É um bom filme, mas acho que seria uma estratégia terrível a Netflix fazer campanha pra ele no Oscar desse ano. A sátira as elites é bem fraca perto da vista no excelente Triângulo da Tristeza (vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes) e como filme de mistério é bem inferior ao primeiro filme da franquia (Entre Facas e Segredos) e o drama visto no filme também não comove tanto como seus concorrentes (Aftersun, Elvis, etc...).
Deveria se chamar "Chatice Frustrante de Natal". A única coisa divertida é a arte da capa do filme, lembro que sempre via a fita VHS na locadora, mas nunca aluguei ele, infelizmente acabei assistindo agora, rs.
O erro já começa no título, não tem nenhuma férias = viagem, ficam o tempo todo dentro da casa mesmo, rs. Piadas machistas, uso de animais em várias cenas, inclusive um esquilo selvagem sendo submetido a estresse no set de filmagens, humor bem infantil com piadas com pessoas caindo de vários lugares o tempo todo, tem também piadas com objetos quebrando (quase todas as piadas do filme) e as piadas que sobram são com peidos, arrotos, cocôs e afins.
O desfecho é pouco convincente e segue a lógica dos clichês natalinos, com uma redenção super forçada e repentina. Acho que quem deveria se redimir era o diretor de ter feito uma porcaria tão grande igual isso aqui.
Terror psicológico muito bem construído que vai nos sufocando aos poucos e sem a menor pressa pra contar a história.
Achei interessante que eles fazem uma abordagem bem cuidadosa da mitologia africana, os seres mitológicos são inseridos na trama aos poucos e de forma muito cautelosa e não representam simplesmente o mal puro (igual no fraco terror nacional "Curupira - O Demônio da Floresta"), até pelo fato de que a demonização da cultura só existe para o colonizador, senti aqui um enorme respeito com a cultura e o folclore do Senegal.
De ponto negativo achei o seu final, embora tenha gostado, achei que o encerramento poderia ser menos apressado, pois destoa muito do ritmo do resto do filme, ficou parecendo que poderiam ter desenvolvido um pouco melhor o desfecho, mas não deixa de ser emocionante e impactante perceber o que tudo aquilo significava.
Dramalhão policial confuso demais que não se aprofunda em nada, é cansativo e apático, as atuações são fracas e pra piorar a montagem cheia de cortes joga contra o filme e o roteiro lembra alguns clássicos do cinema noir, mas com um desenvolvimento falho que acaba em muitos momentos passando a sensação de que perdemos o fio da meada da história.
O encerramento me lembrou muito o filme vencedor do júri do festival de cannes desse ano: Aftersun, por causa da cena trágica na praia, mas sem conseguir transmitir a mesma emoção.
Não vejo a safra atual de filmes coreanos como superior ao resto do mundo, eles apenas investem bastante em campanhas pra divulgar a cultura deles pro mundo, se tivéssemos investimentos em cultura também estaríamos com nossas produções indicadas nos principais festivais de cinema.
Eu teria indicado facilmente Aloners pra representar a Coreia do Sul no Oscar, é bem mais profundo que esse aqui.
O cara fala do nada que tem namorada, sem a moça ter perguntado nada e segundos depois a moça: "posso te beijar?" (detalhe, não tinha nenhum clima de romance rolando e o cara ainda é feio pra dedéu) e quando vão se beijar toca o telefone e o cara atende e é sua namorada, mas a moça fica toda enciumada, sendo que acabou de conhecer o cara, detalhe, não era uma cena de comédia, os personagens possuem esse nível de construção. Acredito que cortaram várias cenas, pois é tudo apressado e sem sentido.
E essa falta de sentido acompanha o filme até o fim, tem cena por exemplo que tem um corpo todo estraçalhado e os personagens ficam olhando e dando risada, contando piadinhas, outro comentando uns bagulhos nada a ver com o assunto, enquanto a esposa do cadáver chora em desespero do lado, mas todo mundo tirando ela se comporta como se nada tivesse acontecendo que colocasse a vida deles em risco, toda hora uma revelação nova, uma reviravolta nova, é chato demais de ficar acompanhando ou de tentar desvendar o que é proposto, pois todos os personagens se comportam de maneira suspeita e sem sentido só pro mistério da trama não ficar óbvio, no fim mesmo assim acaba sendo super óbvio, qualquer episódio do Scooby Doo tem mais comédia, mistério e até terror que isso aqui.
Que animação belíssima, a mistura de pintura com o 3D, cada cena parece um quadro pintado a mão, fora que o roteiro é emocionante demais. Tem muito de O Labirinto do Fauno aqui, a maneira como ele mesclou a história de fantasia com a questão da brutalidade da guerra, lembra muito outras obras do diretor, fora que o próprio desenvolvimento da história desafia a própria lógica do Pinóquio original, nem sempre obedecer os mais velhos é o melhor caminho a seguir.
É esse ano que a Netflix leva o Oscar de animação, esse sambou na versão água com açúcar da Disney.
Filme vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2022 é comédia que satiriza os ricaços
O filme é dividido em três blocos, o primeiro mostra a vida de um modelo e sua namorada digital influencer, inclusive tem uma cena muito engraçada de um encontro romântico que deu terrivelmente errado com discussões sobre quem vai pagar a conta, o segundo bloco é eles no cruzeiro, também tem cenas muito divertidas que crítica a futilidade das elites, rachei de rir quando o barco começa a afundar e geral começa a vomitar, o esgoto volta e enquanto todos os ricaços estão literalmente nadando nas fezes o capitão do navio e o novo dono do barco ficam totalmente bêbados discutindo comunismo x capitalismo no sistema de som do navio, mas o melhor é o terceiro bloco, quando o barco afunda e eles vão parar numa ilha deserta, mas lá os milionários não são nada e passam a ser comandados pela faxineira, a única que sabe fazer fogueira e pescar e passam a depender dela pra tudo e sentir na pele como é deixar de ser elite e ficam indignados em ter que trabalhar pra conseguirem comer o que ela oferece pra eles.
Na cena final tem uma grande reviravolta que não vou contar pra não estragar a surpresa, mas é simplesmente uma das críticas mais criativas que já vi ao sistema financeiro mundial e um baita retrato da hipocrisia da sociedade e como o ego das pessoas acaba sendo na verdade o único sistema financeiro existente no mundo.
Sophie reflete sobre a alegria e a melancolia das férias que ela tirou com seu pai 20 anos antes. Memórias reais e imaginárias preenchem as lacunas enquanto ela tenta reconciliar o pai que conheceu com o homem que desconhecia.
Disparado o melhor filme de férias que já assisti, a ideia aqui é refletir sobre lembranças, a memória nada mais é do que pequenos fragmentos que restaram da pessoa que amamos, o triste é que as memórias sempre vão ser apenas retratos incompletos e pouco aprofundados do que restou e esse filme é nessa pegada, é como se fossem filmagens caseiras descompromissadas que vão nos envolvendo até o ápice e a gente é quem imagina como é essa pessoa da maneira que criamos em nossa mente, tem uma cena musical no final desse filme que toca uma música bem famosa aqui no Brasil que consegue meio que resumir o filme inteiro, nessa hora achei impossível não desabar de emoção, disparado o melhor do ano.
(Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes)
A crítica social sobre o tratamento que os imigrantes recebem nos EUA é realmente muito boa. Mas o filme acaba parecendo aquelas produções feitas para a TV pra serem exibidas no final da noite, não sabe medir a dose, ele se perde tanto como comédia, quanto como terror, os mistérios quando são revelados acabam sem impacto nenhum, o que é uma pena, pois aqui o roteiro pedia o tempo todo um peso maior no suspense.
Mas apesar dos problemas no enredo, a química entre os atores principais salva o filme e a crítica social continua sendo muito válida até a cena final, vale a degustação, só é uma pena que tenha faltado um pouco de tempero durante o processo.
Suspense bem construído, embora acaba sendo meio óbvio demais pra quem já está acostumado com o gênero, confesso que esperava alguma surpresa, achei que o
Adorei os números musicais e também a forma como o filme brinca consigo mesmo, a química entre os atores é ótima e mesmo sendo um filme natalino típico ainda consegue produzir encantamento e reflexão trazendo a história do Charles Dickens para os dias atuais e com novas críticas, incluindo temas recentes como a cultura do cancelamento. Mesmo com alguns probleminhas de ritmo, achei tudo muito corrido, faltou mais momentos de contemplação, mesmo assim esse filme parece ser um daqueles musicais que será imperdível nos natais futuros.
Obs: Reparem na cena que aparece o cara lá vestido de elfo na festa e o Fantasma do Natal Presente (Will Ferrel) diz pra ele que ele tá parecendo um babaca com aquela roupa e o cara responde: 'igualzinho você', pro personagem de Will Ferrel. Pra quem não entendeu a piada é uma referência a Um Duende em Nova York, onde Will Ferrel fez o elfo e foi chamado de "ator mais babaca de Hollywood" pelos críticos e aqui volta a repetir um papel cômico em um filme natalino.
Como já tinha assistido o filme Mulheres Perfeitas (2004), pra mim esse aqui não colou, fiquei com aquela sensação de deja vu o tempo todo. Senti que o filme é previsível ao extremo e perde tempo desnecessário tentando fazer suspense o tempo todo, enquanto deveria estar explorando melhor seus atores e desenvolvendo uma crítica melhor a sociedade patriarcal. Mesmo aquele filme tendo um final extremamente machista, senti que no desenvolvimento da obra acabou sendo menos óbvio e até mesmo mais empoderado nas atuações femininas que esse daqui, que tem um medo enorme de trazer qualquer inovação, piloto automático puro.
A gente sempre acha que o filme vai ser uma coisa e acaba sendo outras diversas vezes, é quebra de expectativa atrás de quebra de expectativa, por isso entendo que pessoas adeptas de clichês dificilmente vão gostar desse filme aqui, embora ele segue alguns clichês quase obrigatórios em filmes de terror, como dos personagens tomando decisões duvidosas em diversos momentos.
O filme consegue prender a atenção do início ao fim e apresenta um final reflexivo que faz uma crítica interessante a sociedade, como as pessoas estão sempre passando a perna sobre as outras o tempo inteiro e criando monstros imprevisíveis e novos. Eu achei um dos roteiros mais criativos do ano e se os festivais não tivessem tanto preconceito com obras de terror com certeza esse aqui ganharia alguns prêmios.
Achei mais divertido que o primeiro, é muito legal a quebra da quarta parede da Enola Holmes com o público e seus insights e também o elenco mega carismático, principalmente a atuação de David Thewlis (o Remo Lupin de Harry Potter) como o comissário da polícia local.
Mas vai perdendo força na montagem, principalmente quando vai chegando ao derradeiro final, a revelação do grande mistério mesmo sendo surpreendente é ao mesmo tempo assustador como é pouco impactante, graças aos problemas de ritmo do roteiro que acaba abrasando todos os impactos do final, e ao mesmo tempo que o filme tem um forte viés feminista, é também preocupante que o roteiro blockbuster não o deixa fluir, já que tudo acaba soando um pouco artificial, a personagem mesmo dizendo que é independente de homem em quase todos os instantes, está sempre na sombra de algum homem e dependendo deles para praticamente tudo.
Não é um filme para fãs da artista, na verdade é o extremo oposto. É o tipo de documentário que busca fazer um estudo de personagem e criticar a lógica consumista da própria indústria artística e como esse processo pode afetar a saúde mental dos envolvidos nele. Vale a pena assistir, embora tenha alguns probleminhas de ritmo, principalmente quando vai chegando ao fim, no total foram mais de 3 horas e meia de corte, então tem muitas cenas que parecem vinhetas, as vezes passa a sensação que faltou algo.
Tentando entender até agora o que foi isso, alguém sabe em que momento que o Michael Myers perdeu seus poderes e virou um simples morador de rua, colocaram ele como um andarilho em seu próprio filme, tendo sido literalmente despejado pelo roteiro e indo viver no esgoto. Ou pode ser que estejam preparando terreno pro derradeiro último filme da franquia, tudo indica que será Michael Myers X IT: A Coisa?
Mas sério gente, não tem como defender. A impressão que eu tenho é que fizeram dois roteiros, um deles de drama e se inspiraram no filme do Coringa e prepararam toda uma abordagem sobre mazelas sociais, pobreza e violência e outro aquele clichê de sempre que ninguém aguenta mais, no final ficaram em dúvida em qual dos dois usar e por isso juntaram os dois roteiros igual criança quando junta trabalho na escola e falaram: "vai assim mesmo, vamos ver o que vai sair".
Quem sabe Michael Myers consiga sair do esgoto e arrumar emprego no próximo filme da franquia Rua do Medo, por mais que tenha seus problemas, conseguiram fazer filmes de terror bem mais memoráveis e interessantes que esse daqui.
Depois de Halloween, O Homem Invisível e Predador, chega outro remake de terror eficiente. Com uma ótima trilha sonora, mas o destaque aqui vai mesmo para a maravilhosa direção de arte, o visual das criaturas e os efeitos especiais são muito promissores e as cenas conseguem gerar tensão, embora o roteiro não seja o grande destaque, dá para embarcar no drama proposto, mas aqui sai o masoquismo sexual dos primeiros filmes e entra a temática do masoquismo por vício em drogas.
Embora muito promissor, achei que poderia ser mais ousado no roteiro e na crítica social proposta, achei que o filme se perde um pouco quando fica tentando explicar o terror em vez de o vivenciar e também achei o filme muito lugar comum em algumas cenas, com personagens pouco carismáticos e aprofundados tomando decisões equivocadas sem que nos importemos com eles e é estranho também algumas decisões da marca Disney, como por exemplo, os personagens só fazerem sexo por baixo dos panos, rs.
A trilha sonora é muito boa. A comédia rende alguns bons momentos, como a divertida cena do exorcismo, mas acaba matando a profundidade que tentaram dar no relacionamento das personagens principais.
O roteiro também é literalmente cheio de furos, como a cena onde ela fura a amiga e ela aparece depois como se nada tivesse acontecido. Também não consegue recriar toda a magia dos anos 80, o mergulho no passado poderia ter sido também nos efeitos especiais, com certeza naquela época era bem melhor algumas coisas, como por exemplo, algum ator com prótese ou um animatrônico conseguiria ser bem mais realista que aquele demônio feito no Paint, kkkkkkkkk
As atrizes principais estão ótimas e o filme consegue manter o humor delicioso do primeiro filme, nem parece que se passaram quase 30 anos entre eles.
Impossível não notar como a sociedade evoluiu nesse período. É legal ver o revisionismo histórico que a Disney fez sobre a questão do empoderamento feminino, se repararem no primeiro filme, os inquisidores são retratados quase como certos em se livrarem das bruxas, enquanto aqui vemos que a história não era bem assim. Fala também sobre sororidade, principalmente em seu belíssimo encerramento. É impossível não notar como obras das novas gerações influenciaram esse revisionismo, como seu desfecho que lembra muito filmes como os da saga Harry Potter.
Mas achei que a Disney podia inovar mais, pois acaba tendo muitas cenas feijão com arroz que parecem que foram extraídas do primeiro filme, principalmente seus momentos musicais, mas aqui não são inovadores e estão todos incompletos, o que é uma pena. Também me incomodou o ritmo muito corrido, achei que tirou um pouco do encanto, mas no geral é uma ótima sequência e é impossível não comemorar o avanço da sociedade nesses trinta anos e está tudo ali nas entrelinhas.
Obs: Existe uma cena adicional após o término dos créditos finais.
Obs 2: Reparem no easter egg quando a bruxa está espiando nas janelas das casas, na cena do casal vendo tv, aparece na tela uma cena muito engraçada do primeiro filme Abracadabra, envolvendo o cara vestido de Diabo.
Enquanto a maioria dos filmes de terror focam apenas na ingenuidade de seus protagonistas frente a um vilão manipulador e perigoso, aqui mostra que enxergar os outros sempre como vilões é realmente o real problema de uma geração. E estamos vendo isso agora na política e também nas religiões, onde as crenças rivais são sempre demonizadas, assim como os políticos de correntes ideológicas diferentes, não importa se são boas pessoas, os diferentes são sempre demonizados, transformando tudo numa luta entre o bem e o mal e com isso criando uma sociedade manipulada, incapaz de raciocinar por conta própria e que reage sempre com ódio quando confrontada ao diferente.
Glass Onion: Um Mistério Knives Out
3.5 651 Assista AgoraÉ um bom filme, mas acho que seria uma estratégia terrível a Netflix fazer campanha pra ele no Oscar desse ano. A sátira as elites é bem fraca perto da vista no excelente Triângulo da Tristeza (vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes) e como filme de mistério é bem inferior ao primeiro filme da franquia (Entre Facas e Segredos) e o drama visto no filme também não comove tanto como seus concorrentes (Aftersun, Elvis, etc...).
Férias Frustradas de Natal
3.1 120 Assista AgoraDeveria se chamar "Chatice Frustrante de Natal". A única coisa divertida é a arte da capa do filme, lembro que sempre via a fita VHS na locadora, mas nunca aluguei ele, infelizmente acabei assistindo agora, rs.
O erro já começa no título, não tem nenhuma férias = viagem, ficam o tempo todo dentro da casa mesmo, rs. Piadas machistas, uso de animais em várias cenas, inclusive um esquilo selvagem sendo submetido a estresse no set de filmagens, humor bem infantil com piadas com pessoas caindo de vários lugares o tempo todo, tem também piadas com objetos quebrando (quase todas as piadas do filme) e as piadas que sobram são com peidos, arrotos, cocôs e afins.
O desfecho é pouco convincente e segue a lógica dos clichês natalinos, com uma redenção super forçada e repentina. Acho que quem deveria se redimir era o diretor de ter feito uma porcaria tão grande igual isso aqui.
A Babá
3.0 97 Assista AgoraTerror psicológico muito bem construído que vai nos sufocando aos poucos e sem a menor pressa pra contar a história.
Achei interessante que eles fazem uma abordagem bem cuidadosa da mitologia africana, os seres mitológicos são inseridos na trama aos poucos e de forma muito cautelosa e não representam simplesmente o mal puro (igual no fraco terror nacional "Curupira - O Demônio da Floresta"), até pelo fato de que a demonização da cultura só existe para o colonizador, senti aqui um enorme respeito com a cultura e o folclore do Senegal.
De ponto negativo achei o seu final, embora tenha gostado, achei que o encerramento poderia ser menos apressado, pois destoa muito do ritmo do resto do filme, ficou parecendo que poderiam ter desenvolvido um pouco melhor o desfecho, mas não deixa de ser emocionante e impactante perceber o que tudo aquilo significava.
A Menina Silenciosa
4.0 130Lindo demais esse drama irlandês, só não me quebrou mais que o filme da Inglaterra: Aftersun, mas esse foi o segundo melhor até agora.
Um filme que mostra a importância de dar e receber afeto, acredito que estará entre os indicados nos principais festivais.
Decisão de Partir
3.6 143Dramalhão policial confuso demais que não se aprofunda em nada, é cansativo e apático, as atuações são fracas e pra piorar a montagem cheia de cortes joga contra o filme e o roteiro lembra alguns clássicos do cinema noir, mas com um desenvolvimento falho que acaba em muitos momentos passando a sensação de que perdemos o fio da meada da história.
O encerramento me lembrou muito o filme vencedor do júri do festival de cannes desse ano: Aftersun, por causa da cena trágica na praia, mas sem conseguir transmitir a mesma emoção.
Não vejo a safra atual de filmes coreanos como superior ao resto do mundo, eles apenas investem bastante em campanhas pra divulgar a cultura deles pro mundo, se tivéssemos investimentos em cultura também estaríamos com nossas produções indicadas nos principais festivais de cinema.
Eu teria indicado facilmente Aloners pra representar a Coreia do Sul no Oscar, é bem mais profundo que esse aqui.
Um Lobo entre Nós
2.7 79 Assista AgoraParece que foi escrito por um adolescente.
O cara fala do nada que tem namorada, sem a moça ter perguntado nada e segundos depois a moça: "posso te beijar?" (detalhe, não tinha nenhum clima de romance rolando e o cara ainda é feio pra dedéu) e quando vão se beijar toca o telefone e o cara atende e é sua namorada, mas a moça fica toda enciumada, sendo que acabou de conhecer o cara, detalhe, não era uma cena de comédia, os personagens possuem esse nível de construção. Acredito que cortaram várias cenas, pois é tudo apressado e sem sentido.
E essa falta de sentido acompanha o filme até o fim, tem cena por exemplo que tem um corpo todo estraçalhado e os personagens ficam olhando e dando risada, contando piadinhas, outro comentando uns bagulhos nada a ver com o assunto, enquanto a esposa do cadáver chora em desespero do lado, mas todo mundo tirando ela se comporta como se nada tivesse acontecendo que colocasse a vida deles em risco, toda hora uma revelação nova, uma reviravolta nova, é chato demais de ficar acompanhando ou de tentar desvendar o que é proposto, pois todos os personagens se comportam de maneira suspeita e sem sentido só pro mistério da trama não ficar óbvio, no fim mesmo assim acaba sendo super óbvio, qualquer episódio do Scooby Doo tem mais comédia, mistério e até terror que isso aqui.
Pinóquio
4.2 542 Assista AgoraQue animação belíssima, a mistura de pintura com o 3D, cada cena parece um quadro pintado a mão, fora que o roteiro é emocionante demais. Tem muito de O Labirinto do Fauno aqui, a maneira como ele mesclou a história de fantasia com a questão da brutalidade da guerra, lembra muito outras obras do diretor, fora que o próprio desenvolvimento da história desafia a própria lógica do Pinóquio original, nem sempre obedecer os mais velhos é o melhor caminho a seguir.
É esse ano que a Netflix leva o Oscar de animação, esse sambou na versão água com açúcar da Disney.
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista AgoraFilme vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes 2022 é comédia que satiriza os ricaços
O filme é dividido em três blocos, o primeiro mostra a vida de um modelo e sua namorada digital influencer, inclusive tem uma cena muito engraçada de um encontro romântico que deu terrivelmente errado com discussões sobre quem vai pagar a conta, o segundo bloco é eles no cruzeiro, também tem cenas muito divertidas que crítica a futilidade das elites, rachei de rir quando o barco começa a afundar e geral começa a vomitar, o esgoto volta e enquanto todos os ricaços estão literalmente nadando nas fezes o capitão do navio e o novo dono do barco ficam totalmente bêbados discutindo comunismo x capitalismo no sistema de som do navio, mas o melhor é o terceiro bloco, quando o barco afunda e eles vão parar numa ilha deserta, mas lá os milionários não são nada e passam a ser comandados pela faxineira, a única que sabe fazer fogueira e pescar e passam a depender dela pra tudo e sentir na pele como é deixar de ser elite e ficam indignados em ter que trabalhar pra conseguirem comer o que ela oferece pra eles.
Na cena final tem uma grande reviravolta que não vou contar pra não estragar a surpresa, mas é simplesmente uma das críticas mais criativas que já vi ao sistema financeiro mundial e um baita retrato da hipocrisia da sociedade e como o ego das pessoas acaba sendo na verdade o único sistema financeiro existente no mundo.
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista AgoraThe White Lotus + O Náufrago + Brasileiros na frente dos quartéis pedindo golpe = Triângulo da Tristeza
Aftersun
4.1 709Sophie reflete sobre a alegria e a melancolia das férias que ela tirou com seu pai 20 anos antes. Memórias reais e imaginárias preenchem as lacunas enquanto ela tenta reconciliar o pai que conheceu com o homem que desconhecia.
Disparado o melhor filme de férias que já assisti, a ideia aqui é refletir sobre lembranças, a memória nada mais é do que pequenos fragmentos que restaram da pessoa que amamos, o triste é que as memórias sempre vão ser apenas retratos incompletos e pouco aprofundados do que restou e esse filme é nessa pegada, é como se fossem filmagens caseiras descompromissadas que vão nos envolvendo até o ápice e a gente é quem imagina como é essa pessoa da maneira que criamos em nossa mente, tem uma cena musical no final desse filme que toca uma música bem famosa aqui no Brasil que consegue meio que resumir o filme inteiro, nessa hora achei impossível não desabar de emoção, disparado o melhor do ano.
(Vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Cannes)
Aftersun
4.1 709O filme é sobre nada e ao mesmo tempo sobre tudo.
Pânico Americano
2.4 28 Assista AgoraA crítica social sobre o tratamento que os imigrantes recebem nos EUA é realmente muito boa. Mas o filme acaba parecendo aquelas produções feitas para a TV pra serem exibidas no final da noite, não sabe medir a dose, ele se perde tanto como comédia, quanto como terror, os mistérios quando são revelados acabam sem impacto nenhum, o que é uma pena, pois aqui o roteiro pedia o tempo todo um peso maior no suspense.
Mas apesar dos problemas no enredo, a química entre os atores principais salva o filme e a crítica social continua sendo muito válida até a cena final, vale a degustação, só é uma pena que tenha faltado um pouco de tempero durante o processo.
Observador
3.4 281 Assista AgoraSuspense bem construído, embora acaba sendo meio óbvio demais pra quem já está acostumado com o gênero, confesso que esperava alguma surpresa, achei que o
observador iria acabar salvando ela do verdadeiro assassino
é mais fácil uma morta ressuscitar em busca de justiça do que o marido fazer algo por ela.
Barbie
3.9 1,6K Assista AgoraQual será que vai ser o personagem do Will Ferrell?
Spirited: Um Conto Natalino
3.3 43 Assista AgoraAdorei os números musicais e também a forma como o filme brinca consigo mesmo, a química entre os atores é ótima e mesmo sendo um filme natalino típico ainda consegue produzir encantamento e reflexão trazendo a história do Charles Dickens para os dias atuais e com novas críticas, incluindo temas recentes como a cultura do cancelamento. Mesmo com alguns probleminhas de ritmo, achei tudo muito corrido, faltou mais momentos de contemplação, mesmo assim esse filme parece ser um daqueles musicais que será imperdível nos natais futuros.
Obs: Reparem na cena que aparece o cara lá vestido de elfo na festa e o Fantasma do Natal Presente (Will Ferrel) diz pra ele que ele tá parecendo um babaca com aquela roupa e o cara responde: 'igualzinho você', pro personagem de Will Ferrel. Pra quem não entendeu a piada é uma referência a Um Duende em Nova York, onde Will Ferrel fez o elfo e foi chamado de "ator mais babaca de Hollywood" pelos críticos e aqui volta a repetir um papel cômico em um filme natalino.
Não Se Preocupe, Querida
3.3 554 Assista AgoraComo já tinha assistido o filme Mulheres Perfeitas (2004), pra mim esse aqui não colou, fiquei com aquela sensação de deja vu o tempo todo. Senti que o filme é previsível ao extremo e perde tempo desnecessário tentando fazer suspense o tempo todo, enquanto deveria estar explorando melhor seus atores e desenvolvendo uma crítica melhor a sociedade patriarcal. Mesmo aquele filme tendo um final extremamente machista, senti que no desenvolvimento da obra acabou sendo menos óbvio e até mesmo mais empoderado nas atuações femininas que esse daqui, que tem um medo enorme de trazer qualquer inovação, piloto automático puro.
Noites Brutais
3.4 1,0K Assista AgoraUm dos melhores filmes de terror de 2022.
A gente sempre acha que o filme vai ser uma coisa e acaba sendo outras diversas vezes, é quebra de expectativa atrás de quebra de expectativa, por isso entendo que pessoas adeptas de clichês dificilmente vão gostar desse filme aqui, embora ele segue alguns clichês quase obrigatórios em filmes de terror, como dos personagens tomando decisões duvidosas em diversos momentos.
O filme consegue prender a atenção do início ao fim e apresenta um final reflexivo que faz uma crítica interessante a sociedade, como as pessoas estão sempre passando a perna sobre as outras o tempo inteiro e criando monstros imprevisíveis e novos. Eu achei um dos roteiros mais criativos do ano e se os festivais não tivessem tanto preconceito com obras de terror com certeza esse aqui ganharia alguns prêmios.
Enola Holmes 2
3.6 208Achei mais divertido que o primeiro, é muito legal a quebra da quarta parede da Enola Holmes com o público e seus insights e também o elenco mega carismático, principalmente a atuação de David Thewlis (o Remo Lupin de Harry Potter) como o comissário da polícia local.
Mas vai perdendo força na montagem, principalmente quando vai chegando ao derradeiro final, a revelação do grande mistério mesmo sendo surpreendente é ao mesmo tempo assustador como é pouco impactante, graças aos problemas de ritmo do roteiro que acaba abrasando todos os impactos do final, e ao mesmo tempo que o filme tem um forte viés feminista, é também preocupante que o roteiro blockbuster não o deixa fluir, já que tudo acaba soando um pouco artificial, a personagem mesmo dizendo que é independente de homem em quase todos os instantes, está sempre na sombra de algum homem e dependendo deles para praticamente tudo.
Selena Gomez: Minha Mente & Eu
3.8 57Não é um filme para fãs da artista, na verdade é o extremo oposto. É o tipo de documentário que busca fazer um estudo de personagem e criticar a lógica consumista da própria indústria artística e como esse processo pode afetar a saúde mental dos envolvidos nele. Vale a pena assistir, embora tenha alguns probleminhas de ritmo, principalmente quando vai chegando ao fim, no total foram mais de 3 horas e meia de corte, então tem muitas cenas que parecem vinhetas, as vezes passa a sensação que faltou algo.
Halloween Ends
2.3 537 Assista AgoraTentando entender até agora o que foi isso, alguém sabe em que momento que o Michael Myers perdeu seus poderes e virou um simples morador de rua, colocaram ele como um andarilho em seu próprio filme, tendo sido literalmente despejado pelo roteiro e indo viver no esgoto. Ou pode ser que estejam preparando terreno pro derradeiro último filme da franquia, tudo indica que será Michael Myers X IT: A Coisa?
Mas sério gente, não tem como defender. A impressão que eu tenho é que fizeram dois roteiros, um deles de drama e se inspiraram no filme do Coringa e prepararam toda uma abordagem sobre mazelas sociais, pobreza e violência e outro aquele clichê de sempre que ninguém aguenta mais, no final ficaram em dúvida em qual dos dois usar e por isso juntaram os dois roteiros igual criança quando junta trabalho na escola e falaram: "vai assim mesmo, vamos ver o que vai sair".
Quem sabe Michael Myers consiga sair do esgoto e arrumar emprego no próximo filme da franquia Rua do Medo, por mais que tenha seus problemas, conseguiram fazer filmes de terror bem mais memoráveis e interessantes que esse daqui.
Hellraiser
3.2 406 Assista AgoraDepois de Halloween, O Homem Invisível e Predador, chega outro remake de terror eficiente. Com uma ótima trilha sonora, mas o destaque aqui vai mesmo para a maravilhosa direção de arte, o visual das criaturas e os efeitos especiais são muito promissores e as cenas conseguem gerar tensão, embora o roteiro não seja o grande destaque, dá para embarcar no drama proposto, mas aqui sai o masoquismo sexual dos primeiros filmes e entra a temática do masoquismo por vício em drogas.
Embora muito promissor, achei que poderia ser mais ousado no roteiro e na crítica social proposta, achei que o filme se perde um pouco quando fica tentando explicar o terror em vez de o vivenciar e também achei o filme muito lugar comum em algumas cenas, com personagens pouco carismáticos e aprofundados tomando decisões equivocadas sem que nos importemos com eles e é estranho também algumas decisões da marca Disney, como por exemplo, os personagens só fazerem sexo por baixo dos panos, rs.
O Exorcismo da Minha Melhor Amiga
2.4 71 Assista AgoraA trilha sonora é muito boa. A comédia rende alguns bons momentos, como a divertida cena do exorcismo, mas acaba matando a profundidade que tentaram dar no relacionamento das personagens principais.
O roteiro também é literalmente cheio de furos, como a cena onde ela fura a amiga e ela aparece depois como se nada tivesse acontecido. Também não consegue recriar toda a magia dos anos 80, o mergulho no passado poderia ter sido também nos efeitos especiais, com certeza naquela época era bem melhor algumas coisas, como por exemplo, algum ator com prótese ou um animatrônico conseguiria ser bem mais realista que aquele demônio feito no Paint, kkkkkkkkk
Abracadabra 2
3.3 349 Assista AgoraAs atrizes principais estão ótimas e o filme consegue manter o humor delicioso do primeiro filme, nem parece que se passaram quase 30 anos entre eles.
Impossível não notar como a sociedade evoluiu nesse período. É legal ver o revisionismo histórico que a Disney fez sobre a questão do empoderamento feminino, se repararem no primeiro filme, os inquisidores são retratados quase como certos em se livrarem das bruxas, enquanto aqui vemos que a história não era bem assim. Fala também sobre sororidade, principalmente em seu belíssimo encerramento. É impossível não notar como obras das novas gerações influenciaram esse revisionismo, como seu desfecho que lembra muito filmes como os da saga Harry Potter.
Mas achei que a Disney podia inovar mais, pois acaba tendo muitas cenas feijão com arroz que parecem que foram extraídas do primeiro filme, principalmente seus momentos musicais, mas aqui não são inovadores e estão todos incompletos, o que é uma pena. Também me incomodou o ritmo muito corrido, achei que tirou um pouco do encanto, mas no geral é uma ótima sequência e é impossível não comemorar o avanço da sociedade nesses trinta anos e está tudo ali nas entrelinhas.
Obs: Existe uma cena adicional após o término dos créditos finais.
Obs 2: Reparem no easter egg quando a bruxa está espiando nas janelas das casas, na cena do casal vendo tv, aparece na tela uma cena muito engraçada do primeiro filme Abracadabra, envolvendo o cara vestido de Diabo.
Morte Morte Morte
3.1 638 Assista AgoraO filme faz uma reflexão de como o medo pode ser controlador e um grande manipulador da sociedade.
Enquanto a maioria dos filmes de terror focam apenas na ingenuidade de seus protagonistas frente a um vilão manipulador e perigoso, aqui mostra que enxergar os outros sempre como vilões é realmente o real problema de uma geração. E estamos vendo isso agora na política e também nas religiões, onde as crenças rivais são sempre demonizadas, assim como os políticos de correntes ideológicas diferentes, não importa se são boas pessoas, os diferentes são sempre demonizados, transformando tudo numa luta entre o bem e o mal e com isso criando uma sociedade manipulada, incapaz de raciocinar por conta própria e que reage sempre com ódio quando confrontada ao diferente.