Se o marketing não tivesse colocado o filme em um pedestal inacreditável, talvez o público conseguisse perceber melhor o delicioso espírito aventuresco à lá Sessão da Tarde que a obra tem, mas mais do que isso, apreciá-la no que convém, mesmo com a presença quase constante do tripudiado CGI ruim.
Tudo que diz respeito à Conquista de Jerusalém eu gostei; a invasão pelos túneis secretos e repletos de armadilhas rendeu sequências empolgantes e que possibilitaram a série sair do lugar comum. Mas essa Conquista mesmo é só na reta final.
Olhando para a temporada como um todo, o que se percebe é um roteiro de uma autora que claramente ainda não está madura. Sendo Jebus (futura Jerusalém) parte fundamental da trama, faltaram, por exemplo, núcleos jebuseus que ajudassem a contextualizar o cenário do conflito vindouro, núcleos esses que poderiam até se entrelaçar com os núcleos israelitas, cozinhando com mais sustância o futuro choque de nações, tal qual a novela A TERRA PROMETIDA fez muito bem por 3 vezes. E mesmo nos núcleos existentes, falta ainda no roteiro aquela sacada, sabe? Aquela malandragem que autores de novelas costumam ter, de forma que os diálogos e principalmente os conflitos não sejam levados quase no automático.
Aliás, "por que A CONQUISTA?", pode perguntar o espectador leigo antes de assistir essa temporada. Como mencionamos, se trata da conquista de Jerusalém, mas em um olhar inicial ou até dúbio, o título poderia estar aludindo também a conquista de diversas mulheres que Davi toma como esposa nesse período. Bem, não há problemas em retratar isso em uma série fiel ao material original como REIS é, afinal esses casamentos estão na Bíblia. O problema é que faltou aqui equilíbrio, mais equilíbrio entre o Davi casamenteiro, que é um fato, e o Davi salmista, poeta e músico que ele ainda era nesse período, antes de sua temporária fase sombria.
As cenas de ação seguem demonstrando o esforço da direção em não deixar que, por exemplo, todas as batalhas pareçam ser diferentes takes de uma mesma. Não, uma acontece no campo aberto, outra usando florestas como elementos de estratégia, outra se desenrola à beira de um precipício, outra à luz de um céu arroxeado, e por aí vai.
Por fim, é fato que a pausa que a série fez entre a 5° e essa temporada fez muito bem a ela. Às vezes o melhor mesmo é respirar e recomeçar, ainda que isso frustre a maioria de nós.
Minha crítica completa a essa temporada, em vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=EzsamhqgFh4
O clima de mistério e paranoia é a melhor coisa do longa, mas nem como terror se sustenta, já que no clímax, por exemplo, ele se mostra como apenas mais um filme de super-herói genericão.
O subtítulo "Não Se Pode Esconder a Verdade" diz muito sobre a estrutura narrativa do longa. E não, isso não é bom, não nesse caso. Pois ao final fica nítida a intenção dos realizadores com essa sequência: dar o ponto de vista do Edir Macedo sobre as maiores polêmicas pelas quais ele se envolveu. Chute na Santa? Check. Desabamento do teto de um templo? Check. E assim, de episódio em episódio, se vai o roteiro. O 1° filme até tinha isso, mas ali ao menos era possível ver uma tênue linha de evolução da história sendo traçada do ponto A ao B. Só posso lamentar pelo desperdício de talento do elenco, principalmente do protagonista Petrônio Gontijo, e também do diretor Alexandre Avancini, que tem na TV seus melhores resultados em termos qualitativos.
O filme sabe muito bem o que quer, e isso tem a ver com apenas uma coisa: ação; ação bem coreografada, ação bem realizada. Claro que para isso segurar o público em frente à tela seria necessário o fator emocional, e é aí que o filme (e por consequência a franquia) se consolida definitivamente no imaginário popular ao motivar o samurai contemporâneo interpretado por Reeves através de apenas uma mulher e, principalmente, um cachorro.
Ter sido produzida pelo grupo HBO foi uma das melhores coisas que poderiam ter acontecido a essa série, pois a escala e o realismo empregados nos cenários de toda a trama são grandes o suficiente para fazer jus à profundidade dramática do roteiro. Uma joia de 2023.
As tentativas do roteiro de não deixar o filme cair para um genericão de super-herói até existem, como por exemplo não fazer do trio de vilãs um trio de clones em personalidade e motivação, ou investir no humor resultante da interação dos protagonistas com o mundo mágico, mas essas tentativas não são o suficiente para deixá-lo de ser mais adequado para uns 10 anos atrás ou mais. É inevitável a régua do público, para o subgênero como um todo, aumentar depois de um tempo de evolução.
A principal dificuldade das pessoas que comentam esse filme é de separar a obra da opinião que elas têm sobre o biografado, no caso o Edir Macedo. Bom, eu não tenho conhecimento suficiente sobre ele para ter uma opinião sobre a pessoa - muito embora eu tenda a crer em certas coisas que cercam sua figura pública. Por essa razão, entrei nesse filme com a cabeça aberta para conhecer quem é o protagonista que o filme quer me apresentar.
O problema é que isso não acontece. 2 horas de filme depois e eu não faço ideia de quem seja aquele Edir Macedo, quais são suas inseguranças, o que o motiva, nada! Mesmo com um ator de performances incríveis nas novelas bíblicas como o Petrônio Gontijo protagonizando o longa, o Edir desse filme não passa de um conceito: um homem que quer ganhar almas pra Jesus; ponto final. Quase um Messias, não? Talvez venha daí o pomposo subtítulo "Contra Tudo. Por Todos", vai saber...
A fotografia e a direção de arte são os pontos fortes do longa, e até mesmo a direção do Alexandre Avancini surpreende, pois por mais que ele tenha boas obras no currículo, são obras televisivas, estilo folhetinesco que não combina em nada com a linguagem cinematográfica. E assim fica clara aqui a diferença entre um filme pensado para ser filme como esse é, e um recorte mal feito como foi o caso da versão "cinematográfica" da novela Os Dez Mandamentos, do mesmo Avancini.
O protagonista raso é só uma amostra do roteiro fraco, que muitas vezes nem se importa em dar muita liga entre um acontecimento e outro, talvez com pressa de chegar em algum determinado ponto da narrativa. Já os vilões estão a um passo de serem dignos de desenhos animados.
No final das contas, se eu não conheço o verdadeiro Edir Macedo, nesse sentido o do filme é bem fiel à minha realidade. E ainda que esse fosse um protagonista tridimensional e bem delineado pelo roteiro, quem procura por uma biografia (e aqui sim eu excluo toda a discussão sobre a independência da versão fictícia do biografado) provavelmente se decepcionaria, afinal, biografia realmente boa pode ser qualquer uma, menos a que venha do biografado.
O filme representa uma oposição ao "X-Men: Primeira Classe", o 1° dessa nova franquia, em praticamente tudo: o contexto dos personagens é desinteressante, os vilões não poderiam representar menos ameaça, tudo está desgastado, cansado.
Por cada filme dessa franquia se passar em uma década, dá até para traçar um paralelo com aqueles sentimentos nostálgicos de quem, vivendo nos anos 90 (este filme), olha para os anos 60 ("Primeira Classe") e diz que lá sim as coisas eram diferentes, boas e tinham vida - e por "vida" entende-se até mesmo um bom conflito.
Um melancólico fim para a Era do título X-Men na Fox.
Com uma pegada das clássicas séries de ficção científica e horror, CALLS reformula esses gêneros no mainstream ao apresentar histórias com os elementos daquelas obras de uma forma (consideravelmente) nova, ou simplesmente pouco usual na era do audioVISUAL.
No entanto, o roteiro perde força ao repetir um mesmo tema em vários episódios seguidos, que é a infidelidade, sem que haja uma justificativa narrativa para isso. Ao menos a criatividade da parte visual ajuda o espectador a se distrair disso um pouco. Sim, mesmo sendo uma série em que apenas ouvimos as vozes dos personagens, há uma clara e bem-sucedida tentativa de ilustrar essas histórias através dos desenhos 2D e 3D das modulações das ligações.
Em sua conclusão CALLS lembra muito Dark, e com certeza isso é um elogio. Eu gostaria muito que a série continuasse com temporadas antológicas, pois há um caminhão de possibilidades para se explorar, até mesmo saindo da ficção científica. Ainda que na essência a série não seja incomum, na forma ela é, e em tempos como hoje qualquer traço de frescor é bem-vindo.
Não é porque uma obra se destina ao público infantojuvenil que ela deva sacrificar a qualidade de alguns de seus aspectos, e essa empreitada da Disney+ faz exatamente isso, como por exemplo nas patéticas cenas de ação, principalmente no episódio de estreia. Se brincar, até os Trapalhões já entregaram ação mais crível.
Em seus melhores momentos a série lembra algumas obras à mesma faixa etária de público produzidas pela TV Cultura há umas duas décadas atrás, graças ao elenco consideravelmente carismático e a um esforço do roteiro de criar conceitos e macguffins atraentes. Mas a série ainda precisa comer muito feijão se quiser alcançar a relevância que tais obras da Cultura alcançaram.
Permeando o clima fantástico de crepúsculo da civilização moderna e a porrada de núcleos cuja semelhança em comum é o homem que de alguma forma não presta (eita, problemão que esses roteiristas devem ter com figura masculina na vida) há o ritmo lento que não consegue se justificar todo o tempo, com potencial de aborrecimento maior do que de empolgação. Que venha uma 2° temporada consideravelmente reformulada.
Se o primeiro filme decepciona com o plot principal batido e o segundo com tramas paralelas inúteis e antagonismo fraco, esse terceiro é melhor resolvido em todos esses pontos, além de criar uma aventura familiar cativante. É claro que elementos da batida Fórmula Marvel estão presentes em considerável peso, e que o clímax com o vilão é controverso, principalmente depois de tudo o que foi estabelecido sobre ele no próprio filme e em Loki, mas ainda assim o longa consegue mostrar que a dignidade do MCU não morreu - ainda.
A ideia de ser um Sessão da Tarde oitentista para maiores é muito boa, mas a execução falha bastante, a começar pelo apático protagonista narrador sendo ofuscado em narrativa e carisma pelo co-protagonista. O elenco estelar (Joana Fomm, Raul Gazolla, Moacyr Franco, Fábio Porchat) são só presenças agradáveis que não recebem o espaço merecido, enquanto que Carlos Villagrán, o eterno Quico, causa aflição e irritação com seu personagem de falação desenfreada e carregada de chavões e sotaque; também merecia outra vertente para trabalhar em cima. Já Gentili não está integralmente encaixado no formato cinematográfico, provavelmente por conta de sua até então inexperiência no ramo. Apesar do tempo de tela que tem, sua maior contribuição aqui é o material base que dá origem à (interessante) mitologia do longa - se é que posso ir tão longe.
P.S.: Talvez o maior motivo atual para ver esse filme seja o fato de ter sido "cancelado" por esquerdalhas e por bolsonaristas. Afinal, se extremistas com tara de ditadura querem diminuir o acesso livre a uma obra artística, é acesso em massa que se precisa dar a ela.
Um thriller competente, que sufoca o espectador com sua atmosfera bem construída, que calca um de seus pilares na grande atuação de Noomi Rapace, mas que não escapa de conveniências irritantes e furos de roteiro notáveis.
Apesar de ter visto o 1° filme inúmeras vezes ao longo dos últimos mais de 10 anos, eu levei uns bons 20 ou 30 minutos pra me conectar com a família de Jake, e por consequência com o filme. Mas depois que Jake e Neytiri presenciam a chegada de um novo grupo de humanos em Pandora - uma chegada absurdamente assombrosa com as naves e seus propulsores funcionando como verdadeiros arautos do inferno, tripuladas por soldados mascarados, anjos da morte sem rostos, mais alienígenas do que os Na'vi jamais foram -, depois disso a trama engrena e a ida da família protagonista até um novo grupo dos nativos que habita à beira-mar faz com que nos conectemos àqueles personagens novos ao mesmo tempo que nos ambienta sem pressa a uma nova fauna e flora.
Da mesma forma que no 1° filme, a originalidade do roteiro não é o forte (JAMES CAMERON NÉ), a começar
pela reciclagem do vilão anterior - malditos anos 90 e seus clones -, ainda que ironicamente essa versão tenha mais traços de humanidade do que a original. Mas a marca registrada do cineasta continua muito clara, e por essa razão você provavelmente vai sentir, por exemplo, muita raiva e desprezo pelos vilões e da mesma forma vai vibrar quando eles tomarem o que merecem.
James Cameron como o conhecemos!
E isso também significa que não só essa sequência é muito boa como a franquia continua vivíssima. E, mais do que isso, com potencial para muito mais. O Caminho da Água pode ser só o início de um caminho ainda mais expansivo.
Roteiro original nunca foi a marca registrada de James Cameron. O que ele faz constantemente é entregar o melhor possível dentro do conceito de um roteiro previsível/clichê/formulaico e surpreender e encantar em todo o trabalho técnico ao redor. Ao meu ver o filme é exatamente isso, e não me chatearia se mais blockbusters atuais fossem parecidos com esse nesse sentido.
Independente de fidelidade ou não à realidade, a série é extremamente divertida e viciante ao pegar personagens e histórias que conhecemos a vida toda e nos apresentar isso tudo em formato de ficção de TV, principalmente em um país que quase não imortaliza suas figuras em adaptações do tipo.
Mais que isso, é uma grande adaptação no sentido de estudar a vida do Silvio Santos e perceber ali em determinada época de sua vida um arco dramático perfeito pra se desenvolver com começo, meio e fim por uma temporada inteira. Ansiosíssimo pra 2° leva!
Duas características externas à obra ganham contornos bem diferentes quando finalmente se assiste a ela. A primeira vem da própria divulgação - e incluo aqui a página da série no Prime com todos seus textos de apoio - que se esforça para vender uma obra politicamente incorreta, como se a todo o tempo dissesse "Olha como somos depravados, sem limites e imparáveis! Somos chocantes!". Mas a verdade é que a série apenas tem boas doses de gore, porque todo o resto é muito "certinho", e o cerne da série, sua natureza propriamente dita, é totalmente progressista e politicamente correta.
A segunda característica vem mais da visão do público. Não é difícil encontrar gente falando que a série retrata os super-"heróis" como eles realmente seriam na realidade: corrompidos, arrogantes e hipócritas. Até concordo que essa seria a tendência natural, mas na série também encontramos supers que são absolutamente bondosos, como a própria Starlight. Digo tudo isso apenas para apontar como é essencialmente necessário ter contato com uma obra a fim de conhecê-la realmente, para além do bafafá e do hype.
No mais é uma temporada ok, que apresenta e estabelece muito bem seu universo, que sabe brincar com paralelos com a nossa atualidade, mas que não escapa de boas enroladas e personagens subaproveitados. Que a 2° seja melhor nesses pontos.
Eu ainda estou tentando entender como um cara carismático como o The Rock conseguiu fazer um protagonista tão apático como esse. Aí você vai ver o roteiro e é mais do mesmo com o mesmo de sempre de forma piorada. Vai ver a direção e a montagem e são uma bagunça que miram em Zack Snyder e atingem em coisa nenhuma. Sobra o quê? Um visual ""às vezes"" interessante, explosões - muitas explosões - bonitas e uma narrativa que te deixa minimamente confortável dentro do gênero super-herói já que, como disse, é mais do mesmo.
Uma das coisas mais incríveis no filme é como nossa heroína precisa conhecer e mergulhar em um mundo fantástico e maluco para amadurecer e aprender um pouco mais sobre a vida real, o seu próprio mundo. Uma grande metáfora, dizem. Pode ser, mas sem que o aspecto aventuresco e de deslumbramento seja negligenciado. Ou seja, tanto quem quer assistir a uma fantasia criativa quanto quem quer uma peça mais artística estarão mui bem servidos.
Apesar de o marketing ser o objetivo fim, o meio, que é a série como dramaturgia e obra de arte, não é deixado de lado (como talvez se espere) e rende momentos bonitos e tocantes.
Tudo aqui é precário, e talvez esse seja o maior trunfo do filme. Às vezes custa para a indústria entender que representar o bizarro é mais exitoso quando se tem apenas um trocado de pão. Mas o que também é custoso para a indústria do terror entender (há décadas, pelo jeito) é que terror e gore não são sinônimos, e que repulsa definitivamente não é tensão.
The Flash
3.1 746 Assista AgoraSe o marketing não tivesse colocado o filme em um pedestal inacreditável, talvez o público conseguisse perceber melhor o delicioso espírito aventuresco à lá Sessão da Tarde que a obra tem, mas mais do que isso, apreciá-la no que convém, mesmo com a presença quase constante do tripudiado CGI ruim.
Reis: A Conquista (6ª Temporada)
4.4 3Tudo que diz respeito à Conquista de Jerusalém eu gostei; a invasão pelos túneis secretos e repletos de armadilhas rendeu sequências empolgantes e que possibilitaram a série sair do lugar comum. Mas essa Conquista mesmo é só na reta final.
Olhando para a temporada como um todo, o que se percebe é um roteiro de uma autora que claramente ainda não está madura. Sendo Jebus (futura Jerusalém) parte fundamental da trama, faltaram, por exemplo, núcleos jebuseus que ajudassem a contextualizar o cenário do conflito vindouro, núcleos esses que poderiam até se entrelaçar com os núcleos israelitas, cozinhando com mais sustância o futuro choque de nações, tal qual a novela A TERRA PROMETIDA fez muito bem por 3 vezes. E mesmo nos núcleos existentes, falta ainda no roteiro aquela sacada, sabe? Aquela malandragem que autores de novelas costumam ter, de forma que os diálogos e principalmente os conflitos não sejam levados quase no automático.
Aliás, "por que A CONQUISTA?", pode perguntar o espectador leigo antes de assistir essa temporada. Como mencionamos, se trata da conquista de Jerusalém, mas em um olhar inicial ou até dúbio, o título poderia estar aludindo também a conquista de diversas mulheres que Davi toma como esposa nesse período. Bem, não há problemas em retratar isso em uma série fiel ao material original como REIS é, afinal esses casamentos estão na Bíblia. O problema é que faltou aqui equilíbrio, mais equilíbrio entre o Davi casamenteiro, que é um fato, e o Davi salmista, poeta e músico que ele ainda era nesse período, antes de sua temporária fase sombria.
As cenas de ação seguem demonstrando o esforço da direção em não deixar que, por exemplo, todas as batalhas pareçam ser diferentes takes de uma mesma. Não, uma acontece no campo aberto, outra usando florestas como elementos de estratégia, outra se desenrola à beira de um precipício, outra à luz de um céu arroxeado, e por aí vai.
Por fim, é fato que a pausa que a série fez entre a 5° e essa temporada fez muito bem a ela. Às vezes o melhor mesmo é respirar e recomeçar, ainda que isso frustre a maioria de nós.
Minha crítica completa a essa temporada, em vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=EzsamhqgFh4
Guardiões da Galáxia: Vol. 3
4.2 803 Assista AgoraA arte de fazer um filme sobre um personagem sem deixar de escanteio o grupo título, muito pelo contrário, aliás. Um satisfatório fim de era.
Os Novos Mutantes
2.6 719 Assista AgoraO clima de mistério e paranoia é a melhor coisa do longa, mas nem como terror se sustenta, já que no clímax, por exemplo, ele se mostra como apenas mais um filme de super-herói genericão.
Nada a Perder 2: Não Se Pode Esconder a Verdade
1.7 63O subtítulo "Não Se Pode Esconder a Verdade" diz muito sobre a estrutura narrativa do longa. E não, isso não é bom, não nesse caso. Pois ao final fica nítida a intenção dos realizadores com essa sequência: dar o ponto de vista do Edir Macedo sobre as maiores polêmicas pelas quais ele se envolveu. Chute na Santa? Check. Desabamento do teto de um templo? Check. E assim, de episódio em episódio, se vai o roteiro. O 1° filme até tinha isso, mas ali ao menos era possível ver uma tênue linha de evolução da história sendo traçada do ponto A ao B. Só posso lamentar pelo desperdício de talento do elenco, principalmente do protagonista Petrônio Gontijo, e também do diretor Alexandre Avancini, que tem na TV seus melhores resultados em termos qualitativos.
John Wick: De Volta ao Jogo
3.8 1,8K Assista AgoraO filme sabe muito bem o que quer, e isso tem a ver com apenas uma coisa: ação; ação bem coreografada, ação bem realizada. Claro que para isso segurar o público em frente à tela seria necessário o fator emocional, e é aí que o filme (e por consequência a franquia) se consolida definitivamente no imaginário popular ao motivar o samurai contemporâneo interpretado por Reeves através de apenas uma mulher e, principalmente, um cachorro.
O resto é história.
The Last of Us (1ª Temporada)
4.4 1,2K Assista AgoraTer sido produzida pelo grupo HBO foi uma das melhores coisas que poderiam ter acontecido a essa série, pois a escala e o realismo empregados nos cenários de toda a trama são grandes o suficiente para fazer jus à profundidade dramática do roteiro. Uma joia de 2023.
Shazam! Fúria dos Deuses
2.8 354 Assista AgoraAs tentativas do roteiro de não deixar o filme cair para um genericão de super-herói até existem, como por exemplo não fazer do trio de vilãs um trio de clones em personalidade e motivação, ou investir no humor resultante da interação dos protagonistas com o mundo mágico, mas essas tentativas não são o suficiente para deixá-lo de ser mais adequado para uns 10 anos atrás ou mais. É inevitável a régua do público, para o subgênero como um todo, aumentar depois de um tempo de evolução.
Nada A Perder - Contra Tudo. Por Todos
2.1 206A principal dificuldade das pessoas que comentam esse filme é de separar a obra da opinião que elas têm sobre o biografado, no caso o Edir Macedo. Bom, eu não tenho conhecimento suficiente sobre ele para ter uma opinião sobre a pessoa - muito embora eu tenda a crer em certas coisas que cercam sua figura pública. Por essa razão, entrei nesse filme com a cabeça aberta para conhecer quem é o protagonista que o filme quer me apresentar.
O problema é que isso não acontece. 2 horas de filme depois e eu não faço ideia de quem seja aquele Edir Macedo, quais são suas inseguranças, o que o motiva, nada! Mesmo com um ator de performances incríveis nas novelas bíblicas como o Petrônio Gontijo protagonizando o longa, o Edir desse filme não passa de um conceito: um homem que quer ganhar almas pra Jesus; ponto final. Quase um Messias, não? Talvez venha daí o pomposo subtítulo "Contra Tudo. Por Todos", vai saber...
A fotografia e a direção de arte são os pontos fortes do longa, e até mesmo a direção do Alexandre Avancini surpreende, pois por mais que ele tenha boas obras no currículo, são obras televisivas, estilo folhetinesco que não combina em nada com a linguagem cinematográfica. E assim fica clara aqui a diferença entre um filme pensado para ser filme como esse é, e um recorte mal feito como foi o caso da versão "cinematográfica" da novela Os Dez Mandamentos, do mesmo Avancini.
O protagonista raso é só uma amostra do roteiro fraco, que muitas vezes nem se importa em dar muita liga entre um acontecimento e outro, talvez com pressa de chegar em algum determinado ponto da narrativa. Já os vilões estão a um passo de serem dignos de desenhos animados.
No final das contas, se eu não conheço o verdadeiro Edir Macedo, nesse sentido o do filme é bem fiel à minha realidade. E ainda que esse fosse um protagonista tridimensional e bem delineado pelo roteiro, quem procura por uma biografia (e aqui sim eu excluo toda a discussão sobre a independência da versão fictícia do biografado) provavelmente se decepcionaria, afinal, biografia realmente boa pode ser qualquer uma, menos a que venha do biografado.
X-Men: Fênix Negra
2.6 1,1K Assista AgoraO filme representa uma oposição ao "X-Men: Primeira Classe", o 1° dessa nova franquia, em praticamente tudo: o contexto dos personagens é desinteressante, os vilões não poderiam representar menos ameaça, tudo está desgastado, cansado.
Por cada filme dessa franquia se passar em uma década, dá até para traçar um paralelo com aqueles sentimentos nostálgicos de quem, vivendo nos anos 90 (este filme), olha para os anos 60 ("Primeira Classe") e diz que lá sim as coisas eram diferentes, boas e tinham vida - e por "vida" entende-se até mesmo um bom conflito.
Um melancólico fim para a Era do título X-Men na Fox.
Calls (1ª Temporada)
4.3 75Com uma pegada das clássicas séries de ficção científica e horror, CALLS reformula esses gêneros no mainstream ao apresentar histórias com os elementos daquelas obras de uma forma (consideravelmente) nova, ou simplesmente pouco usual na era do audioVISUAL.
No entanto, o roteiro perde força ao repetir um mesmo tema em vários episódios seguidos, que é a infidelidade, sem que haja uma justificativa narrativa para isso. Ao menos a criatividade da parte visual ajuda o espectador a se distrair disso um pouco. Sim, mesmo sendo uma série em que apenas ouvimos as vozes dos personagens, há uma clara e bem-sucedida tentativa de ilustrar essas histórias através dos desenhos 2D e 3D das modulações das ligações.
Em sua conclusão CALLS lembra muito Dark, e com certeza isso é um elogio. Eu gostaria muito que a série continuasse com temporadas antológicas, pois há um caminhão de possibilidades para se explorar, até mesmo saindo da ficção científica. Ainda que na essência a série não seja incomum, na forma ela é, e em tempos como hoje qualquer traço de frescor é bem-vindo.
Mila No Multiverso (1ª Temporada)
2.4 6Não é porque uma obra se destina ao público infantojuvenil que ela deva sacrificar a qualidade de alguns de seus aspectos, e essa empreitada da Disney+ faz exatamente isso, como por exemplo nas patéticas cenas de ação, principalmente no episódio de estreia. Se brincar, até os Trapalhões já entregaram ação mais crível.
Em seus melhores momentos a série lembra algumas obras à mesma faixa etária de público produzidas pela TV Cultura há umas duas décadas atrás, graças ao elenco consideravelmente carismático e a um esforço do roteiro de criar conceitos e macguffins atraentes. Mas a série ainda precisa comer muito feijão se quiser alcançar a relevância que tais obras da Cultura alcançaram.
Invasão (1ª Temporada)
3.1 71 Assista AgoraPermeando o clima fantástico de crepúsculo da civilização moderna e a porrada de núcleos cuja semelhança em comum é o homem que de alguma forma não presta (eita, problemão que esses roteiristas devem ter com figura masculina na vida) há o ritmo lento que não consegue se justificar todo o tempo, com potencial de aborrecimento maior do que de empolgação.
Que venha uma 2° temporada consideravelmente reformulada.
Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania
2.8 517 Assista AgoraSe o primeiro filme decepciona com o plot principal batido e o segundo com tramas paralelas inúteis e antagonismo fraco, esse terceiro é melhor resolvido em todos esses pontos, além de criar uma aventura familiar cativante. É claro que elementos da batida Fórmula Marvel estão presentes em considerável peso, e que o clímax com o vilão é controverso, principalmente depois de tudo o que foi estabelecido sobre ele no próprio filme e em Loki, mas ainda assim o longa consegue mostrar que a dignidade do MCU não morreu - ainda.
Como se Tornar o Pior Aluno da Escola
2.5 340A ideia de ser um Sessão da Tarde oitentista para maiores é muito boa, mas a execução falha bastante, a começar pelo apático protagonista narrador sendo ofuscado em narrativa e carisma pelo co-protagonista. O elenco estelar (Joana Fomm, Raul Gazolla, Moacyr Franco, Fábio Porchat) são só presenças agradáveis que não recebem o espaço merecido, enquanto que Carlos Villagrán, o eterno Quico, causa aflição e irritação com seu personagem de falação desenfreada e carregada de chavões e sotaque; também merecia outra vertente para trabalhar em cima. Já Gentili não está integralmente encaixado no formato cinematográfico, provavelmente por conta de sua até então inexperiência no ramo. Apesar do tempo de tela que tem, sua maior contribuição aqui é o material base que dá origem à (interessante) mitologia do longa - se é que posso ir tão longe.
P.S.: Talvez o maior motivo atual para ver esse filme seja o fato de ter sido "cancelado" por esquerdalhas e por bolsonaristas. Afinal, se extremistas com tara de ditadura querem diminuir o acesso livre a uma obra artística, é acesso em massa que se precisa dar a ela.
Onde Está Segunda?
3.6 1,3K Assista AgoraUm thriller competente, que sufoca o espectador com sua atmosfera bem construída, que calca um de seus pilares na grande atuação de Noomi Rapace, mas que não escapa de conveniências irritantes e furos de roteiro notáveis.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraApesar de ter visto o 1° filme inúmeras vezes ao longo dos últimos mais de 10 anos, eu levei uns bons 20 ou 30 minutos pra me conectar com a família de Jake, e por consequência com o filme. Mas depois que Jake e Neytiri presenciam a chegada de um novo grupo de humanos em Pandora - uma chegada absurdamente assombrosa com as naves e seus propulsores funcionando como verdadeiros arautos do inferno, tripuladas por soldados mascarados, anjos da morte sem rostos, mais alienígenas do que os Na'vi jamais foram -, depois disso a trama engrena e a ida da família protagonista até um novo grupo dos nativos que habita à beira-mar faz com que nos conectemos àqueles personagens novos ao mesmo tempo que nos ambienta sem pressa a uma nova fauna e flora.
Da mesma forma que no 1° filme, a originalidade do roteiro não é o forte (JAMES CAMERON NÉ), a começar
pela reciclagem do vilão anterior - malditos anos 90 e seus clones -, ainda que ironicamente essa versão tenha mais traços de humanidade do que a original. Mas a marca registrada do cineasta continua muito clara, e por essa razão você provavelmente vai sentir, por exemplo, muita raiva e desprezo pelos vilões e da mesma forma vai vibrar quando eles tomarem o que merecem.
E isso também significa que não só essa sequência é muito boa como a franquia continua vivíssima. E, mais do que isso, com potencial para muito mais. O Caminho da Água pode ser só o início de um caminho ainda mais expansivo.
Avatar
3.6 4,5K Assista AgoraRoteiro original nunca foi a marca registrada de James Cameron. O que ele faz constantemente é entregar o melhor possível dentro do conceito de um roteiro previsível/clichê/formulaico e surpreender e encantar em todo o trabalho técnico ao redor. Ao meu ver o filme é exatamente isso, e não me chatearia se mais blockbusters atuais fossem parecidos com esse nesse sentido.
O Rei da TV (1ª Temporada)
3.6 64 Assista AgoraIndependente de fidelidade ou não à realidade, a série é extremamente divertida e viciante ao pegar personagens e histórias que conhecemos a vida toda e nos apresentar isso tudo em formato de ficção de TV, principalmente em um país que quase não imortaliza suas figuras em adaptações do tipo.
Mais que isso, é uma grande adaptação no sentido de estudar a vida do Silvio Santos e perceber ali em determinada época de sua vida um arco dramático perfeito pra se desenvolver com começo, meio e fim por uma temporada inteira. Ansiosíssimo pra 2° leva!
The Boys (1ª Temporada)
4.3 820 Assista AgoraDuas características externas à obra ganham contornos bem diferentes quando finalmente se assiste a ela. A primeira vem da própria divulgação - e incluo aqui a página da série no Prime com todos seus textos de apoio - que se esforça para vender uma obra politicamente incorreta, como se a todo o tempo dissesse "Olha como somos depravados, sem limites e imparáveis! Somos chocantes!". Mas a verdade é que a série apenas tem boas doses de gore, porque todo o resto é muito "certinho", e o cerne da série, sua natureza propriamente dita, é totalmente progressista e politicamente correta.
A segunda característica vem mais da visão do público. Não é difícil encontrar gente falando que a série retrata os super-"heróis" como eles realmente seriam na realidade: corrompidos, arrogantes e hipócritas. Até concordo que essa seria a tendência natural, mas na série também encontramos supers que são absolutamente bondosos, como a própria Starlight. Digo tudo isso apenas para apontar como é essencialmente necessário ter contato com uma obra a fim de conhecê-la realmente, para além do bafafá e do hype.
No mais é uma temporada ok, que apresenta e estabelece muito bem seu universo, que sabe brincar com paralelos com a nossa atualidade, mas que não escapa de boas enroladas e personagens subaproveitados. Que a 2° seja melhor nesses pontos.
Adão Negro
3.1 687 Assista AgoraEu ainda estou tentando entender como um cara carismático como o The Rock conseguiu fazer um protagonista tão apático como esse. Aí você vai ver o roteiro e é mais do mesmo com o mesmo de sempre de forma piorada. Vai ver a direção e a montagem e são uma bagunça que miram em Zack Snyder e atingem em coisa nenhuma. Sobra o quê? Um visual ""às vezes"" interessante, explosões - muitas explosões - bonitas e uma narrativa que te deixa minimamente confortável dentro do gênero super-herói já que, como disse, é mais do mesmo.
Portanto, é sem dúvidas um dos filmes já feitos.
A Viagem de Chihiro
4.5 2,3K Assista AgoraUma das coisas mais incríveis no filme é como nossa heroína precisa conhecer e mergulhar em um mundo fantástico e maluco para amadurecer e aprender um pouco mais sobre a vida real, o seu próprio mundo. Uma grande metáfora, dizem. Pode ser, mas sem que o aspecto aventuresco e de deslumbramento seja negligenciado. Ou seja, tanto quem quer assistir a uma fantasia criativa quanto quem quer uma peça mais artística estarão mui bem servidos.
O Natal Sempre Encontra o Caminho
3.3 1Apesar de o marketing ser o objetivo fim, o meio, que é a série como dramaturgia e obra de arte, não é deixado de lado (como talvez se espere) e rende momentos bonitos e tocantes.
Uma Noite Alucinante: A Morte do Demônio
3.8 1,4K Assista AgoraTudo aqui é precário, e talvez esse seja o maior trunfo do filme. Às vezes custa para a indústria entender que representar o bizarro é mais exitoso quando se tem apenas um trocado de pão.
Mas o que também é custoso para a indústria do terror entender (há décadas, pelo jeito) é que terror e gore não são sinônimos, e que repulsa definitivamente não é tensão.