Bastante fiel às HQs e com um roteiro bem amarrado, "Batman: Ano Um" é mais um bom filme de animação da DC Comics - que costuma acertar muito mais em suas versões animadas do que live action, diga-se. A história nos mostra o início da trajetória de Bruce Wayne como Batman, com todos os seus erros e aprendizados, assim como também o surgimento de outros personagens importantes no universo dos quadrinhos, como a Mulher Gato, Harvey Dent e, de uma maneira bem breve ao final, o Coringa.
No entanto, o grande foco aqui não é no Homem Morcego, que acaba se tornando um coadjuvante, mas em Jim Gordon e na sua caminhada desde um policial recém chegado em Gotham até se tornar capitão e obter reconhecimento da população e imprensa locais - o que acaba sendo um dos obstáculos enfrentados pelo seu chefe contra as tentativas de afastá-lo da polícia. O filme aborda as dificuldade enfrentadas por Gordon ao ser um dos poucos policiais honestos em um meio extremamente corrupto e sujo, assim como também os problemas pessoais enfrentados por ele quanto ao relacionamento com a esposa grávida. A narrativa não busca retratá-lo como um herói perfeito, e sim como um homem que busca fazer o bem, mas tem defeitos.
O único ponto negativo talvez seja a duração. Por ser um filme muito curto, acredito que faltou um melhor desenvolvimento a algumas personagens. No final, ficamos com a sensação de querer mais, e eu tranquilamente aceitaria mais uma hora desta boa película, embora entenda que a curta duração é uma tendência dentre quase todos os filmes animados da DC.
O mundo da política é podre e cheio de pessoas sem escrúpulos e que fariam de tudo pelo poder. Em resumo, é isso que nos mostra "Affairs of State", que centra sua narrativa no protagonista Michael Lawson, que costumava trabalhar no escritório de um senador, mas agora está desempregado e buscando retornar à política. Na tentativa de voltar a trabalhar para algum político, ele mira alto e sonha em obter uma vaga no gabinete do senador e candidato à presidência John Baines. Para alcançar esse objetivo, tem de trilhar um caminho sujo, que inclui desde dormir com doadoras de campanha idosas a buscar "podres" de candidatos adversários. No entanto, no final das contas, o que complica sua vida é um inesperado relacionamento com a esposa do senador e todos os acontecimentos que acompanham sua entrada não somente na campanha, mas no seio da família do candidato.
O cruzamento da sujeira do mundo político com a infidelidade por parte da esposa do senador, além também de um relacionamento de Michael com a filha de John, funciona bem aqui. Aliás, a história, de uma maneira geral, é interessante, mas peca bastante no desenvolvimento das personagens e na maneira acelerada com a qual o protagonista vai crescendo no meio político e ganhando a confiança de Baines. Sendo assim, estão aqui presentes elementos de uma boa história, mas que talvez pudessem ter sido melhor aproveitados nas mãos de roteiristas e diretores mais habilidosos ou mesmo como uma série, e não em um único filme.
Despretensioso e cheio de reviravoltas e surpresas, "Depois de Horas" talvez seja o filme "menos Scorsese" do diretor, misturando elementos de drama, comédia e suspense.
O protagonista, Paul come o "pão que o diabo amassou" aqui, passando por situações confusas, inesperadas e angustiantes. Scorsese, com toda sua habilidade e trabalhando com um tipo de narrativa diferente ao habitual em sua filmografia, consegue passar essa angústia também ao público. Dessa maneira, ao longo de todos os eventos malucos e surreais que acontecem na trama, somos igualmente aprisionados a esse mundo grotesco e sem causas, apenas com consequências.
Talvez tenha havido um excesso de surrealismo em algumas cenas e este filme, sem dúvida, está longe de ser um dos melhores de sua carreira, mas ainda é um bom, divertido e pouco conhecido filme desse diretor do qual sou fã.
Dentre os diversos pontos positivos deste filme, começo pelos aspectos técnicos. A direção, a trilha sonora, a edição e a fotografia trabalham juntas para criar um clima "neo noir", e imergir o espectador nesse visual estiloso e impactante, como na belíssima cena do elevador no final do filme, que combina com o personagem principal e com a história de uma maneira geral. Interessante também notar como o pop eletrônico em clima oitentista permeia o longa, que não utiliza músicas em cenas que, em qualquer outro filme com carros, seria o normal. Quando o motorista está em uma perseguição, ouvimos apenas o ronco dos motores, o pneu no asfalto e o rádio da polícia, o que aumenta a tensão de forma natural. Não à toa, pelo menos na categoria Edição de Som, o longa foi lembrado no Oscar daquele ano - enquanto foi esnobado em diversas outras categorias.
Em segundo lugar, a história, que é simples, mas muito bem elaborada e contando com momentos de tensão e reviravoltas que prendem a atenção do espectador. O motorista (em grande interpretação de Ryan Gosling) é um homem introspectivo, frio e de poucas palavras (lembrando outros anti heróis do cinema, como Charles Bronson e Clint Eastwood), vivendo uma vida solitária e tendo que depender, não somente do próprio trabalho, mas também de alguns "bicos" em roubos e perseguições para se sustentar. O seu personagem não vive de fato, mas apenas se contenta em sobreviver, sem amigos e sem família, mas apenas com si próprio e sua habilidade na direção. As coisas começam a mudar ao conhecer Irene (Carey Mulligan, também em ótima performance), a doce garçonete e mãe, que cuida sozinha do filho enquanto o marido está na prisão. Ele não somente se apaixona por ela, mas cria um vínculo de afeto e de proteção com o filho dela (Benício), que não se quebra sequer depois do retorno do marido Standard (Oscar Isaac) da prisão. Nesse momento, o personagem passa a ter um propósito além da própria sobrevivência: a proteção daquela família, em especial Irene e Benício. Por isso, decide ajudar o marido a resolver sua situação financeira e, a partir daí, a história começa a se tornar mais tensa, com diversas cenas de violência extrema, perseguições e tiros e com o trabalho do motorista também sendo comprometido por esse contexto.
Ao final, Standard morre, Irene, mesmo aparentemente a salvo dos bandidos, perde o marido e Benício perde o pai, e o motorista sequer pode retornar para ver a amada, tendo que viver, dali pra frente, uma vida de perpétua fuga de criminosos que estarão atrás dele. Mesmo tendo buscado fazer a coisa certa, ajudar aquela família e escapar de sua vida solitária de crime, o motorista, no final das contas, retorna a exatamente o ponto de partida de sua história: sozinho e dirigindo o seu carro, buscando sobreviver. Logo, cumpre-se a fábula do sapo e do escorpião (escorpião este também presente na jaqueta do motorista) citada no filme e que define a história: não importa o caminho que se siga, é impossível fugir de sua própria natureza. Um final melancólico, mas finais tristes também possuem uma incomum beleza, e este aqui é um ótimo exemplo.
Possuindo drama, romance, ótimas cenas ação e uma história simples - porém com diversos simbolismos e bem amarrada - e alternando entre cenas suaves e delicadas com momentos de violência gráfica, "Drive" conquista o espectador de imediato e é um daqueles filmes marcantes, para ver e rever.
É um filme que aborda diferentes temas, como destino, oportunidades e solidão, retratando como nossas vidas podem ser afetadas por eventos, muitas vezes, fora do nosso controle ou da razão. Além disso, também conta com uma bela fotografia, com a cor vermelha presente em diversos momentos, boa trilha sonora e grande atuação do elenco, em especial de Jacob e Trintignant.
Apesar de tantos significados e simbolismos ao longo da trama e de histórias distintas se entrelaçando durante a película, a narrativa, de uma maneira geral, se centraliza na relação entre Valentine e o juiz, com as suas diferenças e semelhanças. Ele busca a verdade, enquanto ela considera que as pessoas possuem o direito a ter segredos. Para ela, as pessoas não são más, apenas fracas, enquanto ele, por sua vez, pensa diferente, até por experiências traumáticas em seu passado. Ela é uma mulher jovem, bonita, correta, elegante e sensível, enquanto ele é um velho melancólico que não se relaciona com ninguém e que passa a maior parte do tempo ouvindo as conversas dos vizinhos para preencher o vazio de sua vida. No entanto, à medida que vão se conhecendo, constroem uma amizade - ou fraternidade - estranha, mas muito bonita. A maneira que a sua relação fraterna é construída e a forma como os diferentes personagens têm suas histórias cruzadas é o ponto forte do filme.
Por outro lado, embora a proposta do diretor seja muito interessante, creio que poderia ter sido melhor executada. O filme, em diversos momentos, não vai a lugar nenhum, assim como não aprofunda muito outros personagens. É bom, cumpre bem o seu papel, mas a ideia por trás da obra acaba sendo melhor do que a obra em si. Fiquei com a sensação de que faltou um "algo a mais".
Divertido, tecnicamente bem produzido e animado por uma excelente trilha sonora de Hans Zimmer, Rango é um filme com uma identidade própria e que, assim como o seu personagem principal, se destaca em meio a outras produções do gênero com um visual único e diferenciado.
Ao contrário da maioria das produções animadas recentes, que divertem os pequenos enquanto entretém com competência os adultos, Rango parece ser direcionado mais ao segundo grupo, com desenhos bastante realistas, crus e secos, sem muita "fofura". Além disso, muitas das piadas são bem inteligentes, sempre com uma segunda intenção, e não serão todos que conseguirão pegar tudo numa primeira vez. O filme também traz referências interessantes a clássicos do cinema - como os filmes de faroeste, em especial a Trilogia dos Dólares de Sergio Leone, e Chinatown - e um ótimo trabalho de dublagem por parte do elenco, sobretudo Depp.
Acho que o filme se alongou demasiadamente em alguns momentos, em especial no meio para o fim, e algumas cenas foram um pouco desnecessárias, mas, de uma maneira geral, é uma boa diversão para todas as idades, em especial adolescentes e adultos.
É um filme complicado de se avaliar. Por um lado, entendo perfeitamente a proposta do diretor/roteirista de criticar a violência existente nos filmes e na mídia e como ela nos afeta, assim como também compreendo que tentou aqui subverter as expectativas do público quanto ao desfecho dos seus personagens, fugindo do óbvio e do que normalmente ocorre nas produções de Hollywood. No entanto, por outro, é inegável que o filme deixa o espectador extremamente desconfortável, irritado e enojado por todo o terror psicológico pelo qual a família passa e pela psicopatia e frieza dos criminosos, o que acaba nos deixando com uma sensação ruim ao término do filme e com o desejo de não ver de novo o que acabamos de assistir. Ou seja, é um filme que cumpre muito bem o seu objetivo de nos fazer detestar tudo aquilo que é mostrado no filme.
Não me agradou muito a "quebra da quarta parede" e muito menos a cena do controle remoto, que, para mim, encontra-se um pouco deslocada aqui. No entanto, um ponto bastante positivo é como o diretor consegue provocar o terror sem mostrar uma cena sequer de violência. Os momentos mais perturbadores e pesados são exatamente aqueles que ficam de fora da câmera e apenas na nossa imaginação. Ouvimos os tiros e os gritos e vemos o sangue, mas não a cena em si.
Mesmo que fosse contra sua própria proposta, eu, pessoalmente, acho que o filme ficaria melhor sem toda essa metalinguagem e com um final um pouco mais satisfatório. Porém, reconheço o esforço do diretor em torna "Funny Games" algo bem único e diferente de outros filmes do gênero.
Com certeza não irei reassistir e nem recomendo para quem tem estômago fraco, mas não dá pra dizer que o filme é ruim, muito pelo contrário.
Enxuto e simples, mas com um roteiro muito bem elaborado e que aborda temas interessantes e complexos, "Lunar" é, com certeza, um daqueles filmes pouco conhecidos que mereciam uma maior atenção por parte da crítica e do público. Até começa um pouco lento, o que é normal por tratar-se de um filme que durante boa parte consiste de apenas um único personagem em um local isolado, mas, após a cena do acidente, "pega no ritmo", prende a atenção do espectador e acaba até ganhando contornos de um bom suspense em alguns instantes.
Em momento algum o filme torna óbvio aquilo que vai acontecer nos minutos seguintes, e somos constantemente surpresos com os rumos que a história vai tomando, mesmo depois que o "plot" é revelado. Abordando diversos temas, o filme nos faz questionar os interesses da empresa por trás disso tudo e a própria noção do que é um indivíduo, à medida que Sam também passa a questionar sua própria existência e identidade.
E, claro, é importante destacar a grande atuação de Sam Rockwell, em um papel difícil, em que não apenas tem de literalmente atuar sozinho, mas também precisar mostrar diferentes facetas de um mesmo personagem.
Misturando comédia com suspense, "Cova Rasa" nos mostra como o dinheiro, sobretudo uma grande quantia, pode mudar a relação entre amigos, ainda mais se tal amizade não for tão sólida. Em seu primeiro trabalho como diretor, Danny Boyle nos traz uma história com surpresas, reviravoltas e um ritmo muito bem amarrado, que prende a atenção do espectador, faz o tempo passar voando e torna a trama em momento algum entediante, mas peculiar e interessante. O filme tem a sua própria identidade e estilo, mas confesso que, em alguns momentos, lembrou-me muito dos filmes dos Irmãos Coen, dos quais sou fã, no quais pessoas comuns têm suas vidas alteradas por acontecimentos inesperados e que fogem do controle, alternando entre o humor negro e cenas de extrema violência.
Outra coisa que se nota em Cova Rasa é que Juliet, David e Alex são indivíduos desagradáveis e extremamente maldosos. Autocentrados e sempre prontos para disparar críticas egoístas contra os outros, ainda assim eles conquistam a empatia do espectador – algo curioso, uma vez que, considerando suas ações durante o filme, eles não são muito passíveis de pena ou quaisquer outras considerações. Pessoalmente, acabei ficando mais do lado do Alex, mas o mesmo também não é nenhum "santo", muito pelo contrário. As boas atuações do elenco também merecem ser ressaltadas, em especial de McGregor e da bela Kerry Fox.
Um filme subestimado e pouco conhecido, mas muito bom. Recomendado.
O roteiro é recheado de clichês e a história é até confusa em certos momentos, mas, no geral, o filme garante um bom entretenimento, em especial com as cenas de ação e a ótima direção. Destaque para Tom Cruise, acostumado com filmes do gênero, e para a bela Rosamund Pike. Um bom passatempo, mas nada além disso.
O primeiro "bad boy" dentre os futebolistas brasileiros, Heleno de Freitas é, até hoje, um dos personagens mais fascinantes do futebol nacional. Dentro de campo, um artilheiro letal e de grande técnica (pelo menos, até onde a saúde permitiu). Fora, um boêmio, com uma vida conturbada, gastando todo o dinheiro com mulheres, bebidas e drogas. O mais fascinante é que Heleno nasceu em uma família abastada e era, inclusive, formado em Direito. Logo, diferentemente da maioria dos jogadores, não entrou no futebol por necessidade, mas por paixão pelo esporte e pela busca de uma adrenalina e emoções que não teria como advogado, empresário ou qualquer outra profissão que poderia ter escolhido.
A personalidade de Heleno é muito bem interpretada por Rodrigo Santoro, em grande atuação. O visual do filme também me agradou muito, com a película sendo filmada em preto e branco e com boa reconstituição da época (anos 40 e 50). Um dos pontos negativos, como já mencionado em outros comentários, é o ritmo lento em diversos momentos. Além disso, também gostaria que tivessem aprofundado mais a relação do então jogador com a esposa (Alinne Moraes, em também uma boa atuação, que, inclusive, merecia mais tempo na tela).
Um bom filme nacional, que vale ainda mais a pena de ver para os fanáticos por futebol, como eu.
Em primeiro lugar, gostaria de destacar o elenco. Todos os atores principais entregam aqui performances que estão talvez dentre as melhores de suas carreiras, sem qualquer exagero. Reeves está ótimo e Al Pacino encontra-se fenomenal (sobretudo, na cena final). No entanto, o meu grande destaque, nesse quesito, vai para Charlize Theron, até porque, dentre os três, a sua personagem é a que mais exige, em especial se considerarmos as transformações pelas quais Mary Ann passa até chegar ao seu limite. Lembra-me muito, como já mencionaram em outros comentários, a personagem de Mia Farrow em "O Bebê de Rosemary", mas Theron fornece a sua própria identidade na atuação.
Em segundo lugar, o roteiro, adaptado de um livro de mesmo nome, é muito bem escrito. O suspense é bem construído ao longo da história, junto às mudanças que vão ocorrendo na vida do casal Kevin e Mary Ann, e prende a atenção do espectador, que também é surpreendido com as reviravoltas da trama. O filme também aborda, de uma excelente maneira, diversas questões morais e religiosas interessantes, sobretudo com relação ao livre arbítrio. O diabo nos cerca e nos tenta com o mal, de diversas formas diferentes, mas, no final das contas, a decisão é nossa e cabe a cada um de nós decidir que caminho escolher.
O discurso final de Milton é espetacular, em que afirma, corretamente, que Kevin teve, de fato, inúmeras oportunidades para abandonar o caso e passar mais tempo cuidando da esposa, mas preferiu continuar trabalhando para manter a fama do "advogado que sempre vence" e continuar subindo na carreira. Não foi o diabo que fez isso, mas ele próprio, sendo engolido pela sua vaidade.
Outro ponto interessante é quando o diabo fala de ser "o maior dos humanistas" e "fã do homem". O mal aqui não é apresentado como algo sobrenatural e que o diabo trouxe de outro mundo, mas como algo que mora em sentimentos extremamente humanos, como vaidade, ganância, luxúria e arrogância. O homem é imperfeito e pecador, e é através desses pecados que o diabo age, e por isso ele valoriza tanto essas características, pois é a partir delas que ele busca conquistar o mundo. O grande ponto da religião, e aqui falo como católico, é procurar buscar o divino e o transcendental, isto é, acima das imperfeições mundanas e humanas. Enquanto o diabo abraça os defeitos do homem, a palavra de Deus o orienta a buscar algo mais elevado.
Original, divertido e inteligente, "Delicatessen" é um filme que nos traz uma distopia futurística sombria, mas que, ao longo da história, vai se transformando em uma deliciosa comédia de humor negro, repleta de personagens interessantes e cujas narrativas se cruzam no decorrer da película. Destaque também para a fotografia, que confere um visual único à obra.
É o tipo de filme em que o espectador não tem a mínima ideia aonde vai parar e se deixa levar pelas reviravoltas e surpresas da história, prendendo sua atenção. A duração aqui é de cerca de 1 hora e meia, e o tempo passa voando. E a bela Karin Viard,interpretando a mulher do açougueiro, está mais bela do que nunca aqui, além de também mostrar o seu lado cômico.
Uma boa diversão e um interessantíssimo passatempo para quem quiser sair um pouco da mesmice.
Depressivo, dramático e, infelizmente, bastante realista, "O Substituto" nos apresenta a conturbada e solitária vida de um homem tentando lidar com os seus "demônios", ao mesmo tempo que nos mostra as dificuldades enfrentadas por ele, e por outros professores, em uma escola problemática. As vidas pessoal e profissional de Henry (Adrien Brody, em grande atuação), que à princípio encontram-se bem separadas, vão se aproximando ao longo da história e acompanhando os altos e baixos que percorrem a rotina desse professor substituto.
São diversos os temas abordados aqui, como os problemas existentes em escolas públicas de má qualidade (no caso, nas escolas americanas, mas tal questão pode se relacionar também com as escolas aqui do Brasil ou de outros lugares do mundo), a árdua missão encarregada aos educadores em um trabalho desgastante e com pouco reconhecimento, a pressão psicológica pela qual os alunos passam e as suas dificuldades em encontrarem um rumo na vida.
Quanto à Henry, vamos conhecendo mais acerca do seu passado lentamente, à medida em que a história vai nos revelando os seus traumas e as situações prévias pelas quais passou e que influenciaram sua vida, suas escolhas pessoais e profissionais e a personalidade que iria desenvolver. Dentro do professor sereno e que busca orientar os alunos em sala da melhor maneira possível, encontra-se um indivíduo com diversos problemas o atormentando e que também, de certa forma, precisaria de algum tipo de ajuda e suporte. Essa complexidade da personagem é muito bem interpretada por Brody.
O filme passa voando, sobretudo pela forma como a história é contada , isto é, a partir de diversos personagens e com diferentes abordagens. A fotografia e o ótimo elenco também colaboram bastante, é claro.
Demorei muito tempo pra assistir e fui surpreendido positivamente. Combinando um clima "noir" com excelentes cenas de ação e sequências de tirar o fôlego, "John Wick" não é mais um filme padrão do gênero que tem uma fórmula pronta e mastigada, mas uma obra com identidade e visual próprios, algo raro de se ver hoje em dia.
Também me agradou a história, mostrando uma espécie de mundo paralelo do crime organizado, com os seus códigos de honra, regras e estranhas relações, misturando o pessoal e o profissional.
E, claro, também com aquilo que todo filme de ação que se preze precisa ter: tiro, porrada e bomba, e com tudo muito bem executado e encaixado na trama.
"John Wick" cumpre muito bem sua função e é um ótimo entretenimento. Para quem ainda não viu e está com dúvida, digo que vale muito a pena.
Os filmes do gênero "drama investigativo de advocacia" podem não agradar a todos, sobretudo pela sua grande quantidade de informações e diálogos, mas eu, pessoalmente, gosto bastante, e "Conduta de Risco" é um ótimo exemplar de película do gênero. A história tem um ritmo lento, mas sem ser entediante, e o diretor consegue prender a atenção do espectador ao longo do desenrolar da trama, deixando-o sempre na expectativa do que pode ocorrer na cena seguinte. As boas atuações do elenco, por sua vez, também contribuem com isso.
A história é ficcional, mas nos faz refletir um pouco sobre como funcionam as coisas no mundo corporativo, sobretudo como grandes empresas e firmas de advocacia podem se unir para modificar a verdade ao seu bel prazer. Dessa maneira, o próprio conceito de verdade fica maculado e pode mudar de acordo com os interesses dos poderosos. A realidade, assim, pode ser "ajustada".
Misturando, na medida certa, romance, humor, drama e fantasia, "A Princesa Prometida" é um filme leve e divertido, bem ao estilo "Sessão da Tarde" e bom para assistir com toda a família. Nada muito complexo, mas um enredo bem amarrado e bons personagens, cumprindo bem o seu propósito e divertindo o espectador.
Também vale destacar a forma como a história é contada, através de um avô contando um conto ao seu neto, apresentando uma interessante metalinguagem. Além disso, não dá pra deixar de comentar a incrível química entre os protagonistas do filme, com uma escolha perfeita dos atores.
História confusa, personagens mal elaborados e uma trama que, pelo menos para mim, foi bem desinteressante e cansativa. "O Quinto Elemento" é a prova de que não é colocando inúmeras cenas de ação, efeitos e cores que um filme se torna atrativo, mas necessita ter, antes de tudo, um conteúdo e um mínimo de sentido por trás da obra, mesmo se for uma produção de comédia ou aventura. Caso contrário, porque alguém deveria reservar duas horas do seu dia para ver essa película? Não consegui me importar pelos heróis, pelos vilões e nem pela história de uma maneira geral, de tão maluca e fantasiosa que se mostrou.
Sendo generoso, a única coisa positiva foram os efeitos especiais, que, embora pareçam ruins atualmente, foram avançados para a época e merecem o devido reconhecimento. De resto, não tem muito o que se aproveitar do filme. Só pode ser divertido se o espectador completamente desligar o cérebro durante algumas horas e abraçar as bizarrices que são mostradas na tela. No entanto, se você deseja ver algo que tenha um mínimo de coerência, peço que passe longe de "O Quinto Elemento".
Filme interessantíssimo, que nos mostra como uma ideologia extremista pode ser capaz de provocar estragos, principalmente numa juventude que ainda está em formação, com problemas de identidade e em processo de construção da personalidade. As ideias promovidas pelo professor, à princípio apenas com um intuito meramente didático, passam a governar a vida dos alunos, sem mesmo que percebam, levando-os, por um lado, a uma sensação de pertencimento e união, mas também, por outro, a atitudes violentas e autoritárias. Dessa maneira, os alunos perderam suas identidades individuais e o senso crítico e passavam a apenas seguir às ordens do professor à risca e qualquer um que se desviasse um pouco do que era pedido seria afastado do grupo - se preciso, com o uso da força.
O filme, por ser alemão, trata mais da possibilidade de um regime semelhante ao nazismo voltar ao poder - inclusive, o experimento feito pelo professor inicia-se exatamente após um aluno dizer que "um governo como o Terceiro Reich é impossível acontecer novamente". No entanto, a mensagem do filme refere-se a toda ideologia extremista, seja ela o nazismo, fascismo, comunismo ou qualquer que seja.
No final das contas, a lição deixada é a de que, sim, um governo autoritário é perfeitamente possível de chegar ao poder atualmente, mesmo em um contexto de democracia e mesmo com uma vasta gama de informações existentes hoje em dia acerca de regimes autocráticos do passado. Uma ideologia, sob boas justificativas como comunidade, disciplina, justiça social, igualdade e fraternidade, pode ser capaz de conquistar apoio popular. Em outras palavras: a junção de promessas grandiosas e tentadoras com a total eliminação de qualquer senso crítico.
O filme reúne diversos personagens estranhos e detestáveis, que passam por algumas situações inusitadas e dramas familiares, com o enredo girando sempre em torno de Michele (Isabelle Huppert) e um show de imoralidade e falsidade por todos os lados. A sensação inicial é de que somos simplesmente jogados no meio de uma história que já estava se desenrolando bem antes do filme começar, e os acontecimentos vão ocorrendo sem maiores explicações ou sem conhecermos ao certo as relações entre as personagens, o que é confuso, mas não é de todo ruim e até bem interessante.
O maior problema, ao meu ver, é que o filme perde muito tempo com coisas irrelevantes e que, no final das contas, não agregaram em nada à história. Em alguns momentos, parece um filme inovador que merece nossa atenção, mas, em outros, parece uma grande fantasia sexual. Em algumas cenas, desperta nossa curiosidade, mas, em outras, mais parece uma novela de quinta categoria, com discussões tolas. A impressão que dá é que pelo menos 1/3 do filme poderia ser tranquilamente retirado e não faria diferença alguma.
Valeu pela tentativa de mostra algo diferente, por alguns bons momentos e pela boa atuação de Huppert, mas confesso que esperava mais.
Um filme ótimo, mas que provoca angústia e raiva de uma maneira impressionante, mostrando como uma falsa acusação pode acabar com a vida de uma pessoa inocente. Em minha opinião, a grande atuação da carreira de Mads Mikkelsen.
Um bom filme nacional sobre uma das histórias mais importantes e impressionantes da política brasileira. Direção de qualidade e grande atuação de Othon Bastos, mas peca um pouco nos diálogos. Para quem deseja conhecer mais sobre a história nacional, acaba também servindo como uma espécie de documentário.
Apesar de Terry Gilliam ter conseguido encontrar uma boa e criativa saída, com a utilização de outros atores e mudanças no roteiro, em decorrência da morte de Heath Ledger, é inegável que o falecimento do ator prejudicou o filme. De qualquer forma, "O Mundo Imaginário do Dr Parnassus" ainda é, apesar de todos os problemas na produção, um dos melhores trabalhos do diretor, com boa atuação de todo o elenco, excelente visual e aquele estilo surrealista e excêntrico já conhecido de Gilliam.
É assistir, se deixar levar por esse mundo imaginário e maluco e curtir.
Batman: Ano Um
4.0 214 Assista AgoraBastante fiel às HQs e com um roteiro bem amarrado, "Batman: Ano Um" é mais um bom filme de animação da DC Comics - que costuma acertar muito mais em suas versões animadas do que live action, diga-se. A história nos mostra o início da trajetória de Bruce Wayne como Batman, com todos os seus erros e aprendizados, assim como também o surgimento de outros personagens importantes no universo dos quadrinhos, como a Mulher Gato, Harvey Dent e, de uma maneira bem breve ao final, o Coringa.
No entanto, o grande foco aqui não é no Homem Morcego, que acaba se tornando um coadjuvante, mas em Jim Gordon e na sua caminhada desde um policial recém chegado em Gotham até se tornar capitão e obter reconhecimento da população e imprensa locais - o que acaba sendo um dos obstáculos enfrentados pelo seu chefe contra as tentativas de afastá-lo da polícia. O filme aborda as dificuldade enfrentadas por Gordon ao ser um dos poucos policiais honestos em um meio extremamente corrupto e sujo, assim como também os problemas pessoais enfrentados por ele quanto ao relacionamento com a esposa grávida. A narrativa não busca retratá-lo como um herói perfeito, e sim como um homem que busca fazer o bem, mas tem defeitos.
O único ponto negativo talvez seja a duração. Por ser um filme muito curto, acredito que faltou um melhor desenvolvimento a algumas personagens. No final, ficamos com a sensação de querer mais, e eu tranquilamente aceitaria mais uma hora desta boa película, embora entenda que a curta duração é uma tendência dentre quase todos os filmes animados da DC.
Recomendado.
Affairs of State
3.1 1O mundo da política é podre e cheio de pessoas sem escrúpulos e que fariam de tudo pelo poder. Em resumo, é isso que nos mostra "Affairs of State", que centra sua narrativa no protagonista Michael Lawson, que costumava trabalhar no escritório de um senador, mas agora está desempregado e buscando retornar à política. Na tentativa de voltar a trabalhar para algum político, ele mira alto e sonha em obter uma vaga no gabinete do senador e candidato à presidência John Baines. Para alcançar esse objetivo, tem de trilhar um caminho sujo, que inclui desde dormir com doadoras de campanha idosas a buscar "podres" de candidatos adversários. No entanto, no final das contas, o que complica sua vida é um inesperado relacionamento com a esposa do senador e todos os acontecimentos que acompanham sua entrada não somente na campanha, mas no seio da família do candidato.
O cruzamento da sujeira do mundo político com a infidelidade por parte da esposa do senador, além também de um relacionamento de Michael com a filha de John, funciona bem aqui. Aliás, a história, de uma maneira geral, é interessante, mas peca bastante no desenvolvimento das personagens e na maneira acelerada com a qual o protagonista vai crescendo no meio político e ganhando a confiança de Baines. Sendo assim, estão aqui presentes elementos de uma boa história, mas que talvez pudessem ter sido melhor aproveitados nas mãos de roteiristas e diretores mais habilidosos ou mesmo como uma série, e não em um único filme.
Depois de Horas
4.0 457 Assista AgoraDespretensioso e cheio de reviravoltas e surpresas, "Depois de Horas" talvez seja o filme "menos Scorsese" do diretor, misturando elementos de drama, comédia e suspense.
O protagonista, Paul come o "pão que o diabo amassou" aqui, passando por situações confusas, inesperadas e angustiantes. Scorsese, com toda sua habilidade e trabalhando com um tipo de narrativa diferente ao habitual em sua filmografia, consegue passar essa angústia também ao público. Dessa maneira, ao longo de todos os eventos malucos e surreais que acontecem na trama, somos igualmente aprisionados a esse mundo grotesco e sem causas, apenas com consequências.
Talvez tenha havido um excesso de surrealismo em algumas cenas e este filme, sem dúvida, está longe de ser um dos melhores de sua carreira, mas ainda é um bom, divertido e pouco conhecido filme desse diretor do qual sou fã.
Drive
3.9 3,5K Assista AgoraFilmaço!
Dentre os diversos pontos positivos deste filme, começo pelos aspectos técnicos. A direção, a trilha sonora, a edição e a fotografia trabalham juntas para criar um clima "neo noir", e imergir o espectador nesse visual estiloso e impactante, como na belíssima cena do elevador no final do filme, que combina com o personagem principal e com a história de uma maneira geral. Interessante também notar como o pop eletrônico em clima oitentista permeia o longa, que não utiliza músicas em cenas que, em qualquer outro filme com carros, seria o normal. Quando o motorista está em uma perseguição, ouvimos apenas o ronco dos motores, o pneu no asfalto e o rádio da polícia, o que aumenta a tensão de forma natural. Não à toa, pelo menos na categoria Edição de Som, o longa foi lembrado no Oscar daquele ano - enquanto foi esnobado em diversas outras categorias.
Em segundo lugar, a história, que é simples, mas muito bem elaborada e contando com momentos de tensão e reviravoltas que prendem a atenção do espectador. O motorista (em grande interpretação de Ryan Gosling) é um homem introspectivo, frio e de poucas palavras (lembrando outros anti heróis do cinema, como Charles Bronson e Clint Eastwood), vivendo uma vida solitária e tendo que depender, não somente do próprio trabalho, mas também de alguns "bicos" em roubos e perseguições para se sustentar. O seu personagem não vive de fato, mas apenas se contenta em sobreviver, sem amigos e sem família, mas apenas com si próprio e sua habilidade na direção. As coisas começam a mudar ao conhecer Irene (Carey Mulligan, também em ótima performance), a doce garçonete e mãe, que cuida sozinha do filho enquanto o marido está na prisão. Ele não somente se apaixona por ela, mas cria um vínculo de afeto e de proteção com o filho dela (Benício), que não se quebra sequer depois do retorno do marido Standard (Oscar Isaac) da prisão. Nesse momento, o personagem passa a ter um propósito além da própria sobrevivência: a proteção daquela família, em especial Irene e Benício. Por isso, decide ajudar o marido a resolver sua situação financeira e, a partir daí, a história começa a se tornar mais tensa, com diversas cenas de violência extrema, perseguições e tiros e com o trabalho do motorista também sendo comprometido por esse contexto.
Ao final, Standard morre, Irene, mesmo aparentemente a salvo dos bandidos, perde o marido e Benício perde o pai, e o motorista sequer pode retornar para ver a amada, tendo que viver, dali pra frente, uma vida de perpétua fuga de criminosos que estarão atrás dele. Mesmo tendo buscado fazer a coisa certa, ajudar aquela família e escapar de sua vida solitária de crime, o motorista, no final das contas, retorna a exatamente o ponto de partida de sua história: sozinho e dirigindo o seu carro, buscando sobreviver. Logo, cumpre-se a fábula do sapo e do escorpião (escorpião este também presente na jaqueta do motorista) citada no filme e que define a história: não importa o caminho que se siga, é impossível fugir de sua própria natureza. Um final melancólico, mas finais tristes também possuem uma incomum beleza, e este aqui é um ótimo exemplo.
Possuindo drama, romance, ótimas cenas ação e uma história simples - porém com diversos simbolismos e bem amarrada - e alternando entre cenas suaves e delicadas com momentos de violência gráfica, "Drive" conquista o espectador de imediato e é um daqueles filmes marcantes, para ver e rever.
Recomendado.
A Fraternidade é Vermelha
4.2 439 Assista AgoraÉ um filme que aborda diferentes temas, como destino, oportunidades e solidão, retratando como nossas vidas podem ser afetadas por eventos, muitas vezes, fora do nosso controle ou da razão. Além disso, também conta com uma bela fotografia, com a cor vermelha presente em diversos momentos, boa trilha sonora e grande atuação do elenco, em especial de Jacob e Trintignant.
Apesar de tantos significados e simbolismos ao longo da trama e de histórias distintas se entrelaçando durante a película, a narrativa, de uma maneira geral, se centraliza na relação entre Valentine e o juiz, com as suas diferenças e semelhanças. Ele busca a verdade, enquanto ela considera que as pessoas possuem o direito a ter segredos. Para ela, as pessoas não são más, apenas fracas, enquanto ele, por sua vez, pensa diferente, até por experiências traumáticas em seu passado. Ela é uma mulher jovem, bonita, correta, elegante e sensível, enquanto ele é um velho melancólico que não se relaciona com ninguém e que passa a maior parte do tempo ouvindo as conversas dos vizinhos para preencher o vazio de sua vida. No entanto, à medida que vão se conhecendo, constroem uma amizade - ou fraternidade - estranha, mas muito bonita. A maneira que a sua relação fraterna é construída e a forma como os diferentes personagens têm suas histórias cruzadas é o ponto forte do filme.
Por outro lado, embora a proposta do diretor seja muito interessante, creio que poderia ter sido melhor executada. O filme, em diversos momentos, não vai a lugar nenhum, assim como não aprofunda muito outros personagens. É bom, cumpre bem o seu papel, mas a ideia por trás da obra acaba sendo melhor do que a obra em si. Fiquei com a sensação de que faltou um "algo a mais".
Rango
3.6 1,6K Assista AgoraDivertido, tecnicamente bem produzido e animado por uma excelente trilha sonora de Hans Zimmer, Rango é um filme com uma identidade própria e que, assim como o seu personagem principal, se destaca em meio a outras produções do gênero com um visual único e diferenciado.
Ao contrário da maioria das produções animadas recentes, que divertem os pequenos enquanto entretém com competência os adultos, Rango parece ser direcionado mais ao segundo grupo, com desenhos bastante realistas, crus e secos, sem muita "fofura". Além disso, muitas das piadas são bem inteligentes, sempre com uma segunda intenção, e não serão todos que conseguirão pegar tudo numa primeira vez. O filme também traz referências interessantes a clássicos do cinema - como os filmes de faroeste, em especial a Trilogia dos Dólares de Sergio Leone, e Chinatown - e um ótimo trabalho de dublagem por parte do elenco, sobretudo Depp.
Acho que o filme se alongou demasiadamente em alguns momentos, em especial no meio para o fim, e algumas cenas foram um pouco desnecessárias, mas, de uma maneira geral, é uma boa diversão para todas as idades, em especial adolescentes e adultos.
Recomendado.
Violência Gratuita
3.8 739 Assista AgoraÉ um filme complicado de se avaliar. Por um lado, entendo perfeitamente a proposta do diretor/roteirista de criticar a violência existente nos filmes e na mídia e como ela nos afeta, assim como também compreendo que tentou aqui subverter as expectativas do público quanto ao desfecho dos seus personagens, fugindo do óbvio e do que normalmente ocorre nas produções de Hollywood. No entanto, por outro, é inegável que o filme deixa o espectador extremamente desconfortável, irritado e enojado por todo o terror psicológico pelo qual a família passa e pela psicopatia e frieza dos criminosos, o que acaba nos deixando com uma sensação ruim ao término do filme e com o desejo de não ver de novo o que acabamos de assistir. Ou seja, é um filme que cumpre muito bem o seu objetivo de nos fazer detestar tudo aquilo que é mostrado no filme.
Não me agradou muito a "quebra da quarta parede" e muito menos a cena do controle remoto, que, para mim, encontra-se um pouco deslocada aqui. No entanto, um ponto bastante positivo é como o diretor consegue provocar o terror sem mostrar uma cena sequer de violência. Os momentos mais perturbadores e pesados são exatamente aqueles que ficam de fora da câmera e apenas na nossa imaginação. Ouvimos os tiros e os gritos e vemos o sangue, mas não a cena em si.
Mesmo que fosse contra sua própria proposta, eu, pessoalmente, acho que o filme ficaria melhor sem toda essa metalinguagem e com um final um pouco mais satisfatório. Porém, reconheço o esforço do diretor em torna "Funny Games" algo bem único e diferente de outros filmes do gênero.
Com certeza não irei reassistir e nem recomendo para quem tem estômago fraco, mas não dá pra dizer que o filme é ruim, muito pelo contrário.
Lunar
3.8 686 Assista AgoraEnxuto e simples, mas com um roteiro muito bem elaborado e que aborda temas interessantes e complexos, "Lunar" é, com certeza, um daqueles filmes pouco conhecidos que mereciam uma maior atenção por parte da crítica e do público. Até começa um pouco lento, o que é normal por tratar-se de um filme que durante boa parte consiste de apenas um único personagem em um local isolado, mas, após a cena do acidente, "pega no ritmo", prende a atenção do espectador e acaba até ganhando contornos de um bom suspense em alguns instantes.
Em momento algum o filme torna óbvio aquilo que vai acontecer nos minutos seguintes, e somos constantemente surpresos com os rumos que a história vai tomando, mesmo depois que o "plot" é revelado. Abordando diversos temas, o filme nos faz questionar os interesses da empresa por trás disso tudo e a própria noção do que é um indivíduo, à medida que Sam também passa a questionar sua própria existência e identidade.
E, claro, é importante destacar a grande atuação de Sam Rockwell, em um papel difícil, em que não apenas tem de literalmente atuar sozinho, mas também precisar mostrar diferentes facetas de um mesmo personagem.
Recomendado.
Cova Rasa
3.9 312Misturando comédia com suspense, "Cova Rasa" nos mostra como o dinheiro, sobretudo uma grande quantia, pode mudar a relação entre amigos, ainda mais se tal amizade não for tão sólida. Em seu primeiro trabalho como diretor, Danny Boyle nos traz uma história com surpresas, reviravoltas e um ritmo muito bem amarrado, que prende a atenção do espectador, faz o tempo passar voando e torna a trama em momento algum entediante, mas peculiar e interessante. O filme tem a sua própria identidade e estilo, mas confesso que, em alguns momentos, lembrou-me muito dos filmes dos Irmãos Coen, dos quais sou fã, no quais pessoas comuns têm suas vidas alteradas por acontecimentos inesperados e que fogem do controle, alternando entre o humor negro e cenas de extrema violência.
Outra coisa que se nota em Cova Rasa é que Juliet, David e Alex são indivíduos desagradáveis e extremamente maldosos. Autocentrados e sempre prontos para disparar críticas egoístas contra os outros, ainda assim eles conquistam a empatia do espectador – algo curioso, uma vez que, considerando suas ações durante o filme, eles não são muito passíveis de pena ou quaisquer outras considerações. Pessoalmente, acabei ficando mais do lado do Alex, mas o mesmo também não é nenhum "santo", muito pelo contrário. As boas atuações do elenco também merecem ser ressaltadas, em especial de McGregor e da bela Kerry Fox.
Um filme subestimado e pouco conhecido, mas muito bom. Recomendado.
Jack Reacher: O Último Tiro
3.4 892 Assista AgoraO roteiro é recheado de clichês e a história é até confusa em certos momentos, mas, no geral, o filme garante um bom entretenimento, em especial com as cenas de ação e a ótima direção. Destaque para Tom Cruise, acostumado com filmes do gênero, e para a bela Rosamund Pike. Um bom passatempo, mas nada além disso.
Heleno
3.6 431 Assista AgoraO primeiro "bad boy" dentre os futebolistas brasileiros, Heleno de Freitas é, até hoje, um dos personagens mais fascinantes do futebol nacional. Dentro de campo, um artilheiro letal e de grande técnica (pelo menos, até onde a saúde permitiu). Fora, um boêmio, com uma vida conturbada, gastando todo o dinheiro com mulheres, bebidas e drogas. O mais fascinante é que Heleno nasceu em uma família abastada e era, inclusive, formado em Direito. Logo, diferentemente da maioria dos jogadores, não entrou no futebol por necessidade, mas por paixão pelo esporte e pela busca de uma adrenalina e emoções que não teria como advogado, empresário ou qualquer outra profissão que poderia ter escolhido.
A personalidade de Heleno é muito bem interpretada por Rodrigo Santoro, em grande atuação. O visual do filme também me agradou muito, com a película sendo filmada em preto e branco e com boa reconstituição da época (anos 40 e 50). Um dos pontos negativos, como já mencionado em outros comentários, é o ritmo lento em diversos momentos. Além disso, também gostaria que tivessem aprofundado mais a relação do então jogador com a esposa (Alinne Moraes, em também uma boa atuação, que, inclusive, merecia mais tempo na tela).
Um bom filme nacional, que vale ainda mais a pena de ver para os fanáticos por futebol, como eu.
Advogado do Diabo
4.0 1,4K Assista AgoraFilmaço!
Em primeiro lugar, gostaria de destacar o elenco. Todos os atores principais entregam aqui performances que estão talvez dentre as melhores de suas carreiras, sem qualquer exagero. Reeves está ótimo e Al Pacino encontra-se fenomenal (sobretudo, na cena final). No entanto, o meu grande destaque, nesse quesito, vai para Charlize Theron, até porque, dentre os três, a sua personagem é a que mais exige, em especial se considerarmos as transformações pelas quais Mary Ann passa até chegar ao seu limite. Lembra-me muito, como já mencionaram em outros comentários, a personagem de Mia Farrow em "O Bebê de Rosemary", mas Theron fornece a sua própria identidade na atuação.
Em segundo lugar, o roteiro, adaptado de um livro de mesmo nome, é muito bem escrito. O suspense é bem construído ao longo da história, junto às mudanças que vão ocorrendo na vida do casal Kevin e Mary Ann, e prende a atenção do espectador, que também é surpreendido com as reviravoltas da trama. O filme também aborda, de uma excelente maneira, diversas questões morais e religiosas interessantes, sobretudo com relação ao livre arbítrio. O diabo nos cerca e nos tenta com o mal, de diversas formas diferentes, mas, no final das contas, a decisão é nossa e cabe a cada um de nós decidir que caminho escolher.
O discurso final de Milton é espetacular, em que afirma, corretamente, que Kevin teve, de fato, inúmeras oportunidades para abandonar o caso e passar mais tempo cuidando da esposa, mas preferiu continuar trabalhando para manter a fama do "advogado que sempre vence" e continuar subindo na carreira. Não foi o diabo que fez isso, mas ele próprio, sendo engolido pela sua vaidade.
Outro ponto interessante é quando o diabo fala de ser "o maior dos humanistas" e "fã do homem". O mal aqui não é apresentado como algo sobrenatural e que o diabo trouxe de outro mundo, mas como algo que mora em sentimentos extremamente humanos, como vaidade, ganância, luxúria e arrogância. O homem é imperfeito e pecador, e é através desses pecados que o diabo age, e por isso ele valoriza tanto essas características, pois é a partir delas que ele busca conquistar o mundo. O grande ponto da religião, e aqui falo como católico, é procurar buscar o divino e o transcendental, isto é, acima das imperfeições mundanas e humanas. Enquanto o diabo abraça os defeitos do homem, a palavra de Deus o orienta a buscar algo mais elevado.
Recomendado.
Delicatessen
3.8 278 Assista AgoraOriginal, divertido e inteligente, "Delicatessen" é um filme que nos traz uma distopia futurística sombria, mas que, ao longo da história, vai se transformando em uma deliciosa comédia de humor negro, repleta de personagens interessantes e cujas narrativas se cruzam no decorrer da película. Destaque também para a fotografia, que confere um visual único à obra.
É o tipo de filme em que o espectador não tem a mínima ideia aonde vai parar e se deixa levar pelas reviravoltas e surpresas da história, prendendo sua atenção. A duração aqui é de cerca de 1 hora e meia, e o tempo passa voando. E a bela Karin Viard,interpretando a mulher do açougueiro, está mais bela do que nunca aqui, além de também mostrar o seu lado cômico.
Uma boa diversão e um interessantíssimo passatempo para quem quiser sair um pouco da mesmice.
O Substituto
4.4 1,7K Assista AgoraDepressivo, dramático e, infelizmente, bastante realista, "O Substituto" nos apresenta a conturbada e solitária vida de um homem tentando lidar com os seus "demônios", ao mesmo tempo que nos mostra as dificuldades enfrentadas por ele, e por outros professores, em uma escola problemática. As vidas pessoal e profissional de Henry (Adrien Brody, em grande atuação), que à princípio encontram-se bem separadas, vão se aproximando ao longo da história e acompanhando os altos e baixos que percorrem a rotina desse professor substituto.
São diversos os temas abordados aqui, como os problemas existentes em escolas públicas de má qualidade (no caso, nas escolas americanas, mas tal questão pode se relacionar também com as escolas aqui do Brasil ou de outros lugares do mundo), a árdua missão encarregada aos educadores em um trabalho desgastante e com pouco reconhecimento, a pressão psicológica pela qual os alunos passam e as suas dificuldades em encontrarem um rumo na vida.
Quanto à Henry, vamos conhecendo mais acerca do seu passado lentamente, à medida em que a história vai nos revelando os seus traumas e as situações prévias pelas quais passou e que influenciaram sua vida, suas escolhas pessoais e profissionais e a personalidade que iria desenvolver. Dentro do professor sereno e que busca orientar os alunos em sala da melhor maneira possível, encontra-se um indivíduo com diversos problemas o atormentando e que também, de certa forma, precisaria de algum tipo de ajuda e suporte. Essa complexidade da personagem é muito bem interpretada por Brody.
O filme passa voando, sobretudo pela forma como a história é contada , isto é, a partir de diversos personagens e com diferentes abordagens. A fotografia e o ótimo elenco também colaboram bastante, é claro.
É melancólico, é pesado, mas é muito bom.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraDemorei muito tempo pra assistir e fui surpreendido positivamente. Combinando um clima "noir" com excelentes cenas de ação e sequências de tirar o fôlego, "John Wick" não é mais um filme padrão do gênero que tem uma fórmula pronta e mastigada, mas uma obra com identidade e visual próprios, algo raro de se ver hoje em dia.
Também me agradou a história, mostrando uma espécie de mundo paralelo do crime organizado, com os seus códigos de honra, regras e estranhas relações, misturando o pessoal e o profissional.
E, claro, também com aquilo que todo filme de ação que se preze precisa ter: tiro, porrada e bomba, e com tudo muito bem executado e encaixado na trama.
"John Wick" cumpre muito bem sua função e é um ótimo entretenimento. Para quem ainda não viu e está com dúvida, digo que vale muito a pena.
Conduta de Risco
3.5 195 Assista AgoraOs filmes do gênero "drama investigativo de advocacia" podem não agradar a todos, sobretudo pela sua grande quantidade de informações e diálogos, mas eu, pessoalmente, gosto bastante, e "Conduta de Risco" é um ótimo exemplar de película do gênero. A história tem um ritmo lento, mas sem ser entediante, e o diretor consegue prender a atenção do espectador ao longo do desenrolar da trama, deixando-o sempre na expectativa do que pode ocorrer na cena seguinte. As boas atuações do elenco, por sua vez, também contribuem com isso.
A história é ficcional, mas nos faz refletir um pouco sobre como funcionam as coisas no mundo corporativo, sobretudo como grandes empresas e firmas de advocacia podem se unir para modificar a verdade ao seu bel prazer. Dessa maneira, o próprio conceito de verdade fica maculado e pode mudar de acordo com os interesses dos poderosos. A realidade, assim, pode ser "ajustada".
Filmaço.
A Princesa Prometida
3.7 328 Assista AgoraMisturando, na medida certa, romance, humor, drama e fantasia, "A Princesa Prometida" é um filme leve e divertido, bem ao estilo "Sessão da Tarde" e bom para assistir com toda a família. Nada muito complexo, mas um enredo bem amarrado e bons personagens, cumprindo bem o seu propósito e divertindo o espectador.
Também vale destacar a forma como a história é contada, através de um avô contando um conto ao seu neto, apresentando uma interessante metalinguagem. Além disso, não dá pra deixar de comentar a incrível química entre os protagonistas do filme, com uma escolha perfeita dos atores.
Recomendado.
O Quinto Elemento
3.7 816História confusa, personagens mal elaborados e uma trama que, pelo menos para mim, foi bem desinteressante e cansativa. "O Quinto Elemento" é a prova de que não é colocando inúmeras cenas de ação, efeitos e cores que um filme se torna atrativo, mas necessita ter, antes de tudo, um conteúdo e um mínimo de sentido por trás da obra, mesmo se for uma produção de comédia ou aventura. Caso contrário, porque alguém deveria reservar duas horas do seu dia para ver essa película? Não consegui me importar pelos heróis, pelos vilões e nem pela história de uma maneira geral, de tão maluca e fantasiosa que se mostrou.
Sendo generoso, a única coisa positiva foram os efeitos especiais, que, embora pareçam ruins atualmente, foram avançados para a época e merecem o devido reconhecimento. De resto, não tem muito o que se aproveitar do filme. Só pode ser divertido se o espectador completamente desligar o cérebro durante algumas horas e abraçar as bizarrices que são mostradas na tela. No entanto, se você deseja ver algo que tenha um mínimo de coerência, peço que passe longe de "O Quinto Elemento".
A Onda
4.2 1,9KFilme interessantíssimo, que nos mostra como uma ideologia extremista pode ser capaz de provocar estragos, principalmente numa juventude que ainda está em formação, com problemas de identidade e em processo de construção da personalidade. As ideias promovidas pelo professor, à princípio apenas com um intuito meramente didático, passam a governar a vida dos alunos, sem mesmo que percebam, levando-os, por um lado, a uma sensação de pertencimento e união, mas também, por outro, a atitudes violentas e autoritárias. Dessa maneira, os alunos perderam suas identidades individuais e o senso crítico e passavam a apenas seguir às ordens do professor à risca e qualquer um que se desviasse um pouco do que era pedido seria afastado do grupo - se preciso, com o uso da força.
O filme, por ser alemão, trata mais da possibilidade de um regime semelhante ao nazismo voltar ao poder - inclusive, o experimento feito pelo professor inicia-se exatamente após um aluno dizer que "um governo como o Terceiro Reich é impossível acontecer novamente". No entanto, a mensagem do filme refere-se a toda ideologia extremista, seja ela o nazismo, fascismo, comunismo ou qualquer que seja.
No final das contas, a lição deixada é a de que, sim, um governo autoritário é perfeitamente possível de chegar ao poder atualmente, mesmo em um contexto de democracia e mesmo com uma vasta gama de informações existentes hoje em dia acerca de regimes autocráticos do passado. Uma ideologia, sob boas justificativas como comunidade, disciplina, justiça social, igualdade e fraternidade, pode ser capaz de conquistar apoio popular. Em outras palavras: a junção de promessas grandiosas e tentadoras com a total eliminação de qualquer senso crítico.
Extremamente recomendado.
Elle
3.8 886O filme reúne diversos personagens estranhos e detestáveis, que passam por algumas situações inusitadas e dramas familiares, com o enredo girando sempre em torno de Michele (Isabelle Huppert) e um show de imoralidade e falsidade por todos os lados. A sensação inicial é de que somos simplesmente jogados no meio de uma história que já estava se desenrolando bem antes do filme começar, e os acontecimentos vão ocorrendo sem maiores explicações ou sem conhecermos ao certo as relações entre as personagens, o que é confuso, mas não é de todo ruim e até bem interessante.
O maior problema, ao meu ver, é que o filme perde muito tempo com coisas irrelevantes e que, no final das contas, não agregaram em nada à história. Em alguns momentos, parece um filme inovador que merece nossa atenção, mas, em outros, parece uma grande fantasia sexual. Em algumas cenas, desperta nossa curiosidade, mas, em outras, mais parece uma novela de quinta categoria, com discussões tolas. A impressão que dá é que pelo menos 1/3 do filme poderia ser tranquilamente retirado e não faria diferença alguma.
Valeu pela tentativa de mostra algo diferente, por alguns bons momentos e pela boa atuação de Huppert, mas confesso que esperava mais.
A Caça
4.2 2,0K Assista AgoraUm filme ótimo, mas que provoca angústia e raiva de uma maneira impressionante, mostrando como uma falsa acusação pode acabar com a vida de uma pessoa inocente. Em minha opinião, a grande atuação da carreira de Mads Mikkelsen.
O Paciente - O Caso Tancredo Neves
3.4 65Um bom filme nacional sobre uma das histórias mais importantes e impressionantes da política brasileira. Direção de qualidade e grande atuação de Othon Bastos, mas peca um pouco nos diálogos. Para quem deseja conhecer mais sobre a história nacional, acaba também servindo como uma espécie de documentário.
Assassinos da Lua das Flores
4.1 615 Assista AgoraScorsese dirigindo um filme com DiCaprio e De Niro juntos e ainda por cima com Brendan Fraser e Jesse Plemons? Ok, tem a minha atenção.
O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus
3.7 1,4K Assista AgoraApesar de Terry Gilliam ter conseguido encontrar uma boa e criativa saída, com a utilização de outros atores e mudanças no roteiro, em decorrência da morte de Heath Ledger, é inegável que o falecimento do ator prejudicou o filme. De qualquer forma, "O Mundo Imaginário do Dr Parnassus" ainda é, apesar de todos os problemas na produção, um dos melhores trabalhos do diretor, com boa atuação de todo o elenco, excelente visual e aquele estilo surrealista e excêntrico já conhecido de Gilliam.
É assistir, se deixar levar por esse mundo imaginário e maluco e curtir.