessionário. Ele tem uma semana para ajustar sua vida até o destino final. O padre James sabe o tempo todo quem será o seu futuro executor, mas a trama deixa a figura em mistério para o telespectador. Destarte, a partir dessa primeira cena é impossível não querer saber mais sobre o desenrolar da trama. Evidente que pelo título do filme e pelo contexto faz-se aqui um paralelo com o calvário de Cristo, que tal qual James também sabia de antemão o seu destino. O problema é que uma sociedade tão corrompida, corroída em medo, vícios, tédio, narcisismo e revolta pode já não caber a figura de um redentor. Padre James não é Cristo, mas tenta encontrar mesmo em suas dúvidas o melhor das pessoas. Uma figura ultrapassada, segundo um dos personagens de sua paróquia.
Calvário é um drama, mas com uma pitada aqui e ali de humor (negro), tem bons diálogos e marcantes atuações, especialmente de Brendan Gleeson. O filme toca naturalmente em vários temas de forma inteligente, sejam políticos, socias, filosóficos e espirituais. Apesar de muitas vezes desconexo em alguns momentos, é um dos melhores filmes de 2014.
Bela joia cinematográfica. A busca pelo túmulo dos pais é um MacGuffin para a busca da própria identidade da personagem Ida. A relação da tia e sobrinha faz um bom paralelo da complexidade humana: elementos contrastantes, mas lados de uma mesma moeda. Neste sentido percebi o uso da música incidental como objeto de construção dramática dessa complexidade. Wanda, apesar de ser uma mulher que vive o mundo material, que por si só é caos, se identifica com a música clássica. Música que em geral remete ao formalismo, e também à tradição clerical. Por sua vez Ida/Anna, às vesperas de fazer seus votos em um convento, durante o filme se identifica com o Jazz, estilo musical que tem no improviso (não formalismo) a sua verve e seu sentido. Este já é mais identificado com o mundo mundado, dos bares e prostitutas.
Bom filme. Para quem quiser ver legendado e não entende de inglês, procurem uma que traduza as músicas. O filme irá fazer muito mais sentido entendendo as letras das músicas.
Cinema nacional entrou numa forte vertente de comédias bobinhas mesmo. Contanto que tenha retorno financeiro e abra espaço para melhores produções, não acho tão ruim.
O Espírito da Colméia
4.2 145 Assista AgoraO filme é belíssimo, mas aquela cena do gato me incomoda muito. Tempos em que os mal tratos aos animais eram permitidos em produções cinematográficas.
O Barão de Münchhausen
3.6 4Esta é a versão alemã produzida durante o regime nazista da Alemanha (encomendada pelo próprio Goebbels). Não chega a ser espetacular como o filme de Terry Gilliam, mas tem seus méritos. O enredo é meio confuso no começo e a trilha exagera em pomposidade. O curioso é que Erich Kästner, um conhecido opositor do regime nazista (foi um dos autores que tiveram livros queimados em 1933), assina o roteiro sob o pseudônimo de Berthold Bürger. Para fãs de fantasia e nonsense.
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraMediano filme de guerra. Usa o artifício de explorar o microcosmo de uma equipe de um tanque M4 Sherman para tentar abarcar ideias mais gerais sobre o absurdo da guerra. Isto é, nada de novo no front em termos de filmes do tipo. O problema é que o filme nunca decola realmente em termos de construção dramática. As relações entre a equipe nunca satisfazem, e são passadas rapidamente em poucas cenas, o que não gera aprofundamento. A música de Steven Price mais atrapalha que ajuda nesse sentido, soando falsa, forçada e melodramática ao extremo. Claro, o filme tem seus pontos positivos. Brad Pitt, Logan Lerman e Shia LaBeouf fazem um trabalho descente dentro de seus esteriótipos (o macho alfa, o religioso e o inocente que terá seu batismo de fogo) e das limitações do enredo. A crueza e realidade da guerra é bem explorada. No aspecto técnico o filme é excelente. Especialistas confirmam que o filme passa fielmente a experiência dentro de um tanque de guerra. No aspecto ideológico é evidente a intenção de desmistificar herói de guerra. Não há heróis, e sim pessoas que perdem a humanidade e se tornam máquinas de matar. Contudo, essa ideia já foi melhor explorada em outras obras. Enfim, não esperem o surrealismo de um "Apocalpyse Now", o espetáculo técnico de um "Soldado Ryan", o impacto dramático de um "Vá e Veja" ou a inteligente visão crítica de "Glória Feita de Sangue". Não é um filme que se tornará clássico, mas que pode satisfazer quem tem apreço pelo gênero. Um bom filme de guerra, mas não mais que isso.
O Labirinto do Fauno
4.2 2,9KAconselho a quem gosta desse filme conferir também a um das obras que serviu de inspiração a Guillermo del Toro: http://filmow.com/o-espirito-da-colmeia-t16499/
Harakiri
4.6 180Simplesmente o melhor filme de samurai de todos os tempos.
O Conto da Princesa Kaguya
4.4 802 Assista AgoraBluray japonês sai dia 3 de dezembro. No aguardo.
Turma do Barulho
4.0 3Cadê o link para o "Urusei Yatsura 2 Beautiful Dreamer"?
Lucy
3.3 3,4K Assista AgoraAchei um besteirol pseudo cientifico do nível dos programas do History Channel. Tem até algumas ideias interessantes do ponto de vista filosófico, mas tratadas de modo um tanto imaturo. Tecnicamente os efeitos especiais são feios, bem mal utilizados, maioria das vezes desnecessários e até ridículos (como a Lucy manipulando energias como uma tela touch screen). O filme até começa bem, com edição interessante usando metáforas do mundo animal, mas depois é um deus nos acuda. Enfim, esse é Luc Besson. Um diretor que já foi tão promissor com filmes como Imensidão Azul, Nikita, O profissional, mas que se rendeu a um superficialismo comercial da pior estirpe.
Os Reis Malditos
4.0 7A versão de 1972 é bem mais recomendada
Quando Duas Mulheres Pecam
4.4 1,1K Assista AgoraO título nacional é terrível. Tanto por indicar um outro tipo de filme, como por negar o simbolismo que o original implicava. Persona na etimologia é "per son", ou "pelo som". Remete ao teatro grego no qual os personagens eram identificados não só pelas máscaras distintas, mas muito pela entonação de suas vozes. A voz é a externação, até mais que a visual, da existência. Até por que ser visto não é necessariamente ser vivo (os mortos não falam, não mais têm personalidade). Ao negar ser identificada pelo som, Vogler não nega o próprio dasein, mas nega ser individualizada, ser limitada em toda sua potencialidade do ser. Magnífico filme.
Ménilmontant
4.2 11Um espetáculo de apuro técnico no trato da imagem em termos de fotografia, montagem, plongee, contra plongee, edição, além de excelente uso de mise-en-scene. Tudo feito para desvelar as emoções e personalidades das personagens. A qualidade da cinematografia supera o que seria em tese apenas um melodrama comum.
Harpya
4.1 34Dario Argento parece ter adaptado essa história no episódio "Jenifer", da série "Masters of Horror".
O Intendente Sansho
4.5 65Violência e sensibilidade transpostos em película de forma magistral. Um filme sobre austeridade e perseverança no brutal período feudal japonês.
A cena final de Anju é uma das mais belas e impactantes da história do cinema.
Carvão Negro
3.3 20Gostei do filme. Ao contrário do que se lê pela sinopse, não é propriamente um filme de suspense. Faz-se o uso do gênero para destrinchar a mesquinhez humana que dissimula, artimanha, seduz para obter vantagens e conseguir poder. Atente que as cenas referentes ao caso policial investigado quase sempre são contrapostas de súbito por outras do cotidiano, mundanas e sem importância aparente, como que o diretor nos tentasse desvencilhar do que seria o suposto escopo principal. O ritmo é lento, e mesmo as cenas de maior potencial de tensão são finalizadas subitamente ou deixadas se esvair ao gélido ar do intenso inverno. O diretor claramente não quer criar aqui um clima de suspense tradicional, apesar de usar clichês do gênero (o policial decaído, a femme fatale). Ele nega isso ao telespectador.
Os personagens principais revelam em maior ou menor grau essa busca pelo poder, como o ex-marido que patrulha a vida da ex. A cena final do filme, com os fogos de artificio, fortalece essa visão. O "herói" do filme, Zhang Zili (Fan Liao) se revela apenas mais um aproveitador na vida de Zhizhen (Lun Mei Kwai). Ao fazer a perícia policial todo nosso acompanhamento de seu mal fadado destino novamente é contraposto por uma cena que atrai pelo inusitado. Novamente a mensagem é clara. Nesse mundo de víboras a vida daquela garota pouco importa. Esqueçam essa mulher, esqueçam esse caso. A vida continua. Vejam esses fogos de artifício.
Meu Amigo Totoro
4.3 1,3K Assista AgoraFantástico filme. Um dos meus preferidos do Miyazaki. Assisti pela primeira vez anos atrás, e volta e meio revejo, sempre recomendando para pessoas que tem apreço por animação ou que têm crianças pequenas. Se existe um filme para toda a família, esse é o filme. Tanto pode ser apreciado numa perspectiva menos compromissada, como também numa interpretação mais madura. A história é simples: as irmãs Mei e Satsuki vão passar uma temporada no campo com o pai, enquanto a mãe está internada em um hospital da região. Nesse ambiente bucólico as crianças encontram um espírito da floresta chamado Totoro - o nome vem da pronúncia errada de Mei para a palavra tororu (troll). Tudo é colocado naturalmente, usando o ambiente e cotidiano da zona rural japonesa numa clara aproximação rousseauniana de valorização da força da natureza e a fantasia do ponto de vista das crianças. Existe um drama familiar por trás (a mãe ausente), mas isso é tratado com leveza e sutileza, exatamente como uma criança testemunharia. A própria visão de Totoro e Nekobus podem ser encarada como representação do espírito inocente e puro da infância (talvez uma espécie de fuga diante da ausência materna), que se perde conforme a realidade da vida vem a tona com toda sua carga de responsabilidades, cobranças e frustrações, muitas vezes limando a imaginação. Tanto é assim que só as crianças os vêem. Filme obrigatório.
A Teoria de Tudo
4.1 3,4K Assista AgoraNão sei se quero ver. Não sou muito afeito a cinebiografias, pois elas tendem a fixar no público geral uma ideia que muitas vezes não corresponde a uma verdade (quando se há alguma verdade realmente, já que muitas coisas na vida são interpretadas e sentidas individualmente). Sempre recomendo a assistir com ressalvas esses tipos de filmes.
Grandes Esperanças
3.2 104 Assista AgoraEstreia? Já vi esse filme tem um tempinho.
Black Sails (1ª Temporada)
4.1 145 Assista AgoraO ponto de partida é interessante. Uma série que mistura personagens da história real da pirataria com personagens fictícios de "A Ilha do Tesouro". Praticamente um prequel do clássico de Robert Louis Stevenson. Tem boa história até agora e cenas pontuais de clímax, evidenciando uma boa direção. Não espere muitas cenas de ação. Não é aventura, é drama. Os personagens são bem críveis e complexos e a história oferece cenário para tramas e reviravoltas interessantes. No aguardo da segunda temporada.
O Babadook
3.5 2,0KHá tempos não assistia a um terror tão bom. Adoro esse tipo de filme que usa o terror como alegoria do aspecto psicológico das personagens. Algo que falta a maioria dos filmes atuais, que buscam o terror pelo simples susto, como se não houvesse mais respeito a história e importância do cinema como um meio artístico sério, resumindo-se a um passeio no trem fantasma (o susto é o que importa). Conjuntamente com a ficção científica, acho que o cinema de horror oferece esses meios que aliam muito bem uma camada mais profunda e latente de entendimento (que se percebe apenas com o decorrer da obra), com outra mais aparente e atraente.
Babadook se constrói tijolo a tijolo através basicamente da relação conturbada de dois personagens (a mãe e o filho) em um processo de catarse das magoas da ausência da figura do marido/pai, morto em um acidente de carro com a criança ainda prestes a nascer. O isolamento é um fator que condiciona o terror no filme, uma vez que tanto a mãe (Essie Davis) como o filho (Noah Wiseman) são postos à margem pela sociedade (melhor dizer que a mãe se promove a essa condição diante de sua má assimilação do passado de dor). O cenário mais frequente no filme é a casa de aspecto envelhecido e soturno, que oferece o ambiente claustrofóbico ideal para a manifestação do "monstro". Babadook é desde já um clássico moderno do gênero.
Calvário
3.6 134"Irei te matar, padre" - a voz revela ao padre no confessionário. Ele tem uma semana para ajustar sua vida até o destino final. O padre James sabe o tempo todo quem será o seu futuro executor, mas a trama deixa a figura em mistério para o telespectador. Destarte, a partir dessa primeira cena é impossível não querer saber mais sobre o desenrolar da trama. Evidente que pelo título do filme e pelo contexto faz-se aqui um paralelo com o calvário de Cristo, que tal qual James também sabia de antemão o seu destino. O problema é que uma sociedade tão corrompida, corroída em medo, vícios, tédio, narcisismo e revolta pode já não caber a figura de um redentor. Padre James não é Cristo, mas tenta encontrar mesmo em suas dúvidas o melhor das pessoas. Uma figura ultrapassada, segundo um dos personagens de sua paróquia.
Calvário é um drama, mas com uma pitada aqui e ali de humor (negro), tem bons diálogos e marcantes atuações, especialmente de Brendan Gleeson. O filme toca naturalmente em vários temas de forma inteligente, sejam políticos, socias, filosóficos e espirituais. Apesar de muitas vezes desconexo em alguns momentos, é um dos melhores filmes de 2014.
Ida
3.7 438Bela joia cinematográfica. A busca pelo túmulo dos pais é um MacGuffin para a busca da própria identidade da personagem Ida. A relação da tia e sobrinha faz um bom paralelo da complexidade humana: elementos contrastantes, mas lados de uma mesma moeda. Neste sentido percebi o uso da música incidental como objeto de construção dramática dessa complexidade. Wanda, apesar de ser uma mulher que vive o mundo material, que por si só é caos, se identifica com a música clássica. Música que em geral remete ao formalismo, e também à tradição clerical. Por sua vez Ida/Anna, às vesperas de fazer seus votos em um convento, durante o filme se identifica com o Jazz, estilo musical que tem no improviso (não formalismo) a sua verve e seu sentido. Este já é mais identificado com o mundo mundado, dos bares e prostitutas.
Alabama Monroe
4.3 1,4KBom filme. Para quem quiser ver legendado e não entende de inglês, procurem uma que traduza as músicas. O filme irá fazer muito mais sentido entendendo as letras das músicas.
Até Que a Sorte Nos Separe 2
2.6 492 Assista AgoraCinema nacional entrou numa forte vertente de comédias bobinhas mesmo. Contanto que tenha retorno financeiro e abra espaço para melhores produções, não acho tão ruim.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraMeu preferido para o Oscar de filme estrangeiro.