Mesmo não tendo gostado muito da 1ª temporada, resolvi dar uma segunda chance à série, pois, afinal, ela só havia sido sem graça e inexpressiva nos seus VINTE E SETE FUCKING PRIMEIROS EPISÓDIOS. Eis que quebrei minha cara e a 2ª temporada conseguiu a proeza de ser ainda pior. Em determinados momentos eu me perguntava se os roteiristas estavam mesmo levando aquilo a sério. Para a minha infelicidade, eles estavam. Meu Deus... que sofrimento... parecia não ter fim. Só continuei assistindo porque "um passarinho me contou" que algo muito inusitado iria acontecer... aí pensei: "Opa! Podemos ter uma virada interessante aqui. Acompanhemos..."
Posso dizer que foi uma experiência "desafiadora" assistir aos 27 episódios dessa primeira temporada (tendo cada um seus 40 minutos), porém, como sou brasileiro, queria ver até onde esse pastiche gringo de Malhação iria dar. Contudo, até então, a série era apenas fraquinha e sem sal. Com atuações tão fracas quanto o roteiro poderia requerer, "The OC", além de não convencer em nenhum aspecto, falha miseravelmente até na sua proposta primária: que seria, supostamente, criticar o universo artificial dos ricos, criando para isso situações mais esdrúxulas que qualquer esquete do "Monty Python" (e eu adoro "Monty Python", perdoem-me pela comparação). Quem inventou o termo "White People Problems", com certeza, viu essa série antes. Os protagonistas só não são mais chatos do que irritantes e superficiais. Definitivamente, não consigo entender o sucesso que essa série fez há mais de 10 anos. Fico até triste em saber que muitos jovens e adolescentes (muitos contemporâneos meus) se sentiram inspirados de alguma maneira pelas histórias contadas por essa narrativa tão rasa e broxante intelectualmente.
Bem fraquinha, a série apresenta grandes dificuldades em sustentar seu enredo, além de não cativar muito bem o espectador quanto à jornada do herói. Tem boas interpretações, com destaque para o protagonista Finn Jones, que incorporou bem o papel e foi responsável por me fazer querer ver até onde tudo aquilo iria dar, e para a carismática Jessica Henwick, que soube dar astutamente uma profundidade inusitada à sua personagem. Contudo, em alguns momentos, a série é tão risível que você acha que os Power Rangers vão aparecer a qualquer momento.
Um ótima série de comédia para matar o tempo e dar boas risadas. Todo o elenco está excepcional, com destaque para Kristen Bell, William Jackson Harper e Ted Danson. Entretenimento suave, despretensioso e, mesmo sendo idiota por essência, muito divertido. Uma das melhores séries cômicas de 2017.
Aquele tipo de série gostosinha de se ver. Nada pretensiosa, "Grace and Frankie" continua a nos dar aquilo que sabe fazer de melhor: crônicas divertidas sobre os cotidianos não tão óbvios da 3ª idade, ainda que nesta última temporada, assim como a 3ª, o resultado não tenha sido tão bom quanto nas duas primeiras. Contudo, o que mais encanta a mim, particularmente, é poder ver duas grandes atrizes (as quais admiro imensamente) já com suas idades avançadas, podendo contar histórias superpopulares numa plataforma de streaming que possui um público majoritariamente jovem. Isso é espetacular, sobretudo, considerando-se a época em que o audiovisual vive atualmente. Fonda e Tomlin estão (talvez) em suas melhores fases como excelentes e maduras atrizes que são. Conseguem carregar toda a fragilidade do roteiro e demais pontos fracos da narrativa nas costas com tamanhas sutileza e leveza que só a experiência de vida consegue atribuir aos artistas. Isso é muito lindo. Apenas esse fato já vale toda a série.
"The End of the F***ing World" foi uma das maiores e mais gratificantes surpresas do ano. Acompanhar o desenvolvimento dessas duas personagens enigmáticas e, ao mesmo tempo, tão pouco carismáticas, com certeza, foi uma experiência magnífica. É tão bom poder conferir um trabalho genuinamente excelente de atuação, principalmente quando se trata de dois atores jovens e desconhecidos. Lawther e Barden são duas joias raras dessa série que traz uma porção de críticas sociais em sua narrativa. A montagem é experimental e acerta em cheio em suas escolhas artísticas. Podemos acompanhar os pensamentos dos protagonistas mesclados às suas falas e diálogos. Além disso, gostei muito também das diferentes percepções que a trama nos dá acerca de uma mesma situação ou arco dramático. A trilha sonora é espetacular e meio que obriga a gente a baixar as músicas após assistir cada episódio. O único aspecto que não curti muito foi em relação a algumas escolhas da direção em determinados pontos da narrativa que não me agradaram (mas num âmbito mais pessoal mesmo). No geral, uma série que é Cinema com C maiúsculo. Vale muito a pena ser vista.
Como sempre muito bem produzida, a série criada por Charlie Brooker segue sendo uma das melhores produções da televisão da atualidade, fornecendo ao seu espectador as melhores e mais acessíveis críticas contemporâneas à utilização das tecnologias e os efeitos que elas causam em nossas vidas. Achei que os episódios, de maneira geral, conseguem desenvolver muito bem a tensão que tanto necessitam para contar as suas histórias, além de entregarem um resultado mais reflexivo do que uma crítica mais fechada em si. Ainda assim, acredito que em termos gerais tenha sido a temporada (não digo mais fraca) menos impactante por se ater mais aos aspectos interpessoais das personagens do que o conflito dicotômico "humano vs. máquina" (com exceção do tensíssimo "Metalhead"). Destaque para os episódios "Crocodile" e "Black Museum" (tendo este último cometido alguns deslizes de ordem técnica que me incomodaram um pouco), mas, sobretudo, o destaque maior deve ficar com "Hang the DJ" que me transcendeu e me fez lembrar porque gosto tanto dessa série.
Infelizmente, não gostei dos rumos tomados pela série (não li o livro) e do modo como foram abordados certos temas, como e principalmente o suicídio. Acredito que ela teve seus méritos e pontos positivos, no entanto, os negativos, na minha opinião superaram em número e grau.
Do que gostei? 1) De ver alguns esteriótipos serem desconstruídos. Citarei dois exemplos: de que nem todo mundo que sofre bullying é um "coitadinho", mas pode também ser um completo idiota (Tyler), e que nem toda líder de torcida bonita é, necessariamente, uma babaca (Sheri). 2) Da trilha sonora que é muito boa. Já baixei as principais faixas. 3) Dos jogos de cena em que somos transportados para vários momentos diferentes de forma orgânica e fluida. 4) Da atuação de Kate Walsh (Sra. Baker). 5) Da diversidade étnica do elenco. 6) De alguns (raros) aspectos da atuação de Katherine Langford, que nos entrega uma Hannah Baker cheia de contornos bem humanos que, às vezes, fogem do lugar comum.
Do que não gostei? 1) Em primeiro lugar (e mais importante), da romantização do suicídio. Sim, a série romantiza um ato que não deveria ser incentivado. "13 Reasons Why" é um produto midiático voltado para jovens e adolescentes de TODO o mundo. Ao final da série fiquei me perguntando o que um adolescente com tendências suicidas que sofre bullying diariamente poderia pensar ao assistir a série. Poderia ele achar que "a ideia é legal" simplesmente porque mostra de uma forma bonita todo um plano bem arranjado, arquitetado por uma garota de 17 anos? Poderia. E isso não é legal. A Netflix tem responsabilidade sim sobre o que produz. Como qualquer canal. Sou fã da plataforma há anos e sempre louvei suas produções, mas nessa devo admitir que eles erraram feio, erraram rude. 2) Em segundo lugar (e não menos importante), do chamado "suicídio de vingança". Pegando o gancho do item 1, mostrar o suicídio como arma ou instrumento de vingança é mais do que se omitir à responsabilidade, é ser irresponsável com milhares de vidas. Aquele mesmo adolescente poderia pensar "acho que vou fazer isso para aqueles cretinos do colégio terem o que merece e para que finalmente seja feita justiça". Não sou psicólogo, não tenho a menor intuição ou visão profissional sobre esse assunto, mas como mero espectador isso me incomodou profundamente. Posso falar por experiência pessoal, pois sofri bullying praticamente minha infância e adolescência inteiras, que se tivesse visto uma obra dessa há uns 10 ou 15 anos atrás, esses pensamentos poderiam ter me ocorrido. 3) Agora, em menor grau, falarei dos itens técnicos e artísticos que me decepcionaram muito. O primeiro deles, as atuações caricatas e enfadonhas da maior parte do elenco. Citarei as piores: Dylan Minnette (Clay), Justin Prentice (Bryce), Brandon Flynn (Justin) e Michele Selene Ang (Courtney). 4) Da representação dos pais (com exceção da Sra. e Sr. Baker), principalmente da mãe de Clay, Lainie Jensen, que mira numa numa mãe preocupada e atenta ao filho, mas acaba acertando na superficialidade de uma mãe invasiva e controladora. 5) Não estou querendo diminuir a sua dor ou falar, em hipótese alguma, que os motivos apresentados pela personagem central não tenham sido suficientes para motivá-la a tal ato (até porque nem todos entram nisso que irei dizer), mas a maior parte das tais "razões" pelas quais Hannah se debruça para cometer seu suicídio são coisas corriqueiras nas vidas de muitos jovens (infelizmente). E aí reforço aquilo que disse no item 2. Se há uma projeção/identificação do espectador na trama, isso é absurdamente perigoso na vida de milhares de adolescentes. 6) Outra coisa que me preocupa é o mesmo nivelamento das atitudes de cada pessoa que recebeu uma fita. Colocar no mesmo patamar um cara que jogou uma carta "fora" e um rapaz que cometeu estupro é discrepante demais e não me desce. 7) Por falar do cara que jogou a carta "fora": Se Hannah mentiu um aspecto numa fita, o que nos garante que ela não teria mentido sobre vários outros aspectos de outras histórias, deturpando-as (como Jess dá a entender quando diz que quem deixou de ir ao Monets foi a ex-amiga e não ela)? E mais: por que a série colocaria detalhes assim se não teve a menor intenção de resolvê-los depois? 8) Minha empatia por Hannah Baker oscilou durante todos os episódios. Havia momentos em que eu achava estar compreendendo-a. Havia momentos em que eu a achava meio "babaquinha" com os outros sem justificativa, principalmente com Clay e Zach. Mas a verdade é que, ao final, refleti que me esforcei toda a série para gostar de verdade de Hannah, para entender suas motivações. Fato este comprovado pela minha apatia ou falta de comoção em seu ato final. Ou seja, não me aflorou um amor pela personagem que me fizessem senti-la por completo e isso prejudicou minha fruição na obra. 9) Por que raios Hannah entrou numa festa que estava acontecendo na casa de um garoto que 1) havia assediado-a apertando sua bunda numa loja, ato este que a deixou extremamente perplexa e arrasada e 2) que há poucos dias havia estuprado sua ex-melhor amiga bem diante de seus olhos, ato este que "destruiu sua alma"? Fica aí o questionamento. Sinceramente, não entendi. Em termos narrativos achei isso bem patético. 10) Por último (e talvez menos importante) da estética pasteurizada da série que me pareceu aquelas séries da MTV gringa na sua pior fase.
É isso, migos, espero que não me apedrejem (muito).
Imaginar a dimensão da produção dessa série é tão desafiador quanto o próprio planejamento de filmagens. Sense8 é a prova de que uma série popular pode envolver, sim, uma trama complexa com um enredo fácil de se digerir, uma desconstrução de estereótipos com personagens diferentes e profundos, um roteiro tão original quanto a forma como se é trabalhada a montagem. Definitivamente, uma das melhores séries, ou melhor, umas das melhores coisas que já assisti. Que venham mais temporadas tão fascinantes quanto essa.
É, aconteceu. Aquilo que todos temiam aconteceu. Foi chocante? Foi. Foi impactante? Foi. Foi trágico? Foi. E no peito, ao findar do último episódio, ficou aquela sensação amarga de incredulidade. Acho que nada nunca poderá consolar os fãs. Mas, depois de muita revolta contra o autor e os produtores, pensei: Epa! Eu não posso me decepcionar com algo que estava fora dos meus planos para a série. Aliás, que absurdo é a prepotência de alguns fãs por pensar assim. Fiquei horrorizado com a quantidade de palavrões proferidos contra G. R. R. Martin. Gente, hello! É uma série, a história é dele e ele mata quem ele quiser (por mais que essa personagem seja considerada por nós - fãs - fundamental e muito querida). Se alguém morre, é porque assim tinha que ser. Enfim, continuarei devoto de GoT até o fim; acreditando na excelência e na qualidade da série que é feita para mim, para você e para todo mundo que gosta de assistir uma produção de primeira. Insatisfação vai existir? Sim. E se reclamar vai existir duas (no caso de GoT eu diria até umas 10). Afinal, nem Stanley Kubrick agradou todo mundo. E que venha a próxima temporada, cheia de surpresas.
The O.C.: Um Estranho no Paraíso (2ª Temporada)
4.3 216Mesmo não tendo gostado muito da 1ª temporada, resolvi dar uma segunda chance à série, pois, afinal, ela só havia sido sem graça e inexpressiva nos seus VINTE E SETE FUCKING PRIMEIROS EPISÓDIOS. Eis que quebrei minha cara e a 2ª temporada conseguiu a proeza de ser ainda pior. Em determinados momentos eu me perguntava se os roteiristas estavam mesmo levando aquilo a sério. Para a minha infelicidade, eles estavam. Meu Deus... que sofrimento... parecia não ter fim. Só continuei assistindo porque "um passarinho me contou" que algo muito inusitado iria acontecer... aí pensei: "Opa! Podemos ter uma virada interessante aqui. Acompanhemos..."
The O.C.: Um Estranho no Paraíso (1ª Temporada)
4.3 562Posso dizer que foi uma experiência "desafiadora" assistir aos 27 episódios dessa primeira temporada (tendo cada um seus 40 minutos), porém, como sou brasileiro, queria ver até onde esse pastiche gringo de Malhação iria dar. Contudo, até então, a série era apenas fraquinha e sem sal. Com atuações tão fracas quanto o roteiro poderia requerer, "The OC", além de não convencer em nenhum aspecto, falha miseravelmente até na sua proposta primária: que seria, supostamente, criticar o universo artificial dos ricos, criando para isso situações mais esdrúxulas que qualquer esquete do "Monty Python" (e eu adoro "Monty Python", perdoem-me pela comparação). Quem inventou o termo "White People Problems", com certeza, viu essa série antes. Os protagonistas só não são mais chatos do que irritantes e superficiais. Definitivamente, não consigo entender o sucesso que essa série fez há mais de 10 anos. Fico até triste em saber que muitos jovens e adolescentes (muitos contemporâneos meus) se sentiram inspirados de alguma maneira pelas histórias contadas por essa narrativa tão rasa e broxante intelectualmente.
Punho de Ferro (1ª Temporada)
3.0 499 Assista AgoraBem fraquinha, a série apresenta grandes dificuldades em sustentar seu enredo, além de não cativar muito bem o espectador quanto à jornada do herói. Tem boas interpretações, com destaque para o protagonista Finn Jones, que incorporou bem o papel e foi responsável por me fazer querer ver até onde tudo aquilo iria dar, e para a carismática Jessica Henwick, que soube dar astutamente uma profundidade inusitada à sua personagem. Contudo, em alguns momentos, a série é tão risível que você acha que os Power Rangers vão aparecer a qualquer momento.
The Good Place (2ª Temporada)
4.1 262 Assista AgoraUm ótima série de comédia para matar o tempo e dar boas risadas. Todo o elenco está excepcional, com destaque para Kristen Bell, William Jackson Harper e Ted Danson. Entretenimento suave, despretensioso e, mesmo sendo idiota por essência, muito divertido. Uma das melhores séries cômicas de 2017.
Grace and Frankie (4ª Temporada)
4.4 113Aquele tipo de série gostosinha de se ver. Nada pretensiosa, "Grace and Frankie" continua a nos dar aquilo que sabe fazer de melhor: crônicas divertidas sobre os cotidianos não tão óbvios da 3ª idade, ainda que nesta última temporada, assim como a 3ª, o resultado não tenha sido tão bom quanto nas duas primeiras. Contudo, o que mais encanta a mim, particularmente, é poder ver duas grandes atrizes (as quais admiro imensamente) já com suas idades avançadas, podendo contar histórias superpopulares numa plataforma de streaming que possui um público majoritariamente jovem. Isso é espetacular, sobretudo, considerando-se a época em que o audiovisual vive atualmente. Fonda e Tomlin estão (talvez) em suas melhores fases como excelentes e maduras atrizes que são. Conseguem carregar toda a fragilidade do roteiro e demais pontos fracos da narrativa nas costas com tamanhas sutileza e leveza que só a experiência de vida consegue atribuir aos artistas. Isso é muito lindo. Apenas esse fato já vale toda a série.
The End of the F***ing World (1ª Temporada)
3.8 817 Assista Agora"The End of the F***ing World" foi uma das maiores e mais gratificantes surpresas do ano. Acompanhar o desenvolvimento dessas duas personagens enigmáticas e, ao mesmo tempo, tão pouco carismáticas, com certeza, foi uma experiência magnífica. É tão bom poder conferir um trabalho genuinamente excelente de atuação, principalmente quando se trata de dois atores jovens e desconhecidos. Lawther e Barden são duas joias raras dessa série que traz uma porção de críticas sociais em sua narrativa. A montagem é experimental e acerta em cheio em suas escolhas artísticas. Podemos acompanhar os pensamentos dos protagonistas mesclados às suas falas e diálogos. Além disso, gostei muito também das diferentes percepções que a trama nos dá acerca de uma mesma situação ou arco dramático. A trilha sonora é espetacular e meio que obriga a gente a baixar as músicas após assistir cada episódio. O único aspecto que não curti muito foi em relação a algumas escolhas da direção em determinados pontos da narrativa que não me agradaram (mas num âmbito mais pessoal mesmo). No geral, uma série que é Cinema com C maiúsculo. Vale muito a pena ser vista.
Black Mirror (4ª Temporada)
3.8 1,3K Assista AgoraComo sempre muito bem produzida, a série criada por Charlie Brooker segue sendo uma das melhores produções da televisão da atualidade, fornecendo ao seu espectador as melhores e mais acessíveis críticas contemporâneas à utilização das tecnologias e os efeitos que elas causam em nossas vidas. Achei que os episódios, de maneira geral, conseguem desenvolver muito bem a tensão que tanto necessitam para contar as suas histórias, além de entregarem um resultado mais reflexivo do que uma crítica mais fechada em si. Ainda assim, acredito que em termos gerais tenha sido a temporada (não digo mais fraca) menos impactante por se ater mais aos aspectos interpessoais das personagens do que o conflito dicotômico "humano vs. máquina" (com exceção do tensíssimo "Metalhead"). Destaque para os episódios "Crocodile" e "Black Museum" (tendo este último cometido alguns deslizes de ordem técnica que me incomodaram um pouco), mas, sobretudo, o destaque maior deve ficar com "Hang the DJ" que me transcendeu e me fez lembrar porque gosto tanto dessa série.
Sons of Anarchy (2ª Temporada)
4.6 276 Assista AgoraT2 com gostinho de season finale. Que série foda.
13 Reasons Why (1ª Temporada)
3.8 1,5K Assista AgoraInfelizmente, não gostei dos rumos tomados pela série (não li o livro) e do modo como foram abordados certos temas, como e principalmente o suicídio. Acredito que ela teve seus méritos e pontos positivos, no entanto, os negativos, na minha opinião superaram em número e grau.
Do que gostei?
1) De ver alguns esteriótipos serem desconstruídos. Citarei dois exemplos: de que nem todo mundo que sofre bullying é um "coitadinho", mas pode também ser um completo idiota (Tyler), e que nem toda líder de torcida bonita é, necessariamente, uma babaca (Sheri).
2) Da trilha sonora que é muito boa. Já baixei as principais faixas.
3) Dos jogos de cena em que somos transportados para vários momentos diferentes de forma orgânica e fluida.
4) Da atuação de Kate Walsh (Sra. Baker).
5) Da diversidade étnica do elenco.
6) De alguns (raros) aspectos da atuação de Katherine Langford, que nos entrega uma Hannah Baker cheia de contornos bem humanos que, às vezes, fogem do lugar comum.
Do que não gostei?
1) Em primeiro lugar (e mais importante), da romantização do suicídio. Sim, a série romantiza um ato que não deveria ser incentivado. "13 Reasons Why" é um produto midiático voltado para jovens e adolescentes de TODO o mundo. Ao final da série fiquei me perguntando o que um adolescente com tendências suicidas que sofre bullying diariamente poderia pensar ao assistir a série. Poderia ele achar que "a ideia é legal" simplesmente porque mostra de uma forma bonita todo um plano bem arranjado, arquitetado por uma garota de 17 anos? Poderia. E isso não é legal. A Netflix tem responsabilidade sim sobre o que produz. Como qualquer canal. Sou fã da plataforma há anos e sempre louvei suas produções, mas nessa devo admitir que eles erraram feio, erraram rude.
2) Em segundo lugar (e não menos importante), do chamado "suicídio de vingança". Pegando o gancho do item 1, mostrar o suicídio como arma ou instrumento de vingança é mais do que se omitir à responsabilidade, é ser irresponsável com milhares de vidas. Aquele mesmo adolescente poderia pensar "acho que vou fazer isso para aqueles cretinos do colégio terem o que merece e para que finalmente seja feita justiça". Não sou psicólogo, não tenho a menor intuição ou visão profissional sobre esse assunto, mas como mero espectador isso me incomodou profundamente. Posso falar por experiência pessoal, pois sofri bullying praticamente minha infância e adolescência inteiras, que se tivesse visto uma obra dessa há uns 10 ou 15 anos atrás, esses pensamentos poderiam ter me ocorrido.
3) Agora, em menor grau, falarei dos itens técnicos e artísticos que me decepcionaram muito. O primeiro deles, as atuações caricatas e enfadonhas da maior parte do elenco. Citarei as piores: Dylan Minnette (Clay), Justin Prentice (Bryce), Brandon Flynn (Justin) e Michele Selene Ang (Courtney).
4) Da representação dos pais (com exceção da Sra. e Sr. Baker), principalmente da mãe de Clay, Lainie Jensen, que mira numa numa mãe preocupada e atenta ao filho, mas acaba acertando na superficialidade de uma mãe invasiva e controladora.
5) Não estou querendo diminuir a sua dor ou falar, em hipótese alguma, que os motivos apresentados pela personagem central não tenham sido suficientes para motivá-la a tal ato (até porque nem todos entram nisso que irei dizer), mas a maior parte das tais "razões" pelas quais Hannah se debruça para cometer seu suicídio são coisas corriqueiras nas vidas de muitos jovens (infelizmente). E aí reforço aquilo que disse no item 2. Se há uma projeção/identificação do espectador na trama, isso é absurdamente perigoso na vida de milhares de adolescentes.
6) Outra coisa que me preocupa é o mesmo nivelamento das atitudes de cada pessoa que recebeu uma fita. Colocar no mesmo patamar um cara que jogou uma carta "fora" e um rapaz que cometeu estupro é discrepante demais e não me desce.
7) Por falar do cara que jogou a carta "fora": Se Hannah mentiu um aspecto numa fita, o que nos garante que ela não teria mentido sobre vários outros aspectos de outras histórias, deturpando-as (como Jess dá a entender quando diz que quem deixou de ir ao Monets foi a ex-amiga e não ela)? E mais: por que a série colocaria detalhes assim se não teve a menor intenção de resolvê-los depois?
8) Minha empatia por Hannah Baker oscilou durante todos os episódios. Havia momentos em que eu achava estar compreendendo-a. Havia momentos em que eu a achava meio "babaquinha" com os outros sem justificativa, principalmente com Clay e Zach. Mas a verdade é que, ao final, refleti que me esforcei toda a série para gostar de verdade de Hannah, para entender suas motivações. Fato este comprovado pela minha apatia ou falta de comoção em seu ato final. Ou seja, não me aflorou um amor pela personagem que me fizessem senti-la por completo e isso prejudicou minha fruição na obra.
9) Por que raios Hannah entrou numa festa que estava acontecendo na casa de um garoto que 1) havia assediado-a apertando sua bunda numa loja, ato este que a deixou extremamente perplexa e arrasada e 2) que há poucos dias havia estuprado sua ex-melhor amiga bem diante de seus olhos, ato este que "destruiu sua alma"? Fica aí o questionamento. Sinceramente, não entendi. Em termos narrativos achei isso bem patético.
10) Por último (e talvez menos importante) da estética pasteurizada da série que me pareceu aquelas séries da MTV gringa na sua pior fase.
É isso, migos, espero que não me apedrejem (muito).
Sense8 (1ª Temporada)
4.4 2,1K Assista AgoraImaginar a dimensão da produção dessa série é tão desafiador quanto o próprio planejamento de filmagens. Sense8 é a prova de que uma série popular pode envolver, sim, uma trama complexa com um enredo fácil de se digerir, uma desconstrução de estereótipos com personagens diferentes e profundos, um roteiro tão original quanto a forma como se é trabalhada a montagem. Definitivamente, uma das melhores séries, ou melhor, umas das melhores coisas que já assisti. Que venham mais temporadas tão fascinantes quanto essa.
Game of Thrones (5ª Temporada)
4.4 1,4KÉ, aconteceu. Aquilo que todos temiam aconteceu. Foi chocante? Foi. Foi impactante? Foi. Foi trágico? Foi. E no peito, ao findar do último episódio, ficou aquela sensação amarga de incredulidade. Acho que nada nunca poderá consolar os fãs. Mas, depois de muita revolta contra o autor e os produtores, pensei: Epa! Eu não posso me decepcionar com algo que estava fora dos meus planos para a série. Aliás, que absurdo é a prepotência de alguns fãs por pensar assim. Fiquei horrorizado com a quantidade de palavrões proferidos contra G. R. R. Martin. Gente, hello! É uma série, a história é dele e ele mata quem ele quiser (por mais que essa personagem seja considerada por nós - fãs - fundamental e muito querida). Se alguém morre, é porque assim tinha que ser. Enfim, continuarei devoto de GoT até o fim; acreditando na excelência e na qualidade da série que é feita para mim, para você e para todo mundo que gosta de assistir uma produção de primeira. Insatisfação vai existir? Sim. E se reclamar vai existir duas (no caso de GoT eu diria até umas 10). Afinal, nem Stanley Kubrick agradou todo mundo. E que venha a próxima temporada, cheia de surpresas.