Mãe! (Mother!), é o tipo de filme que vai dividir as pessoas e está dividindo. Infelizmente estou do lado de quem detestou o filme. Esse é um filme que depende muito da sua experiência particular com ele. Da sua visão do filme. Não é errado gostar do filme e também não é errado detestar o filme. Vai de cada um e não existe um lado com razão quando o assunto é esse filme. Dito isso, muita gente pode estar falando mal de Mãe! (Mother!) por ter achado o filme confuso ou não ter entendido ele, mas eu não sou esse tipo de pessoa, meus motivos pra desgostar do filme são outros. Meus principais problemas com Mãe! (Mother!) vêm do fato de eu sentir que o filme tem claras falhas em pontuar o seu tom, a sua estrutura e a forma de como o filme constrói isso. Eu acho que ele faz de forma bem irresponsável. Pra mim o filme é uma grande alegoria sem substancia nas suas metáforas. Sem querer de jeito nenhum parecer arrogante, eu penso assim porque depois de um bastante ficou bastante obvio pra mim qual era a grande alegoria que o filme estava tentando fazer, eu cheguei á essa conclusão bem rapidamente assistindo o filme, e o fato de ficar tão obvio pra mim o que o filme pretendia me deixou bem aborrecido com ele e fez com que eu perdesse o interesse nele. Mas minha perda de interesse não vem porque eu não gosto de filmes mais ambiciosos, “diferentes” ou nada disso, vêm pelo fato que eu não sinto que as alegorias que estão no filme são tão perspiráveis quanto parecem.
[/spoiler] Na minha visão a alegoria principal do filme e mais clara na superfície são as bíblicas que o filme deixa bem claro, claro até demais em minha modesta opinião. Bem, vamos começar: Deus (Javier Bardem), começando criando a natureza (a casa), e depois cria a mãe natureza (Jennifer Lawrence), será que todo mundo conseguiu pegar a referência? Então somos apresentados á Adão (Ed Harris), logo depois de perder uma das suas costelas, e é aí que chega Eva (Michelle Pfeiffer), a intepretação mais “malvada” de Eva que você vai ver na sua vida te garanto. Depois de ficarem um tempo lá com Deus e a mãe natureza eles são expulsos do Jardim do Éden (aqui representado por um quartinho e a casa) e percebem que estão nus (aqui representado por um despertar sexual), mas eles tem dois filhos Caim (Domhnall Gleeson) e Abel (Brian Gleeson), e então o que todo mundo já sabe acontece com um dos irmãos. E então o filme pula para O Novo Testamento, onde a mãe natureza agora é Maria, o que se para pra pensar, não é muito surpreendente. Agora o Deus de Aronofsky começa á espelhar a sua palavra, o que traz seguidores pra eles que interpretam mal a sua palavra criando sacrifícios humanos e guerra. E então nós chegamos até o filho (Jesus) que é sacrificado e comigo ao testemunhar o horror do sacramento daquelas pessoas, a Eucaristia. E então Maria causa o Apocalipse e tudo se reinicia porque “O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente...” (Eclesiastes 1:9). [spoiler]
[/spoiler] Mas pelo caminho Aronofsky ainda nós oferece algumas outras alegorias. Como a alegoria de um casamento (talvez a sua própria experiência com casamentos quem sabe) em que o homem abusa e ignora a sua esposa, com exceção na hora do sexo, porque a sua arte é muito importante e tem mais atenção que ela. [spoiler]
[/spoiler] Depois tem a alegoria ambiental sobre “pessoas estão maltratam o meio ambiente e são tão ruim pra ele” e como o meio ambiente acabará destruindo as pessoas por isso. MUITO PROFUNDO. [spoiler]
[/spoiler] E então temos a relação de um artista com seus fãs, o trabalho de um artista é mal interpretado e levado á ultima consequência por fãs radicais. [spoiler]
O que realmente faz com que o filme não funcione pra mim é que eu não sinto que ele consiga se sustentar sem essas alegorias ou que ela tenha algo de muito especial além dessas alegorias. Pra mim Mãe! (Mother) é só a alegoria pela alegoria, e sendo assim tirando isso acaba sendo um filme a meu ver vazio e incompleto, quando não pensamos somente na alegoria e o olhamos pra outros aspectos. Que fique claro, eu gosto muito de filmes que usam de alegorias, Cachê (2005) de Michael Haneke, é um excelente exemplo disso pra mim, pra quem não sabe, Cachê é uma alegoria do descaso do governo francês ao massacre no Rio Sena. Porém ao mesmo tempo em que o filme funciona como uma alegoria ele também consegue funcionar como uma drama familiar crível e ousado sem a parte da alegoria, não é o caso de Mãe! (Mother!) que depende da alegoria em todos os aspectos dele. Eu acho que um filme eficiente funcionaria com a parte alegoria e com a parte em que o publico por exemplo não pegasse a alegoria. Não é o que eu vejo em Mãe! (Mother!). Eu vejo um filme que se segura unicamente nas suas alegorias pra funcionar e se apoia totalmente. E eu particularmente sempre fico desagrado com filmes que apostam somente em um único elemento dele.
Por mais interessante que elas sejam (e eu acho boa parte delas bem obvias e bem na cara pra ser bastante sincero, eu acho que falta sutileza no filme, mas isso é outro problema que eu comentarei á seguir, mas elas são de fato minimamente interessante), eu senti que boa parte das alegorias e metáforas que o filme faz são extremamente obvias. Fico um pouco assustado pela forma como um filme que está sendo chamado de “diferente”, “ousado” e “complexo” por muita gente joga em diálogos extremamente expositivos e autoexplicativos o significo de suas metáforas e alegorias em cenas com diálogos do tipo
[/spoiler] “ESSA CASA É O PARAÍSO” ou “VOU TRAZER O APOCALIPSE” [spoiler]
quase que gritando para publico o que filme quer dizer na verdade. O fato de tudo ser tão obvio nas alegorias bíblicas do filme, além dessa exposição autoexplicativa que é desnecessária e soa fora de lugar, somado ao fato do filme não saber se abraça totalmente a sua loucura e o fator “diferentão” em alguns momentos ou se vai pra um caminho mais obvio, “na cara” e pé no chão ao tratar dos personagens, me desagradam muito.
Sendo honesto, eu gosto bastante do primeiro e segundo ato do filme, os acho bem executados, gostei bastante do clima dele e da alegoria usada neles, mas no terceiro ato acho que ele vira um verdadeiro desastre e ele então ele me perdeu completamente. Um dos meus maiores problemas com o terceiro ato é quando ele se torna algo extremamente exagerado por expor o clímax da sua alegoria bíblica que eu percebo na minha visão subjetiva do filme como principal, pra mim o auge desse exagero não funciona porque eu não sinto que ele foi construído antecipadamente pra chegar nesse ponto pra mim pelo menos, apesar de sempre existir no filme no filme. Quando ele acontece, me parece algo caricato e exageradamente fora de tom. Apenas uma loucura exagerada e caricata.
Eu gosto muito de filmes "diferentes" e admiro diretores "diferentes" que fogem do comum, do convencional e são criativos (poderia citar David Lynch, Terrence Malick, Terry Gilliam, Alejandro Jodorowsky, Luis Buñuel, entre vários outros, e até nomes mais polêmicos que costumam dividir mais a opinião das pessoas tipo Lars Von Trier, Alejandro González Iñárritu ou Nicolas Winding Refn, entre vários outros também), mas acho que o fator que eu vou vulgarmente chamar de "diferentão" e essa criatividade tem que funcionar na execução também e isso tem que ser executado com inteligência se não se torna pretensioso ou presunçoso (um exemplo de um filme recente pra mim assim além de Mãe! é o péssimo na minha opinião Animas Noturnos de Tom Ford). E coisas assim me irritam do mesmo jeito que coisas medíocres ou simplesmente comuns me irritam. Eu não senti que Mãe! (Mother!) é um filme muito inteligente ou bem executado. Muito pelo contrário, ele me aprece um filme que joga todas as suas metáforas na cara de quem está assistindo e as esfrega se julgando muito mais inteligente ou eficiente do que é. O que torna ele um filme pretensioso, arrogante e presunçoso. Mesmo tendo citado todos os defeitos e cosias que me desagradaram no filme, devo dizer que apesar de não ter gostado do filme e não achar ele bom, ele tem sim pontos positivos e está longe de ser uma perda de tempo total ou um filme horrível. O desigin de som é muito bom, o clímax do filme é extremamente bem feito resultando uma ótima sequência tecnicamente e o elenco funciona bem sem problemas pra mim, todos estão bem nos seus personagens, com destaque pra Jennifer Lawrence, que está muito bem e entrega uma das melhores atuações da sua carreira sendo um dos maiores destaques positivos do filme pra mim.
Sendo mais direito do que eu deveria, apesar do filme não ter me agradado nada, ele não é uma tortura, não o acho nem de longe melhor do ano ou um dos melhores ou uma obra-prima como muita gente está falando por aí, mas também não é o pior filme de nada, ele tem sim os seus méritos e é uma experiência interessante e que vai funcionar ou não muito por causa da visão particular de cada um e da sua conexão com o filme que é muito subjetiva. Não funcionou pra mim, mas talvez funcione pra você. Por isso vale á pena ser visto pra se tirar as suas próprias conclusões e eu recomendo que todo mundo assista ao filme mesmo não tendo gostado dele e mesmo não tendo achado ele bom. Gostando ou não, Mãe! (Mother!) é uma experiência que todo mundo tem que ter.
Bem, eu ADOREI Logan, esse é o filme que o personagem e os fãs mereciam. Logan é um faroeste moderno e um road movie muito eficaz mais do que qualquer coisa, mais do que ser um filme de super–herói, embora eu ache que os toques que o filme tem com a franquia dos X–Men ampliou ainda mais ele do que prejudicou. O filme é estudo de personagens e eu achei a forma que ele desenvolvente o relacionamento dos personagens extremamente pungente, comovente e palpável. Logan é um filme triste, pesado, sério, mas mesmo assim existe humor nele e o humor é maravilhoso, ele tem momentos de leveza, descontração, diversão e de entretenimento, sem que o fator entretenimento entre em detrimento da história. O elenco de Logan é a maior força do filme, apesar do pouco de tela, o Richad E. Grant faz de forma ok o papel do médico mau caráter, o Boyd Holbrook faz um vilão muito bem trazendo uma presunção pro seu personagem que torna ele ainda mais desprezível e o Stephen Merchant está surpreendentemente bem como Caliban trazendo o humor pro papel o que já esperado e de forma até chocante adicionando bastante verdade pro seu personagem criando momentos que são muito comoventes. Mas o grande destaque do filme vai pro elenco principal. O trio central do filme está sensacional. A Dafne Keen é uma revelação e ela está ótima, o Hugh Jackman está sensacional e o Patrick Stewart está simplesmente fantástico. Todos os três estão geniais, principalmente o Stewart, seria ótimo se o filme conseguir vencer o ranço da Academia por filmes desse gênero e fizer uma boa campanha, um deles conseguisse indicações pro Oscar, principalmente o Stewart como coadjuvante e até os outros dois como principais (a Keen acho que seria impossível, mas não custa sonhar). São grandes atuações e mereceriam. Porém eu tenho que admitir que apesar da ação do filme ser bem feita, eu acho que o roteiro de Logan é muito melhor que a direção, embora ele não seja de forma alguma mal dirigido. Há apenas alguns momentos que eu achei que o tom do filme oscila um pouco demais. A ação, por exemplo, mesmo sendo cativante, poderia ter sido atenuada um pouco em minha opinião e isso teria apenas beneficiado o filme. Mas por outro lado toda a violência e sangue que existe no filme é necessária, traz valor pra história, pro filme e pro personagem. Logan inclusive faz algumas referências á outros filmes e se alimenta muito de outros filmes, o exemplo mais na cara é Os Brutos Também Amam (Shane, 1953), que inclusive aparece no filme e tem um papel importante nele. O final de Logan e alguns detalhes também me lembrou muito o subestimado e esquecido Os Cowboys (The Cowboys, 1972) com John Wayne e Bruce Dern, o final desse filme inclusive deve dividir algumas pessoas, mas eu achei ele maravilhoso. Além disso, o filme ainda remete Filhos da Esperança, Os Imperdoáveis e Mad Max: Fury Road além da clara semelhança com The Last Of Us. O filme não é perfeito, ele tem alguns problemas e alguns pontos baixos a maioria deles envolvendo uma certa "criatura" e uma enfermeira, mas os pontos altos são tão ALTOS e as qualidades são tão GRANDES que eu não hesito em dizer que ele é um dos dez melhores filmes de super–heróis ou até de quadrinhos já feitos. Porém o que eu acho que é unanimidade é que Logan certamente é o melhor filme do Wolverine (o que não é difícil), mas acho que pra mim ele provavelmente também é o melhor filme do James Mangold e o melhor dos X–Men também. Ele certamente consegue oferecer algo á mais no aspecto emocional.
Kong: A Ilha da Caveira é um filme muito estupido de verdade, com alguns problemas de edição, um roteiro clichê e com buracos, e alguns personagens incrivelmente rasos e fracos na sua grande maioria, Tom Hiddleston e Brie Larson estão bem no piloto automático e não acrescentam em nada. Toby Kebell não convence como americano e nem é só pelo sotaque, ele só parece alguém britânico demais para te convencer disso. John Ortiz e principalmente Thomas Mann estão péssimos, o arco de Mann é terrivelmente horrível, e ele está pessimamente exagerado particularmente depois do primeiro ataque, porém tirando eles, o resto do elenco está bem e tem um grande destaque que eu vou falar depois. Tendo dito tudo isso, eu acho que dá pra se encontrar algum divertimento no filme e muitas vezes ele é visualmente atraente, tirando as cenas 3D e a pior aurora boreal que você vai ver na sua vida, e John Goodman e Samuel L. Jackson estão bem como sempre, mas também estão no piloto automático, John C. Reilly assume a responsabilidade de salvar o filme e rouba a cena dando a melhor atuação do filme.
Silêncio pra mim foi à experiência mais emocional que eu tive com o cinema em 2016 e no cinema em 2017. Eu fiquei absolutamente encantado e fisgado durante todas às 2 horas e 41 minutos do seu tempo de duração. Eu acho que como todos devem esperar de Scorsese, os elementos técnicos do filme são excelentes, isso é um consenso de todo mundo eu imagino. Contudo a maneira que Scorsese entende esse mundo e esse cenário todo é absolutamente sensacional. A trilha e até mesmo o som do filme são usados de uma maneira tão brilhante pelo filme que você sente profundamente a forma que esses elementos são usados nas sequências de forma tão notável. O elenco do filme então é extraordinário e talvez um dos pontos mais fortes de Silêncio e uma das suas maiores qualidades, talvez até a maior, Andrew Garfield vive o papel da sua vida e está esplendido na pele do protagonista entendendo perfeitamente o quão profundo é o seu personagem e a sua jornada única de fé. No elenco coadjuvante, Yoshi Oida, Shinya Tsukamoto e Shinya Tsukamoto estão ótimos, Adam Driver também está bem, mas o grande destaque mesmo do elenco coadjuvante vai pras fantásticas interpretações de Yosuke Kubozuka que cria um retrato assombroso que concede uma compreensão dolorosa do que parece ser um homem tão miserável, Liam Neeson que apenas em algumas cenas deixa uma impressão considerável porque subverte o seu papel habitual como o mentor confidente, ao invés disso ele acaba retratando um homem triste e quebrado que acaba sendo forçado á destruir seus próprios ensinamentos e Issey Ogata que dá uma atuação que é verdadeiramente ameaçadora, mas de alguma forma também é absolutamente hilariante retratando de forma única um inquisidor com um método brutalmente eficaz de destruir os seus inimigos. O elenco do filme é perfeito e virou um dos meus elencos favoritos do cinema. Eu tenho uma teoria que o filme pode depender muito do seu estado espirito e do que ele te traz pessoalmente pra você gostar ou não dele, especialmente pelo jeito que Scorsese conta a história do filme. Como de costume, Scorsese geralmente não procura impor suas emoções sobre você, mas permite que quem assista a esse filme faça um mergulho onde queira que ela esteja em seu próprio tempo, da sua própria maneira. A abordagem do filme pra mim é extremamente fascinante e até hipnotizante pela forma que Scorsese apresenta diferentes facetas daquela historia que podem conter momentos de uma beleza gigante, justamente com momentos de verdadeiros horrores inconfundíveis. O filme me colocou nesses dois momentos e ás vezes ao mesmo tempo, o que é bastante ousado e impactante. Através da viagem que esse filme te faz experimentar, assim como o método de trabalho de Scorsese, eu acabei entendendo o quanto esse filme é essencialmente profundo. Eu não quero usar a palavra “obra–prima”, mas estou muito perto de usar. Tudo que eu posso dizer é que além de ser o filme mais poderoso de 2016, ele também é um dos melhores filmes de Martin Scorsese pra mim.
Elle é um filme extremamente forte, pesado e desagradável, embora ser assim é obviamente o objetivo de todo o filme, e eu suponho que algo assim deva ser esperado quando se trata de um filme sobre estupro dirigido por Paul Verhoeven. É um filme intenso que causa uma impressão forte em que o assiste, e apesar de eu não saber exatamente o que eu sinto sobre o filme no momento, ele me deixou com uma impressão extremamente forte. Acho que algumas cenas de desejo que o filme tem realmente ficam na sua cabeça e outras acabam não se encaixando tão bem com o resto do filme. E mesmo assim o filme consegue muito emocionante, mesmo que ele também te esforce para desviar o olhar enquanto você o assiste. A principal razão de o filme funcionar é a atuação de Isabelle Huppert, dá uma das melhores interpretações femininas de 2016, ela está perfeita e sua interpretação é o maior mérito de Elle, outra atriz nesse papel poderia ter feito o filme sair dos trilhos. A atuação de Huppert é magistral, maravilhosa, complexa, completa e ainda consegue equilibrar alguns dos excessos do filme ou, pelo menos, humanizá-los corretamente. É um show de interpretação de uma atriz espetacular que brilha todo o filme.
Monster Calls é um filme incrivelmente bonito, e é uma vergonha o fato que ele deve ser ignorado no Oscar e está sendo ignorado em todas as premiações. O filme em si é uma representação extremamente eficaz de aprender a aceitar e compreender a perda. Ele é um filme doloroso, mas que não pesa a mão em nenhum momento nisso, e consegue ser inspirador mesmo assim. A direção de Bayona é extremamente eficaz porque ele enche o filme de imagens de imagens emotivas e emocionantes, seja nas suas atuações, ou no uso de CGI ou em belas sequencias animadas. O filme sabe perfeitamente quando mexer com você, mas também quando é a hora de dar uma acalmada, com objetivo de fazer que você absolva tudo. Eu achei o final do filme extremamente forte, uma vez que ele poderia apenas ter deixado você á beira de uma crise de choro, mas ele não fazem isso e deixam o final ainda mais pungente e marcante com seus quietos e mesmo assim poderosos momentos finais. Todos os atores estão bem, mas o grande destaque do filme é sem duvidas a espetacular atuação de Felicity Jones, eu amei a interpretação dela e o fato do filme funcionar tão bem com certeza é porque ela está tão bem no filme e é tão necessária pra esse filme e cumpre o papel dela com maestria. É uma atuação extremamente emocionante, triste, bonita e cativante que merecia mais reconhecimento do que está e vai receber. Enfim, é um filmaço e é uma pena que ele esteja sendo tão subestimado.
É muito bom quando um filme que está com um hype imenso atende ás suas expectativas completamente e até o supera. Essa foi exatamente a minha experiência com esse filme. La La Land é um filme fantástico e o tipo de filme que te deixa com vontade de sair por aí dançando depois que você o assiste. EU AMEI esse filme, AMEI, AMEI, AMEI e AMEI. Eu já disse que eu AMEI esse filme? Eu não consigo nem expressar quanta alegria eu tive assistindo esse filme, eu fiquei com um sorriso no rosto o filme todo e ele só saiu quando era necessário que ele saísse. Pra mim o filme retrata a simples magia do cinema e da arte em geral da melhor forma possível e melhor ainda retrata com perfeição como esse magia afeta algumas pessoas e os seus sonhos.
A cinematografia é sensacional, a direção e o roteiro de Damien Chazelle são fantásticos, ele é visualmente estupendo, a música é maravilhosa, as danças são fantásticas, enfim não tem NADA no filme que me desagrade e quanto mais eu analiso esse filme mais eu consigo encontrar coisas que acrescentem nele e consigo amar ainda mais ele. Esse filme talvez seja o MEU MUSICAL FAVORITO DE TODOS OS TEMPOS (embora eu deva admitir que eu sou um cara que NÃO GOSTA musicais, então talvez isso não signifique muita coisa vinda de mim). Então como eu já disse La La Land é o tipo de filme que quanto mais eu penso nele, mais eu amo ele.
E se tudo isso não fosse o bastante ainda temos uma atuação PERFEITA, SURPREENDENTE e SENSACIONAL de Emma Stone, que dá uma atuação digna de uma estrela do melhor modo possível. Ela está absolutamente iluminada e transmite um encanto, um charme e ao mesmo algo esmagador e intensamente triste em tudo isso. Isso não é tudo embora porque o trabalho dela é ampliado através de sua química com Ryan Gosling, que está perfeito como protagonista masculino e tem uma química formidável com ela. Stone traz tudo que é necessário e um pouco mais em uma interpretação apaixonante especialmente nas cenas em que ela canta e dança pelas ruas, ou até mesmo nas cenas de angustia como na cena em que sua audição fracassa ou nas cenas mais dramáticas de sua personagem. O que nos leva á “Audition” onde ela dá uma atuação absolutamente impressionante e surpreendente, em que ela de um jeito comovente e emocionante consegue revelar essencialmente a importância do sonho da sua personagem. O poder dessa cena é tão incrível e muito disso se deve pela interpretação de Stone. É uma excelente atuação onde ela ainda consegue transmitir um timing cômico impecável como o esperado, só que é muito mais do que isso. Eu AMEI cada segundo da atuação dela e mesmo amando a atuação de Isabelle Huppert em Elle, Amy Adams em Arrival, Sônia Braga em Aquarius e por mais que a atuação de Natalie Portman em Jackie e outras atrizes que estão no páreo possam ser tão boas quanto ou melhores eu NÃO TENHO DÚVIDAS que com certeza a atuação de Emma Stone em La La Land é a que MAIS merece ganhar o Oscar de atriz protagonista e é a MINHA ATUAÇÃO FEMININA FAVORITA DE 2016 sem sombras de duvidas. Em questão de personagens, o filme é carregado basicamente pelas atuações de Gosling e especialmente de Stone, o elenco coadjuvante do filme é adequadamente bom e funciona.
Enfim, pra mim é o melhor filme de 2016 até agora, é o melhor filme dessas premiações até agora e merece ganhar todos os prêmios que poder ganhar no Oscar pelo menos até que eu veja os outros filmes e encontre algum melhor. Mas mesmo assim, isso não tira o fato que La La Land é um filmaço! Que filme! Fiquei completamente apaixonado por ele!
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Mãe!
4.0 3,9K Assista AgoraMãe! (Mother!), é o tipo de filme que vai dividir as pessoas e está dividindo. Infelizmente estou do lado de quem detestou o filme. Esse é um filme que depende muito da sua experiência particular com ele. Da sua visão do filme. Não é errado gostar do filme e também não é errado detestar o filme. Vai de cada um e não existe um lado com razão quando o assunto é esse filme. Dito isso, muita gente pode estar falando mal de Mãe! (Mother!) por ter achado o filme confuso ou não ter entendido ele, mas eu não sou esse tipo de pessoa, meus motivos pra desgostar do filme são outros. Meus principais problemas com Mãe! (Mother!) vêm do fato de eu sentir que o filme tem claras falhas em pontuar o seu tom, a sua estrutura e a forma de como o filme constrói isso. Eu acho que ele faz de forma bem irresponsável. Pra mim o filme é uma grande alegoria sem substancia nas suas metáforas. Sem querer de jeito nenhum parecer arrogante, eu penso assim porque depois de um bastante ficou bastante obvio pra mim qual era a grande alegoria que o filme estava tentando fazer, eu cheguei á essa conclusão bem rapidamente assistindo o filme, e o fato de ficar tão obvio pra mim o que o filme pretendia me deixou bem aborrecido com ele e fez com que eu perdesse o interesse nele. Mas minha perda de interesse não vem porque eu não gosto de filmes mais ambiciosos, “diferentes” ou nada disso, vêm pelo fato que eu não sinto que as alegorias que estão no filme são tão perspiráveis quanto parecem.
[/spoiler] Na minha visão a alegoria principal do filme e mais clara na superfície são as bíblicas que o filme deixa bem claro, claro até demais em minha modesta opinião. Bem, vamos começar: Deus (Javier Bardem), começando criando a natureza (a casa), e depois cria a mãe natureza (Jennifer Lawrence), será que todo mundo conseguiu pegar a referência? Então somos apresentados á Adão (Ed Harris), logo depois de perder uma das suas costelas, e é aí que chega Eva (Michelle Pfeiffer), a intepretação mais “malvada” de Eva que você vai ver na sua vida te garanto. Depois de ficarem um tempo lá com Deus e a mãe natureza eles são expulsos do Jardim do Éden (aqui representado por um quartinho e a casa) e percebem que estão nus (aqui representado por um despertar sexual), mas eles tem dois filhos Caim (Domhnall Gleeson) e Abel (Brian Gleeson), e então o que todo mundo já sabe acontece com um dos irmãos. E então o filme pula para O Novo Testamento, onde a mãe natureza agora é Maria, o que se para pra pensar, não é muito surpreendente. Agora o Deus de Aronofsky começa á espelhar a sua palavra, o que traz seguidores pra eles que interpretam mal a sua palavra criando sacrifícios humanos e guerra. E então nós chegamos até o filho (Jesus) que é sacrificado e comigo ao testemunhar o horror do sacramento daquelas pessoas, a Eucaristia. E então Maria causa o Apocalipse e tudo se reinicia porque “O que foi tornará a ser, o que foi feito se fará novamente...” (Eclesiastes 1:9). [spoiler]
[/spoiler] Mas pelo caminho Aronofsky ainda nós oferece algumas outras alegorias. Como a alegoria de um casamento (talvez a sua própria experiência com casamentos quem sabe) em que o homem abusa e ignora a sua esposa, com exceção na hora do sexo, porque a sua arte é muito importante e tem mais atenção que ela. [spoiler]
[/spoiler] Depois tem a alegoria ambiental sobre “pessoas estão maltratam o meio ambiente e são tão ruim pra ele” e como o meio ambiente acabará destruindo as pessoas por isso. MUITO PROFUNDO. [spoiler]
[/spoiler] E então temos a relação de um artista com seus fãs, o trabalho de um artista é mal interpretado e levado á ultima consequência por fãs radicais. [spoiler]
O que realmente faz com que o filme não funcione pra mim é que eu não sinto que ele consiga se sustentar sem essas alegorias ou que ela tenha algo de muito especial além dessas alegorias. Pra mim Mãe! (Mother) é só a alegoria pela alegoria, e sendo assim tirando isso acaba sendo um filme a meu ver vazio e incompleto, quando não pensamos somente na alegoria e o olhamos pra outros aspectos. Que fique claro, eu gosto muito de filmes que usam de alegorias, Cachê (2005) de Michael Haneke, é um excelente exemplo disso pra mim, pra quem não sabe, Cachê é uma alegoria do descaso do governo francês ao massacre no Rio Sena. Porém ao mesmo tempo em que o filme funciona como uma alegoria ele também consegue funcionar como uma drama familiar crível e ousado sem a parte da alegoria, não é o caso de Mãe! (Mother!) que depende da alegoria em todos os aspectos dele. Eu acho que um filme eficiente funcionaria com a parte alegoria e com a parte em que o publico por exemplo não pegasse a alegoria. Não é o que eu vejo em Mãe! (Mother!). Eu vejo um filme que se segura unicamente nas suas alegorias pra funcionar e se apoia totalmente. E eu particularmente sempre fico desagrado com filmes que apostam somente em um único elemento dele.
Por mais interessante que elas sejam (e eu acho boa parte delas bem obvias e bem na cara pra ser bastante sincero, eu acho que falta sutileza no filme, mas isso é outro problema que eu comentarei á seguir, mas elas são de fato minimamente interessante), eu senti que boa parte das alegorias e metáforas que o filme faz são extremamente obvias. Fico um pouco assustado pela forma como um filme que está sendo chamado de “diferente”, “ousado” e “complexo” por muita gente joga em diálogos extremamente expositivos e autoexplicativos o significo de suas metáforas e alegorias em cenas com diálogos do tipo
[/spoiler] “ESSA CASA É O PARAÍSO” ou “VOU TRAZER O APOCALIPSE” [spoiler]
Sendo honesto, eu gosto bastante do primeiro e segundo ato do filme, os acho bem executados, gostei bastante do clima dele e da alegoria usada neles, mas no terceiro ato acho que ele vira um verdadeiro desastre e ele então ele me perdeu completamente. Um dos meus maiores problemas com o terceiro ato é quando ele se torna algo extremamente exagerado por expor o clímax da sua alegoria bíblica que eu percebo na minha visão subjetiva do filme como principal, pra mim o auge desse exagero não funciona porque eu não sinto que ele foi construído antecipadamente pra chegar nesse ponto pra mim pelo menos, apesar de sempre existir no filme no filme. Quando ele acontece, me parece algo caricato e exageradamente fora de tom. Apenas uma loucura exagerada e caricata.
Eu gosto muito de filmes "diferentes" e admiro diretores "diferentes" que fogem do comum, do convencional e são criativos (poderia citar David Lynch, Terrence Malick, Terry Gilliam, Alejandro Jodorowsky, Luis Buñuel, entre vários outros, e até nomes mais polêmicos que costumam dividir mais a opinião das pessoas tipo Lars Von Trier, Alejandro González Iñárritu ou Nicolas Winding Refn, entre vários outros também), mas acho que o fator que eu vou vulgarmente chamar de "diferentão" e essa criatividade tem que funcionar na execução também e isso tem que ser executado com inteligência se não se torna pretensioso ou presunçoso (um exemplo de um filme recente pra mim assim além de Mãe! é o péssimo na minha opinião Animas Noturnos de Tom Ford). E coisas assim me irritam do mesmo jeito que coisas medíocres ou simplesmente comuns me irritam. Eu não senti que Mãe! (Mother!) é um filme muito inteligente ou bem executado. Muito pelo contrário, ele me aprece um filme que joga todas as suas metáforas na cara de quem está assistindo e as esfrega se julgando muito mais inteligente ou eficiente do que é. O que torna ele um filme pretensioso, arrogante e presunçoso. Mesmo tendo citado todos os defeitos e cosias que me desagradaram no filme, devo dizer que apesar de não ter gostado do filme e não achar ele bom, ele tem sim pontos positivos e está longe de ser uma perda de tempo total ou um filme horrível. O desigin de som é muito bom, o clímax do filme é extremamente bem feito resultando uma ótima sequência tecnicamente e o elenco funciona bem sem problemas pra mim, todos estão bem nos seus personagens, com destaque pra Jennifer Lawrence, que está muito bem e entrega uma das melhores atuações da sua carreira sendo um dos maiores destaques positivos do filme pra mim.
Sendo mais direito do que eu deveria, apesar do filme não ter me agradado nada, ele não é uma tortura, não o acho nem de longe melhor do ano ou um dos melhores ou uma obra-prima como muita gente está falando por aí, mas também não é o pior filme de nada, ele tem sim os seus méritos e é uma experiência interessante e que vai funcionar ou não muito por causa da visão particular de cada um e da sua conexão com o filme que é muito subjetiva. Não funcionou pra mim, mas talvez funcione pra você. Por isso vale á pena ser visto pra se tirar as suas próprias conclusões e eu recomendo que todo mundo assista ao filme mesmo não tendo gostado dele e mesmo não tendo achado ele bom. Gostando ou não, Mãe! (Mother!) é uma experiência que todo mundo tem que ter.
Logan
4.3 2,6K Assista AgoraBem, eu ADOREI Logan, esse é o filme que o personagem e os fãs mereciam. Logan é um faroeste moderno e um road movie muito eficaz mais do que qualquer coisa, mais do que ser um filme de super–herói, embora eu ache que os toques que o filme tem com a franquia dos X–Men ampliou ainda mais ele do que prejudicou. O filme é estudo de personagens e eu achei a forma que ele desenvolvente o relacionamento dos personagens extremamente pungente, comovente e palpável. Logan é um filme triste, pesado, sério, mas mesmo assim existe humor nele e o humor é maravilhoso, ele tem momentos de leveza, descontração, diversão e de entretenimento, sem que o fator entretenimento entre em detrimento da história. O elenco de Logan é a maior força do filme, apesar do pouco de tela, o Richad E. Grant faz de forma ok o papel do médico mau caráter, o Boyd Holbrook faz um vilão muito bem trazendo uma presunção pro seu personagem que torna ele ainda mais desprezível e o Stephen Merchant está surpreendentemente bem como Caliban trazendo o humor pro papel o que já esperado e de forma até chocante adicionando bastante verdade pro seu personagem criando momentos que são muito comoventes. Mas o grande destaque do filme vai pro elenco principal. O trio central do filme está sensacional. A Dafne Keen é uma revelação e ela está ótima, o Hugh Jackman está sensacional e o Patrick Stewart está simplesmente fantástico. Todos os três estão geniais, principalmente o Stewart, seria ótimo se o filme conseguir vencer o ranço da Academia por filmes desse gênero e fizer uma boa campanha, um deles conseguisse indicações pro Oscar, principalmente o Stewart como coadjuvante e até os outros dois como principais (a Keen acho que seria impossível, mas não custa sonhar). São grandes atuações e mereceriam. Porém eu tenho que admitir que apesar da ação do filme ser bem feita, eu acho que o roteiro de Logan é muito melhor que a direção, embora ele não seja de forma alguma mal dirigido. Há apenas alguns momentos que eu achei que o tom do filme oscila um pouco demais. A ação, por exemplo, mesmo sendo cativante, poderia ter sido atenuada um pouco em minha opinião e isso teria apenas beneficiado o filme. Mas por outro lado toda a violência e sangue que existe no filme é necessária, traz valor pra história, pro filme e pro personagem. Logan inclusive faz algumas referências á outros filmes e se alimenta muito de outros filmes, o exemplo mais na cara é Os Brutos Também Amam (Shane, 1953), que inclusive aparece no filme e tem um papel importante nele. O final de Logan e alguns detalhes também me lembrou muito o subestimado e esquecido Os Cowboys (The Cowboys, 1972) com John Wayne e Bruce Dern, o final desse filme inclusive deve dividir algumas pessoas, mas eu achei ele maravilhoso. Além disso, o filme ainda remete Filhos da Esperança, Os Imperdoáveis e Mad Max: Fury Road além da clara semelhança com The Last Of Us. O filme não é perfeito, ele tem alguns problemas e alguns pontos baixos a maioria deles envolvendo uma certa "criatura" e uma enfermeira, mas os pontos altos são tão ALTOS e as qualidades são tão GRANDES que eu não hesito em dizer que ele é um dos dez melhores filmes de super–heróis ou até de quadrinhos já feitos. Porém o que eu acho que é unanimidade é que Logan certamente é o melhor filme do Wolverine (o que não é difícil), mas acho que pra mim ele provavelmente também é o melhor filme do James Mangold e o melhor dos X–Men também. Ele certamente consegue oferecer algo á mais no aspecto emocional.
Kong: A Ilha da Caveira
3.3 1,2K Assista AgoraKong: A Ilha da Caveira é um filme muito estupido de verdade, com alguns problemas de edição, um roteiro clichê e com buracos, e alguns personagens incrivelmente rasos e fracos na sua grande maioria, Tom Hiddleston e Brie Larson estão bem no piloto automático e não acrescentam em nada. Toby Kebell não convence como americano e nem é só pelo sotaque, ele só parece alguém britânico demais para te convencer disso. John Ortiz e principalmente Thomas Mann estão péssimos, o arco de Mann é terrivelmente horrível, e ele está pessimamente exagerado particularmente depois do primeiro ataque, porém tirando eles, o resto do elenco está bem e tem um grande destaque que eu vou falar depois. Tendo dito tudo isso, eu acho que dá pra se encontrar algum divertimento no filme e muitas vezes ele é visualmente atraente, tirando as cenas 3D e a pior aurora boreal que você vai ver na sua vida, e John Goodman e Samuel L. Jackson estão bem como sempre, mas também estão no piloto automático, John C. Reilly assume a responsabilidade de salvar o filme e rouba a cena dando a melhor atuação do filme.
Silêncio
3.8 576Silêncio pra mim foi à experiência mais emocional que eu tive com o cinema em 2016 e no cinema em 2017. Eu fiquei absolutamente encantado e fisgado durante todas às 2 horas e 41 minutos do seu tempo de duração. Eu acho que como todos devem esperar de Scorsese, os elementos técnicos do filme são excelentes, isso é um consenso de todo mundo eu imagino. Contudo a maneira que Scorsese entende esse mundo e esse cenário todo é absolutamente sensacional. A trilha e até mesmo o som do filme são usados de uma maneira tão brilhante pelo filme que você sente profundamente a forma que esses elementos são usados nas sequências de forma tão notável. O elenco do filme então é extraordinário e talvez um dos pontos mais fortes de Silêncio e uma das suas maiores qualidades, talvez até a maior, Andrew Garfield vive o papel da sua vida e está esplendido na pele do protagonista entendendo perfeitamente o quão profundo é o seu personagem e a sua jornada única de fé. No elenco coadjuvante, Yoshi Oida, Shinya Tsukamoto e Shinya Tsukamoto estão ótimos, Adam Driver também está bem, mas o grande destaque mesmo do elenco coadjuvante vai pras fantásticas interpretações de Yosuke Kubozuka que cria um retrato assombroso que concede uma compreensão dolorosa do que parece ser um homem tão miserável, Liam Neeson que apenas em algumas cenas deixa uma impressão considerável porque subverte o seu papel habitual como o mentor confidente, ao invés disso ele acaba retratando um homem triste e quebrado que acaba sendo forçado á destruir seus próprios ensinamentos e Issey Ogata que dá uma atuação que é verdadeiramente ameaçadora, mas de alguma forma também é absolutamente hilariante retratando de forma única um inquisidor com um método brutalmente eficaz de destruir os seus inimigos. O elenco do filme é perfeito e virou um dos meus elencos favoritos do cinema. Eu tenho uma teoria que o filme pode depender muito do seu estado espirito e do que ele te traz pessoalmente pra você gostar ou não dele, especialmente pelo jeito que Scorsese conta a história do filme. Como de costume, Scorsese geralmente não procura impor suas emoções sobre você, mas permite que quem assista a esse filme faça um mergulho onde queira que ela esteja em seu próprio tempo, da sua própria maneira. A abordagem do filme pra mim é extremamente fascinante e até hipnotizante pela forma que Scorsese apresenta diferentes facetas daquela historia que podem conter momentos de uma beleza gigante, justamente com momentos de verdadeiros horrores inconfundíveis. O filme me colocou nesses dois momentos e ás vezes ao mesmo tempo, o que é bastante ousado e impactante. Através da viagem que esse filme te faz experimentar, assim como o método de trabalho de Scorsese, eu acabei entendendo o quanto esse filme é essencialmente profundo. Eu não quero usar a palavra “obra–prima”, mas estou muito perto de usar. Tudo que eu posso dizer é que além de ser o filme mais poderoso de 2016, ele também é um dos melhores filmes de Martin Scorsese pra mim.
Elle
3.8 886Elle é um filme extremamente forte, pesado e desagradável, embora ser assim é obviamente o objetivo de todo o filme, e eu suponho que algo assim deva ser esperado quando se trata de um filme sobre estupro dirigido por Paul Verhoeven. É um filme intenso que causa uma impressão forte em que o assiste, e apesar de eu não saber exatamente o que eu sinto sobre o filme no momento, ele me deixou com uma impressão extremamente forte. Acho que algumas cenas de desejo que o filme tem realmente ficam na sua cabeça e outras acabam não se encaixando tão bem com o resto do filme. E mesmo assim o filme consegue muito emocionante, mesmo que ele também te esforce para desviar o olhar enquanto você o assiste. A principal razão de o filme funcionar é a atuação de Isabelle Huppert, dá uma das melhores interpretações femininas de 2016, ela está perfeita e sua interpretação é o maior mérito de Elle, outra atriz nesse papel poderia ter feito o filme sair dos trilhos. A atuação de Huppert é magistral, maravilhosa, complexa, completa e ainda consegue equilibrar alguns dos excessos do filme ou, pelo menos, humanizá-los corretamente. É um show de interpretação de uma atriz espetacular que brilha todo o filme.
Sete Minutos Depois da Meia-Noite
4.1 992 Assista AgoraMonster Calls é um filme incrivelmente bonito, e é uma vergonha o fato que ele deve ser ignorado no Oscar e está sendo ignorado em todas as premiações. O filme em si é uma representação extremamente eficaz de aprender a aceitar e compreender a perda. Ele é um filme doloroso, mas que não pesa a mão em nenhum momento nisso, e consegue ser inspirador mesmo assim. A direção de Bayona é extremamente eficaz porque ele enche o filme de imagens de imagens emotivas e emocionantes, seja nas suas atuações, ou no uso de CGI ou em belas sequencias animadas. O filme sabe perfeitamente quando mexer com você, mas também quando é a hora de dar uma acalmada, com objetivo de fazer que você absolva tudo. Eu achei o final do filme extremamente forte, uma vez que ele poderia apenas ter deixado você á beira de uma crise de choro, mas ele não fazem isso e deixam o final ainda mais pungente e marcante com seus quietos e mesmo assim poderosos momentos finais. Todos os atores estão bem, mas o grande destaque do filme é sem duvidas a espetacular atuação de Felicity Jones, eu amei a interpretação dela e o fato do filme funcionar tão bem com certeza é porque ela está tão bem no filme e é tão necessária pra esse filme e cumpre o papel dela com maestria. É uma atuação extremamente emocionante, triste, bonita e cativante que merecia mais reconhecimento do que está e vai receber. Enfim, é um filmaço e é uma pena que ele esteja sendo tão subestimado.
La La Land: Cantando Estações
4.1 3,6K Assista AgoraÉ muito bom quando um filme que está com um hype imenso atende ás suas expectativas completamente e até o supera. Essa foi exatamente a minha experiência com esse filme. La La Land é um filme fantástico e o tipo de filme que te deixa com vontade de sair por aí dançando depois que você o assiste. EU AMEI esse filme, AMEI, AMEI, AMEI e AMEI. Eu já disse que eu AMEI esse filme? Eu não consigo nem expressar quanta alegria eu tive assistindo esse filme, eu fiquei com um sorriso no rosto o filme todo e ele só saiu quando era necessário que ele saísse. Pra mim o filme retrata a simples magia do cinema e da arte em geral da melhor forma possível e melhor ainda retrata com perfeição como esse magia afeta algumas pessoas e os seus sonhos.
A cinematografia é sensacional, a direção e o roteiro de Damien Chazelle são fantásticos, ele é visualmente estupendo, a música é maravilhosa, as danças são fantásticas, enfim não tem NADA no filme que me desagrade e quanto mais eu analiso esse filme mais eu consigo encontrar coisas que acrescentem nele e consigo amar ainda mais ele. Esse filme talvez seja o MEU MUSICAL FAVORITO DE TODOS OS TEMPOS (embora eu deva admitir que eu sou um cara que NÃO GOSTA musicais, então talvez isso não signifique muita coisa vinda de mim). Então como eu já disse La La Land é o tipo de filme que quanto mais eu penso nele, mais eu amo ele.
E se tudo isso não fosse o bastante ainda temos uma atuação PERFEITA, SURPREENDENTE e SENSACIONAL de Emma Stone, que dá uma atuação digna de uma estrela do melhor modo possível. Ela está absolutamente iluminada e transmite um encanto, um charme e ao mesmo algo esmagador e intensamente triste em tudo isso. Isso não é tudo embora porque o trabalho dela é ampliado através de sua química com Ryan Gosling, que está perfeito como protagonista masculino e tem uma química formidável com ela. Stone traz tudo que é necessário e um pouco mais em uma interpretação apaixonante especialmente nas cenas em que ela canta e dança pelas ruas, ou até mesmo nas cenas de angustia como na cena em que sua audição fracassa ou nas cenas mais dramáticas de sua personagem. O que nos leva á “Audition” onde ela dá uma atuação absolutamente impressionante e surpreendente, em que ela de um jeito comovente e emocionante consegue revelar essencialmente a importância do sonho da sua personagem. O poder dessa cena é tão incrível e muito disso se deve pela interpretação de Stone. É uma excelente atuação onde ela ainda consegue transmitir um timing cômico impecável como o esperado, só que é muito mais do que isso. Eu AMEI cada segundo da atuação dela e mesmo amando a atuação de Isabelle Huppert em Elle, Amy Adams em Arrival, Sônia Braga em Aquarius e por mais que a atuação de Natalie Portman em Jackie e outras atrizes que estão no páreo possam ser tão boas quanto ou melhores eu NÃO TENHO DÚVIDAS que com certeza a atuação de Emma Stone em La La Land é a que MAIS merece ganhar o Oscar de atriz protagonista e é a MINHA ATUAÇÃO FEMININA FAVORITA DE 2016 sem sombras de duvidas. Em questão de personagens, o filme é carregado basicamente pelas atuações de Gosling e especialmente de Stone, o elenco coadjuvante do filme é adequadamente bom e funciona.
Enfim, pra mim é o melhor filme de 2016 até agora, é o melhor filme dessas premiações até agora e merece ganhar todos os prêmios que poder ganhar no Oscar pelo menos até que eu veja os outros filmes e encontre algum melhor. Mas mesmo assim, isso não tira o fato que La La Land é um filmaço! Que filme! Fiquei completamente apaixonado por ele!