Um forma inovadora de tratar um assunto já explorado tantas vezes no cinema. O resultando é uma experiência impactante, angustiante e bastante original. Zona de Interesse é um drama que acaba sendo tão assustador quanto um filme de terror, pois aqui o horror é muito real, e o estudo do filme nos mostra o quão monstruosas e cruéis as pessoas podem ser, considerando um período de quase 100 anos atrás, ou os dias atuais. Se engana quem enxerga a discussão do filme apenas para o período do Holocausto, o próprio discurso de Glazer no Oscar já diz muito sobre isso.
É um filme bastante sugestivo e implícito e essa é a sua maior força, mas para muitas pessoas alguns assuntos ou cenas podem parecer soltos ou aleatórios. Se alguns conceitos fossem trabalhados de forma um pouco diferente, a experiência poderia ser superior.
Merecedor de todo reconhecimento que recebeu, Zona de Interesse me causou sensações que eu nunca tinha sentido, e ficou na minha cabeça por um bom tempo após finalizado. A sugestão aqui se alinha a qualidades sonoras e sensoriais de forma extremamente originais, trazendo uma discussão necessária para qualquer forma de sociedade humana.
Villeneuve entrega aqui tudo que prometeu com a preparação de terreno na primeira parte. Estou lendo o livro (ainda não terminei), e fiquei apaixonado pela originalidade e criatividade da construção de mundo, e esses dois filmes provam que Villeneuve era o diretor certo para trazer Duna para as telas de forma definitiva.
Tudo aqui é grandioso e é um dos maiores espetáculos visuais e sonoros que já vi no cinema (enriquecendo ainda mais o que já era destaque no primeiro filme). O roteiro guia as tramas de forma afiada e corrige o problema de ritmo do antecessor. Ainda senti falta de um maior aprofundamento humano na história, principalmente na conclusão do filme; é detalhe, mas acredito que se o roteiro se voltasse mais para esse lado também, iria apenas enriquecer a experiência e torná-la mais completa (usar como referência a trilogia Senhor dos Anéis é inevitável).
Aqui Duna se consolida como uma franquia de ação e ficção frenética, mas também muito original, um alívio para a fórmula Marvel que se desgastou de forma acelerada; a construção de mundo, de referências, da ação e dos personagens, tudo é emocionante e salta aos olhos. Essa 2a parte prova que a franquia ainda terá muito chão e muitas possibilidades no cinema, contanto que continue nas mãos da pessoa certa.
Acaba de nascer um novo clássico. Pobres Criaturas é uma experiência cinematográfica completa e irretocável. Uma história relativamente simples que se abre em tantas camadas e possibilidades de forma totalmente natural, fluída e orgânica.
Na mão de qualquer outro diretor esse filme poderia se tornar algo apelativo ou vulgar, mas a direção de Yorgos Lanthimos está tão afiada e desenvolvida, que a história de Bella Baxter se torna algo delicioso e bonito de acompanhar. O roteiro é perfeito: constrói a trama de forma fluída, os diálogos são afiadíssimos; fazia tempo que eu não ria tanto em uma sala de cinema, o humor é irreverente e muito inteligente. A mistura de humor, suspense e drama é algo singular nesse filme.
Quando falamos de criação de mundo, pouquíssimas vezes vi algo tão perfeito e bonito quanto aqui. A mistura de estilos e referências que cria algo totalmente original e novo, acompanhados de qualidades técnicas primorosas: design de produção, direção de arte, fotografia, ambientação, figurinos... Tudo é tão bem-feito que traz o êxito de tornar esse mundo fantasioso palpável, bonito e divertido.
E como cereja do bolo, de grande importância para o andamento da trama: as atuações. Todas estão ótimas, mas o destaque vai para Emma Stone: que trabalho incrível. Desde expressões faciais até a fisicalidade, Stone utiliza seu corpo para contar a história e cada detalhe da personagem vai se alterando de acordo com a evolução da trama. Ela está totalmente entregue a tudo que sua personagem exige aqui.
As expectativas estavam altas e foram supridas. Pobres Criaturas merece ficar marcado na história do cinema como um dos filmes mais irreverentes, diferentes, divertidos, inteligentes, polêmicos e bonitos já feitos.
Uma trama interessante e instigante, com uma boa fotografia e ótima ambientação, e gostei bastante da construção da personagem Sandie e da atuação de Anya Taylor-Joy (pelo menos até o 2o ato do filme).
No 3o ato, o desfecho da trama acaba dividindo minha opinião: gostei por seguir um caminho pouco óbvio e ter me surpreendido, mas também achei apressado e mal escrito, no sentido inclusive de subverter tudo que estava sendo construído desde o início, principalmente em relação aos melhores personagens da trama. A última cena deixa claro que o filme não sabe direito para onde quer seguir. Uma história com críticas sociais fortes e que poderia dizer algo de forma contudente se perde em suas premissas. Uma pena, pois aqui existe o foco em supreender e subverter, o que é feito com êxito, mas esquecem que todo o ideal dos personagens e da história é jogado fora. O longa acaba servindo como um ótimo passa tempo, mas desperdiça um grande potencial de dizer algo a mais.
Ótima adição à franquia. Não li o livro, mas é perceptível que apesar de já ser longo, alguns acontecimentos aqui ainda fica bem corridos e existia conteúdo para um filme de 3 horas, ou dividido em 2 partes, ao contrário de `A Esperança` que foi totalmente impactado negativamente pela sepração em 2 partes sem necessidade.
Achei o filme e a história ainda mais pesados do que a trilogia original. Os jogos aqui são mais ainda mais crus e brutos, além de toda a trama já ser bastante pautada em manipulação, violência e traições.
As partes musicais caem como uma luva no filme, complementam e dão significado à história, servem como um respiro para a constante tensão e são incrivelmente encenadas por Rachel Zegler. Quem está reclamando disso com certeza passou longe de entender as referências poéticas da história e a relação com o próprio título do filme. São 3 músicas durante todo o filme pessoal, não é nada demais.
O roteiro está bem afiado e escrito, imprime um bom ritmo para a trama e a direção de Lawrence é bem consistente. As atuações estão ótimas, Viola Davis incorpora uma vilã imponente e sem escrúpulos. Se ainda há gás para explorar mais desse universo, ficam dúvidas. Mas 'A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes' é um ótimo filme por si só e justifica a própria existência.
Que continuação horrível, reviveram a trama original 10 anos depois para fazer uma sequência de vergonhas alheias como essa. Tinha visto algumas críticas negativas, mas pegando uma referência dos ótimos 2 primeiros filmes, não imaginava que iria me frustar tanto. Tudo que fazia dos 2 primeiros filmes bons não está presente aqui, a direção de Patrick Wilson carece do mínimo de personalidade, não imprime ritmo e não consegue criar nenhuma cena assustadora e impactante; a ótima e bem amarrada trama do segundo filme se perde em uma história rasa, totalmente sem sentido e nexo e cheia de informações e pretextos simplesmente jogados ao ar, com personagens totalmente apáticos e sem vida. Uma das sequências mais sem propósito e sentido que já vi no cinema, prefiro continuar apenas com os 2 primeiros filmes na memória e esquecer que esse existe.
Uma grande surpresa, Greta Gerwig entrega muito além do que se esperava inicialmente de um projeto cinematográfico da Barbie e desenvolve uma crítica audaciosa e bastante cínica em relação ao papéis do homem e da mulher na sociedade. Como sátira e crítica social, nota 10. Já como cinema e desenvolvimento de história, alguns pontos de melhoria são bem notáveis; uns 10 minutos a mais fariam muito bem ao filme, já que senti alguns pontos importantes da história bastante corridos e mal desenvolvidos. De qualquer forma, o timing cômico é tão perfeito e o deboche é tão grande na retratação das situações, que é difícil segurar as gargalhadas durante as quase 2 horas de projeção. O filme é cheio de sacadas afiadíssimas, entretém até o último segundo e sabe muito bem aonde quer chegar. Um sucesso instantâneo e que com certeza irá ditar algumas tendências no cinema para os próximos anos.
Não apresenta nenhuma grande novidade, o que não é uma falha para uma franquia bem consolidada em cima de uma identidade bem clara e objetiva e que nunca decepcionou. Dito isso, uma excelente continuação. Muito atual e relevante por trazer a IA como vilã, são mais de duas horas e meia de duração que não se sente passar graças ao dinamismo do roteiro e as cenas de ação incrivelmente bem filmadas e desenvolvidas, que intercalam com a trama e com os momentos cômicos em timings perfeitos. A trama é fluída e lida muito bem com a separação em 2 partes, dando o gosto de quero mais no final.
A sensação de 'eu já vi isso antes' ainda é muito presente, e nessa continuação há uma clara inspiração e quase 'cópia' de Pânico 2, assim como o filme anterior tinha uma clara inspiração no filme original. E mesmo assim, sai muito satisfeito do cinema, inclusive muito mais do que com Panico de 2022. A fórmula é a mesma, mas é executada da melhor forma possível, e Pânico 6 acaba se mostrando uma excelente adição à franquia e entrega tudo o que esperamos quando vamos ver um filme de slasher. Aqui a trama é agil, divertida, cheia de mistério, suspense, ação, prende a atenção e sabe brincar muito bem com as expectativas e com as despistadas para a identidade do assassino. Estava bem descrente com essa continuação pela agilidade em que ela foi produzida, e também por não ser um grande fã do filme do ano passado, mas acabei me surpreendendo. Apesar dos furos de roteiro e conveniências, que são padrão de toda a franquia, Pânico 6 entrega com eficácia o que se espera de um filme de terror pipoca e injeta energia e sobrevida para a franquia.
O filme ficou por mais tempo na minha mente do que eu imaginava, e também se mostrou mais complexo do que eu imaginava. Fazia tempo que não via um filme que realmente me desafiava em relação a sua temática e aos seus significados.
Ao mesmo tempo, não posso dizer que gostei de tudo porque o longa realmente é uma viagem em todos os sentidos, e não tem medo de ser incorreto. Por mais que muitas cenas possam desagradar muita gente, o que não se poder negar é que é um filme extremamente original, corajoso, irreverente e diferente de tudo o que já foi feito.
É um filme que mergulha nas mais radicais mudanças da geração atual e brinca com as possibilidades e com as tendências para os próximos anos de forma muito original, e se alguém que acha que isso não é um grande potencial para virar um grande clássico, lembrem-se o que 2001: Uma Odisséia no Espaço e Matrix fizeram na época dos seus lançamentos.
Por esses motivos, acredito que Tudo em Todo Lugar pode virar um dos maiores clássicos do cinema moderno, e requer tempo e diversas análises para cair no entendimento do público geral. O título é literal e é um filme que propõe que absolutamente tudo está em todo lugar ao mesmo tempo. E nada é mais atual e tem mais a ver com a sociedade moderna e futura do que isso. É o mundo que estamos começando a viver, e acredito que é um filme difícil de ser entendido e compreendido hoje, mas que isso tende a mudar com o passar dos anos. Com certeza preciso ver de novo para entender todas as referências e significados, e no meio de uma crise de originalidade e inovação no cinema, isso já soa como alívio.
Uma continuação coerente para o primeiro filme e uma experiencia cinematográfica bem desenvolvida, em que longos 190 minutos passam de forma despercebida, o que comprova a eficácia de James Cameron em dar vida para uma história, por mais simples que ela seja. E no caso do segundo Avatar, bota simples nisso. No primeiro filme já fica claro que a proposta de Avatar não é inovar no roteiro e na trama, mas com 13 anos de intervalo entre os filmes, pensar em algo minimamente mais desenvolvido do que foi proposto aqui era o básico. Como o roteiro é bem escrito, o longa prende a atenção e entretem, mas me incomoda o nível de simplicidade e previsibilidade da história dessa continuação, sendo ainda mais convencional do que o antecessor. Uma pena, porque aqui estamos falando de um espetáculo cinematográfico em termos visuais e sonoros; efeitos visuais impressionantes, design de produção lindíssimo, trilha sonora fantástica e fotografia de encher os olhos. A apresentação dos oceanos de Pandora e a exploração da relação dos Na`Vi com o planeta e o seu habitat são muito bem desenvolvidas e de uma beleza ímpar; de longe, a melhor parte do filme. Há muito o que se admirar aqui e inclusive o roteiro sabe desenvolver bem a trama que lhe foi imposta. Entretanto, se houvesse um pouco mais de esforço para justificar a proposta dessa continuação como foi feito em T2 ou Aliens: O Resgate, estaríamos falando de mais um filme histórico para o currículo de Cameron. Ao menos, como diretor, aqui ele continua em ótima forma.
Uma decepção após o incrível primeiro filme e os trailers que estavam prometendo tanto. Não é um filme ruim, mas é bem esquecível e convencional. Os maiores destaques ficam para as homenagens a Chadwick Boseman, e a forma como o filme se dispõe a tratar de temas mais sensíveis e emocionais. O roteiro aqui é problemático e cheio de conveniências, trazendo uma trama com alguns furos e que sofre com várias empacadas no ritmo, o que também prejudica o filme, já que aqui não há conteúdo o suficiente para mais de 2 horas e meia de duração. De resto, é a Marvel fazendo o mesmo que já fez inúmeras vezes sem arriscar muito, com uma história bem previsível e padrão. Não é uma má continuação, mas está bem aquém do primeiro Pantera Negra.
Execução tão interessante para uma conclusão um tanto decepcionante. Já vi na internet que neste filme `a jornada é muito mais importante e interessante do que o destino`, e não poderia concordar mais, entretanto na minha visão isso se enquadra como um defeito no novo filme de Jordan Peele, e não uma qualidade, onde temos um 1o e 2o atos muito interessantes e envolventes, e um 3o ato decepcionante e cheio de furos e conveniências. Na minha visão, o diretor se perdeu em suas ideias e não houve um real interesse em finalizar a trama de maneira coerente. Há muito o que se valorizar aqui e é um filme com muitas qualidades. A direção de Peele e seus enquadramentos mostram que ele ainda domina muito a arte de dirigir uma trama e contar uma história; a trilha sonora é original e instigante e o roteiro sabe como estabelecer as peças do mistério, assim como traz muitas ideias interessantes de homenagem e referencias a história do cinema. Entretanto, assim como em Nós, na hora de envelopar e trazer uma conclusão a altura do que foi mostrado até então, o roteiro de Peele se perde em suas próprias ideias e deixa um gosto amargo no final. Infelizmente ele ainda não conseguiu chegar ao nível da sua primeira obra de 2017, onde ele claramente sabia onde queria chegar com o seu filme e o que queria mostrar ao público. Por enquanto ainda ficamos com boas ideias e uma ótima execução que se perdem em suas conclusões.
Uma das grandes surpresas desse ano, que saudades que eu estava de assistir algo original e diferente no cinema. Trem-Bala é um filme muito divertido e com um ótimo timing cômico, essa é a sua principal proposta e isso fica muito claro desde as primeiras cenas. O roteiro é inteligente, bem amarrado e sagaz, e mesmo no ato final quando opta por alguns caminhos meio questionáveis, a proposta de despretensão do filme já está tão bem definida que fica muito claro que ali é só se deixar levar até pelos absurdos propostos para a conclusão da trama. As fortes referencias a Tarantino ficam muito claras durante todo o filme, e mesmo que aqui ainda não chegue no nível das melhores obras do mesmo, chega perto. Cheio de humor ácido de bom-gosto e refinado e cenas de ação violentas e muito estilizadas, mesmo com alguns deslizes, o saldo final de Trem-Bala é muito positivo e vale a ida ao cinema.
Não entendi até agora o hype em cima dessa continuação; reboot. Achei o filme ok, prendeu minha atenção, mas não vi nada muito além do que foi feito nas outras continuações (com exceção do péssimo 3o filme).
Esse filme de 2022 faz o necessário para agradar os fãs e não ser uma má continuação, mas também não faz nada além disso. Usa a mesma metalinguagem utilizada desde o 1o filme, sem nenhuma grande novidade, o que pode ter funcionado muito em 1996, mas hoje já é bem previsível e clichê. Achei a revelação final decepcionante também, e apesar de ter um desenvolvimento de história melhor, achei que esse filme joga muito no lugar seguro e não tenta nada de diferente, caracteristica encontrada no 4o filme, principalmente na cena de abertura e na revelação do assassino.
Quanto as qualidades, gostei bastante das atuações geral do elenco (veteranos e novatos), assim como gostei do foco mais no suspense e no terror e menos no humor e nas piadas fora de hora. Com suas qualidades e defeitos, esse Panico é uma continuação ok, mas achei que faltou sair do lugar comum e trazer algo de novo para justificar sua existência e novas continuações.
É um dos filmes mais belos que já vi, tanto no sentido visual quanto sonoro. Todos os aspectos técnicos do filme são excelentes, e a direção de Villeneuve é fantástica, pois reune e conduz todas essas qualidades de forma primorosa, trazendo para Duna uma criação de mundo e uma identidade visual e sonora realmente impressionantes e únicas. Já quando falamos do roteiro, aí está o principal problema do filme. Ele não é ruim, e inclusive conduz a trama do filme de forma bastante interessante e bem amarrada, prendendo a atenção até o final. Entretanto, como o filme trata apenas da primeira parte do livro, fica a impressão de algo inflado e de um filme que poderia ter uns 20 minutos a menos. Como os personagens não são muito bem aprofundados (esse é o principal problema), no final a trama fica um pouco cansativa, justamente pois não sentirmos muita empatia pelos personagens, e pela história começar a não sair do mesmo lugar. Mesmo com esse ponto bastante negativo, que impede o filme de se tornar um novo clássico, Duna ainda sim tem muitas qualidades e é uma das junções mais belas que já vi no cinema de qualidades visuais e sonoras impressionantes.
Bem-feito e com uma tensão sufocante e instigante, mas infelizmente aquém do primeiro, e se continuarem seguindo no mesmo caminho, o 3o filme já trará uma fórmula bem desgastada e repetitiva. Algumas cenas são bem impressionantes e bem-feitas, e todos envolvidos no projeto parecem estar bastante comprados com o objetivo dessa continuação, inclusive o elenco que está excelente, mas ao chegar no final fica evidente o objetivo caça-níquel desse filme, quando a história para exatamente no mesmo lugar do original, sem mostrar que realmente veio a serviço de uma "evolução" do universo criado anteriormente. Acredito que os filmes dessa franquia devem continuar com uma trama simples e objetiva, mas serem tão bem-feitos e instigantes que se tornam diferenciados, assim como foi o primeiro, e nesse sentido esse segundo filme também acerta. Mas senti um 3o ato bastante inflado e que deixa bem claro que estão tentando esticar a fórmula o máximo possível sem novas ideias, o que nenhuma execução, por melhor que seja, salva.
Que decepção. Sou um grande fã de Nolan e alguns filmes dele constam na minha lista de favoritos. Acredito que ele sempre teve um jeito muito diferenciado de fazer blockbusters de ação, e a sua ideia sempre foi trazer ideias complexas e inteligentes para o grande público, apesar de muita gente esperar que os filmes dele se comportem como filmes cult, o que nunca foi a intenção dele. Infelizmente em Tenet ele perdeu a mão da fórmula, com um filme confuso, chato e esquecível. Ainda existem algumas boas ideias no meio da história, assim como tem boas qualidades técnicas, mas no geral a história não prende a atenção e é desinteressante. É uma complicação desnecessária de uma ideia que não é tão original quanto acredita ser, e a falta de aprofundamento e de empatia dos personagens acaba piorando ainda mais a imersão na trama.
Também não entendi todo o hate em cima do filme. Talvez fosse a expectativa muito alta, pois o filme não é perfeito e tem falhas, principalmente na execução de algumas cenas muito forçadas, que tornam o filme meio cansativo de vez em quando. Por outro lado, é uma história interessante e conseguiu prender minha atenção; trata de assuntos importantes e relevantes de nossa sociedade e que a maioria da pessoas prefere ignorar. Gostei das duas atuações principais, principalmente da Glenn Close. Amy Adams está ótima, mas a personagem dela é tão problemática e odiável, que tive dificuldade em simpatizar com ela durante todo o filme (aí já achei que é um grande problema de roteiro).
Infelizmente muito aquém do antecessor. Confesso que não sou um grande fã do primeiro filme, mas sou do segundo, que acredito que entra facilmente na lista de melhores continuações do cinema, pois acertou em cheio em repetir os acertos do primeiro, torná-los melhores, e ainda expandir de maneira muito interessante o universo e a trama, esta que estava em primeiro lugar e as sequencias de ação como consequência dela. Mas parece que aqui acharam que o sucesso do 2o filme foi apenas devido as cenas de ação engenhosas, e a violência exagerada; isso de fato conseguiram repetir, mas esqueceram que as vezes menos é mais. O roteiro é muito fraco e cheio de furos e conveniências até o último segundo, e mesmo as sequencias de ação ainda sendo bastante estilosas e bem coreografadas, são tão repetitivas e longas que no terceiro ato se tornam chatas. Esse terceiro capitulo acaba sendo um desperdício. O filme ainda tem uma estética bem interessante e sequencias de ação impressionantes, mas o roteiro fraco e a falta de historia acabam tornando o longa enfadonho.
Extremamente necessário e importante como um estudo social, principalmente no momento delicado em que vivemos. Esse filme é uma alegoria inteligente e bem construída de referencias, críticas, reflexões e meta-linguagens. Logo na primeira cena, já se percebe que a ideia é genial e muito bem construída. Felizmente O Poço não se perde, e até seu ato final, fantástico diga-se por sinal, ainda abre margem para inúmeras e complexas discussões. Apesar de alguns pontos de execução que valem algumas ressalvas, principalmente pela violência extrema que foge da proposta do filme em algumas cenas, sem dúvidas é uma das melhores surpresas do ano, e uma aposta certeira da Netflix. Gosto de filmes que tem muito a dizer e não têm medo de sua própria identidade, e O Poço é exatamente isso.
Um olhar diferente e original a respeito de um tema já explorado inúmeras vezes no cinema. Abordando o tema da 2a Guerra de uma forma que poderia dar muito errado, graças a um controle fantástico de narrativa e um roteiro muito bem escrito, Jojo Rabbit acaba acertando e é um filme emocionante e engraçado. Um filme que traz uma maneira única de tratar um tema pesado de forma leve e sutil, abordando todos horrores da Segunda Guerra e ainda fazendo rir com algumas sátiras hilárias (do que me lembro, o último filme que conseguiu fazer algo parecido e com o mesmo êxito foi A Vida é Bela). E vale ressaltar que Scarlett Johansson mereceu a dupla indicação ao Oscar neste ano.
Ótimo filme investigativo de suspense. Subverte todas as expectativas já na primeira meia hora, e deixa o espectador totalmente sem ideia de como a história irá continuar, se apoiando em várias reviravoltas inteligentes e surpreendentes, e um roteiro muito bem escrito que sabe lidar com todas essas reviravoltas e surpresas. Para completar, ainda temos ótimas atuações e um excelente design de produção, que traduz perfeitamente o equilíbrio do filme entre suspense e um humor negro afinado que quebra o peso da trama de forma inteligente. Para quem é fã de suspenses bem escritos e inteligentes, uma ótima opção. Um dos melhores filmes pipoca de 2019.
Impressionante quando analisado no sentido técnico. Concordo que merece levar muitos Oscars nessas categorias; A fotografia é belíssima e surpreende por si só em algumas cenas; A trilha sonora complementa bem o filme e a direção de Sam Mendes é firme e extremamente apurada, o que acaba tornando 1917 um conjunto de características visuais e sonoras impressionantes. Como filme por completo, achei que acabou faltando algo. O roteiro, quando analisado por si só, é muito simples e convencional, o que neste caso acabou tirando um pouco o brilho do resultado final Vale assistir no cinema e é impressionante em alguns pontos, mas faltou a 1917 uma trama e uma história mais marcantes. Ótimo filme, mas dentre os candidatos a Oscar de Melhor Filme, temos algumas opções mais interessantes como filme no geral e não apenas como qualidades técnicas.
Zona de Interesse
3.6 569 Assista AgoraUm forma inovadora de tratar um assunto já explorado tantas vezes no cinema. O resultando é uma experiência impactante, angustiante e bastante original. Zona de Interesse é um drama que acaba sendo tão assustador quanto um filme de terror, pois aqui o horror é muito real, e o estudo do filme nos mostra o quão monstruosas e cruéis as pessoas podem ser, considerando um período de quase 100 anos atrás, ou os dias atuais. Se engana quem enxerga a discussão do filme apenas para o período do Holocausto, o próprio discurso de Glazer no Oscar já diz muito sobre isso.
É um filme bastante sugestivo e implícito e essa é a sua maior força, mas para muitas pessoas alguns assuntos ou cenas podem parecer soltos ou aleatórios. Se alguns conceitos fossem trabalhados de forma um pouco diferente, a experiência poderia ser superior.
Merecedor de todo reconhecimento que recebeu, Zona de Interesse me causou sensações que eu nunca tinha sentido, e ficou na minha cabeça por um bom tempo após finalizado. A sugestão aqui se alinha a qualidades sonoras e sensoriais de forma extremamente originais, trazendo uma discussão necessária para qualquer forma de sociedade humana.
Duna: Parte 2
4.4 585Villeneuve entrega aqui tudo que prometeu com a preparação de terreno na primeira parte. Estou lendo o livro (ainda não terminei), e fiquei apaixonado pela originalidade e criatividade da construção de mundo, e esses dois filmes provam que Villeneuve era o diretor certo para trazer Duna para as telas de forma definitiva.
Tudo aqui é grandioso e é um dos maiores espetáculos visuais e sonoros que já vi no cinema (enriquecendo ainda mais o que já era destaque no primeiro filme). O roteiro guia as tramas de forma afiada e corrige o problema de ritmo do antecessor. Ainda senti falta de um maior aprofundamento humano na história, principalmente na conclusão do filme; é detalhe, mas acredito que se o roteiro se voltasse mais para esse lado também, iria apenas enriquecer a experiência e torná-la mais completa (usar como referência a trilogia Senhor dos Anéis é inevitável).
Aqui Duna se consolida como uma franquia de ação e ficção frenética, mas também muito original, um alívio para a fórmula Marvel que se desgastou de forma acelerada; a construção de mundo, de referências, da ação e dos personagens, tudo é emocionante e salta aos olhos. Essa 2a parte prova que a franquia ainda terá muito chão e muitas possibilidades no cinema, contanto que continue nas mãos da pessoa certa.
Pobres Criaturas
4.2 1,1K Assista AgoraAcaba de nascer um novo clássico. Pobres Criaturas é uma experiência cinematográfica completa e irretocável. Uma história relativamente simples que se abre em tantas camadas e possibilidades de forma totalmente natural, fluída e orgânica.
Na mão de qualquer outro diretor esse filme poderia se tornar algo apelativo ou vulgar, mas a direção de Yorgos Lanthimos está tão afiada e desenvolvida, que a história de Bella Baxter se torna algo delicioso e bonito de acompanhar. O roteiro é perfeito: constrói a trama de forma fluída, os diálogos são afiadíssimos; fazia tempo que eu não ria tanto em uma sala de cinema, o humor é irreverente e muito inteligente. A mistura de humor, suspense e drama é algo singular nesse filme.
Quando falamos de criação de mundo, pouquíssimas vezes vi algo tão perfeito e bonito quanto aqui. A mistura de estilos e referências que cria algo totalmente original e novo, acompanhados de qualidades técnicas primorosas: design de produção, direção de arte, fotografia, ambientação, figurinos... Tudo é tão bem-feito que traz o êxito de tornar esse mundo fantasioso palpável, bonito e divertido.
E como cereja do bolo, de grande importância para o andamento da trama: as atuações. Todas estão ótimas, mas o destaque vai para Emma Stone: que trabalho incrível. Desde expressões faciais até a fisicalidade, Stone utiliza seu corpo para contar a história e cada detalhe da personagem vai se alterando de acordo com a evolução da trama. Ela está totalmente entregue a tudo que sua personagem exige aqui.
As expectativas estavam altas e foram supridas. Pobres Criaturas merece ficar marcado na história do cinema como um dos filmes mais irreverentes, diferentes, divertidos, inteligentes, polêmicos e bonitos já feitos.
Noite Passada em Soho
3.6 726 Assista AgoraUma trama interessante e instigante, com uma boa fotografia e ótima ambientação, e gostei bastante da construção da personagem Sandie e da atuação de Anya Taylor-Joy (pelo menos até o 2o ato do filme).
No 3o ato, o desfecho da trama acaba dividindo minha opinião: gostei por seguir um caminho pouco óbvio e ter me surpreendido, mas também achei apressado e mal escrito, no sentido inclusive de subverter tudo que estava sendo construído desde o início, principalmente em relação aos melhores personagens da trama. A última cena deixa claro que o filme não sabe direito para onde quer seguir. Uma história com críticas sociais fortes e que poderia dizer algo de forma contudente se perde em suas premissas. Uma pena, pois aqui existe o foco em supreender e subverter, o que é feito com êxito, mas esquecem que todo o ideal dos personagens e da história é jogado fora. O longa acaba servindo como um ótimo passa tempo, mas desperdiça um grande potencial de dizer algo a mais.
Jogos Vorazes: A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes
3.7 342 Assista AgoraÓtima adição à franquia. Não li o livro, mas é perceptível que apesar de já ser longo, alguns acontecimentos aqui ainda fica bem corridos e existia conteúdo para um filme de 3 horas, ou dividido em 2 partes, ao contrário de `A Esperança` que foi totalmente impactado negativamente pela sepração em 2 partes sem necessidade.
Achei o filme e a história ainda mais pesados do que a trilogia original. Os jogos aqui são mais ainda mais crus e brutos, além de toda a trama já ser bastante pautada em manipulação, violência e traições.
As partes musicais caem como uma luva no filme, complementam e dão significado à história, servem como um respiro para a constante tensão e são incrivelmente encenadas por Rachel Zegler. Quem está reclamando disso com certeza passou longe de entender as referências poéticas da história e a relação com o próprio título do filme. São 3 músicas durante todo o filme pessoal, não é nada demais.
O roteiro está bem afiado e escrito, imprime um bom ritmo para a trama e a direção de Lawrence é bem consistente. As atuações estão ótimas, Viola Davis incorpora uma vilã imponente e sem escrúpulos. Se ainda há gás para explorar mais desse universo, ficam dúvidas. Mas 'A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes' é um ótimo filme por si só e justifica a própria existência.
Sobrenatural: A Porta Vermelha
2.6 311 Assista AgoraQue continuação horrível, reviveram a trama original 10 anos depois para fazer uma sequência de vergonhas alheias como essa. Tinha visto algumas críticas negativas, mas pegando uma referência dos ótimos 2 primeiros filmes, não imaginava que iria me frustar tanto.
Tudo que fazia dos 2 primeiros filmes bons não está presente aqui, a direção de Patrick Wilson carece do mínimo de personalidade, não imprime ritmo e não consegue criar nenhuma cena assustadora e impactante; a ótima e bem amarrada trama do segundo filme se perde em uma história rasa, totalmente sem sentido e nexo e cheia de informações e pretextos simplesmente jogados ao ar, com personagens totalmente apáticos e sem vida.
Uma das sequências mais sem propósito e sentido que já vi no cinema, prefiro continuar apenas com os 2 primeiros filmes na memória e esquecer que esse existe.
Barbie
3.9 1,6K Assista AgoraUma grande surpresa, Greta Gerwig entrega muito além do que se esperava inicialmente de um projeto cinematográfico da Barbie e desenvolve uma crítica audaciosa e bastante cínica em relação ao papéis do homem e da mulher na sociedade.
Como sátira e crítica social, nota 10. Já como cinema e desenvolvimento de história, alguns pontos de melhoria são bem notáveis; uns 10 minutos a mais fariam muito bem ao filme, já que senti alguns pontos importantes da história bastante corridos e mal desenvolvidos.
De qualquer forma, o timing cômico é tão perfeito e o deboche é tão grande na retratação das situações, que é difícil segurar as gargalhadas durante as quase 2 horas de projeção. O filme é cheio de sacadas afiadíssimas, entretém até o último segundo e sabe muito bem aonde quer chegar. Um sucesso instantâneo e que com certeza irá ditar algumas tendências no cinema para os próximos anos.
Missão: Impossível 7 - Acerto De Contas - Parte 1
3.9 392 Assista AgoraNão apresenta nenhuma grande novidade, o que não é uma falha para uma franquia bem consolidada em cima de uma identidade bem clara e objetiva e que nunca decepcionou.
Dito isso, uma excelente continuação. Muito atual e relevante por trazer a IA como vilã, são mais de duas horas e meia de duração que não se sente passar graças ao dinamismo do roteiro e as cenas de ação incrivelmente bem filmadas e desenvolvidas, que intercalam com a trama e com os momentos cômicos em timings perfeitos. A trama é fluída e lida muito bem com a separação em 2 partes, dando o gosto de quero mais no final.
Pânico VI
3.5 795A sensação de 'eu já vi isso antes' ainda é muito presente, e nessa continuação há uma clara inspiração e quase 'cópia' de Pânico 2, assim como o filme anterior tinha uma clara inspiração no filme original.
E mesmo assim, sai muito satisfeito do cinema, inclusive muito mais do que com Panico de 2022. A fórmula é a mesma, mas é executada da melhor forma possível, e Pânico 6 acaba se mostrando uma excelente adição à franquia e entrega tudo o que esperamos quando vamos ver um filme de slasher. Aqui a trama é agil, divertida, cheia de mistério, suspense, ação, prende a atenção e sabe brincar muito bem com as expectativas e com as despistadas para a identidade do assassino.
Estava bem descrente com essa continuação pela agilidade em que ela foi produzida, e também por não ser um grande fã do filme do ano passado, mas acabei me surpreendendo. Apesar dos furos de roteiro e conveniências, que são padrão de toda a franquia, Pânico 6 entrega com eficácia o que se espera de um filme de terror pipoca e injeta energia e sobrevida para a franquia.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraO filme ficou por mais tempo na minha mente do que eu imaginava, e também se mostrou mais complexo do que eu imaginava. Fazia tempo que não via um filme que realmente me desafiava em relação a sua temática e aos seus significados.
Ao mesmo tempo, não posso dizer que gostei de tudo porque o longa realmente é uma viagem em todos os sentidos, e não tem medo de ser incorreto. Por mais que muitas cenas possam desagradar muita gente, o que não se poder negar é que é um filme extremamente original, corajoso, irreverente e diferente de tudo o que já foi feito.
É um filme que mergulha nas mais radicais mudanças da geração atual e brinca com as possibilidades e com as tendências para os próximos anos de forma muito original, e se alguém que acha que isso não é um grande potencial para virar um grande clássico, lembrem-se o que 2001: Uma Odisséia no Espaço e Matrix fizeram na época dos seus lançamentos.
Por esses motivos, acredito que Tudo em Todo Lugar pode virar um dos maiores clássicos do cinema moderno, e requer tempo e diversas análises para cair no entendimento do público geral. O título é literal e é um filme que propõe que absolutamente tudo está em todo lugar ao mesmo tempo. E nada é mais atual e tem mais a ver com a sociedade moderna e futura do que isso. É o mundo que estamos começando a viver, e acredito que é um filme difícil de ser entendido e compreendido hoje, mas que isso tende a mudar com o passar dos anos. Com certeza preciso ver de novo para entender todas as referências e significados, e no meio de uma crise de originalidade e inovação no cinema, isso já soa como alívio.
Avatar: O Caminho da Água
3.9 1,3K Assista AgoraUma continuação coerente para o primeiro filme e uma experiencia cinematográfica bem desenvolvida, em que longos 190 minutos passam de forma despercebida, o que comprova a eficácia de James Cameron em dar vida para uma história, por mais simples que ela seja. E no caso do segundo Avatar, bota simples nisso.
No primeiro filme já fica claro que a proposta de Avatar não é inovar no roteiro e na trama, mas com 13 anos de intervalo entre os filmes, pensar em algo minimamente mais desenvolvido do que foi proposto aqui era o básico. Como o roteiro é bem escrito, o longa prende a atenção e entretem, mas me incomoda o nível de simplicidade e previsibilidade da história dessa continuação, sendo ainda mais convencional do que o antecessor.
Uma pena, porque aqui estamos falando de um espetáculo cinematográfico em termos visuais e sonoros; efeitos visuais impressionantes, design de produção lindíssimo, trilha sonora fantástica e fotografia de encher os olhos. A apresentação dos oceanos de Pandora e a exploração da relação dos Na`Vi com o planeta e o seu habitat são muito bem desenvolvidas e de uma beleza ímpar; de longe, a melhor parte do filme.
Há muito o que se admirar aqui e inclusive o roteiro sabe desenvolver bem a trama que lhe foi imposta. Entretanto, se houvesse um pouco mais de esforço para justificar a proposta dessa continuação como foi feito em T2 ou Aliens: O Resgate, estaríamos falando de mais um filme histórico para o currículo de Cameron. Ao menos, como diretor, aqui ele continua em ótima forma.
Pantera Negra: Wakanda Para Sempre
3.5 799 Assista AgoraUma decepção após o incrível primeiro filme e os trailers que estavam prometendo tanto. Não é um filme ruim, mas é bem esquecível e convencional. Os maiores destaques ficam para as homenagens a Chadwick Boseman, e a forma como o filme se dispõe a tratar de temas mais sensíveis e emocionais.
O roteiro aqui é problemático e cheio de conveniências, trazendo uma trama com alguns furos e que sofre com várias empacadas no ritmo, o que também prejudica o filme, já que aqui não há conteúdo o suficiente para mais de 2 horas e meia de duração.
De resto, é a Marvel fazendo o mesmo que já fez inúmeras vezes sem arriscar muito, com uma história bem previsível e padrão. Não é uma má continuação, mas está bem aquém do primeiro Pantera Negra.
Não! Não Olhe!
3.5 1,3K Assista AgoraExecução tão interessante para uma conclusão um tanto decepcionante. Já vi na internet que neste filme `a jornada é muito mais importante e interessante do que o destino`, e não poderia concordar mais, entretanto na minha visão isso se enquadra como um defeito no novo filme de Jordan Peele, e não uma qualidade, onde temos um 1o e 2o atos muito interessantes e envolventes, e um 3o ato decepcionante e cheio de furos e conveniências. Na minha visão, o diretor se perdeu em suas ideias e não houve um real interesse em finalizar a trama de maneira coerente.
Há muito o que se valorizar aqui e é um filme com muitas qualidades. A direção de Peele e seus enquadramentos mostram que ele ainda domina muito a arte de dirigir uma trama e contar uma história; a trilha sonora é original e instigante e o roteiro sabe como estabelecer as peças do mistério, assim como traz muitas ideias interessantes de homenagem e referencias a história do cinema.
Entretanto, assim como em Nós, na hora de envelopar e trazer uma conclusão a altura do que foi mostrado até então, o roteiro de Peele se perde em suas próprias ideias e deixa um gosto amargo no final. Infelizmente ele ainda não conseguiu chegar ao nível da sua primeira obra de 2017, onde ele claramente sabia onde queria chegar com o seu filme e o que queria mostrar ao público. Por enquanto ainda ficamos com boas ideias e uma ótima execução que se perdem em suas conclusões.
Trem-Bala
3.6 573 Assista AgoraUma das grandes surpresas desse ano, que saudades que eu estava de assistir algo original e diferente no cinema. Trem-Bala é um filme muito divertido e com um ótimo timing cômico, essa é a sua principal proposta e isso fica muito claro desde as primeiras cenas. O roteiro é inteligente, bem amarrado e sagaz, e mesmo no ato final quando opta por alguns caminhos meio questionáveis, a proposta de despretensão do filme já está tão bem definida que fica muito claro que ali é só se deixar levar até pelos absurdos propostos para a conclusão da trama.
As fortes referencias a Tarantino ficam muito claras durante todo o filme, e mesmo que aqui ainda não chegue no nível das melhores obras do mesmo, chega perto. Cheio de humor ácido de bom-gosto e refinado e cenas de ação violentas e muito estilizadas, mesmo com alguns deslizes, o saldo final de Trem-Bala é muito positivo e vale a ida ao cinema.
Pânico
3.4 1,1K Assista AgoraNão entendi até agora o hype em cima dessa continuação; reboot. Achei o filme ok, prendeu minha atenção, mas não vi nada muito além do que foi feito nas outras continuações (com exceção do péssimo 3o filme).
Esse filme de 2022 faz o necessário para agradar os fãs e não ser uma má continuação, mas também não faz nada além disso. Usa a mesma metalinguagem utilizada desde o 1o filme, sem nenhuma grande novidade, o que pode ter funcionado muito em 1996, mas hoje já é bem previsível e clichê. Achei a revelação final decepcionante também, e apesar de ter um desenvolvimento de história melhor, achei que esse filme joga muito no lugar seguro e não tenta nada de diferente, caracteristica encontrada no 4o filme, principalmente na cena de abertura e na revelação do assassino.
Quanto as qualidades, gostei bastante das atuações geral do elenco (veteranos e novatos), assim como gostei do foco mais no suspense e no terror e menos no humor e nas piadas fora de hora. Com suas qualidades e defeitos, esse Panico é uma continuação ok, mas achei que faltou sair do lugar comum e trazer algo de novo para justificar sua existência e novas continuações.
Duna: Parte 1
3.8 1,6K Assista AgoraÉ um dos filmes mais belos que já vi, tanto no sentido visual quanto sonoro. Todos os aspectos técnicos do filme são excelentes, e a direção de Villeneuve é fantástica, pois reune e conduz todas essas qualidades de forma primorosa, trazendo para Duna uma criação de mundo e uma identidade visual e sonora realmente impressionantes e únicas.
Já quando falamos do roteiro, aí está o principal problema do filme. Ele não é ruim, e inclusive conduz a trama do filme de forma bastante interessante e bem amarrada, prendendo a atenção até o final. Entretanto, como o filme trata apenas da primeira parte do livro, fica a impressão de algo inflado e de um filme que poderia ter uns 20 minutos a menos. Como os personagens não são muito bem aprofundados (esse é o principal problema), no final a trama fica um pouco cansativa, justamente pois não sentirmos muita empatia pelos personagens, e pela história começar a não sair do mesmo lugar.
Mesmo com esse ponto bastante negativo, que impede o filme de se tornar um novo clássico, Duna ainda sim tem muitas qualidades e é uma das junções mais belas que já vi no cinema de qualidades visuais e sonoras impressionantes.
Um Lugar Silencioso - Parte II
3.6 1,2K Assista AgoraBem-feito e com uma tensão sufocante e instigante, mas infelizmente aquém do primeiro, e se continuarem seguindo no mesmo caminho, o 3o filme já trará uma fórmula bem desgastada e repetitiva.
Algumas cenas são bem impressionantes e bem-feitas, e todos envolvidos no projeto parecem estar bastante comprados com o objetivo dessa continuação, inclusive o elenco que está excelente, mas ao chegar no final fica evidente o objetivo caça-níquel desse filme, quando a história para exatamente no mesmo lugar do original, sem mostrar que realmente veio a serviço de uma "evolução" do universo criado anteriormente.
Acredito que os filmes dessa franquia devem continuar com uma trama simples e objetiva, mas serem tão bem-feitos e instigantes que se tornam diferenciados, assim como foi o primeiro, e nesse sentido esse segundo filme também acerta. Mas senti um 3o ato bastante inflado e que deixa bem claro que estão tentando esticar a fórmula o máximo possível sem novas ideias, o que nenhuma execução, por melhor que seja, salva.
Tenet
3.4 1,3K Assista AgoraQue decepção. Sou um grande fã de Nolan e alguns filmes dele constam na minha lista de favoritos. Acredito que ele sempre teve um jeito muito diferenciado de fazer blockbusters de ação, e a sua ideia sempre foi trazer ideias complexas e inteligentes para o grande público, apesar de muita gente esperar que os filmes dele se comportem como filmes cult, o que nunca foi a intenção dele.
Infelizmente em Tenet ele perdeu a mão da fórmula, com um filme confuso, chato e esquecível. Ainda existem algumas boas ideias no meio da história, assim como tem boas qualidades técnicas, mas no geral a história não prende a atenção e é desinteressante. É uma complicação desnecessária de uma ideia que não é tão original quanto acredita ser, e a falta de aprofundamento e de empatia dos personagens acaba piorando ainda mais a imersão na trama.
Era Uma Vez um Sonho
3.5 448 Assista AgoraTambém não entendi todo o hate em cima do filme. Talvez fosse a expectativa muito alta, pois o filme não é perfeito e tem falhas, principalmente na execução de algumas cenas muito forçadas, que tornam o filme meio cansativo de vez em quando.
Por outro lado, é uma história interessante e conseguiu prender minha atenção; trata de assuntos importantes e relevantes de nossa sociedade e que a maioria da pessoas prefere ignorar.
Gostei das duas atuações principais, principalmente da Glenn Close. Amy Adams está ótima, mas a personagem dela é tão problemática e odiável, que tive dificuldade em simpatizar com ela durante todo o filme (aí já achei que é um grande problema de roteiro).
John Wick 3: Parabellum
3.9 1,0K Assista AgoraInfelizmente muito aquém do antecessor. Confesso que não sou um grande fã do primeiro filme, mas sou do segundo, que acredito que entra facilmente na lista de melhores continuações do cinema, pois acertou em cheio em repetir os acertos do primeiro, torná-los melhores, e ainda expandir de maneira muito interessante o universo e a trama, esta que estava em primeiro lugar e as sequencias de ação como consequência dela.
Mas parece que aqui acharam que o sucesso do 2o filme foi apenas devido as cenas de ação engenhosas, e a violência exagerada; isso de fato conseguiram repetir, mas esqueceram que as vezes menos é mais.
O roteiro é muito fraco e cheio de furos e conveniências até o último segundo, e mesmo as sequencias de ação ainda sendo bastante estilosas e bem coreografadas, são tão repetitivas e longas que no terceiro ato se tornam chatas.
Esse terceiro capitulo acaba sendo um desperdício. O filme ainda tem uma estética bem interessante e sequencias de ação impressionantes, mas o roteiro fraco e a falta de historia acabam tornando o longa enfadonho.
O Poço
3.7 2,1K Assista AgoraExtremamente necessário e importante como um estudo social, principalmente no momento delicado em que vivemos. Esse filme é uma alegoria inteligente e bem construída de referencias, críticas, reflexões e meta-linguagens.
Logo na primeira cena, já se percebe que a ideia é genial e muito bem construída. Felizmente O Poço não se perde, e até seu ato final, fantástico diga-se por sinal, ainda abre margem para inúmeras e complexas discussões.
Apesar de alguns pontos de execução que valem algumas ressalvas, principalmente pela violência extrema que foge da proposta do filme em algumas cenas, sem dúvidas é uma das melhores surpresas do ano, e uma aposta certeira da Netflix. Gosto de filmes que tem muito a dizer e não têm medo de sua própria identidade, e O Poço é exatamente isso.
Jojo Rabbit
4.2 1,6K Assista AgoraUm olhar diferente e original a respeito de um tema já explorado inúmeras vezes no cinema. Abordando o tema da 2a Guerra de uma forma que poderia dar muito errado, graças a um controle fantástico de narrativa e um roteiro muito bem escrito, Jojo Rabbit acaba acertando e é um filme emocionante e engraçado.
Um filme que traz uma maneira única de tratar um tema pesado de forma leve e sutil, abordando todos horrores da Segunda Guerra e ainda fazendo rir com algumas sátiras hilárias (do que me lembro, o último filme que conseguiu fazer algo parecido e com o mesmo êxito foi A Vida é Bela). E vale ressaltar que Scarlett Johansson mereceu a dupla indicação ao Oscar neste ano.
Entre Facas e Segredos
4.0 1,5K Assista AgoraÓtimo filme investigativo de suspense. Subverte todas as expectativas já na primeira meia hora, e deixa o espectador totalmente sem ideia de como a história irá continuar, se apoiando em várias reviravoltas inteligentes e surpreendentes, e um roteiro muito bem escrito que sabe lidar com todas essas reviravoltas e surpresas.
Para completar, ainda temos ótimas atuações e um excelente design de produção, que traduz perfeitamente o equilíbrio do filme entre suspense e um humor negro afinado que quebra o peso da trama de forma inteligente.
Para quem é fã de suspenses bem escritos e inteligentes, uma ótima opção. Um dos melhores filmes pipoca de 2019.
1917
4.2 1,8K Assista AgoraImpressionante quando analisado no sentido técnico. Concordo que merece levar muitos Oscars nessas categorias; A fotografia é belíssima e surpreende por si só em algumas cenas; A trilha sonora complementa bem o filme e a direção de Sam Mendes é firme e extremamente apurada, o que acaba tornando 1917 um conjunto de características visuais e sonoras impressionantes.
Como filme por completo, achei que acabou faltando algo. O roteiro, quando analisado por si só, é muito simples e convencional, o que neste caso acabou tirando um pouco o brilho do resultado final
Vale assistir no cinema e é impressionante em alguns pontos, mas faltou a 1917 uma trama e uma história mais marcantes. Ótimo filme, mas dentre os candidatos a Oscar de Melhor Filme, temos algumas opções mais interessantes como filme no geral e não apenas como qualidades técnicas.