Acho que a proposta do filme foi mesmo distanciar a figura pessoal da Thatcher da figura política. A atuação da Meryl foi, como sempre, estupenda e ela capturou bem a determinação da Margaret no tocante ao seu trabalho e mandato como Primeira Ministra, bem como sua vulnerabilidade e solidão, mais tarde, quando já deposta e velha. O amor dela pelo marido foi mesmo comovente, e o jeito como ela dava sempre preferência ao trabalho acima da família, e como isso afetou sua relação com os filhos foi muito bem encenado, e bem coerente com o caráter dessa que, apesar das polêmicas, foi sem dúvida uma grande mulher.
Criativo e inovador, esse pseudo-documentário do início do século passado faz um paralelo super interessante entre o místico e supersticioso ( como vistos na Idade Média ) e a histeria e desordem mental ( como vistos na Modernidade ), tudo de maneira bem artística e bem-pesquisada. Uma obra-´prima do cinema mudo, sem dúvidas.
Achei super intereessante a maneira como a trama desse filme mesclou momentos engraçadinhos, típicos de filmes infantis: Okja pulando e dançando, Okja soltando puns e fazendo piroetas; e, também, cenas extremamente violentas
[/spoiler] a cena do acasalemento forçado entre a Okja e um macho da espécie, o que foi completamente repulsivo de assistir, o líder da ONG de defesa dos animais espancando a personagem do Steven Yeun, a cena do abatedouro[spoiler]
Enfim, foi um filme bastante diferente do que eu estava acostumado a ver,no quesito criança-salva-seu-animal-de-estimação. A verdade nua e crua do filme foi basntante choquante, e "Okja" abordou bem o tema de mau-trato a animais, produtos GM e corrupção e falta de humanidade por parte de grandes corporações, como a Mirando, no filme. Aliás, Tilda Swinton mostrou todo o seu talento interpretando as gêmeas Mirando, de personalidades tão avessas. Definitivamente, não o que eu esperava, mas, ainda assim, um ótimo filme. Gostei.
Quando primeiro ouvi falar nesse filme, tive uma impressão completamente errônea dele: achei que seria mais um daqueles filmes extremamente tristes, recheados de cena se cortar o coração , como em "A Vida é Bela", por exemplo. Não foi. Foi a história sóbria e singela de uma sobrevivente, Sophie, brilhantemente interpretada por Meryl Streep. Uma mãe que teve de fazer uma escolha impossível, uma mulher apaixonada e talvez um pouco egoísta. O drama ficou apenas como um pano-de-fundo. As atuações, além da da Meryl, que foi claramente sensacional, foram bem competentes, a fotografia bonita e a história, apesar de um tanto anti-climática, ainda assim interessante. O amor de uma mulher por um homem.
[/spoiler] Eu gostei muito do filme. Acho que a primeira coisa que temos que lembrar é que é um blockbuster, um filme de superherois, portanto, não se pode esperar uma grande discussão filosófica, um roteiro com diálogos existenciais e alegorias à natureza humana; é um filme que deve atender todas as idades, deve alcançar um grande número de telespectadores, como de fato o fez. E eu achei que Patty Jenkis o fez com a melhor das qualidades: a fotografia do filme é linda, os efeitos especiais muito bons, as atuações competentes, e a temática principal, apesar de na minha opinião já bem clichê, não deixa de ser interessante: o bem, e o mal. A capacidade humana de machucar ou curar, de matar ou poupar a vida, egoísmo ou abnegação. Acho que isso ficou muito bem representado pela maneira ingênua como a Diana via o mundo dos mortais - ela, que havia sido criada em um ambiente de justiça e honra. - , cheio de egoísmo e ódio, de ganância e maldade, justamente o que a guerra traz de pior na humanidade. É clara a alegoria de Áries como a violência humana, como a capacidade que temos de fazer mal, como ele mesmo diz "ele apenas nos influencia, nós decidimos nossas próprias ações." Achei bem interessante essa jogada da Jenkins, e ainda mais a personagem da Isabel Maru, acho que ela ilustrou bem que mulheres são tão capazes de perpetrar o mal, quanto o bem ( como as Amazonas ). A atuação da Gal Gadot não deixou nada a desejar, ela foi carismática e questionadora como Diana Prince e, à altura do fim do filme, eu já havia me apaixonado pela personagem. Um filme muito bem dirigido e que além dos típicos elementos de blockbuster, trouxe algo a mais à telona.
Adorei a atuação da Sheryl Lee, que finalmente teve a chance de interpretar essa personagem tão icônica e central para a trama da série, nas duas temporadas
[/spoiler]A primeira parte do filme foi bastante confusa, mas isso já é marca registrada do David Lynch, mas a participação do David Bowie foi incrível, apesar de bem curta. "Fire Walk withe Me", apesar de claramente casar com a trama de "Twin Peaks" em momentos-chave, como quando a Annie implora à Laura que escreva em seu diário a respeito do Good Coop ainda estar na Sala Vermelha, entre os Lodges. O que, a propósito, se mostrou fundamental para a trama do Revival. A atuação do Ray Wise como Leland Palmer/Killer Bob foi fenomenal, como sempre ( acho-o o ator mais talentoso do elenco ) e gostei da interação entre ele e a Sheryl Lee. Esta última conseguiu transmitir todo o pavor, medo, instabilidade, sexualidade e vulnerabilidade da personagem de maneira sucinta e eu perdoo a troca de atrizes pra personagem da Donna. Em suma, um excelente prequel, que todos aqueles que assistiram ao seriado, compreendem a importância pra trama principal, com ou sem a presença do Special Agent Chester Desmond.
O que dizer dessa gema nacional? Um filme extremamente sensível sobre o que é - para citar Dumbledore - "certo e o que é fácil." Dora é uma protagonista humana e crível, ela ajuda, mas sem nunca abandonar sua zona de conforto. É só quando se vê dividida entre o destino de uma criança órfã e sua própria comodidade é que ela, talvez pela primeira vez na vida, decidi agir e de fato ajudar o próximo. Daí o filme segue em uma linda jornada de auto-conhecimento e descoberta, em que Dora cria um vínculo com Josué, mas que não abandona sua mente pragmática e conformista, causando uma das cenas mais tristes que já vi, quando ela parte e deixa o garoto com os irmãos, à espera do pai. Fernanda Montenegro foi simplesmente brilhante em sua performance, esse monstro sagrado da dramaturgia brasileira. Vinícius de Oliveira não fica atrás, e deu um show como o levado Josué, que tanto nos encanta. Um filme pra guardar no coração.
Excelente filme, com uma interpretação magistral de Sônia Braga, que transmitiu bem toda a resistência, força de vontade, pragmatismo e paixão da Clara, uma mulher que se recusa a se deixar vencer. Um roteiro simples, paisagens lindas, uma representação bem fiel de personagens que refletem pessoas reais do dia-a-dia ( a empregada, de origem simples e que perdeu o filho para a violência ), o rapaz arrogante e esnobe, a companhia capaz de tudo pelo dinheiro ... Adorei o filme.
Uma adaptação excelente. Mel Gibson, Glenn Close e Helena Bonham Carter deram um show de interpretação, e eu gostei da maneira como Zeffirelli leu a peça original em certos aspectos: como, por exemplo, a relação Gertrude x Hamlet, e a própria personagem do Polonius, que nesse filme é um fanfarrão bem-intencionado, assim como eu o tinha imaginado ao ler o script do Shakespeare pela primeira vez. Agora só me resta assistir à versão do Branagh.
Mais um do Mestre Lynch. Eu amo como o David consegue sempre mesclar uma excelente trilha sonora, o conceito de sonhos e subconsciente, um antagonista extremamente violento e uma protagonista loira e bela, e sempre resultar em filmes tão diversos e interessantes. A atuação do Dennis Hopper como Frank Booth foi estarrecedora, e as do MacLachlan e da Laure Dern também não deixaram nada a desejar. A propósito, que linda Laura Dern era, e ainda é. Enfim, um filme que não serve a todos os gostos, mas que eu achei muito bom e original, como quase tudo que parte do David Lynch.
Uma adaptação primorosa de uma obra complexa e grandiosa de William Shakespeare. Olivier provou-se um ator e diretor muito competentes ao dirigir esse longa recheado de atuações fortes e fiel à essência da peça de Shakespeare. Laurence foi um excelente Hamlet, e conseguiu transmitir perfeitamente toda a culpa, loucura, ódio e remorso desse anti-herói clássico da dramaturgia ocidental. Estou ansioso para comparar essa versão à de Branagh ( 1996 ).
Mais uma obra-prima do Hitchcock. A trama bastante original, a fotografia, os figurinos da personagem de Kim Novak, o jogo de cores, o plot twist no final ... Merecidamente recebeu o título de "melhor filme já feito"; uma joia do cinema Hollywoodiano.
Por ser de uma importância indubitável pra história do cinema, com técnicas de corte e edição inéditas pra época, considerado o primeiro "blockbuster" da história do cinema Hollywoodiano, "The Birth of a Nation" merece reconhecimento. Dito isso, é um dos filmes mais repulsivos e racistas que já vi, se não for o campeão entre eles. D.W. Griffith manipula a narrativa e acentua os próprios esteriótipos de que os Afro-Americanos vêm lutando para se livrar desde que foram trazidos às Américas: de que são animalescos, brutos, violentos, predadores sexuais, sedentos de sangue, de que lhes dar poder e igualdade é um erro terrível. Ao passo que todas as personagens brancas são vítimas inocentes dos vilões negros, incapazes de governar civilizadamente. Simplesmente repulsivo. Griffith foi um diretor muito talentoso, sem dúvida, e "Birth" dispõem de cenas de guerra e ação bem à frente de seu tempo, mas ainda assim é um filme que não conseguiria assistir duas vezes ...
Realmente assustador. Argentio, através de um jogo fenomenal de cores, música e sons, cria uma atmosfera de terror e suspense, sem que ela perca a sua belezae estética. Um excelente filme em seu gênero.
Achei interessante como o Welles explorou o conceito de transição nesse filme: a transição do mundo antigo e oligárquico ( representado pelas carruagens puxadas a cavalo e a decadência da mansão dos Ambersons ) para o mundo moderno ( representado pelo automóvel ); além da transição do próprio protagonista, Georgie, de arrogante e soberbo a quebrado e humilhado, o que as demais personagens do filme chamam comeuppance. Foi um filme curto, e limitado aos padrões dramáticos da época, mas muito bem dirigido.
Mórbido e repulsivo. Esse filme me lembrou, sob muitos aspectos, "Elle", também protagonizado pela Huppert. Esse também é um filme que trata de sensualidade, sexo e estupro, com algumas nuances de masoquismo. Sua protagonista, Erika, é fortemente reprimida por uma mãe controladora e não parece capaz de afeto, mas alimenta fantasias sexuais bastante auto-destrutivas. Isabelle salvou o filme com sua interpretação detalhista e poderosa, dando credibilidade e bizarrice à essa personagem tão excêntrica. O relacionamento violento e abusivo entre ela e o Walter também lembra o da Michele e seu opressor em "Elle." Algumas das cenas desse filme são difíceis de assistir, e ele tem os seus defeitos, mas ainda vale a pena para ver a capacidade de interpretar de Isabelle Huppert.
Achei toda a estética urbana, esse tema de gangues e garotos de programa, apresentados no filme bem interessantes. As falas quase Shakespearianas também formaram um contraste com o ambiente suburbano do filme. A atuação do River Phoenix foi muito boa, a personagem dele bem vulnerável e amável.
Uma adaptação muito boa de um romance complexo e fenomenal. Depois de ter lido esse romance incrível do Vladimir Nabokov, eu quis começar com essa adaptação, ao invés da de 1962 do Kubrick justamente pelo meu respeito pelo Jeremy Irons como ator desde que ele interpretou brilhantemente Rodrigo Bórgia em "Os Bórgias". Não me decepcionou de maneira nenhuma. A interação entre o Jeremy ( Humbert ) e a Dominique ( Lolita) foi sensacional; Dominique Swain deu um show de performance e talento como Dolores Haze, capturando bem tanto a infantilidade e vulnerabilidade da personagem quanto sua sexualidade precoce e senso de independência. A atuação dela compensou bem o fato de a atriz ser alguns anos mais velha que a personagem no livro ( o que é aceitável, porque eles não podiam simplesmente filmar uma criança de 12 anos em conotação sexual ). Adrian Lyne capturou bem a essência da narrativa do Nabokov, estressando a imagem quase heroica que o Humbert tem de si mesmo, e o "confronto final" entre ele e seu nêmesis Clare Quilty.
Mais um clássico da Segunda Guerra. Certamente um dos filmes com os melhores diálogos e história original que já assisti. Achei a interpretação do Humphrey Bogart bastante competente, e a da Ingrid Bergman um pouco teatral demais. Apesar disso, "Casablanca" é um clássico em qualidade de enredo.
Comédia inteligente; achei genial a maneira como os adultos na trama, lentamente e com a ajuda das circunstâncias, trocaram de lugar com as crianças. Nos primeiros minutos do filme, vemos pequenas fraturas na fachada aparentemente perfeita dos dois casais, e à altura do fim do filme, as personagens estão em um estado quase primitivo de comportamento, sob a influência do "deus da carnificina". Jodie e Kate estiveram maravilhosas também!
Um filme sensacional sobre alcoolismo e o poder do vício na vida de uma pessoa. A atuação do Ray Milland foi maravilhosa e transmitiu toda a instabilidade e culpa de um alcoólatra em busca de redenção.
Um show de performances, cores, falas, emoções, música e sentidos. Sem dúvida o melhor filme do Xavier Dolan, "Laurence Anyways" é simplesmente lindo, narrando a crônica de um transexual no final do século passado, e como a decisão de finalmente assumir a sua identidade afeta seu relacionamento com a família, trabalho, namorada - a propósito Suzanne Clément interpretou muito bem nesse filme. Eu gostei bastante do modo como o diretor brincou com as cores: bastante vermelho e azul e violeta, efeito que ele já tinha utilizado em "Os Amores Imaginários" e também amei a maneira como Dolan desenvolveu o casal principal: Fred e Laurence, a a maneira como os dois passaram por tanto juntos, e o amor que sentiam um pelo outro foi muito bem desenvolvida. As referências cults esparsas, mas bem interessantes. Gostei principalmente de quando o Laurence é demitido do corpo docente da escola em que dava aulas e escreve "Ecce Homo" no quadro, numa comparação à crucificação de Jesus Cristo. Simplesmente adorei esse filme!
Muitos dos elementos típicos do Buñuel, como o papel dos sonhos na narrativa, flashbacks do passado misturados a eventos presentes, etc. Eu gostei bastante da premissa do filme: Séverine, que só consegue alcançar a plenitude sexual com outros homens, e não o seu marido. Foi um roteiro bem ousado para um filme de 50 anos atrás, e a Catherine Deneuve esteve linda e elegante.
O final foi bastante ambíguo, deixando em aberto se toda a experiência vivida por Séverine foi parte de um de seus sonhos, ou se apenas parte dela, ou nada
A Dama de Ferro
3.6 1,7KAcho que a proposta do filme foi mesmo distanciar a figura pessoal da Thatcher da figura política. A atuação da Meryl foi, como sempre, estupenda e ela capturou bem a determinação da Margaret no tocante ao seu trabalho e mandato como Primeira Ministra, bem como sua vulnerabilidade e solidão, mais tarde, quando já deposta e velha. O amor dela pelo marido foi mesmo comovente, e o jeito como ela dava sempre preferência ao trabalho acima da família, e como isso afetou sua relação com os filhos foi muito bem encenado, e bem coerente com o caráter dessa que, apesar das polêmicas, foi sem dúvida uma grande mulher.
Haxan: A Feitiçaria Através dos Tempos
4.2 183 Assista AgoraCriativo e inovador, esse pseudo-documentário do início do século passado faz um paralelo super interessante entre o místico e supersticioso ( como vistos na Idade Média ) e a histeria e desordem mental ( como vistos na Modernidade ), tudo de maneira bem artística e bem-pesquisada. Uma obra-´prima do cinema mudo, sem dúvidas.
Okja
4.0 1,3K Assista AgoraAchei super intereessante a maneira como a trama desse filme mesclou momentos engraçadinhos, típicos de filmes infantis: Okja pulando e dançando, Okja soltando puns e fazendo piroetas; e, também, cenas extremamente violentas
[/spoiler] a cena do acasalemento forçado entre a Okja e um macho da espécie, o que foi completamente repulsivo de assistir, o líder da ONG de defesa dos animais espancando a personagem do Steven Yeun, a cena do abatedouro[spoiler]
Enfim, foi um filme bastante diferente do que eu estava acostumado a ver,no quesito criança-salva-seu-animal-de-estimação. A verdade nua e crua do filme foi basntante choquante, e "Okja" abordou bem o tema de mau-trato a animais, produtos GM e corrupção e falta de humanidade por parte de grandes corporações, como a Mirando, no filme. Aliás, Tilda Swinton mostrou todo o seu talento interpretando as gêmeas Mirando, de personalidades tão avessas. Definitivamente, não o que eu esperava, mas, ainda assim, um ótimo filme. Gostei.
A Escolha de Sofia
4.0 514 Assista AgoraQuando primeiro ouvi falar nesse filme, tive uma impressão completamente errônea dele: achei que seria mais um daqueles filmes extremamente tristes, recheados de cena se cortar o coração , como em "A Vida é Bela", por exemplo. Não foi. Foi a história sóbria e singela de uma sobrevivente, Sophie, brilhantemente interpretada por Meryl Streep. Uma mãe que teve de fazer uma escolha impossível, uma mulher apaixonada e talvez um pouco egoísta. O drama ficou apenas como um pano-de-fundo. As atuações, além da da Meryl, que foi claramente sensacional, foram bem competentes, a fotografia bonita e a história, apesar de um tanto anti-climática, ainda assim interessante. O amor de uma mulher por um homem.
Mulher-Maravilha
4.1 2,9K Assista Agora[/spoiler] Eu gostei muito do filme. Acho que a primeira coisa que temos que lembrar é que é um blockbuster, um filme de superherois, portanto, não se pode esperar uma grande discussão filosófica, um roteiro com diálogos existenciais e alegorias à natureza humana; é um filme que deve atender todas as idades, deve alcançar um grande número de telespectadores, como de fato o fez. E eu achei que Patty Jenkis o fez com a melhor das qualidades: a fotografia do filme é linda, os efeitos especiais muito bons, as atuações competentes, e a temática principal, apesar de na minha opinião já bem clichê, não deixa de ser interessante: o bem, e o mal. A capacidade humana de machucar ou curar, de matar ou poupar a vida, egoísmo ou abnegação. Acho que isso ficou muito bem representado pela maneira ingênua como a Diana via o mundo dos mortais - ela, que havia sido criada em um ambiente de justiça e honra. - , cheio de egoísmo e ódio, de ganância e maldade, justamente o que a guerra traz de pior na humanidade. É clara a alegoria de Áries como a violência humana, como a capacidade que temos de fazer mal, como ele mesmo diz "ele apenas nos influencia, nós decidimos nossas próprias ações." Achei bem interessante essa jogada da Jenkins, e ainda mais a personagem da Isabel Maru, acho que ela ilustrou bem que mulheres são tão capazes de perpetrar o mal, quanto o bem ( como as Amazonas ). A atuação da Gal Gadot não deixou nada a desejar, ela foi carismática e questionadora como Diana Prince e, à altura do fim do filme, eu já havia me apaixonado pela personagem. Um filme muito bem dirigido e que além dos típicos elementos de blockbuster, trouxe algo a mais à telona.
[spoiler]
Twin Peaks: Os Últimos Dias de Laura Palmer
3.9 273 Assista AgoraAdorei a atuação da Sheryl Lee, que finalmente teve a chance de interpretar essa personagem tão icônica e central para a trama da série, nas duas temporadas
[/spoiler]A primeira parte do filme foi bastante confusa, mas isso já é marca registrada do David Lynch, mas a participação do David Bowie foi incrível, apesar de bem curta. "Fire Walk withe Me", apesar de claramente casar com a trama de "Twin Peaks" em momentos-chave, como quando a Annie implora à Laura que escreva em seu diário a respeito do Good Coop ainda estar na Sala Vermelha, entre os Lodges. O que, a propósito, se mostrou fundamental para a trama do Revival. A atuação do Ray Wise como Leland Palmer/Killer Bob foi fenomenal, como sempre ( acho-o o ator mais talentoso do elenco ) e gostei da interação entre ele e a Sheryl Lee. Esta última conseguiu transmitir todo o pavor, medo, instabilidade, sexualidade e vulnerabilidade da personagem de maneira sucinta e eu perdoo a troca de atrizes pra personagem da Donna. Em suma, um excelente prequel, que todos aqueles que assistiram ao seriado, compreendem a importância pra trama principal, com ou sem a presença do Special Agent Chester Desmond.
[spoiler]
Central do Brasil
4.1 1,8K Assista AgoraO que dizer dessa gema nacional? Um filme extremamente sensível sobre o que é - para citar Dumbledore - "certo e o que é fácil." Dora é uma protagonista humana e crível, ela ajuda, mas sem nunca abandonar sua zona de conforto. É só quando se vê dividida entre o destino de uma criança órfã e sua própria comodidade é que ela, talvez pela primeira vez na vida, decidi agir e de fato ajudar o próximo. Daí o filme segue em uma linda jornada de auto-conhecimento e descoberta, em que Dora cria um vínculo com Josué, mas que não abandona sua mente pragmática e conformista, causando uma das cenas mais tristes que já vi, quando ela parte e deixa o garoto com os irmãos, à espera do pai. Fernanda Montenegro foi simplesmente brilhante em sua performance, esse monstro sagrado da dramaturgia brasileira. Vinícius de Oliveira não fica atrás, e deu um show como o levado Josué, que tanto nos encanta. Um filme pra guardar no coração.
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraExcelente filme, com uma interpretação magistral de Sônia Braga, que transmitiu bem toda a resistência, força de vontade, pragmatismo e paixão da Clara, uma mulher que se recusa a se deixar vencer. Um roteiro simples, paisagens lindas, uma representação bem fiel de personagens que refletem pessoas reais do dia-a-dia ( a empregada, de origem simples e que perdeu o filho para a violência ), o rapaz arrogante e esnobe, a companhia capaz de tudo pelo dinheiro ... Adorei o filme.
Hamlet
3.4 85 Assista AgoraUma adaptação excelente. Mel Gibson, Glenn Close e Helena Bonham Carter deram um show de interpretação, e eu gostei da maneira como Zeffirelli leu a peça original em certos aspectos: como, por exemplo, a relação Gertrude x Hamlet, e a própria personagem do Polonius, que nesse filme é um fanfarrão bem-intencionado, assim como eu o tinha imaginado ao ler o script do Shakespeare pela primeira vez. Agora só me resta assistir à versão do Branagh.
Veludo Azul
3.9 776 Assista AgoraMais um do Mestre Lynch. Eu amo como o David consegue sempre mesclar uma excelente trilha sonora, o conceito de sonhos e subconsciente, um antagonista extremamente violento e uma protagonista loira e bela, e sempre resultar em filmes tão diversos e interessantes. A atuação do Dennis Hopper como Frank Booth foi estarrecedora, e as do MacLachlan e da Laure Dern também não deixaram nada a desejar. A propósito, que linda Laura Dern era, e ainda é. Enfim, um filme que não serve a todos os gostos, mas que eu achei muito bom e original, como quase tudo que parte do David Lynch.
Hamlet
4.2 80Uma adaptação primorosa de uma obra complexa e grandiosa de William Shakespeare. Olivier provou-se um ator e diretor muito competentes ao dirigir esse longa recheado de atuações fortes e fiel à essência da peça de Shakespeare. Laurence foi um excelente Hamlet, e conseguiu transmitir perfeitamente toda a culpa, loucura, ódio e remorso desse anti-herói clássico da dramaturgia ocidental. Estou ansioso para comparar essa versão à de Branagh ( 1996 ).
Um Corpo que Cai
4.2 1,3K Assista AgoraMais uma obra-prima do Hitchcock. A trama bastante original, a fotografia, os figurinos da personagem de Kim Novak, o jogo de cores, o plot twist no final ... Merecidamente recebeu o título de "melhor filme já feito"; uma joia do cinema Hollywoodiano.
O Nascimento de uma Nação
3.0 231Por ser de uma importância indubitável pra história do cinema, com técnicas de corte e edição inéditas pra época, considerado o primeiro "blockbuster" da história do cinema Hollywoodiano, "The Birth of a Nation" merece reconhecimento. Dito isso, é um dos filmes mais repulsivos e racistas que já vi, se não for o campeão entre eles. D.W. Griffith manipula a narrativa e acentua os próprios esteriótipos de que os Afro-Americanos vêm lutando para se livrar desde que foram trazidos às Américas: de que são animalescos, brutos, violentos, predadores sexuais, sedentos de sangue, de que lhes dar poder e igualdade é um erro terrível. Ao passo que todas as personagens brancas são vítimas inocentes dos vilões negros, incapazes de governar civilizadamente. Simplesmente repulsivo. Griffith foi um diretor muito talentoso, sem dúvida, e "Birth" dispõem de cenas de guerra e ação bem à frente de seu tempo, mas ainda assim é um filme que não conseguiria assistir duas vezes ...
Suspiria
3.8 981 Assista AgoraRealmente assustador. Argentio, através de um jogo fenomenal de cores, música e sons, cria uma atmosfera de terror e suspense, sem que ela perca a sua belezae estética. Um excelente filme em seu gênero.
Soberba
3.8 75 Assista AgoraAchei interessante como o Welles explorou o conceito de transição nesse filme: a transição do mundo antigo e oligárquico ( representado pelas carruagens puxadas a cavalo e a decadência da mansão dos Ambersons ) para o mundo moderno ( representado pelo automóvel ); além da transição do próprio protagonista, Georgie, de arrogante e soberbo a quebrado e humilhado, o que as demais personagens do filme chamam comeuppance. Foi um filme curto, e limitado aos padrões dramáticos da época, mas muito bem dirigido.
A Professora de Piano
4.0 686 Assista AgoraMórbido e repulsivo. Esse filme me lembrou, sob muitos aspectos, "Elle", também protagonizado pela Huppert. Esse também é um filme que trata de sensualidade, sexo e estupro, com algumas nuances de masoquismo. Sua protagonista, Erika, é fortemente reprimida por uma mãe controladora e não parece capaz de afeto, mas alimenta fantasias sexuais bastante auto-destrutivas. Isabelle salvou o filme com sua interpretação detalhista e poderosa, dando credibilidade e bizarrice à essa personagem tão excêntrica. O relacionamento violento e abusivo entre ela e o Walter também lembra o da Michele e seu opressor em "Elle." Algumas das cenas desse filme são difíceis de assistir, e ele tem os seus defeitos, mas ainda vale a pena para ver a capacidade de interpretar de Isabelle Huppert.
Garotos de Programa
3.6 385 Assista AgoraAchei toda a estética urbana, esse tema de gangues e garotos de programa, apresentados no filme bem interessantes. As falas quase Shakespearianas também formaram um contraste com o ambiente suburbano do filme. A atuação do River Phoenix foi muito boa, a personagem dele bem vulnerável e amável.
Lolita
3.7 823 Assista AgoraUma adaptação muito boa de um romance complexo e fenomenal. Depois de ter lido esse romance incrível do Vladimir Nabokov, eu quis começar com essa adaptação, ao invés da de 1962 do Kubrick justamente pelo meu respeito pelo Jeremy Irons como ator desde que ele interpretou brilhantemente Rodrigo Bórgia em "Os Bórgias". Não me decepcionou de maneira nenhuma. A interação entre o Jeremy ( Humbert ) e a Dominique ( Lolita) foi sensacional; Dominique Swain deu um show de performance e talento como Dolores Haze, capturando bem tanto a infantilidade e vulnerabilidade da personagem quanto sua sexualidade precoce e senso de independência. A atuação dela compensou bem o fato de a atriz ser alguns anos mais velha que a personagem no livro ( o que é aceitável, porque eles não podiam simplesmente filmar uma criança de 12 anos em conotação sexual ). Adrian Lyne capturou bem a essência da narrativa do Nabokov, estressando a imagem quase heroica que o Humbert tem de si mesmo, e o "confronto final" entre ele e seu nêmesis Clare Quilty.
Casablanca
4.3 1,0K Assista AgoraMais um clássico da Segunda Guerra. Certamente um dos filmes com os melhores diálogos e história original que já assisti. Achei a interpretação do Humphrey Bogart bastante competente, e a da Ingrid Bergman um pouco teatral demais. Apesar disso, "Casablanca" é um clássico em qualidade de enredo.
Deus da Carnificina
3.8 1,4KComédia inteligente; achei genial a maneira como os adultos na trama, lentamente e com a ajuda das circunstâncias, trocaram de lugar com as crianças. Nos primeiros minutos do filme, vemos pequenas fraturas na fachada aparentemente perfeita dos dois casais, e à altura do fim do filme, as personagens estão em um estado quase primitivo de comportamento, sob a influência do "deus da carnificina". Jodie e Kate estiveram maravilhosas também!
Victoria e Abdul: O Confidente da Rainha
3.5 169 Assista AgoraJudi Dench como Rainha Vitória novamente. <3
Farrapo Humano
4.2 225 Assista AgoraUm filme sensacional sobre alcoolismo e o poder do vício na vida de uma pessoa. A atuação do Ray Milland foi maravilhosa e transmitiu toda a instabilidade e culpa de um alcoólatra em busca de redenção.
Laurence Anyways
4.1 553 Assista AgoraUm show de performances, cores, falas, emoções, música e sentidos. Sem dúvida o melhor filme do Xavier Dolan, "Laurence Anyways" é simplesmente lindo, narrando a crônica de um transexual no final do século passado, e como a decisão de finalmente assumir a sua identidade afeta seu relacionamento com a família, trabalho, namorada - a propósito Suzanne Clément interpretou muito bem nesse filme. Eu gostei bastante do modo como o diretor brincou com as cores: bastante vermelho e azul e violeta, efeito que ele já tinha utilizado em "Os Amores Imaginários" e também amei a maneira como Dolan desenvolveu o casal principal: Fred e Laurence, a a maneira como os dois passaram por tanto juntos, e o amor que sentiam um pelo outro foi muito bem desenvolvida. As referências cults esparsas, mas bem interessantes. Gostei principalmente de quando o Laurence é demitido do corpo docente da escola em que dava aulas e escreve "Ecce Homo" no quadro, numa comparação à crucificação de Jesus Cristo. Simplesmente adorei esse filme!
A Bela da Tarde
4.1 342 Assista AgoraMuitos dos elementos típicos do Buñuel, como o papel dos sonhos na narrativa, flashbacks do passado misturados a eventos presentes, etc. Eu gostei bastante da premissa do filme: Séverine, que só consegue alcançar a plenitude sexual com outros homens, e não o seu marido. Foi um roteiro bem ousado para um filme de 50 anos atrás, e a Catherine Deneuve esteve linda e elegante.
O final foi bastante ambíguo, deixando em aberto se toda a experiência vivida por Séverine foi parte de um de seus sonhos, ou se apenas parte dela, ou nada