Procurei para ver depois de ler o Mrs. Dalloway, que já é um dos livros da minha vida. Não tinha grande expectativa em relação ao filme, mas mesmo assim me decepcionei. Entendo a dificuldade em adaptar a complexidade das formas como a subjetividade dos personagens é representada, mas aqui tudo é feito de forma mais superficial, deixando planos personagens que são ricos e complexos. Vanessa Redgrave tem um charme e carisma incríveis, mas a Mrs. Dalloway está bem longe de ser a simpática senhora sorridente que ela interpreta.
Que coisa triste a limitação de uma boa parte do espectador atual. A maioria dos comentários negativos sobre o filme aqui falam que "o filme não explica nada", "não conclui a história" e coisas assim. Parece que as pessoas perderam a capacidade de tentar interpretar, ser desafiados; apenas querem ver o que está tudo mastigado para somente engolir, pois isso dá menos trabalho.
Glória, uma mulher de meia-idade, vive a sua vida, seu cotidiano, as suas alegrias e frustrações: trabalha, se reúne com seus filhos (junto aos seus problemas), canta aos brados no carro junto com a rádio, vai a bailes e boates, bebe, joga, paquera, trepa, se diverte e se decepciona nos relacionamentos.
Glória é um belíssimo filme chileno, de Sebastián Lelio, comandado pela atuação precisa e verdadeira da atriz Paulina García. Destaque também para a trilha sonora, que acompanha toda a vida de Glória, que inclui o cancioneiro chileno, assim como as deliciosas cumbias "Besos de Caramelo" e "Daniela", uma versão em espanhol do clássico "Gloria", imortalizado por Laura Branigan, além de um momento bossa-nova um cantinho, um violão, onde toca o nosso Águas de Março.
[O extermínio indígena sob o ponto de assassinos "humanizados"]
Na era das insuportáveis franquias, um drama épico como "Os assassinos da Lua das Flores" é, sem dúvida, um alívio. Porém, embora considere este bem melhor que o fraquíssimo "O Irlandês", creio ainda que o Scorsese atual está bem distante da genialidade de sua filmografia.
É, a rigor, um filme de narrativa convencional, algo que chega até a irritar em alguns momentos, na insistência por diálogos burocráticos em plano e contra-plano. Mas, se Scorsese optou pela linguagem clássica, poderia ao menos ter uma montagem mais consistente. Há, aqui, cortes abruptos e sem sentido. Além disso, o filme se demora muito em partes desnecessárias, mas passa, por outro lado, partes importantes de forma rápida e ilustrativa, por exemplo, a luta dos Osage em Washington contra o seu extermínio.
Só que esta escolha não é apenas uma questão técnica. Temos um filme sobre um extermínio indígena contado sob o ponto de vista dos assassinos. Poderíamos argumentar que Scorsese usa a mesma estrutura de outros de seus filmes, do homem comum que vai aos poucos se embrenhando no mundo de um grupo criminoso (como "Os bons companheiros", "O Lobo de Wall Street" e o próprio "O Irlandês"). Mas não há em "Os assassinos da Lua das Flores", como nos casos anteriores, um filme de máfia orgulhoso, e sim a tentativa de transformar um assassino étnico em um homem fraco, "levado pelas circunstâncias" e que no fundo tem bom coração.
Se for para pensar na filmografia de Scorsese, prefiro os canalhas assumidos do que esta tentativa de humanizar algo hediondo, onde os indígenas são meras vítimas passivas, apenas esperando a ajuda de uma instituição salvadora para que parem de morrer, algo que não corresponde aos fatos.
Enfim, vou na contracorrente da imensa maioria. Para mim, mais uma decepção de um dos meu ídolos do cinema.
O documentário tem momentos bons e até comoventes, mas é evidente o olhar estrangeiro sobre a música brasileira (algo que pode ter a ver com o fato de Mendes ter passado quase toda a sua vida nos EUA). Uma das coisas mais imperdoáveis é a ausência total do nome de Jorge Ben Jor, compositor de "Mas que nada", um dos maiores hits de Sergio Medes.
É impressionante como um tema tão instigante, com potencial para um filme eletrizante, é transformado em um filme tão insosso e pouco criativo na realização. Vale mais a pena buscar documentários e textos sobre o tema (que aliás, tem muito mais controvérsias).
Um Depois de Horas versão infanto-juvenil! Simplesmente delicioso... marcou muito minhas infâncias na Sessão da Tarde, de alguém que intuitivamente já amava a noite.
Acabei de ver Tubarão, do Spielberg com 3,7. E agora esta obra-prima dos musicais com 3,4 e um monte de gente falando mal nos comentários. É.. estamos fudidos com as novas gerações.
Galera reclamando que o problema do filme é a falta de roteiro acho que está confundindo cinema com literatura. Embora o mérito de muitos filmes possa estar na complexidade e originalidade de sua trama, cinema é especialmente uma experiência de imagem e som. É daí que vem a sua força narrativa, como no caso de 1917, que não é o meu preferido entre os indicados ao Oscar, mas é indiscutivelmente uma grande obra cinematográfica.
Um roteiro incrível, com diálogos e situações muito bem construídas, embora a direção seja tradicional. Nos faz ver os personagens de diferentes perspectivas, os humanizando e complexificando quando olhamos de seu ponto de vista. O título em português, para variar, é horrível.
Parabéns a todos que estão aqui comentando, a favor ou contra, se valendo da liberdade de expressão. Algo que não existia na Ditadura Militar que este filme defende
Como dar menos que cinco estrelas para este filme? É uma obra-prima do início ao fim, com um trabalho experimental e muito inteligente de direção de fotografia, edição de imagem e som e trilha sonora. Além da construção do clima do maravilhoso casal, num delicioso jogo de gata e rato misturando tesão e conflito e dos ótimos questionamentos éticos sobre o delito dentro de uma sociedade em si corrupta.
Uma coisa que tenho observado em comentários sobre filmes, especialmente de jovens, é qualificar como ruim o filme por ser "lento demais", "arrastado demais" ou mesmo "podia cortar vários trechos". Bem, ninguém é obrigado é gostar de um filme que possui um ritmo diferente do modelo padrão hollywoodiano. Mas qualificar como defeito algo que é a proposta da direção é o mesmo que dizer que não gostou de Velozes e Furiosos por ser "muito agitado".
É impressionante o que anos vendo fórmulas hollywoodianas faz no público, como pode ser percebido pelos comentários e pela média da nota. Um filme inventivo, que subverte os gêneros, com atuações fenomenais, um construção de clima e roteiros incríveis. Alguns minutos de interação da mãe com o filho lobisomem para mim valem mais do que todo A forma da água. É uma pena que o complexo de vira-lata não permita mais gente compreender. Quem sabe se da próxima vez fizerem um filme baseado no Pé Grande dos EUA faz sucesso.
Getúlio é um filme que merecia mais atenção do que teve. Talvez a resistência a ele venha da escalação de Tony Ramos para o papel principal. Mas, embora o ator seja um tipo repetitivo e caricato nas novelas da Globo, sua atuação neste filme é magistral, talvez o grande trabalho de sua carreira.
Ramos conduz de maneira sensível e humana os dramas políticos e psicológicos do personagem. Alexandre Borges está muito bem como Carlos Lacerda, mas o outro grande destaque é Drica Moraes, como Alzira Vargas, filha e braço direito de Getúlio.
A ambientação se dá quase toda no Palácio do Catete, local onde transcorre a crise política representada no filme, do atentado contra Lacerda até o suicídio de Vargas. Mesmo sem grandes ousadias estéticas, Getúlio trabalha com competência o subgênero do thriller político. A ação é bem desenvolvida, eletrizante, conseguindo transmitir muito do clima de intriga que cercava o presidente. A sofisticada fotografia, explorando muito bem os cenários, junto a criativos movimentos de câmera, também constroem bem a atmosfera.
Mas, apesar de doses excessivas de mitificação, típicas dos filmes biográficos, a obra vale como reflexão política e histórica, com paralelos impressionantes com a atual conjuntura brasileira.
Moonlight é sensível, paciente e ousado em sua linguagem. A intensidade dos corpos, das cores, dos rostos, das histórias enchem-se de significação e verdade. Um personagem que é descoberto por nós, ao mesmo tempo em que se transforma durante o filme.
A história de um homem negro e gay poderia sugerir uma jornada de superação, até chegar a um lugar externo, redentor e pré-determinado. Não é nada disso que vemos. O protagonista Chiron, em três diferentes momentos da sua vida, pouco fala. Mas diz palavras certeiras. As suas perguntas abrem novas portas e descobertas. A imagem dele, calada, suas ações e as pessoas ao seu redor fazem o espectador descortinar os elementos de sua transformação. A incompletude do filme, alvo de algumas críticas, é exatamente a sua potência, representada por "instantâneos" de uma vida, cercados de grandes elipses. Cabe a nós unir estes pontos.
Se em La la land, seu grande concorrente no Oscar, temos o exagero, aqui a simplicidade produz a grandeza de uma viagem íntima, mas ao mesmo tempo submetida à experiência do personagem com o mundo.
Já o azul predominante e a iluminação lunar tornam-se quase personagens de Moonlight, ligando-se diretamente à narrativa.
A Última Festa
3.4 26Procurei para ver depois de ler o Mrs. Dalloway, que já é um dos livros da minha vida. Não tinha grande expectativa em relação ao filme, mas mesmo assim me decepcionei. Entendo a dificuldade em adaptar a complexidade das formas como a subjetividade dos personagens é representada, mas aqui tudo é feito de forma mais superficial, deixando planos personagens que são ricos e complexos. Vanessa Redgrave tem um charme e carisma incríveis, mas a Mrs. Dalloway está bem longe de ser a simpática senhora sorridente que ela interpreta.
O Mundo Depois de Nós
3.2 899 Assista AgoraQue coisa triste a limitação de uma boa parte do espectador atual. A maioria dos comentários negativos sobre o filme aqui falam que "o filme não explica nada", "não conclui a história" e coisas assim. Parece que as pessoas perderam a capacidade de tentar interpretar, ser desafiados; apenas querem ver o que está tudo mastigado para somente engolir, pois isso dá menos trabalho.
Gloria
3.8 138 Assista AgoraGlória, uma mulher de meia-idade, vive a sua vida, seu cotidiano, as suas alegrias e frustrações: trabalha, se reúne com seus filhos (junto aos seus problemas), canta aos brados no carro junto com a rádio, vai a bailes e boates, bebe, joga, paquera, trepa, se diverte e se decepciona nos relacionamentos.
Glória é um belíssimo filme chileno, de Sebastián Lelio, comandado pela atuação precisa e verdadeira da atriz Paulina García. Destaque também para a trilha sonora, que acompanha toda a vida de Glória, que inclui o cancioneiro chileno, assim como as deliciosas cumbias "Besos de Caramelo" e "Daniela", uma versão em espanhol do clássico "Gloria", imortalizado por Laura Branigan, além de um momento bossa-nova um cantinho, um violão, onde toca o nosso Águas de Março.
Assassinos da Lua das Flores
4.1 615 Assista Agora[O extermínio indígena sob o ponto de assassinos "humanizados"]
Na era das insuportáveis franquias, um drama épico como "Os assassinos da Lua das Flores" é, sem dúvida, um alívio. Porém, embora considere este bem melhor que o fraquíssimo "O Irlandês", creio ainda que o Scorsese atual está bem distante da genialidade de sua filmografia.
É, a rigor, um filme de narrativa convencional, algo que chega até a irritar em alguns momentos, na insistência por diálogos burocráticos em plano e contra-plano. Mas, se Scorsese optou pela linguagem clássica, poderia ao menos ter uma montagem mais consistente. Há, aqui, cortes abruptos e sem sentido. Além disso, o filme se demora muito em partes desnecessárias, mas passa, por outro lado, partes importantes de forma rápida e ilustrativa, por exemplo, a luta dos Osage em Washington contra o seu extermínio.
Só que esta escolha não é apenas uma questão técnica. Temos um filme sobre um extermínio indígena contado sob o ponto de vista dos assassinos. Poderíamos argumentar que Scorsese usa a mesma estrutura de outros de seus filmes, do homem comum que vai aos poucos se embrenhando no mundo de um grupo criminoso (como "Os bons companheiros", "O Lobo de Wall Street" e o próprio "O Irlandês"). Mas não há em "Os assassinos da Lua das Flores", como nos casos anteriores, um filme de máfia orgulhoso, e sim a tentativa de transformar um assassino étnico em um homem fraco, "levado pelas circunstâncias" e que no fundo tem bom coração.
Se for para pensar na filmografia de Scorsese, prefiro os canalhas assumidos do que esta tentativa de humanizar algo hediondo, onde os indígenas são meras vítimas passivas, apenas esperando a ajuda de uma instituição salvadora para que parem de morrer, algo que não corresponde aos fatos.
Enfim, vou na contracorrente da imensa maioria. Para mim, mais uma decepção de um dos meu ídolos do cinema.
Transtorno Explosivo
4.0 158 Assista AgoraComo é bom ver um filme que foge às tradicionais formas hollywoodianas de "redenção" e "lição de moral"! Cruel e verdadeiro.
The Fresh Prince of Bel-Air Reunion
4.2 50 Assista AgoraAprende Friends, a fazer um reunion decente!
Sérgio Mendes no Tom da Alegria
4.0 4 Assista AgoraO documentário tem momentos bons e até comoventes, mas é evidente o olhar estrangeiro sobre a música brasileira (algo que pode ter a ver com o fato de Mendes ter passado quase toda a sua vida nos EUA). Uma das coisas mais imperdoáveis é a ausência total do nome de Jorge Ben Jor, compositor de "Mas que nada", um dos maiores hits de Sergio Medes.
O Experimento de Aprisionamento de Stanford
3.8 332 Assista AgoraÉ impressionante como um tema tão instigante, com potencial para um filme eletrizante, é transformado em um filme tão insosso e pouco criativo na realização. Vale mais a pena buscar documentários e textos sobre o tema (que aliás, tem muito mais controvérsias).
Uma Noite de Aventuras
3.7 192 Assista AgoraUm Depois de Horas versão infanto-juvenil! Simplesmente delicioso... marcou muito minhas infâncias na Sessão da Tarde, de alguém que intuitivamente já amava a noite.
Flashdance: Em Ritmo de Embalo
3.4 643 Assista AgoraAcabei de ver Tubarão, do Spielberg com 3,7. E agora esta obra-prima dos musicais com 3,4 e um monte de gente falando mal nos comentários. É.. estamos fudidos com as novas gerações.
Tubarão
3.7 1,2K Assista AgoraComo uma obra-prima dessa tem só 3,7??
1917
4.2 1,8K Assista AgoraGalera reclamando que o problema do filme é a falta de roteiro acho que está confundindo cinema com literatura. Embora o mérito de muitos filmes possa estar na complexidade e originalidade de sua trama, cinema é especialmente uma experiência de imagem e som. É daí que vem a sua força narrativa, como no caso de 1917, que não é o meu preferido entre os indicados ao Oscar, mas é indiscutivelmente uma grande obra cinematográfica.
Marighella
3.9 1,1K Assista AgoraO filme nem estreou e a galera já tá negativando hahahah Esses defensores da Ditadura Militar são uma piada!
O Homem Que Copiava
3.5 902 Assista AgoraUma obra-prima desta como 3,5? A única explicação possível é preconceito com filme brasileiro, não é possível!
Dramas Adolescentes
3.1 133Um roteiro incrível, com diálogos e situações muito bem construídas, embora a direção seja tradicional. Nos faz ver os personagens de diferentes perspectivas, os humanizando e complexificando quando olhamos de seu ponto de vista. O título em português, para variar, é horrível.
1964: O Brasil Entre Armas e Livros
3.1 332Eu queria dar meus parabéns aos formandos da Uni Pós-Verdade
https://www.youtube.com/watch?v=X9N68tQrvBs
1964: O Brasil Entre Armas e Livros
3.1 332Parabéns a todos que estão aqui comentando, a favor ou contra, se valendo da liberdade de expressão. Algo que não existia na Ditadura Militar que este filme defende
Crown, O Magnífico
3.5 36 Assista AgoraComo dar menos que cinco estrelas para este filme? É uma obra-prima do início ao fim, com um trabalho experimental e muito inteligente de direção de fotografia, edição de imagem e som e trilha sonora. Além da construção do clima do maravilhoso casal, num delicioso jogo de gata e rato misturando tesão e conflito e dos ótimos questionamentos éticos sobre o delito dentro de uma sociedade em si corrupta.
Trama Fantasma
3.7 805 Assista AgoraUma coisa que tenho observado em comentários sobre filmes, especialmente de jovens, é qualificar como ruim o filme por ser "lento demais", "arrastado demais" ou mesmo "podia cortar vários trechos". Bem, ninguém é obrigado é gostar de um filme que possui um ritmo diferente do modelo padrão hollywoodiano. Mas qualificar como defeito algo que é a proposta da direção é o mesmo que dizer que não gostou de Velozes e Furiosos por ser "muito agitado".
As Boas Maneiras
3.5 649 Assista AgoraÉ impressionante o que anos vendo fórmulas hollywoodianas faz no público, como pode ser percebido pelos comentários e pela média da nota. Um filme inventivo, que subverte os gêneros, com atuações fenomenais, um construção de clima e roteiros incríveis. Alguns minutos de interação da mãe com o filho lobisomem para mim valem mais do que todo A forma da água. É uma pena que o complexo de vira-lata não permita mais gente compreender. Quem sabe se da próxima vez fizerem um filme baseado no Pé Grande dos EUA faz sucesso.
Getúlio
3.1 383 Assista AgoraGetúlio é um filme que merecia mais atenção do que teve. Talvez a resistência a ele venha da escalação de Tony Ramos para o papel principal. Mas, embora o ator seja um tipo repetitivo e caricato nas novelas da Globo, sua atuação neste filme é magistral, talvez o grande trabalho de sua carreira.
Ramos conduz de maneira sensível e humana os dramas políticos e psicológicos do personagem. Alexandre Borges está muito bem como Carlos Lacerda, mas o outro grande destaque é Drica Moraes, como Alzira Vargas, filha e braço direito de Getúlio.
A ambientação se dá quase toda no Palácio do Catete, local onde transcorre a crise política representada no filme, do atentado contra Lacerda até o suicídio de Vargas. Mesmo sem grandes ousadias estéticas, Getúlio trabalha com competência o subgênero do thriller político. A ação é bem desenvolvida, eletrizante, conseguindo transmitir muito do clima de intriga que cercava o presidente. A sofisticada fotografia, explorando muito bem os cenários, junto a criativos movimentos de câmera, também constroem bem a atmosfera.
Mas, apesar de doses excessivas de mitificação, típicas dos filmes biográficos, a obra vale como reflexão política e histórica, com paralelos impressionantes com a atual conjuntura brasileira.
E a Mulher Criou Hollywood
4.4 12Não achei em nenhum lugar. Alguém tem alguma dica?
Últimas Conversas
4.2 108Dica: Tem completo no You Tube
Moonlight: Sob a Luz do Luar
4.1 2,4K Assista AgoraMoonlight é sensível, paciente e ousado em sua linguagem. A intensidade dos corpos, das cores, dos rostos, das histórias enchem-se de significação e verdade. Um personagem que é descoberto por nós, ao mesmo tempo em que se transforma durante o filme.
A história de um homem negro e gay poderia sugerir uma jornada de superação, até chegar a um lugar externo, redentor e pré-determinado. Não é nada disso que vemos. O protagonista Chiron, em três diferentes momentos da sua vida, pouco fala. Mas diz palavras certeiras. As suas perguntas abrem novas portas e descobertas. A imagem dele, calada, suas ações e as pessoas ao seu redor fazem o espectador descortinar os elementos de sua transformação. A incompletude do filme, alvo de algumas críticas, é exatamente a sua potência, representada por "instantâneos" de uma vida, cercados de grandes elipses. Cabe a nós unir estes pontos.
Se em La la land, seu grande concorrente no Oscar, temos o exagero, aqui a simplicidade produz a grandeza de uma viagem íntima, mas ao mesmo tempo submetida à experiência do personagem com o mundo.
Já o azul predominante e a iluminação lunar tornam-se quase personagens de Moonlight, ligando-se diretamente à narrativa.