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Últimas opiniões enviadas

  • João Gabriel

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    Para início dessa crítica, posso adiantar que é um filme para poucos, para aqueles que curtem mistério, drama e curiosidade sobre as aflições humanas. Tal filme não é um blockbuster, longe disso, mas é um longa digno do seleto time de filmes considerados novos clássicos.
    Baseado no livro Dennis Lehane, Sobre Meninos e Lobos conta a história de vida de três amigos de infância - Jimmy Markum (Sean Penn), Dave Boyle (Tim Robbins) e Sean Devine (Kevin Bacon) – estes por sua vez, tiveram suas vidas marcadas por um acontecimento trágico e hediondo há exatamente 25 anos: os amigos enquanto brincavam e se divertiam na rua foram abordados por dois homens que se identificaram como policiais, que obrigaram Dave (Tim Robbins) a entrar no carro, o que aconteceu com ele no decorrer dos dias do sequestro marcou a vida deste e dos amigos de forma traumática.
    O tempo passa os três tornam-se adultos e se distancia, cada um tem sua vida, família, emprego, obrigações diárias. Até que o inesperado acontece, a filha de Jimmy (Sean Penn) foi assassinada de forma brutal e o encarregado de investigar o homicídio é Sean Devine (Kevin Bacon), assim um dos principais suspeitos é Dave (Tim Robbins), que esconde um segredo que sua própria esposa desconhece. Assim os três se aproximam novamente; com o decorrer da investigação, os três se deparam com fatos amargos de suas adolescências, fatos que eles preferiam nunca mais relembrar.
    Clint Eastwood mais uma vez supera a si ao dirigir Sobre Meninos e Lobos, abordando a individualidade dos seus personagens. Eastwood mostra que basta apenas uma tragédia ou um acontecimento muito forte para marcar nossas vidas de forma implacável; e é dessas tragédias que nasce a dualidade da sanidade e lucidez dos personagens tão bem ambientadas num universo frio e sem remorso. É dessa frieza que o espectador se choca ao se deparar com Sobre Meninos e Lobos, muitos podem ter saído da seção de cinema meio embasbacado com esta dualidade explorável. Ou seja, é um filme baseado na vida das pessoas comuns, pessoas reais, com seus anseios, torturas diárias e pequenos momentos de felicidade, tais momentos só encontrados no final.
    É esta humanidade que concerne a força do longa, uma humanidade simples e chocante na visão de Clint Eastwood. Ele acertou em cheio! Precisei assistir a este filme três vezes para conseguir digerir todo o impacto que ele causa na primeira seção, para captar toda psicologia que há nele, e claro, para conseguir escrever esta crítica. Você deve está pensando “esse filme é uma desilusão”, é sim, é a falta de esperança de três amigos que não encontram felicidade ao relembrar aquilo que chocaram suas vidas sem sentido. Mas não há como negar que este aspecto frio é dado de forma graciosa, graças a seu elenco principal.
    O elenco todo é sublime, a direção de Clint Eastwood merece ser ovacionada, por vários motivos, o principal deles é a harmonia e a liberdade que dá aos personagens, cada um com suas complexidades e individualidades que vão compor um thriller de mistério; a forma como a película de filme é colocada é ilustre. O que Sobre Meninos e Lobos nos deixa é um legado de que ninguém é mau, simplesmente as decisões que tomamos afloram em consequências que estão fora de nosso controle, como um efeito borboleta assim como o final do filme expõe.
    No fim do filme Sean (Kevin Bacon) vai ao encontro de Jimmy (Sean Penn) para revelar a ele que descobriu quem é o assassino de sua filha. Jimmy fica paralisado ao descobrir que cometeu um erro terrível, ao julgar outra pessoa como o suposto assassino. Sean olha de forma pesarosa a Jimmy e o pergunta: “onde está Dave”? Jimmy responde: “a última vez que vi Dave Boyle, foi no banco de trás daquele carro há 25 anos”. É o final de máxima magnitude que engrandece ainda mais esta obra do grande Clint Eastwood.

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  • João Gabriel

    Pasolini (diretor do filme) começou a desenvolver o filme junto com seu colaborador roteirista Sergio Citti, que foi originalmente contratado para dirigir o projeto. Durante o processo de escrita, Pasolini sentiu-se instado a traduzir a história da França do século 18 para a República de Salò (nome toponímico dado ao estado fantoche de Mussolini da Alemanha nazista nos últimos dias da Segunda Guerra Mundial). Ao fazer isso, o filme alegoriza o poder além de qualquer cenário específico e é um golpe direto na própria história da Itália com o fascismo.

    Pasolini via o sadomasoquismo como um traço duradouro da humanidade, ocorrido na época de Sade e em sua atualidade. Assim, o sexo aqui se torna uma metáfora para a relação de poder entre o opressor e o oprimido. O masoquismo de Sade tem como objetivo representar o que o poder inflige ao corpo. Ele chamou isso de “anarquia do poder”, pois o poder faz o que quer; possui uma natureza arbitrária que é ditada por necessidades econômicas que escapam à lógica comum.

    Para Pasolini, o poder manipula o corpo e depois tira a consciência ao estabelecer valores falsos e auto-alienantes ditados pelo consumismo e pela mercantilização daqueles que os infligem às pessoas. Os adolescentes subjugados são uma metáfora para a juventude da Itália sendo corrompida pelo consumismo global, que é alegorizado pelos libertinos.

    Pasolini também sentiu que o filme é essencialmente sobre a inexistência da história. Com isso ele quer dizer que o filme pretende mostrar a nulidade de entender a história como processo progressivo, já que a humanidade está vinculada a práticas sociais que independente de sua época, continuarão aparecendo.

    Para o diretor, violência e fascismo não estão vinculados a um momento da história, nem nada do que acontece no filme. A sua temporalidade não é explorada de todo, acontece nos confins de um local isolado onde tudo acaba por ser codificado e imposto. Em Salò , a história não é nada e o poder é tudo.

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