Antes de comentar este filme, preciso resumir a história do terror como gênero do cinema para contextualizar melhor a situação:
* Década de 20 - na Alemanha foram feitos dois filmes que praticamente deram origem ao gênero: o expressionista O Gabinete do Dr. Caligari e Nosferatu, filmes que lidavam com o sobrenatural. Já nos EUA da metade da década, os filmes de terror eram feitos com base em deformidades físicas, como O Corcunda de Notre Dame e O Fantasma da Opera.
* Década de 30 - o som chega aos filmes. Estamos na década dos filmes de monstros. Entre os filmes mais importantes estão Drácula, Frankenstein, A Múmia e O Médico e o Monstro.
* Década de 40 - Com o sucesso de filmes como O Lobisomen, os estúdios criaram uma fórmula onde vários monstros apareciam juntos, Dracula, Frankenstein, a Múmia, etc...
* Década de 50 - Depois da 2ª Guerra Mundial, filmes de monstros deixaram de ter apelo ao público, o medo da energia atômica tomou conta das populações e isso foi refletido também no cinema produzido na década, que se caracterizou pela enorme quantidade de "B movies". Monstros frutos de experiências em laboratório, mutados pela energia nuclear e invações alienígenas. Foi a década das mutações gigante, enfim.
Invasion of the Body Snatchers, feito em 1956, está dentro da categoria de filmes que refletia o medo da energia nuclear, das mutações e das invasões alienígenas ao mesmo tempo.
No entando, ainda permanece a ideia de que o filme tenha várias mensagens políticas escondidas, refletindo o temor americano com o comunismo. Porém, deve-se apreciar as obras de arte pelo que elas são, não procurando significados inexistentes ou supostamente escondidos.
Essa paranóia da crítica, tanto literária quanto cinematográfica, de tentar achar alegorias ou metáforas por trás das coisas mais banais é ridícula. O que o autor quis dizer é totalmente irrelevante, o que importa é o que foi dito.
Chegando nesse ponto, devo dizer que o produtor do filme negou, inúmeras vezes, que tanto a obra cinematográfica quanto a peça que lhe deu origem, tenham qualquer significância política.
O filme é pura e simplesmente um thriller que reflete uma época na história americana onde a presença do tema nuclear estava presente. Nada mais.
Trata-se de uma análise sociológica que mostra que a forma pela qual vemos o mundo é fruto de experiências de troca. Para os três filhos criados isoladamente do mundo, o mundo é a casa onde vivem, ou seja, um microcosmos onde a realidade é aquilo que é permitido que seja real pelos pais.
Extremamente interessante do ponto de vista da sociologia e antropologia.
As atuações "robóticas" corroboram a forma pela qual as crianças aprenderam a se comunicar, através de fitas em um gravador. O ritmo do filme é perfeito.
Vai demorar um pouco pra eu conseguir processar tudo o que esse filme me causou. Extremamente impactante e comovedor. Um retrato da opressão em que vive, ainda, a mulher de origem islâmica, sempre sob o jugo machista de uma sociedade patriarcal e falocêntrica.
O filme nos mostra, também, como os homens são pressionados pela própria sociedade da qual fazem parte, a serem o que são. É uma análise crua de uma situação bastante complicada.
Adaptar O Processo para o cinema demandou que Orson Welles fizesse algumas alterações pontuais na cronologia dos acontecimentos do livro de Kafka. Mas, deve-se levar em conta o fato de O Processo ser uma obra inacabada, ainda que contenha um capítulo que leve o romance ao fim. Portanto, algumas mudanças deviam ser feitas a fim de que o filme tivesse um sentido maior para o público que não leu o livro.
O Processo foi escrito entre 1914 e 1915 por um Kafka atormentado por problemas pessoais e enfrentando crises de criatividade e depressão, e não foi publicado senão dez anos após ter sido escrito, em 1925, após a morte de seu autor, por Max Brod, amigo de Kafka, que recebeu os manuscritos originais um ano antes de sua morte. Kafka, porém, havia advertido Max Brod que queimasse tudo o que ele havia escrito.
O grande problema na continuidade de O Processo, o livro, está no fato de que Kafka, ao escrever os capítulos, não os enumerou e deixou muitos inacabados.
Personagens que aparecem e desaparecem do nada são constantes no estilo kafkaniano, mas aqui os encontramos pela falta de motivação do autor em continuar escrevendo. Um dos melhores capítulos da obra, que envolve o comerciante Block, simplesmente acaba do nada, deixando o leitor na expectativa do que viria a se desenrolar. Max Brod, de posse dos manuscritos originais, então, tomou para si a tarefa de enumerar os capítulos, e publicou a obra quando considerou satisfatório o material existente e reunido.
A obra literária é composta de dez capítulos e normalmente segue a cronologia estabelecida por Brod. Orson Welles, no entando, reorganizou alguns desses capítulos e a ordem dos fatos para conseguir uma obra mais consistente, seguindo aquilo que algumas correntes da crítica literária consideram como a ordem mais correta.
Algumas cenas são extremamente fieis ao livro, como a que envolve o comerciante Block, outras podem deixar o espectador que não leu o livro bastante confuso. Numa análise geral, Orson Welles fez um bom trabalho na adaptação para o cinema de uma das melhores obras da literatura mundial contemporânea, apesar de ter – inexplicavelmente – alterado seu final.
Porém, a interpretação de Anthony Perkins deixa a desejar. Perkins oscila durante o filme, não conseguindo uma caracterização firme de Josef K., ainda que se considere que o personagem passa por diversas mudanças de personalidade conforme se desenvolvem os acontecimentos.
Filme bem despretencioso, mas que acaba se tornando inesquecível por inúmeros pequenos detalhes. Sean Penn absolutamente monstro na interpretação desse híbrido entre Ozzy e Robert Smith. O roteiro, apesar de ter problemas em algumas áreas e quanto a alguns núcleos de personagens, consegue se firmar como uma peça sólida, graças às falas de Cheyenne. Quem diria que a mistura de um astro decadente e infantil do pop/rock com a caça a um criminoso nazista poderia resultar em um bom filme?
Tudo em O Espelho é extremamente sensível: a belíssima fotografia, que consegue transmitir uma enorme gama de sentimentos numa imensidão de tonalidades; a sonoplastia, que faz com que pequenos sons, como as gotas da chuva que cai, se tornem protagonistas de certas cenas; a quietude dos momentos, onde falta diálogo, mas as palavras acabam por desnecessárias.
Royal Wedding me parece um musical feito sob medida para capitalizar no sucesso de Easter Parade. O filme inteiro parece ser uma versão daquilo que já tinha sido feito. A ironia do destino está no fato de que Easter Parade teve como protagonistas Judy Garland e Fred Astaire.
Para Royal Wedding, M-G-M quis Ginger Rogers (como nos velhos tempos) para parceira de Astaire. Rogers não aceitou o papel, que então ficou com June Allyson, que por sua vez ficou grávida durante o período e não pode seguir com o filme, em consequência disto, o papel foi para Judy Garland, que acabou sendo demitida da M-G-M após Summer Stock, e o papel finalmente ficou com Jane Powell.
Um dos filmes mais dolorosos de se assistir de toda filmografia do Bergman.
Quando um evento trágico termina, outro começa logo em seguida. Em um determinado ponto, como em uma morte dolorosa e agonizante, você pede pra que acabe logo porque você não suporta mais.
A maioria dos grandes compositores da música americana ganharam musicais "semi-biográficos": Irving Berlin, Jerome Kern, Cole Porter, os irmãos Gershwin, etc. Alguns destes musicais serviam apenas como showcase das maravilhosas composições dos homenageados, outros tentaram criar uma biografia livremente baseada na verdade e com forte influência de ficção e outros tinham um roteiro construído em volta das composições, o que tinha como resultado alguns roteiros um tanto estranhos.
There's no Business Like Show Business (uma das canções-lema do ramo do espetáculo, faz parte de um musical de Irving Berlin chamado Annie Get Your Gun) é um dos melhores em seu gênero, pois não caiu na fórmula pronta de simplesmente montar os números musicias um atrás do outro, ao invés, temos a estória dos Donahue, uma família de vaudevillians que serve de pano de fundo para as canções.
A única crítica que me atrevo a fazer é quanto à escolha das músicas, Irving Berlin tinha algumas composições melhores que deveriam ter feito parte do filme.
A trilha sonora é totalmente anos 30. Orquestrações que eram usadas ainda na transição do cinema mudo para o cinema falado. Influência de música clássica.
O cinema de algumas regiões da europa é sempre cru, visceral...ao ponto de parecer feito sob encomenda puramente para chocar o expectador. Mas não. Isso tudo é reflexo da realidade desses países. Mas como cinema, geralmente, é uma arte de escape à realidadde, podemos dizer que esses países estão se aproveitando de certa forma dessa realidade para lucrar (algo que acontece com o cinema brasileiro, que se tornou exportador oficial de filmes de bandido).
Em Daisy Diamond temos uma menina envolvida com drogas que sonha ser atriz. Engravidando de um estupro, ela acaba canalizando toda a raiva que sente pelo estuprador, na criança (algo muito comum nesse tipo de situação). Desesperada, a procura de um papel no cinema, sem ter treinamento na área, e com um bebê que não pára de chorar, tem um episódio psicótico e acaba matando a filha afogada.
Daisy, que creditava o fato de não conseguir um papel no cinema ao choro incessante da filha, se depara com a realidade quando mesmo sem ela, não consegue papeis. Isso, e somente isso, gera um sentimento de culpa que vai sendo aliviado com conversas e pedidos de perdão à filha morta, que vai crescendo na cabeça de Anna.
A partir de então, a culpa se torna tamanha que Anna se deixa levar por um caminho de degradação moral e física como forma de expiar a morte da filha. Mudando a forma de encarar a situação, Anna finalmente consegue realizar o sonho de ser atriz, estrelando um filme sobre sua vida. O que nos leva a pensar até que ponto o remorso, o sofrimento e a degradação moral eram reais ou apenas truques da mente de Anna para que ela conseguisse o que queria.
Vampiros de Almas
3.9 157Antes de comentar este filme, preciso resumir a história do terror como gênero do cinema para contextualizar melhor a situação:
* Década de 20 - na Alemanha foram feitos dois filmes que praticamente deram origem ao gênero: o expressionista O Gabinete do Dr. Caligari e Nosferatu, filmes que lidavam com o sobrenatural. Já nos EUA da metade da década, os filmes de terror eram feitos com base em deformidades físicas, como O Corcunda de Notre Dame e O Fantasma da Opera.
* Década de 30 - o som chega aos filmes. Estamos na década dos filmes de monstros. Entre os filmes mais importantes estão Drácula, Frankenstein, A Múmia e O Médico e o Monstro.
* Década de 40 - Com o sucesso de filmes como O Lobisomen, os estúdios criaram uma fórmula onde vários monstros apareciam juntos, Dracula, Frankenstein, a Múmia, etc...
* Década de 50 - Depois da 2ª Guerra Mundial, filmes de monstros deixaram de ter apelo ao público, o medo da energia atômica tomou conta das populações e isso foi refletido também no cinema produzido na década, que se caracterizou pela enorme quantidade de "B movies". Monstros frutos de experiências em laboratório, mutados pela energia nuclear e invações alienígenas. Foi a década das mutações gigante, enfim.
Invasion of the Body Snatchers, feito em 1956, está dentro da categoria de filmes que refletia o medo da energia nuclear, das mutações e das invasões alienígenas ao mesmo tempo.
No entando, ainda permanece a ideia de que o filme tenha várias mensagens políticas escondidas, refletindo o temor americano com o comunismo. Porém, deve-se apreciar as obras de arte pelo que elas são, não procurando significados inexistentes ou supostamente escondidos.
Essa paranóia da crítica, tanto literária quanto cinematográfica, de tentar achar alegorias ou metáforas por trás das coisas mais banais é ridícula. O que o autor quis dizer é totalmente irrelevante, o que importa é o que foi dito.
Chegando nesse ponto, devo dizer que o produtor do filme negou, inúmeras vezes, que tanto a obra cinematográfica quanto a peça que lhe deu origem, tenham qualquer significância política.
O filme é pura e simplesmente um thriller que reflete uma época na história americana onde a presença do tema nuclear estava presente. Nada mais.
Dente Canino
3.8 1,2K Assista AgoraTrata-se de uma análise sociológica que mostra que a forma pela qual vemos o mundo é fruto de experiências de troca. Para os três filhos criados isoladamente do mundo, o mundo é a casa onde vivem, ou seja, um microcosmos onde a realidade é aquilo que é permitido que seja real pelos pais.
Extremamente interessante do ponto de vista da sociologia e antropologia.
As atuações "robóticas" corroboram a forma pela qual as crianças aprenderam a se comunicar, através de fitas em um gravador. O ritmo do filme é perfeito.
A Estrangeira
4.2 66Vai demorar um pouco pra eu conseguir processar tudo o que esse filme me causou. Extremamente impactante e comovedor. Um retrato da opressão em que vive, ainda, a mulher de origem islâmica, sempre sob o jugo machista de uma sociedade patriarcal e falocêntrica.
O filme nos mostra, também, como os homens são pressionados pela própria sociedade da qual fazem parte, a serem o que são. É uma análise crua de uma situação bastante complicada.
Merece ir pra minha lista de favoritos.
O Processo
4.0 128 Assista AgoraAdaptar O Processo para o cinema demandou que Orson Welles fizesse algumas alterações pontuais na cronologia dos acontecimentos do livro de Kafka. Mas, deve-se levar em conta o fato de O Processo ser uma obra inacabada, ainda que contenha um capítulo que leve o romance ao fim. Portanto, algumas mudanças deviam ser feitas a fim de que o filme tivesse um sentido maior para o público que não leu o livro.
O Processo foi escrito entre 1914 e 1915 por um Kafka atormentado por problemas pessoais e enfrentando crises de criatividade e depressão, e não foi publicado senão dez anos após ter sido escrito, em 1925, após a morte de seu autor, por Max Brod, amigo de Kafka, que recebeu os manuscritos originais um ano antes de sua morte. Kafka, porém, havia advertido Max Brod que queimasse tudo o que ele havia escrito.
O grande problema na continuidade de O Processo, o livro, está no fato de que Kafka, ao escrever os capítulos, não os enumerou e deixou muitos inacabados.
Personagens que aparecem e desaparecem do nada são constantes no estilo kafkaniano, mas aqui os encontramos pela falta de motivação do autor em continuar escrevendo. Um dos melhores capítulos da obra, que envolve o comerciante Block, simplesmente acaba do nada, deixando o leitor na expectativa do que viria a se desenrolar. Max Brod, de posse dos manuscritos originais, então, tomou para si a tarefa de enumerar os capítulos, e publicou a obra quando considerou satisfatório o material existente e reunido.
A obra literária é composta de dez capítulos e normalmente segue a cronologia estabelecida por Brod. Orson Welles, no entando, reorganizou alguns desses capítulos e a ordem dos fatos para conseguir uma obra mais consistente, seguindo aquilo que algumas correntes da crítica literária consideram como a ordem mais correta.
Algumas cenas são extremamente fieis ao livro, como a que envolve o comerciante Block, outras podem deixar o espectador que não leu o livro bastante confuso. Numa análise geral, Orson Welles fez um bom trabalho na adaptação para o cinema de uma das melhores obras da literatura mundial contemporânea, apesar de ter – inexplicavelmente – alterado seu final.
Porém, a interpretação de Anthony Perkins deixa a desejar. Perkins oscila durante o filme, não conseguindo uma caracterização firme de Josef K., ainda que se considere que o personagem passa por diversas mudanças de personalidade conforme se desenvolvem os acontecimentos.
Aqui é o Meu Lugar
3.6 580 Assista Agora''Have you noticed how nobody works anymore, and everyone does something artistic?''
Aqui é o Meu Lugar
3.6 580 Assista AgoraFilme bem despretencioso, mas que acaba se tornando inesquecível por inúmeros pequenos detalhes. Sean Penn absolutamente monstro na interpretação desse híbrido entre Ozzy e Robert Smith. O roteiro, apesar de ter problemas em algumas áreas e quanto a alguns núcleos de personagens, consegue se firmar como uma peça sólida, graças às falas de Cheyenne. Quem diria que a mistura de um astro decadente e infantil do pop/rock com a caça a um criminoso nazista poderia resultar em um bom filme?
Aqui é o Meu Lugar
3.6 580 Assista Agora“We go from an age when we say ‘My life will be that’, to an age when we say ‘That’s life’.”
O Diário de uma Camareira
3.7 27 Assista AgoraBuñuel danadinho.
Tão Forte e Tão Perto
4.0 2,0K Assista AgoraTantas GPOY nesse filme.
O Espelho
4.3 264 Assista AgoraObra-prima do Tarkovsky.
Tudo em O Espelho é extremamente sensível: a belíssima fotografia, que consegue transmitir uma enorme gama de sentimentos numa imensidão de tonalidades; a sonoplastia, que faz com que pequenos sons, como as gotas da chuva que cai, se tornem protagonistas de certas cenas; a quietude dos momentos, onde falta diálogo, mas as palavras acabam por desnecessárias.
O Batedor de Carteiras
3.9 117As sutilezas do Bresson me deixam boquiaberto.
Fedora
3.9 32O livro foi feito com Marlene Dietrich em mente. Vou baixar por isto e porque gosto muito do trabalho do Wilder.
Núpcias Reais
3.6 34 Assista AgoraRoyal Wedding me parece um musical feito sob medida para capitalizar no sucesso de Easter Parade. O filme inteiro parece ser uma versão daquilo que já tinha sido feito. A ironia do destino está no fato de que Easter Parade teve como protagonistas Judy Garland e Fred Astaire.
Para Royal Wedding, M-G-M quis Ginger Rogers (como nos velhos tempos) para parceira de Astaire. Rogers não aceitou o papel, que então ficou com June Allyson, que por sua vez ficou grávida durante o período e não pode seguir com o filme, em consequência disto, o papel foi para Judy Garland, que acabou sendo demitida da M-G-M após Summer Stock, e o papel finalmente ficou com Jane Powell.
Réquiem para um Sonho
4.3 4,4K Assista AgoraEllen Burstyn ter perdido o Oscar pra Julia Roberts foi uma das incontáveis injustiças da Academia.
Vergonha
4.3 118Um dos filmes mais dolorosos de se assistir de toda filmografia do Bergman.
Quando um evento trágico termina, outro começa logo em seguida. Em um determinado ponto, como em uma morte dolorosa e agonizante, você pede pra que acabe logo porque você não suporta mais.
O Mundo da Fantasia
3.5 35A maioria dos grandes compositores da música americana ganharam musicais "semi-biográficos": Irving Berlin, Jerome Kern, Cole Porter, os irmãos Gershwin, etc. Alguns destes musicais serviam apenas como showcase das maravilhosas composições dos homenageados, outros tentaram criar uma biografia livremente baseada na verdade e com forte influência de ficção e outros tinham um roteiro construído em volta das composições, o que tinha como resultado alguns roteiros um tanto estranhos.
There's no Business Like Show Business (uma das canções-lema do ramo do espetáculo, faz parte de um musical de Irving Berlin chamado Annie Get Your Gun) é um dos melhores em seu gênero, pois não caiu na fórmula pronta de simplesmente montar os números musicias um atrás do outro, ao invés, temos a estória dos Donahue, uma família de vaudevillians que serve de pano de fundo para as canções.
A única crítica que me atrevo a fazer é quanto à escolha das músicas, Irving Berlin tinha algumas composições melhores que deveriam ter feito parte do filme.
Um Grito no Escuro
3.6 73O circo da imprensa em toda sua glória.
Tara Maldita
4.0 225A trilha sonora é totalmente anos 30. Orquestrações que eram usadas ainda na transição do cinema mudo para o cinema falado. Influência de música clássica.
Tara Maldita
4.0 225Ela me dá medo.
Shame
3.6 2,0K Assista AgoraO vício como tentativa de preenchimento de um vazio existencial de um personagem que aparentemente tem tudo, tratado de uma forma bastante sutil.
Luz de Inverno
4.3 173Essa sinopse não tem nada a ver com o filme.
Face a Face
4.2 131Uma crítica pesada à família como instituição. Bergman num surrealismo e metalinguagem impressionantes. Liv Ullmann mostrando por que era sua musa.
Eraserhead
3.9 922 Assista AgoraA interpretação de tudo na vida é subjetiva. Cada um vê aquilo que consegue ver e escuta aquilo que consegue escutar.
Daisy Diamond
3.9 127O cinema de algumas regiões da europa é sempre cru, visceral...ao ponto de parecer feito sob encomenda puramente para chocar o expectador. Mas não. Isso tudo é reflexo da realidade desses países. Mas como cinema, geralmente, é uma arte de escape à realidadde, podemos dizer que esses países estão se aproveitando de certa forma dessa realidade para lucrar (algo que acontece com o cinema brasileiro, que se tornou exportador oficial de filmes de bandido).
Em Daisy Diamond temos uma menina envolvida com drogas que sonha ser atriz. Engravidando de um estupro, ela acaba canalizando toda a raiva que sente pelo estuprador, na criança (algo muito comum nesse tipo de situação). Desesperada, a procura de um papel no cinema, sem ter treinamento na área, e com um bebê que não pára de chorar, tem um episódio psicótico e acaba matando a filha afogada.
Daisy, que creditava o fato de não conseguir um papel no cinema ao choro incessante da filha, se depara com a realidade quando mesmo sem ela, não consegue papeis. Isso, e somente isso, gera um sentimento de culpa que vai sendo aliviado com conversas e pedidos de perdão à filha morta, que vai crescendo na cabeça de Anna.
A partir de então, a culpa se torna tamanha que Anna se deixa levar por um caminho de degradação moral e física como forma de expiar a morte da filha. Mudando a forma de encarar a situação, Anna finalmente consegue realizar o sonho de ser atriz, estrelando um filme sobre sua vida. O que nos leva a pensar até que ponto o remorso, o sofrimento e a degradação moral eram reais ou apenas truques da mente de Anna para que ela conseguisse o que queria.