Mais um manifesto surrealista do que um enredo cinematográfico propriamente dito (embora nem haja definição perfeita do que seria um "enredo cinematográfico"), com suas séries oníricas, bem ao gosto da época, então embriagada pelos conceitos freudianos. Aparentemente é uma obra sobre os desejos e a culpa carregada por esses desejos.
PS- apesar da cena do corte do olho ser a mais conhecida (aliás, uma das mais conhecidas da história do Cinema), para mim a imagem mais impactante é o da descida da cruz, na parte final.
Não é dos melhores filmes de Keaton, mas tem duas grandes ideias: a do filme dentro do filme e as fantásticas sincronias da perseguição final, imitadas e citadas exaustivamente pelo Cinema.
Talvez a mais monstruosa personificação de um marido opressor (mesmo que na época o cuidado odontológico não era prioridade, o diretor faz questão de closes na pavorosa dentição de Monsieur Beudet, aumentando o asco em relação ao mesmo). O sofrimento da Sra Beudet ainda piora com o seu plano sendo compreendido ao contrário pelo marido.
Poucas legendas e imagens oníricas, podem deixar o filme inintelegível para muita gente
Mesmo que graficamente seja bastante violento (Mickey é um verdadeiro sádico torturando animais a seu bel-prazer), desculpa-se pois era o humor dos desenhos animados da época, o filme tem invenções que mostram todo o potencial do que viria a se tornar Walt Disney. Há um detalhe bastante interessante: no momento em que o Bafo de Onça está mascando o tabaco, antes da primeira cuspida ela dá uma leve olhada para o lado, esse detalhe remete diretamente a um análogo no clássico soviético "Encouraçado Potemkim"
Toda a sutileza nipônica a serviço de uma mensagem fortíssima: a passagem de tempo a que todos nós estamos submetidos. Afinal, estamos sozinhos, mas acompanhados por uma infinidade de memórias.
O demônio parece uma espécie de Clovis Bornay anfetaminado e a mulher estar acometida de Dança de São Vito. Mas, são coisas do início do descobrimento do 'filme em movimento'.
As cores parecem ter servido de inspiração para o bem mais tardio Technicolor.
Difícil julgá-lo com os olhos de hoje, acostumados ao rigor técnico do cinema industrial (um personagem dá uma ajuda para ser amarrado, um dos funcionários do trem é claramente um boneco de pano, o ato de morrer é quase cômico de tão exagerado, há uma cena musical completamente fora do contexto...). Mas são coisas de um mundo diferente e de um cinema ainda mais diferente do de hoje.
O que mais me chamou a atenção é de que como o tema violência já desde cedo é tão familiar ao cinema norte-americano.
Passando ao filme uma amálgama de espetáculo circense, teatro vaudeville e ópera-bufa, cria a narrativa linear do cinema e sobretudo explora todo o universo fantástico que somente o 'quadro em movimento' poderia proporcionar.
É bom e muito criativo, mas exagerado o culto em torno dele. Há furos na teoria e Seu Jorge (que havia arrasado em "Cidade de Deus") está em uma atuação forçada e nada espontânea.
Um filme difícil de definir, não dá nem para escrever se é uma obra-prima ou apenas um manifesto que apenas duas pessoas entenderam: Dali e Buñuel. Eu gostei pela narrativa onírica e pelo manisfesto surrealista, mas aposto que o que eu entendi, não era aquilo que os autores queriam dizer.
Apesar do desfecho óbvio, é tão rico em detalhes e passa uma mensagem tão forte sobre a dominação do meio sobre o indivíduo, que é irrelevante que utilize de um final esperado. Muito bom.
Aquilo que a Disney sempre fez com maestria: adaptar um conto clássico, utilizando-se de música clássica, no caso aqui, de um dos belíssimos Quarteto para Cordas do Borodin.
O tocante é que quanto mais avançada é a sociedade (como são os nórdicos), mais ela consegue ver a beleza na simplicidade. Este curta é um exemplo disto.
A Pixar aos poucos foi assimilando várias características das animações Disney, chegando quase ao ponto de perder a sua identidade ("Carros" acho que foi o ponto mais 'perigoso' disto). Neste curta, por exemplo, há várias características da Pixar (como os grandes espaços vazios e não-diálogos) mas no geral, é basicamente Walt Disney.
Estória clichê, narrativa clichê e animação clichê. Destoa da maioria dos curtas de animação indicados ao Oscar da categoria, que primam sobretudo pela originalidade.
Um Cão Andaluz
4.1 706Mais um manifesto surrealista do que um enredo cinematográfico propriamente dito (embora nem haja definição perfeita do que seria um "enredo cinematográfico"), com suas séries oníricas, bem ao gosto da época, então embriagada pelos conceitos freudianos. Aparentemente é uma obra sobre os desejos e a culpa carregada por esses desejos.
PS- apesar da cena do corte do olho ser a mais conhecida (aliás, uma das mais conhecidas da história do Cinema), para mim a imagem mais impactante é o da descida da cruz, na parte final.
Sherlock Holmes, Jr.
2.5 1Não é dos melhores filmes de Keaton, mas tem duas grandes ideias: a do filme dentro do filme e as fantásticas sincronias da perseguição final, imitadas e citadas exaustivamente pelo Cinema.
A Sorridente Madame Beudet
3.5 35Talvez a mais monstruosa personificação de um marido opressor (mesmo que na época o cuidado odontológico não era prioridade, o diretor faz questão de closes na pavorosa dentição de Monsieur Beudet, aumentando o asco em relação ao mesmo). O sofrimento da Sra Beudet ainda piora com o seu plano sendo compreendido ao contrário pelo marido.
Poucas legendas e imagens oníricas, podem deixar o filme inintelegível para muita gente
O Vapor Willie
3.9 79 Assista AgoraMesmo que graficamente seja bastante violento (Mickey é um verdadeiro sádico torturando animais a seu bel-prazer), desculpa-se pois era o humor dos desenhos animados da época, o filme tem invenções que mostram todo o potencial do que viria a se tornar Walt Disney.
Há um detalhe bastante interessante: no momento em que o Bafo de Onça está mascando o tabaco, antes da primeira cuspida ela dá uma leve olhada para o lado, esse detalhe remete diretamente a um análogo no clássico soviético "Encouraçado Potemkim"
A Casa de Pequenos Cubinhos
4.5 766Toda a sutileza nipônica a serviço de uma mensagem fortíssima: a passagem de tempo a que todos nós estamos submetidos. Afinal, estamos sozinhos, mas acompanhados por uma infinidade de memórias.
Haggard's She: The Pillar of Fire
3.6 12O demônio parece uma espécie de Clovis Bornay anfetaminado e a mulher estar acometida de Dança de São Vito. Mas, são coisas do início do descobrimento do 'filme em movimento'.
As cores parecem ter servido de inspiração para o bem mais tardio Technicolor.
O Grande Roubo do Trem
3.8 185Difícil julgá-lo com os olhos de hoje, acostumados ao rigor técnico do cinema industrial (um personagem dá uma ajuda para ser amarrado, um dos funcionários do trem é claramente um boneco de pano, o ato de morrer é quase cômico de tão exagerado, há uma cena musical completamente fora do contexto...). Mas são coisas de um mundo diferente e de um cinema ainda mais diferente do de hoje.
O que mais me chamou a atenção é de que como o tema violência já desde cedo é tão familiar ao cinema norte-americano.
Viagem à Lua
4.4 858 Assista AgoraPassando ao filme uma amálgama de espetáculo circense, teatro vaudeville e ópera-bufa, cria a narrativa linear do cinema e sobretudo explora todo o universo fantástico que somente o 'quadro em movimento' poderia proporcionar.
O Código Tarantino
4.4 716É bom e muito criativo, mas exagerado o culto em torno dele. Há furos na teoria e Seu Jorge (que havia arrasado em "Cidade de Deus") está em uma atuação forçada e nada espontânea.
Um Cão Andaluz
4.1 706Um filme difícil de definir, não dá nem para escrever se é uma obra-prima ou apenas um manifesto que apenas duas pessoas entenderam: Dali e Buñuel. Eu gostei pela narrativa onírica e pelo manisfesto surrealista, mas aposto que o que eu entendi, não era aquilo que os autores queriam dizer.
Alarme
3.7 235Menos é mais
Maestro
3.7 10Apesar do desfecho óbvio, é tão rico em detalhes e passa uma mensagem tão forte sobre a dominação do meio sobre o indivíduo, que é irrelevante que utilize de um final esperado.
Muito bom.
A Pequena Vendedora de Fósforos
4.2 504Aquilo que a Disney sempre fez com maestria: adaptar um conto clássico, utilizando-se de música clássica, no caso aqui, de um dos belíssimos Quarteto para Cordas do Borodin.
Quase Abduzido
4.0 157 Assista AgoraA Pixar sempre impressiona. seja pela qualidade do seu CGI como também pela excelente mixagem de som, além da diversão de suas estórias.
O Poeta Dinamarquês
4.3 91O tocante é que quanto mais avançada é a sociedade (como são os nórdicos), mais ela consegue ver a beleza na simplicidade. Este curta é um exemplo disto.
A Confissão de Fumiko
3.5 11A queda usada como metáfora é genial!
Rain Town
4.0 20Com uma textura que lembra as vezes a animação europeia (especialmente a francesa), mas com um timing e sutileza bem nipônicos. Belíssimo.
As Misteriosas Explorações Geográficas de Jasper Morello
3.9 5Muito bom.Um cenario como se o mundo houvesse parado na década de 80 do século XIX, e apenas aperfeiçoado as máquinas de então.
9
3.7 33 Assista AgoraMuito moderno! Rico em detalhes, trilha sonora tech e estória criativa.
A Banda de um Homem Só
4.1 209 Assista AgoraA Pixar aos poucos foi assimilando várias características das animações Disney, chegando quase ao ponto de perder a sua identidade ("Carros" acho que foi o ponto mais 'perigoso' disto). Neste curta, por exemplo, há várias características da Pixar (como os grandes espaços vazios e não-diálogos) mas no geral, é basicamente Walt Disney.
Guide Dog
4.0 7Muito legal: psicologia da paranoia protetora do cão.
Gopher Broke
3.5 11Estória clichê, narrativa clichê e animação clichê. Destoa da maioria dos curtas de animação indicados ao Oscar da categoria, que primam sobretudo pela originalidade.
Birthday Boy
3.5 8Boa estória, mas muito boa a edição de som.
O Jogo de Geri
4.3 378As qualidade das expressões do personagem me impressionaram muito na época, um grande avanço em relação a Toy Story.