Muito lenta, personagens desinteressantes. Se fosse essa mesma ideia, mas desenvolvida por um Damon Lindelof ou Sam Esmail da vida teria sido bem melhor.
Impressionado como conseguiram gastar tanto dinheiro numa produção tão luxuosa e o resultado ser tão chato. Achei os participantes pouco carismáticos, não são memoráveis e os jurados muito metidos, com uns comentários abstratos demais. Das imitações de Project Runway eu ainda prefiro Next in Fashion, mesmo curtindo a Heidi e o Tim e mesmo com todo o luxo da produção.
Documentário muito interessante que me fez ter antipatia por ambos os lados. Dá uma tristeza ver os cristãos conservadores e seu preconceito contra novos povos e filosofias, e uma tristeza ainda maior quando essa minoria perseguida acaba dando motivos reais para que os perseguidores tenham sua vitória. Acho que Ma Anand Sheela precisa entrar pro panteão de grandes vilãs do mundo, uma personalidade extremamente fascinante que me fez torcer por ela, mesmo sendo uma criminosa. Decepcionado com Rajneesh, de quem eu conhecia um pouco de nome, e que aqui se revela um mestre materialista e misógino. Acho que o documentário poderia dedicar algum tempo para explicar no que consiste os ensinamentos dele, pq as pessoas não o seguiam apenas por sua personalidade. Acho que ajudaria a pintar um quadro mais amplo da religião e da extrema devoção que as pessoas sentiam. No geral é um documentário democrático que tenta não tomar lados, a não ser por esse detalhe.
O final da parte 2 já deixava claro que essa serie dificilmente poderia continuar com a mesma qualidade. Ja não teria o mesmo impacto e novidade da trama original, a nao ser que os roteiristas realmente inventassem algo totalmente diferente e igualmente inovador e dificilmente um raio cai duas vezes no mesmo lugar. Porem, contudo e todavia, eu fiquei feliz pela continuação assim mesmo, pq foda-se, eu amo os personagens e o universo, sou cadelinha da serie e tava curioso pra ver mais. A parte 3 foi legal, apesar de logo de cara eu achar o plano deles mais simples. Parte do gosto do primeiro atraco era ir vendo o passo a passo do intrincado plano, mesmo com os furos e conveniências, mas e isso que e legal num heist movie. Dessa vez o plano inicial não tem tantas camadas assim, depois que eles arrumam um jeito de navegar dentro da câmara e começam a derreter o ouro, ja não tem nada pra fazer alem de segurar a barra la dentro. A unica parte do plano que falta conhecer e a fuga, como que o Professor planejou tira-los de la e pq o ouro tem tanta importância assim nesse esquema. A parte 4 foi pior que a 3 pra mim justamente por isso... se ja tinha um plano mais simples pra começo de conversa, a 4 então não tem plano nenhum. Eles passam a temporada inteira apenas lidando com os problemas pendentes, o resgate da Lisboa, o tiro na Nairóbi e o chefe de segurança. Alem disso a serie preenche tempo com uns dramas chatos envolvendo ciume e vários flashbacks MEGA desnecessários do Berlim, que não acrescentam nada nem pra historia nem pro personagem. Puro fanservice vazio que só enfraquece o peso da morte do personagem, ja que ele fica aparecendo mais ate do que alguns que ainda estão vivos. Nao gosto muito tb como a serie fica tentando fazer os personagens parecerem heróis do povo, sendo que eles são só assaltantes que foram roubar dinheiro pra si mesmos. Os roteiristas fazem questão de fazer os policiais serem corruptos e violadores de direitos humanos pra tentar "amenizar" os atos dos assaltantes, mas acho forçado. A gente já ta do lado deles, não precisa martirizar os caras e transformar os personagens da policia em caricaturas. Acho que no geral o povo ficaria a favor da policia, afinal a galera acha que bandido bom e bandido morto. Podiam mostrar mais do publico que ta contra eles ao invés da galera que ta a favor. Eu achei os dois últimos episódios empolgantes, gostei das cenas de ação, da nova personagem trans que provavelmente deve ganhar mais espaço na próxima temporada, e curti ver os personagens sentindo de verdade o peso estressante da situação em que se encontram, com questões de raiva e desespero vindo a tona. Achei um erro não ter encerrado esse roubo, pq se essa temporada toda já foi um filler, o que sera que eles vão inventar pra próxima? Eu não me importo de continuar vendo Casa de Papel pra sempre, mas inventem novos roubos ou novas situações. Acho que esse cenário em especial, do Banco da Espanha, já saturou.
Eu gosto da morte da Nairóbi pq a gente precisa ter acontecimentos grandiosos e definitivos na vida dos personagens, pra sentir que realmente estão em perigo e que tudo pode acontecer, ainda mais numa temporada em que tudo parece fanservice inconsequente. Por outro lado, obviamente fiquei triste pq a personagem vai deixar um buraco que ninguém vai tapar.
Eu tinha gostado muito da 11ª temporada, mais do que a maioria das pessoas. Ela tem episódios individuais muito bons, o problema é que como um todo ela falha em entregar momentos explosivos entre esses episódios "Monstro da semana" o que a torna meio esquecível e morna. A 12ª tem episódios tão bons quanto, alguns muito melhores, e trás ainda um plot central mais intrigante e explosivo. Os companions são fracos, infelizmente, mas até eles tiveram um uso bem melhor esse ano. Ryan continua sobrando, pra mim, mas Graham é fundamental e Yaz serve bem seu propósito. Os episódios esse ano tiveram como característica principal um número enorme de personagens e tramas paralelas que você não sabe como vão se unir no final, até que se unem e tudo faz sentido. Alguns conseguiram ser mais satisfatórios que outros nesse sentido, e eu gostei muito da excitação e mistério que esse formato trouxe. Engraçado é que essa temporada tem menos crítica social que a anterior, mas só pq a mensagem climática em Orphan 55 (um dos mais fracos da temporada) é super didática e "Na cara" os fãs chatos de internet estão chorando mais do que nunca. Descansa, anti-militância, vocês são muito chatos. Jodie continua sendo a alma da série, a sua versão do personagem é deliciosa de assistir. O novo Mestre demorou pra me ganhar, confesso que fiquei dividido no começo, mas sua participação no fim me ganhou de vez. Sacha Dawan foi muito comparado ao John Simm, mas acho seu Mestre muito diferente. Ambos são maníacos insanos, mas acho que o Sacha tem um lado sombrio muito mais ameaçador do que o Simm, que sempre foi mais cartunesco. A cinematografia, efeitos especiais e valores gerais de produção foram de primeira, e é muito bom ver a série ficando melhor nisso a cada ano. Qual série que você conhece que só melhora, mesmo depois de 12 anos ininterruptos no ar? Os novos elementos adicionados a mitologia da Doutora no final foram muito interessantes e adicionaram ainda mais mística e mistério a origem do personagem. Essas revelações não serviram muito pro episodio em si, mas abrem possibilidades narrativas pro futuro que, se usadas corretamente, podem render ótimas oportunidades narrativas e novas histórias incríveis. Cybermen não são meus vilões favoritos, e eu não consigo sentir nenhuma ameaça vindo deles (acho o uso deles no finale do Capaldi o melhor até hoje) mas o finale foi elétrico e emocionante assim mesmo. Tudo o que queremos de uma boa temporada de DW está presente esse ano e eu só quero ver o que vai acontecer com as pontas que ainda estão soltas.
A Doutora tem mesmo um limite de 12 vidas? Se esse limite foi imposto por Tecteun, isso significa que no fim de seu ciclo o Matt Smith não estava morrendo de vez e o novo ciclo dado pelos Timelords foi a toa? Ou esse limite também foi imposto a Timeless Child? E onde a Doctor Ruth se encaixa nessa história toda? Agora só nos resta esperar.
A série é gostosinha e fiquei feliz que abordou pelo menos alguns dos temas mais pesados dos quadrinhos originais. Eu sabia que iriam amenizar muita coisa, mas achei que amenizariam muito mais. Apesar de ter mais humor e leveza, ela não foge dos aspectos mais sinistros da história. Gostei da fotografia, do charme das locações e da química entre os personagens. O Wyatt Olef rouba a cena, seu personagem é muito interessante. Poderia ter sido um filme, você vê a série toda em duas horas, e hoje em dia quanto mais curta uma série melhor pra mim. Só espero não demorarem muito pra segunda temporada.
É ela que mata o pai, "ajudando ele a se libertar", como ela mesmo diz, se envolve sexualmente com uma mulher adulta e no final ela se suicida, explodindo a própria cabeça. É uma história pesada de depressão, toda desenhada num traço super infantil e simples. Achei interessante mas bizarro, e tenho certeza que a série não vai chegar a esse ponto.
Nossa me surpreendi MUITO e já saí recomendando pra todos. Eu geralmente não recomendo reality show pois não é todo mundo que tem saco pra acompanhar (com exceção de Rupauls e Survivor, esses eu plugo sem problemas) mas esse tem tudo pra todo mundo. Locais incríveis, personagens carismáticos, drama, vilões, heróis, imprevisibilidade e toda sorte de diversão que você não imagina encontrar só lendo o nome e a sinopse. Uma gema escondida na Netflix e tô doido pela segunda temporada.
Dentro das limitações de uma série de TV (ainda mais sendo da DC, que produz Tokusatsu americano com lutas nem sempre tão legais) Titans me surpreendeu muito. Estelar dona da série, me fez desejar que deem mais espaço pra ela na segunda temporada. O tom sombrio, o gore e os palavrões muitas vezes soam forçados, como se os produtores estivessem empolgados demais com a liberdade de um serviço de streaming; em excesso e em lugares inapropriados, tais cenas acabam perdendo parte do impacto e da consequência. Eles deveriam dosar melhor a violência e executar melhores lutas. Muitas são empolgantes mas nada realmente supreendente. Gostei de todos os personagens, até mesmo do Robin, embora não inicialmente. As perucas são todas horriveis, mas eu gostei em geral da caracterização. O final foi decepcionante por não ter sido um final de verdade, mas ainda estou a bordo para uma nova temporada.
Eu sabia que essa temporada seria diferente em níveis maiores do que simplesmente a mudança de protagonista e de gênero: mudança de showrunner, novos escritores e diretores, novos companions, novas câmeras e um retorno numa época em que DW é super conhecido, comentado e relevante; eu só não sabia que seria tão diferente assim e que faria escolhas tão.... interessantes. O primeiro episodio é um ótimo introdutório, Jodie me ganhou estampando um sorriso no meu rosto no primeiro instante em que aparece e esse sorriso não saiu mais até o fim. O episódio é emocional e mostra bem que as consequências de se envolver com a Doutora nem sempre são positivas. Achei uma boa mudança e a fotografia é incrível. A partir daí tivemos uma temporada que ousou em suas escolhas, trouxe mudanças drásticas na forma de abordar certos temas e se preocupou em abordar certos assuntos de forma mais direta, o que é algo que funciona bem desde que você domine o assunto e não o trate de forma superficial demais ou inocente. Algumas vezes eles conseguem, como Rosa e Demons of the Punjab, episódios históricos mais dramáticos e educativos do que os que estamos acostumados a ver, e algumas vezes não funciona tanto como aquele das aranhas, que tenta jogar umas ideias e diverte, mas possui certas falhas estruturais e desperdiça o conceito de filme B. Eu adoro como os personagens do episódio são bem construídos, como por exemplo em Tsuranga, que introduz diversas pessoas, com vários arcos pessoais e consegue desenvolver todos, arranjando tempo ainda pra um vilão muito fofo com uma backstory interessante. Esse, assim como outros, trouxe lágrimas em meus olhos em certos momentos, porém é pontuado por muitos momentos chatos ou desnecessários. A "praga" dessa temporada foi entregar episódios bons e alguns ótimos que funcionam individualmente mas que juntos não formam um grupo tão excitante assim. O grande momento, o grande soco no estomago nunca vem. Os vilões são casuais, ou não são realmente vilões, e os companions são chatos nessa configuração. Conceitualmente, Ryan e Graham possuem bons personagens, de perfil diferente dos companions da série moderna anteriores e com motivações e arcos interessantes. A execução, no entanto, não foi tão boa, já que eles parecem entediados ou sem nada pra fazer a maior parte do tempo. Um deles deveria possuir uma personalidade mais explosiva ou mais distinta; ambos são lacônicos e até tímidos, o que os torna interessantes em momentos, mas pouco memoráveis como um todo. A grande presença de seu drama nos episódios acaba ofuscando Yaz, que tinha potencial mas jamais foi propriamente desenvolvida. Por mais que goste da Tardis cheia, acho que preferia menos companions de cara, para que pudéssemos conhecer a pessoa nova o suficiente antes de sermos introduzidos a mais gente. Queria inclusive que a Bill tivesse continuado, pois além de ótima personagem que durou muito pouco, ela poderia ser a âncora de familiaridade que a nova Doutora precisaria para poder respirar e ter o foco todo para si. Adorei episódios como o das bruxas e o da cabana, por serem conceituais, possuirem estética impecável e um clima muito intrigante; O último episodio é divertido mas realmente não tem cara de último episódio. Doctor Who voltou com muitas novas ideias mas nem todas foram executadas a contento e muitas ficaram demais ou de menos; é preciso ajustar mais os estilos dos episódios e injetar mais emoção e aventura, desenvolvendo melhor os companions e dando-lhes mais utilidade e presença, nem que pra isso sejam substituídos. Nem quero comentar sobre o numero reduzido de episodios e o hiato de um ano porque isso me enerva demais. A melhor coisa da série foi a protagonista; Jodie já nos ganhou e precisa apenas de certos ajustes para ter o palco que merece.
Eu tava um pouco desanimado com o começo dessa temporada, sem entender o pq de terem tirado os Gaviões e o Rip e achando tudo meio bobo. A primeira temporada teve episódios muito divertidos, mas a série parecia não saber muito bem qual era a sua identidade. Os produtores meio que foram improvisando no decorrer do caminho, criando apenas uma grande desculpa pra juntar sob o mesmo teto todos aqueles personagens que eles tinham sobrando, criando quase que um prato requentado feito de sobras de outros pratos. Era um show sobre super herois ou viagem no tempo, ou um drama com romance e reencarnação? As vezes a mistura dava mto certo, mas as vezes não e eu não curto como em geral as séries do Arrowverse (principalmente Flash) lidam com as regras da viagem no tempo: eles parecem decidir o que pode e o que não pode baseado nas necessidades do momento, ao invés de criarem regras que façam sentido num amplo escopo. O finale da primeira temporada foi terrível pra mim, e até hoje não entendi a forma com que conseguiram derrotar o Vandal Savage, que soou aleatória e jogada. Os primeiros episódios dessa segunda temporada foram medianos pra mim até que lá pelo oitavo episódio a série se transmutou magicamente na MELHOR série do Arrowverse no ar atualmente. Eu me diverti tanto que fiquei chocado comigo mesmo. A trama foi emocionante, os vilões carismáticos e ameaçadores, o humor muito bem colocado, nas horas certas e sem exageros, a interação entre os heróis foi ótima. Eu investi emocionalmente em cada drama, me arrepiei e emocionei nas horas certas, e senti o impacto por trás de cada decisão difícil que eles tinham que tomar. É péssimo quando a obra quer vender consequências emocionais que na verdade não existem, e Legends ensinou como se faz. Aprende, Flash. Amei que a Sarah, sem alarde, se tornou a protagonista da parada toda, e seu arco dramático é o mais completo de todos os personagens. Mal posso esperar pra continuar vendo na terceira temporada e espero que os produtores saibam replicar sem exagerar tudo o que deu certo nessa.
PORRA MANO, TEM COMO DAR MIL ESTRELAS??? Que série incrível! Excitante, constrói o suspense de forma sutil e eficaz, te leva numa viagem de ácido não linear, como se você estivesse em um sonho bizarro, e experimenta com diversas formas de narrativa diferentes, sem medo de ousar nem de tirar sarro com ela mesma. Você nunca sabe o que vai acontecer em seguida, já que pode ser algo engraçado, estranho, desconfortável, espantoso ou simplesmente assustador ou perturbador! A fotografia é linda, elegante, os atores estão se divertindo horrores e todos os personagens são ótimos. Com apenas 8 episódios, Noah Hawley pôde conceber uma trama fechadinha, direta, sem enrolação, mantendo a qualidade do começo ao fim. Eu simplesmente pirei com cada cena, cada reviravolta, como se tivesse vendo um anime muito louco. Que série foda. Se Aubrey Plaza não concorrer ao Emmy por essa série, eu perco a fé na humanidade! Ela rouba toda a cena em que aparece. Maravilhosa.
Terminei só agora pq confesso que os primeiros episódios não me emocionaram muito. Eu gostava do que via, mas estranhamente não sentia aquele tesão por ver o episódio seguinte, como aconteceu com Demolidor e Jessica Jones. Felizmente isso tudo muda lá pelo episódio 5 e aí a série vai só progredindo. Personagens fantásticos, momentos de atuação soberbos pra vários deles e excelentes vilões. Comentário social necessário pra época em que vivemos. Em tempos de Black Lives Matter, ter um negro a prova de balas é um conceito e tanto. Tenho por algumas escolhas criativas da série a mesma picuinha que tenho com suas antecessoras: o medo que eles tem de abraçar um pouco mais suas origens nos quadrinhos. Dá pra fazer uma série calcada no mundo real, pé no chão, mas com os elementos fantásticos, como uniformes maneiros pra herois e vilões por exemplo. Uma coisa não exclui a outra. Não quero ver o Luke usando sua tradicional vestimenta dos anos 70, mas existem várias versões atuais bem legais e muito fáceis de traduzir no cinema. Tenho outros probleminhas aqui e ali mas eles empalidecem diante da qualidade da produção. Ver tantos atores negros juntos dividindo cena é um alívio pros olhos e só então percebemos o quão branco é o mundo do entretenimento. Você nunca vê tantos atores negros assim numa produção que não seja específica dessa comunidade e isso é uma pena. Grandes performances que mereciam mais espaço.
Jonathan Nolan tem como marca registrada pegar premissas relativamente simples e já vistas anteriormente e as embrulhar nesse pacote super complexo e não linear. A meta final de Westworld fica muito clara quando você termina a temporada, mas a jornada até esse final é feita através de um labirinto narrativo muito bem tecido, labirinto esse que espelha de certa forma o que aparece na série motivando as ações de certos personagens. O tema da Inteligência artificial, o perigo de se brincar de Deus, o significado da consciência e a ética por trás disso tudo, sempre esteve em voga, ainda que esteja atualmente passando por uma renascença na mídia. Esse tema já foi retratado em vários clássicos do cinema, tv e literatura; Mesmo Westworld é um remake de um filme da década de 70, ainda que tal filme lide com as questões de forma muito mais sutil, sugerida. Westworld pega essa temática e eleva ao próximo nível, aproveitando para isso o luxo de ter 10 horas a sua disposição, um puta orçamento e um elenco maravilhoso. As idas e vindas cronológicas, as sequências de sonho, o tom filosófico e trágico de alguns dos arcos dramáticos, me fazem lembrar a estrutura de um anime, como Evangelion por exemplo. Você está boiando a maior parte do tempo, mas continua vidrado por ser tudo muito lindo e bem executado. O tema de abertura é um tiro no âmago de seu ser, e, mesmo que a trama seja relativamente simples e até batida, não tem como não admirar a qualidade da escrita. Eu saquei desde o começo alguns dos twists, e não saquei outros, mas eu gosto que a série não seja apenas sobre twists, mas sobre histórias humanas. Dessa forma, sacando ou não, você sai da série emocionalmente satisfeito.
Jonathan Nolan tem como marca registrada pegar premissas relativamente simples e já vistas anteriormente e as embrulhar nesse pacote super complexo e não linear. A meta final de Westworld fica muito clara quando você termina a temporada, mas a jornada até esse final é feita através de um labirinto narrativo muito bem tecido, labirinto esse que espelha de certa forma o que aparece na série motivando as ações de certos personagens. O tema da Inteligência artificial, o perigo de se brincar de Deus, o significado da consciência e a ética por trás disso tudo, sempre esteve em voga, ainda que esteja atualmente passando por uma renascença na mídia. Esse tema já foi retratado em vários clássicos do cinema, tv e literatura; Mesmo Westworld é um remake de um filme da década de 70, ainda que tal filme lide com as questões de forma muito mais sutil, sugerida. Westworld pega essa temática e eleva ao próximo nível, aproveitando para isso o luxo de ter 10 horas a sua disposição, um puta orçamento e um elenco maravilhoso. As idas e vindas cronológicas, as sequências de sonho, o tom filosófico e trágico de alguns dos arcos dramáticos, me fazem lembrar a estrutura de um anime, como Evangelion por exemplo. Você está boiando a maior parte do tempo, mas continua vidrado por ser tudo muito lindo e bem executado. O tema de abertura é um tiro no âmago de seu ser, e, mesmo que a trama seja relativamente simples e até batida, não tem como não admirar a qualidade da escrita. Eu saquei desde o começo alguns dos twists, e não saquei outros, mas eu gosto que a série não seja apenas sobre twists, mas sobre histórias humanas. Dessa forma, sacando ou não, você sai da série emocionalmente satisfeito.
Sense8 é a primeira série de drama/sci fi mainstream que não só aborda a cultura queer em pé de igualdade com a cis/hétero, mas faz isso em níveis profundos e sutis que chegam a surpreender quem é LGBT+ e não está acostumado a ver isso. Sem contar que agora, quando alguém vier dizer que homens são tão objetificados quanto mulheres na mídia, ao invés de você tentar explicar com palavras, basta mostrar algumas cenas do Lito para que possam ver o que de fato seria tal objetificação. Você pode até problematizar toda a exploração que a série faz da beleza física de seus protagonistas, mas todas as séries americanas fazem isso e pelo menos Sense8 está sendo mais democrática. De certa forma é preciso que aconteça assim para que o preconceito das pessoas venha a tona; deve ser interessante ver um homem cis e hétero tentar racionalizar o incômodo com as cenas de sexo super gráficas entre os casais homossexuais da série, por exemplo, sendo que certamente ele não demonstra o mesmo sentimento em relação a cenas semelhantes entre casais héteros. A trama em si é interessante, explora a telepatia de forma muito criativa e as escolhas visuais são impactantes e precisas. A fotografia é belíssima, o escopo é cinematográfico e, por se tratar de um drama da Netflix, que não precisa se preocupar com as restrições de uma rede de TV aberta, por exemplo, pode se dar ao luxo de desenvolver temas mais diferentes dos que estamos acostumados a ver, além de tomar decisões narrativas ambiciosas que nunca veríamos em outro lugar: me diz uma série de TV que teria coragem de gastar 10 minutos numa sequência sem falas, com música clássica de fundo, retratando diversas sequências de parto de forma bela e sem censura? A sequência ainda mostra bebês saindo de vaginas, algo que é comum, normal e parte da vida, mas que normalmente choca o público, como se fosse algo sujo. Essa é apenas uma das desconstruções que Sense8 propõe. As atuações são muito boas, intensas e todos os personagens são carismáticos. É incrível como, em pouco tempo, você já os conhece e torce por eles. É empolgante quando eles começam a interagir e você sempre fica curioso pra saber de que formas eles podem contribuir uns com os outros. É uma premissa relativamente simples, mas genial. A ficção em geral gosta de extrair drama dos conflitos conjugais, então Sense8 também merece aplausos por retratar um casal como Amanita e Nomi, por exemplo, que estão felizes e em perfeita sintonia e mostrando valores que todos nós sonhamos em ter em nossos relacionamentos. Parece simples, mas um casal unido assim nunca é mostrado antes do final de um filme/serie ou de alguma inevitável separação. Nem tudo são flores, claro: eu gostaria muito que eles falassem em seus próprios idiomas, ao invés da já antiquada tecla sap mágica que faz com que todos falem inglês. O publico americano já deve estar mais acostumado a ler legendas, já vimos séries multiculturais antes, e chega a ser falta de respeito com os países que eles estão retratando. O público já é sofisticado o bastante pra aguentar isso. Outra coisa que incomoda um pouco a princípio é a forma estereotipada que usam pra apresentar certas culturas: Sun é a asiática misteriosa e lutadora de artes marciais, Kala é a indiana forçada a se casar (ainda que por ela mesma) e Capheus é o africano de um país problemático mas que está sempre super feliz com tudo. Por outro lado, todos esses estereótipos vão sendo subvertidos e os personagens expandidos, de modo que acabam se tornando muito mais do que eram no começo. Pode ser até que apresentá-los sob uma ótima básica tenha sido intencional. Por último, e isso não é tanto uma crítica mas mais um medo do futuro, eu espero que as Wachowski e o J. Michael Straczynski tenham muito bem planejado o resto da série, já que a premissa pode-se tornar facilmente repetitiva e perder o impacto. Quantas vezes, por exemplo, poderemos nos empolgar com as intervenções badass da Sun, ainda mais quando elas estiverem acontecendo pela quadragésima vez? Eu quero muito que Sense8 dure muitos anos e quero continuar amando até o fim.
A série continua de onde parou e o ritmo permanece praticamente o mesmo. É como se as duas temporadas formassem uma série só de 20 episódios. Ela perde o fôlego um pouco pelo meio, dá pra sentir que talvez os escritores estivessem ficando sem assunto, mas termina em alta, com um final excelente e no momento certo. É uma perseguição eletrizante, Pablo Escobar continua sendo um dos vilões mais detestáveis e irritantes que eu já vi, e nunca sofri tanto vendo policiais quase chegando até ele, só para vê-lo escapar entre seus dedos no último minuto. Filho da puta escorregadio do caralho, desde Kira versus L eu não ficava tão agoniado. Eu amo muito essa série, desde o roteiro até a direção e a fotografia. Deus salve a Netflix.
Lisa Kudrow é uma atriz fodástica e basta observar seus trabalhos fora de Friends para constatar toda sua versatilidade. Em The Comeback ela segue mais ou menos o trend de atores pegando elementos de suas próprias vidas e exagerando-os, ironizando-os, pegando o elefante na sala e transformando ele na estrela do filme/série. Na vida real, Lisa será sempre mais conhecida por Friends, mesmo sendo capaz de muito mais, e é essa a jornada da sua personagem Valerie Cherish. Claro que Val tem um percurso bem mais sofrido, mas isso é em nome do entretenimento. Nesse ponto a série entrega um pouco de metalinguagem, já que por culpa desse pseudo entretenimento é que nós nunca chegamos a conhecer Val por completo: por se tratar de um mockumentary, a atriz sempre aparece camuflada sob uma fachada de educação, otimismo e sorrisos, mesmo quando está sendo constantemente pisada e humilhada por todos. Paulie G., personagem de Lance Barber, é genuinamente incômodo e nojento, fazendo com que você se sinta desconfortável em vários momentos. Eu gosto de dramédias que te tiram da zona de conforto, que te deixam com uma coceirinha na cabeça e The Comeback faz isso e mais um pouco.
Série muito boa e viciante, você se perde nos episódios. Saber que está assistindo a fatos históricos adiciona uma camada extra de interesse a uma já dinâmica e envolvente narrativa. Os atores são ótimos e Wagner Moura cria um Pablo Escobar pateticamente odioso, um vilão que você não ama odiar, mas quer ver morto ou punido da forma mais cruel possível e isso é muito importante: não se pode glamurizar um ser tão nojento quanto esse. O portunhol do ator incomoda um pouco no começo mas depois a gente se acostuma... deve ser muito pior para os telespectadores hispânicos. É sofrível sempre que filmes americanos mostram um personagem brasileiro interpretado por algum estrangeiro, falando português todo torto, então imagino que pra eles deve ter sido tão estranho quanto, mas o ator é incrível e o primor da performance é inegável. Todo episódio é lotado de reviravoltas, eles souberam dosar muito bem ficção e realidade. O legal é que as coisas mais absurdas, impossíveis e novelescas foram as que de fato aconteceram na vida real. Inacreditável.
Essa temporada foi uma das melhores em muito tempo, se você julgar pela emoção, pelo entretenimento. Candidatas muito fortes, provas interessantes, momentos de agonia e suspense, decisões polêmicas e twists que acrescentaram novas e inesperadas camadas ao programa. Achei que tudo funcionou muito bem e foi redondinho. O final foi corrido, faltou grandiosidade. Queria algo mais épico, foi anticlimático, mas satisfatório. Todas as finalistas mereciam, exceto uma e sabemos bem qual delas, e qualquer uma que ganhasse causaria certo nível de frustração. Galera tá confundindo muito comportamento pessoal com desempenho na competição. Independente de quem foi mais humilde nos bastidores, na hora da competição todas no top 3 foram muito bem, sendo que a ganhadora foi um pouco melhor. Eu também teria ficado mais feliz com outro resultado, mas depois que você respira e medita, acaba se conformando e entendendo. Mama Ru nem sempre faz merda. Certamente não foi uma Tyra-situation. E season 9, SÓ VEM
A gente se acostuma a ver Gilmore Girls para se sentir bem e se transportar pra esse mundinho ideal e encantado onde tudo dá certo no final. Por mais que os relacionamentos e problemas das pessoas sejam os mais realistas que eu já tenha visto em uma série de TV, eles vêm embaladinhos nesse pacote de bons sentimentos e açúcar. Por isso mesmo a quinta temporada te deixa com uma sensação de "WHOA!" "O que foi isso?". É a progressão natural da história.. a quarta temporada te deixa numa situação complicada, agora que a Rory está crescendo e se descobrindo, levando a uma quinta temporada cheia de paradigmas quebrados e reviravoltas sofridas. O finale é o mais tenso até agora e me deixou muito deprimido. Escrita poderosa, atuações incríveis. Nem tudo são flores, claro: a parte ruim de se ter uma série tão autoral assim, com a voz de seus criadores tão presentes, é que vários de seus vícios e manias acabam se repetindo muito, e a série as vezes fica meio claustrofóbica. Geralmente quando uma história assim chega ao seu quinto ano, você respira um pouco e amplia as tramas paralelas de personagens secundários, mas GG se recusa a tirar o foco de suas protagonistas. Os chamados "Townies" como Kirk, Miss Patty, até mesmo Sookie e Jackson, Miss Kim, etc, até ganham seus momentos para brilhar, mas eu queria ver mais. Queria ver todo um episódio focado no Kirk por exemplo, ou dando um pouco de backstory pro Michel. Isso só não vira um problema maior pq Lorelai, Rory, Luke, Emily e Richard são ótimos atores e personagens, e eu logo esqueço desses detalhes.
Até agora essa foi a melhor temporada pra mim. Como é que pode, né? Acho que o escopo emocional da trama se ampliou. Nós tivemos mudanças de cenário, de idade, novas responsabilidades pras protagonistas e exploramos novos ângulos de personagens centrais e secundários. Eu ri, eu chorei, eu me envolvi. O finale foi definitivamente o mais eletrizante até agora e o mais completo. No mais, os diálogos continuam cada vez mais rápidos e carregados de cultura pop e, mesmo que ninguém fale assim na vida real, ainda retratam os relacionamentos interpessoais mais realistas que eu já vi numa série. Tudo o que acontece é minimalista, casual, os conflitos são simples, banais e por isso mesmo batem lá no fundo quando você assiste. Os personagens são tridimensionais e quando acontece uma briga, por exemplo, você sempre entende ambos os lados, ainda que tenha o seu favorito. Esse feito narrativo se torna ainda mais impressionante quando você percebe que a criadora Amy Sherman-Palladino e seu marido Daniel Palladino, showrunners da série, escrevem sozinhos a maioria dos episódios, o que é muito pouco normal em uma série pra TV aberta de 22 episódios por temporada. A narrativa é autoral, concisa, e deve ter sido uma puta dor de cabeça na época da produção. Já fico triste de antemão por saber que ambos os escritores deixaram a série justo em sua última temporada, mas feliz de novo pela volta dos dois nos novos eps em novembro.
Crazy Ex foi uma Crazy Surprise. De cara eu já fiquei encantado e incomodado ao mesmo tempo por causa das verdades inconvenientes que seus personagens representam. Todo mundo nesse show é patético, infeliz e perdido na vida, em diferentes niveis e de diferentes formas, exatamente como na vida real. Eles tomam as decisões mais erradas, priorizam as coisas mais inúteis e vão até as últimas consequências para alcançar metas que, racionalmente, não deveriam importar tanto assim. Ring a bell? Eu me senti agredido na mesma proporção que entretido e isso foi catártico em diversas ocasiões. Além desse lado metalinguístico bizarro e muito pessoal (acredito que essa experiência varie de acordo com a personalidade do telespectador) a comédia da série é muito boa. Diálogos rápidos, inteligentes, interessantes. Os números musicais são um plus muito bem vindo, parodiando todos os estilos e funcionando como músicas de verdade, pra você baixar e ficar ouvindo, só que com letras deliciosamente absurdas e criativas. Outro ponto interessante é a diversidade. As criadores da série, uma delas a própria protagonista, que também é uma das compositoras das músicas, fazem um esforço consciente para contratar atores de etnias e tipos físicos diferentes, tornando tudo mais real e relacionável. A série ainda traz muitas críticas sociais interessantes, ao machismo, homofobia e etc. É muito progressista, apesar da premissa inicial indicar o contrário. Super recomendo, todos necessitam dar uma chance e ir de coração aberto.
Chocado demais. Essa série é obrigatória.. IMPOSSÍVEL você estar vivo e não assistir a Oprhan Black; quando você pensa que vai acabar o assunto, que já contaram tudo BAMMMM eles te atropelam com reviravoltas, conspirações, humor, bizarrice, espionagem, sci-fi, atuações FODAS e muita dor de barriga. PELO AMOR DE DEUS PAREM TUDO O QUE ESTEJAM FAZENDO E ASSISTAM ORPHAN BLACK NUNCA TE PEDI NADA
Impactante em sua simplicidade, Run é um olhar atento à vida de pessoas normais cujos atos criam ondas de choque que mudam os rumos de outras pessoas não diretamente relacionadas e assim por diante. Um conceito intrigante, que demora a tomar forma diante dos seus olhos e te atinge com seu brilhantismo quando você finalmente se dá conta do que está acontecendo. Quatro eps, maratona fácil, vinho e petiscos são uma boa companhia. Atuações incríveis, fotografia charmosa, massagem cerebral.
Devs
4.0 59 Assista AgoraMuito lenta, personagens desinteressantes. Se fosse essa mesma ideia, mas desenvolvida por um Damon Lindelof ou Sam Esmail da vida teria sido bem melhor.
Making The Cut (1ª Temporada)
3.5 33Impressionado como conseguiram gastar tanto dinheiro numa produção tão luxuosa e o resultado ser tão chato. Achei os participantes pouco carismáticos, não são memoráveis e os jurados muito metidos, com uns comentários abstratos demais. Das imitações de Project Runway eu ainda prefiro Next in Fashion, mesmo curtindo a Heidi e o Tim e mesmo com todo o luxo da produção.
Wild Wild Country
4.3 265 Assista AgoraDocumentário muito interessante que me fez ter antipatia por ambos os lados. Dá uma tristeza ver os cristãos conservadores e seu preconceito contra novos povos e filosofias, e uma tristeza ainda maior quando essa minoria perseguida acaba dando motivos reais para que os perseguidores tenham sua vitória. Acho que Ma Anand Sheela precisa entrar pro panteão de grandes vilãs do mundo, uma personalidade extremamente fascinante que me fez torcer por ela, mesmo sendo uma criminosa. Decepcionado com Rajneesh, de quem eu conhecia um pouco de nome, e que aqui se revela um mestre materialista e misógino. Acho que o documentário poderia dedicar algum tempo para explicar no que consiste os ensinamentos dele, pq as pessoas não o seguiam apenas por sua personalidade. Acho que ajudaria a pintar um quadro mais amplo da religião e da extrema devoção que as pessoas sentiam. No geral é um documentário democrático que tenta não tomar lados, a não ser por esse detalhe.
La Casa de Papel (Parte 4)
3.7 658 Assista AgoraO final da parte 2 já deixava claro que essa serie dificilmente poderia continuar com a mesma qualidade. Ja não teria o mesmo impacto e novidade da trama original, a nao ser que os roteiristas realmente inventassem algo totalmente diferente e igualmente inovador e dificilmente um raio cai duas vezes no mesmo lugar. Porem, contudo e todavia, eu fiquei feliz pela continuação assim mesmo, pq foda-se, eu amo os personagens e o universo, sou cadelinha da serie e tava curioso pra ver mais. A parte 3 foi legal, apesar de logo de cara eu achar o plano deles mais simples. Parte do gosto do primeiro atraco era ir vendo o passo a passo do intrincado plano, mesmo com os furos e conveniências, mas e isso que e legal num heist movie. Dessa vez o plano inicial não tem tantas camadas assim, depois que eles arrumam um jeito de navegar dentro da câmara e começam a derreter o ouro, ja não tem nada pra fazer alem de segurar a barra la dentro. A unica parte do plano que falta conhecer e a fuga, como que o Professor planejou tira-los de la e pq o ouro tem tanta importância assim nesse esquema.
A parte 4 foi pior que a 3 pra mim justamente por isso... se ja tinha um plano mais simples pra começo de conversa, a 4 então não tem plano nenhum. Eles passam a temporada inteira apenas lidando com os problemas pendentes, o resgate da Lisboa, o tiro na Nairóbi e o chefe de segurança. Alem disso a serie preenche tempo com uns dramas chatos envolvendo ciume e vários flashbacks MEGA desnecessários do Berlim, que não acrescentam nada nem pra historia nem pro personagem. Puro fanservice vazio que só enfraquece o peso da morte do personagem, ja que ele fica aparecendo mais ate do que alguns que ainda estão vivos. Nao gosto muito tb como a serie fica tentando fazer os personagens parecerem heróis do povo, sendo que eles são só assaltantes que foram roubar dinheiro pra si mesmos. Os roteiristas fazem questão de fazer os policiais serem corruptos e violadores de direitos humanos pra tentar "amenizar" os atos dos assaltantes, mas acho forçado. A gente já ta do lado deles, não precisa martirizar os caras e transformar os personagens da policia em caricaturas. Acho que no geral o povo ficaria a favor da policia, afinal a galera acha que bandido bom e bandido morto. Podiam mostrar mais do publico que ta contra eles ao invés da galera que ta a favor.
Eu achei os dois últimos episódios empolgantes, gostei das cenas de ação, da nova personagem trans que provavelmente deve ganhar mais espaço na próxima temporada, e curti ver os personagens sentindo de verdade o peso estressante da situação em que se encontram, com questões de raiva e desespero vindo a tona. Achei um erro não ter encerrado esse roubo, pq se essa temporada toda já foi um filler, o que sera que eles vão inventar pra próxima? Eu não me importo de continuar vendo Casa de Papel pra sempre, mas inventem novos roubos ou novas situações. Acho que esse cenário em especial, do Banco da Espanha, já saturou.
Eu gosto da morte da Nairóbi pq a gente precisa ter acontecimentos grandiosos e definitivos na vida dos personagens, pra sentir que realmente estão em perigo e que tudo pode acontecer, ainda mais numa temporada em que tudo parece fanservice inconsequente. Por outro lado, obviamente fiquei triste pq a personagem vai deixar um buraco que ninguém vai tapar.
Doctor Who (12ª Temporada)
3.7 41Eu tinha gostado muito da 11ª temporada, mais do que a maioria das pessoas. Ela tem episódios individuais muito bons, o problema é que como um todo ela falha em entregar momentos explosivos entre esses episódios "Monstro da semana" o que a torna meio esquecível e morna. A 12ª tem episódios tão bons quanto, alguns muito melhores, e trás ainda um plot central mais intrigante e explosivo.
Os companions são fracos, infelizmente, mas até eles tiveram um uso bem melhor esse ano. Ryan continua sobrando, pra mim, mas Graham é fundamental e Yaz serve bem seu propósito. Os episódios esse ano tiveram como característica principal um número enorme de personagens e tramas paralelas que você não sabe como vão se unir no final, até que se unem e tudo faz sentido. Alguns conseguiram ser mais satisfatórios que outros nesse sentido, e eu gostei muito da excitação e mistério que esse formato trouxe. Engraçado é que essa temporada tem menos crítica social que a anterior, mas só pq a mensagem climática em Orphan 55 (um dos mais fracos da temporada) é super didática e "Na cara" os fãs chatos de internet estão chorando mais do que nunca. Descansa, anti-militância, vocês são muito chatos.
Jodie continua sendo a alma da série, a sua versão do personagem é deliciosa de assistir. O novo Mestre demorou pra me ganhar, confesso que fiquei dividido no começo, mas sua participação no fim me ganhou de vez. Sacha Dawan foi muito comparado ao John Simm, mas acho seu Mestre muito diferente. Ambos são maníacos insanos, mas acho que o Sacha tem um lado sombrio muito mais ameaçador do que o Simm, que sempre foi mais cartunesco.
A cinematografia, efeitos especiais e valores gerais de produção foram de primeira, e é muito bom ver a série ficando melhor nisso a cada ano. Qual série que você conhece que só melhora, mesmo depois de 12 anos ininterruptos no ar? Os novos elementos adicionados a mitologia da Doutora no final foram muito interessantes e adicionaram ainda mais mística e mistério a origem do personagem. Essas revelações não serviram muito pro episodio em si, mas abrem possibilidades narrativas pro futuro que, se usadas corretamente, podem render ótimas oportunidades narrativas e novas histórias incríveis. Cybermen não são meus vilões favoritos, e eu não consigo sentir nenhuma ameaça vindo deles (acho o uso deles no finale do Capaldi o melhor até hoje) mas o finale foi elétrico e emocionante assim mesmo. Tudo o que queremos de uma boa temporada de DW está presente esse ano e eu só quero ver o que vai acontecer com as pontas que ainda estão soltas.
A Doutora tem mesmo um limite de 12 vidas? Se esse limite foi imposto por Tecteun, isso significa que no fim de seu ciclo o Matt Smith não estava morrendo de vez e o novo ciclo dado pelos Timelords foi a toa? Ou esse limite também foi imposto a Timeless Child? E onde a Doctor Ruth se encaixa nessa história toda? Agora só nos resta esperar.
I Am Not Okay With This (1ª Temporada)
3.7 352 Assista AgoraA série é gostosinha e fiquei feliz que abordou pelo menos alguns dos temas mais pesados dos quadrinhos originais. Eu sabia que iriam amenizar muita coisa, mas achei que amenizariam muito mais. Apesar de ter mais humor e leveza, ela não foge dos aspectos mais sinistros da história. Gostei da fotografia, do charme das locações e da química entre os personagens. O Wyatt Olef rouba a cena, seu personagem é muito interessante. Poderia ter sido um filme, você vê a série toda em duas horas, e hoje em dia quanto mais curta uma série melhor pra mim. Só espero não demorarem muito pra segunda temporada.
Spoiler dos quadrinhos:
É ela que mata o pai, "ajudando ele a se libertar", como ela mesmo diz, se envolve sexualmente com uma mulher adulta e no final ela se suicida, explodindo a própria cabeça. É uma história pesada de depressão, toda desenhada num traço super infantil e simples. Achei interessante mas bizarro, e tenho certeza que a série não vai chegar a esse ponto.
Instant Hotel (1ª Temporada)
3.9 49Nossa me surpreendi MUITO e já saí recomendando pra todos. Eu geralmente não recomendo reality show pois não é todo mundo que tem saco pra acompanhar (com exceção de Rupauls e Survivor, esses eu plugo sem problemas) mas esse tem tudo pra todo mundo. Locais incríveis, personagens carismáticos, drama, vilões, heróis, imprevisibilidade e toda sorte de diversão que você não imagina encontrar só lendo o nome e a sinopse. Uma gema escondida na Netflix e tô doido pela segunda temporada.
Titãs (1ª Temporada)
3.8 443 Assista AgoraDentro das limitações de uma série de TV (ainda mais sendo da DC, que produz Tokusatsu americano com lutas nem sempre tão legais) Titans me surpreendeu muito. Estelar dona da série, me fez desejar que deem mais espaço pra ela na segunda temporada. O tom sombrio, o gore e os palavrões muitas vezes soam forçados, como se os produtores estivessem empolgados demais com a liberdade de um serviço de streaming; em excesso e em lugares inapropriados, tais cenas acabam perdendo parte do impacto e da consequência. Eles deveriam dosar melhor a violência e executar melhores lutas. Muitas são empolgantes mas nada realmente supreendente. Gostei de todos os personagens, até mesmo do Robin, embora não inicialmente. As perucas são todas horriveis, mas eu gostei em geral da caracterização. O final foi decepcionante por não ter sido um final de verdade, mas ainda estou a bordo para uma nova temporada.
Doctor Who (11ª Temporada)
3.8 71Eu sabia que essa temporada seria diferente em níveis maiores do que simplesmente a mudança de protagonista e de gênero: mudança de showrunner, novos escritores e diretores, novos companions, novas câmeras e um retorno numa época em que DW é super conhecido, comentado e relevante; eu só não sabia que seria tão diferente assim e que faria escolhas tão.... interessantes.
O primeiro episodio é um ótimo introdutório, Jodie me ganhou estampando um sorriso no meu rosto no primeiro instante em que aparece e esse sorriso não saiu mais até o fim. O episódio é emocional e mostra bem que as consequências de se envolver com a Doutora nem sempre são positivas. Achei uma boa mudança e a fotografia é incrível. A partir daí tivemos uma temporada que ousou em suas escolhas, trouxe mudanças drásticas na forma de abordar certos temas e se preocupou em abordar certos assuntos de forma mais direta, o que é algo que funciona bem desde que você domine o assunto e não o trate de forma superficial demais ou inocente. Algumas vezes eles conseguem, como Rosa e Demons of the Punjab, episódios históricos mais dramáticos e educativos do que os que estamos acostumados a ver, e algumas vezes não funciona tanto como aquele das aranhas, que tenta jogar umas ideias e diverte, mas possui certas falhas estruturais e desperdiça o conceito de filme B. Eu adoro como os personagens do episódio são bem construídos, como por exemplo em Tsuranga, que introduz diversas pessoas, com vários arcos pessoais e consegue desenvolver todos, arranjando tempo ainda pra um vilão muito fofo com uma backstory interessante. Esse, assim como outros, trouxe lágrimas em meus olhos em certos momentos, porém é pontuado por muitos momentos chatos ou desnecessários. A "praga" dessa temporada foi entregar episódios bons e alguns ótimos que funcionam individualmente mas que juntos não formam um grupo tão excitante assim. O grande momento, o grande soco no estomago nunca vem. Os vilões são casuais, ou não são realmente vilões, e os companions são chatos nessa configuração. Conceitualmente, Ryan e Graham possuem bons personagens, de perfil diferente dos companions da série moderna anteriores e com motivações e arcos interessantes. A execução, no entanto, não foi tão boa, já que eles parecem entediados ou sem nada pra fazer a maior parte do tempo. Um deles deveria possuir uma personalidade mais explosiva ou mais distinta; ambos são lacônicos e até tímidos, o que os torna interessantes em momentos, mas pouco memoráveis como um todo. A grande presença de seu drama nos episódios acaba ofuscando Yaz, que tinha potencial mas jamais foi propriamente desenvolvida. Por mais que goste da Tardis cheia, acho que preferia menos companions de cara, para que pudéssemos conhecer a pessoa nova o suficiente antes de sermos introduzidos a mais gente. Queria inclusive que a Bill tivesse continuado, pois além de ótima personagem que durou muito pouco, ela poderia ser a âncora de familiaridade que a nova Doutora precisaria para poder respirar e ter o foco todo para si. Adorei episódios como o das bruxas e o da cabana, por serem conceituais, possuirem estética impecável e um clima muito intrigante; O último episodio é divertido mas realmente não tem cara de último episódio.
Doctor Who voltou com muitas novas ideias mas nem todas foram executadas a contento e muitas ficaram demais ou de menos; é preciso ajustar mais os estilos dos episódios e injetar mais emoção e aventura, desenvolvendo melhor os companions e dando-lhes mais utilidade e presença, nem que pra isso sejam substituídos. Nem quero comentar sobre o numero reduzido de episodios e o hiato de um ano porque isso me enerva demais.
A melhor coisa da série foi a protagonista; Jodie já nos ganhou e precisa apenas de certos ajustes para ter o palco que merece.
Lendas do Amanhã (2ª Temporada)
3.8 63 Assista AgoraEu tava um pouco desanimado com o começo dessa temporada, sem entender o pq de terem tirado os Gaviões e o Rip e achando tudo meio bobo. A primeira temporada teve episódios muito divertidos, mas a série parecia não saber muito bem qual era a sua identidade. Os produtores meio que foram improvisando no decorrer do caminho, criando apenas uma grande desculpa pra juntar sob o mesmo teto todos aqueles personagens que eles tinham sobrando, criando quase que um prato requentado feito de sobras de outros pratos. Era um show sobre super herois ou viagem no tempo, ou um drama com romance e reencarnação? As vezes a mistura dava mto certo, mas as vezes não e eu não curto como em geral as séries do Arrowverse (principalmente Flash) lidam com as regras da viagem no tempo: eles parecem decidir o que pode e o que não pode baseado nas necessidades do momento, ao invés de criarem regras que façam sentido num amplo escopo.
O finale da primeira temporada foi terrível pra mim, e até hoje não entendi a forma com que conseguiram derrotar o Vandal Savage, que soou aleatória e jogada. Os primeiros episódios dessa segunda temporada foram medianos pra mim até que lá pelo oitavo episódio a série se transmutou magicamente na MELHOR série do Arrowverse no ar atualmente. Eu me diverti tanto que fiquei chocado comigo mesmo.
A trama foi emocionante, os vilões carismáticos e ameaçadores, o humor muito bem colocado, nas horas certas e sem exageros, a interação entre os heróis foi ótima. Eu investi emocionalmente em cada drama, me arrepiei e emocionei nas horas certas, e senti o impacto por trás de cada decisão difícil que eles tinham que tomar. É péssimo quando a obra quer vender consequências emocionais que na verdade não existem, e Legends ensinou como se faz. Aprende, Flash. Amei que a Sarah, sem alarde, se tornou a protagonista da parada toda, e seu arco dramático é o mais completo de todos os personagens. Mal posso esperar pra continuar vendo na terceira temporada e espero que os produtores saibam replicar sem exagerar tudo o que deu certo nessa.
Legion (1ª Temporada)
4.2 287 Assista AgoraPORRA MANO, TEM COMO DAR MIL ESTRELAS???
Que série incrível! Excitante, constrói o suspense de forma sutil e eficaz, te leva numa viagem de ácido não linear, como se você estivesse em um sonho bizarro, e experimenta com diversas formas de narrativa diferentes, sem medo de ousar nem de tirar sarro com ela mesma. Você nunca sabe o que vai acontecer em seguida, já que pode ser algo engraçado, estranho, desconfortável, espantoso ou simplesmente assustador ou perturbador! A fotografia é linda, elegante, os atores estão se divertindo horrores e todos os personagens são ótimos. Com apenas 8 episódios, Noah Hawley pôde conceber uma trama fechadinha, direta, sem enrolação, mantendo a qualidade do começo ao fim. Eu simplesmente pirei com cada cena, cada reviravolta, como se tivesse vendo um anime muito louco. Que série foda.
Se Aubrey Plaza não concorrer ao Emmy por essa série, eu perco a fé na humanidade! Ela rouba toda a cena em que aparece. Maravilhosa.
Luke Cage (1ª Temporada)
3.7 502Terminei só agora pq confesso que os primeiros episódios não me emocionaram muito. Eu gostava do que via, mas estranhamente não sentia aquele tesão por ver o episódio seguinte, como aconteceu com Demolidor e Jessica Jones. Felizmente isso tudo muda lá pelo episódio 5 e aí a série vai só progredindo. Personagens fantásticos, momentos de atuação soberbos pra vários deles e excelentes vilões. Comentário social necessário pra época em que vivemos. Em tempos de Black Lives Matter, ter um negro a prova de balas é um conceito e tanto.
Tenho por algumas escolhas criativas da série a mesma picuinha que tenho com suas antecessoras: o medo que eles tem de abraçar um pouco mais suas origens nos quadrinhos. Dá pra fazer uma série calcada no mundo real, pé no chão, mas com os elementos fantásticos, como uniformes maneiros pra herois e vilões por exemplo. Uma coisa não exclui a outra. Não quero ver o Luke usando sua tradicional vestimenta dos anos 70, mas existem várias versões atuais bem legais e muito fáceis de traduzir no cinema.
Tenho outros probleminhas aqui e ali mas eles empalidecem diante da qualidade da produção. Ver tantos atores negros juntos dividindo cena é um alívio pros olhos e só então percebemos o quão branco é o mundo do entretenimento. Você nunca vê tantos atores negros assim numa produção que não seja específica dessa comunidade e isso é uma pena. Grandes performances que mereciam mais espaço.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KJonathan Nolan tem como marca registrada pegar premissas relativamente simples e já vistas anteriormente e as embrulhar nesse pacote super complexo e não linear. A meta final de Westworld fica muito clara quando você termina a temporada, mas a jornada até esse final é feita através de um labirinto narrativo muito bem tecido, labirinto esse que espelha de certa forma o que aparece na série motivando as ações de certos personagens. O tema da Inteligência artificial, o perigo de se brincar de Deus, o significado da consciência e a ética por trás disso tudo, sempre esteve em voga, ainda que esteja atualmente passando por uma renascença na mídia. Esse tema já foi retratado em vários clássicos do cinema, tv e literatura; Mesmo Westworld é um remake de um filme da década de 70, ainda que tal filme lide com as questões de forma muito mais sutil, sugerida. Westworld pega essa temática e eleva ao próximo nível, aproveitando para isso o luxo de ter 10 horas a sua disposição, um puta orçamento e um elenco maravilhoso. As idas e vindas cronológicas, as sequências de sonho, o tom filosófico e trágico de alguns dos arcos dramáticos, me fazem lembrar a estrutura de um anime, como Evangelion por exemplo. Você está boiando a maior parte do tempo, mas continua vidrado por ser tudo muito lindo e bem executado. O tema de abertura é um tiro no âmago de seu ser, e, mesmo que a trama seja relativamente simples e até batida, não tem como não admirar a qualidade da escrita.
Eu saquei desde o começo alguns dos twists, e não saquei outros, mas eu gosto que a série não seja apenas sobre twists, mas sobre histórias humanas. Dessa forma, sacando ou não, você sai da série emocionalmente satisfeito.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KJonathan Nolan tem como marca registrada pegar premissas relativamente simples e já vistas anteriormente e as embrulhar nesse pacote super complexo e não linear. A meta final de Westworld fica muito clara quando você termina a temporada, mas a jornada até esse final é feita através de um labirinto narrativo muito bem tecido, labirinto esse que espelha de certa forma o que aparece na série motivando as ações de certos personagens. O tema da Inteligência artificial, o perigo de se brincar de Deus, o significado da consciência e a ética por trás disso tudo, sempre esteve em voga, ainda que esteja atualmente passando por uma renascença na mídia. Esse tema já foi retratado em vários clássicos do cinema, tv e literatura; Mesmo Westworld é um remake de um filme da década de 70, ainda que tal filme lide com as questões de forma muito mais sutil, sugerida. Westworld pega essa temática e eleva ao próximo nível, aproveitando para isso o luxo de ter 10 horas a sua disposição, um puta orçamento e um elenco maravilhoso. As idas e vindas cronológicas, as sequências de sonho, o tom filosófico e trágico de alguns dos arcos dramáticos, me fazem lembrar a estrutura de um anime, como Evangelion por exemplo. Você está boiando a maior parte do tempo, mas continua vidrado por ser tudo muito lindo e bem executado. O tema de abertura é um tiro no âmago de seu ser, e, mesmo que a trama seja relativamente simples e até batida, não tem como não admirar a qualidade da escrita.
Eu saquei desde o começo alguns dos twists, e não saquei outros, mas eu gosto que a série não seja apenas sobre twists, mas sobre histórias humanas. Dessa forma, sacando ou não, você sai da série emocionalmente satisfeito.
Sense8 (1ª Temporada)
4.4 2,1K Assista AgoraSense8 é a primeira série de drama/sci fi mainstream que não só aborda a cultura queer em pé de igualdade com a cis/hétero, mas faz isso em níveis profundos e sutis que chegam a surpreender quem é LGBT+ e não está acostumado a ver isso. Sem contar que agora, quando alguém vier dizer que homens são tão objetificados quanto mulheres na mídia, ao invés de você tentar explicar com palavras, basta mostrar algumas cenas do Lito para que possam ver o que de fato seria tal objetificação. Você pode até problematizar toda a exploração que a série faz da beleza física de seus protagonistas, mas todas as séries americanas fazem isso e pelo menos Sense8 está sendo mais democrática. De certa forma é preciso que aconteça assim para que o preconceito das pessoas venha a tona; deve ser interessante ver um homem cis e hétero tentar racionalizar o incômodo com as cenas de sexo super gráficas entre os casais homossexuais da série, por exemplo, sendo que certamente ele não demonstra o mesmo sentimento em relação a cenas semelhantes entre casais héteros.
A trama em si é interessante, explora a telepatia de forma muito criativa e as escolhas visuais são impactantes e precisas. A fotografia é belíssima, o escopo é cinematográfico e, por se tratar de um drama da Netflix, que não precisa se preocupar com as restrições de uma rede de TV aberta, por exemplo, pode se dar ao luxo de desenvolver temas mais diferentes dos que estamos acostumados a ver, além de tomar decisões narrativas ambiciosas que nunca veríamos em outro lugar: me diz uma série de TV que teria coragem de gastar 10 minutos numa sequência sem falas, com música clássica de fundo, retratando diversas sequências de parto de forma bela e sem censura? A sequência ainda mostra bebês saindo de vaginas, algo que é comum, normal e parte da vida, mas que normalmente choca o público, como se fosse algo sujo. Essa é apenas uma das desconstruções que Sense8 propõe.
As atuações são muito boas, intensas e todos os personagens são carismáticos. É incrível como, em pouco tempo, você já os conhece e torce por eles. É empolgante quando eles começam a interagir e você sempre fica curioso pra saber de que formas eles podem contribuir uns com os outros. É uma premissa relativamente simples, mas genial.
A ficção em geral gosta de extrair drama dos conflitos conjugais, então Sense8 também merece aplausos por retratar um casal como Amanita e Nomi, por exemplo, que estão felizes e em perfeita sintonia e mostrando valores que todos nós sonhamos em ter em nossos relacionamentos. Parece simples, mas um casal unido assim nunca é mostrado antes do final de um filme/serie ou de alguma inevitável separação.
Nem tudo são flores, claro: eu gostaria muito que eles falassem em seus próprios idiomas, ao invés da já antiquada tecla sap mágica que faz com que todos falem inglês. O publico americano já deve estar mais acostumado a ler legendas, já vimos séries multiculturais antes, e chega a ser falta de respeito com os países que eles estão retratando. O público já é sofisticado o bastante pra aguentar isso. Outra coisa que incomoda um pouco a princípio é a forma estereotipada que usam pra apresentar certas culturas: Sun é a asiática misteriosa e lutadora de artes marciais, Kala é a indiana forçada a se casar (ainda que por ela mesma) e Capheus é o africano de um país problemático mas que está sempre super feliz com tudo. Por outro lado, todos esses estereótipos vão sendo subvertidos e os personagens expandidos, de modo que acabam se tornando muito mais do que eram no começo. Pode ser até que apresentá-los sob uma ótima básica tenha sido intencional. Por último, e isso não é tanto uma crítica mas mais um medo do futuro, eu espero que as Wachowski e o J. Michael Straczynski tenham muito bem planejado o resto da série, já que a premissa pode-se tornar facilmente repetitiva e perder o impacto. Quantas vezes, por exemplo, poderemos nos empolgar com as intervenções badass da Sun, ainda mais quando elas estiverem acontecendo pela quadragésima vez? Eu quero muito que Sense8 dure muitos anos e quero continuar amando até o fim.
Narcos (2ª Temporada)
4.4 460 Assista AgoraA série continua de onde parou e o ritmo permanece praticamente o mesmo. É como se as duas temporadas formassem uma série só de 20 episódios. Ela perde o fôlego um pouco pelo meio, dá pra sentir que talvez os escritores estivessem ficando sem assunto, mas termina em alta, com um final excelente e no momento certo. É uma perseguição eletrizante, Pablo Escobar continua sendo um dos vilões mais detestáveis e irritantes que eu já vi, e nunca sofri tanto vendo policiais quase chegando até ele, só para vê-lo escapar entre seus dedos no último minuto. Filho da puta escorregadio do caralho, desde Kira versus L eu não ficava tão agoniado.
Eu amo muito essa série, desde o roteiro até a direção e a fotografia. Deus salve a Netflix.
The Comeback (1ª Temporada)
4.3 44 Assista AgoraLisa Kudrow é uma atriz fodástica e basta observar seus trabalhos fora de Friends para constatar toda sua versatilidade. Em The Comeback ela segue mais ou menos o trend de atores pegando elementos de suas próprias vidas e exagerando-os, ironizando-os, pegando o elefante na sala e transformando ele na estrela do filme/série. Na vida real, Lisa será sempre mais conhecida por Friends, mesmo sendo capaz de muito mais, e é essa a jornada da sua personagem Valerie Cherish. Claro que Val tem um percurso bem mais sofrido, mas isso é em nome do entretenimento. Nesse ponto a série entrega um pouco de metalinguagem, já que por culpa desse pseudo entretenimento é que nós nunca chegamos a conhecer Val por completo: por se tratar de um mockumentary, a atriz sempre aparece camuflada sob uma fachada de educação, otimismo e sorrisos, mesmo quando está sendo constantemente pisada e humilhada por todos. Paulie G., personagem de Lance Barber, é genuinamente incômodo e nojento, fazendo com que você se sinta desconfortável em vários momentos. Eu gosto de dramédias que te tiram da zona de conforto, que te deixam com uma coceirinha na cabeça e The Comeback faz isso e mais um pouco.
Narcos (1ª Temporada)
4.4 898 Assista AgoraSérie muito boa e viciante, você se perde nos episódios. Saber que está assistindo a fatos históricos adiciona uma camada extra de interesse a uma já dinâmica e envolvente narrativa. Os atores são ótimos e Wagner Moura cria um Pablo Escobar pateticamente odioso, um vilão que você não ama odiar, mas quer ver morto ou punido da forma mais cruel possível e isso é muito importante: não se pode glamurizar um ser tão nojento quanto esse. O portunhol do ator incomoda um pouco no começo mas depois a gente se acostuma... deve ser muito pior para os telespectadores hispânicos. É sofrível sempre que filmes americanos mostram um personagem brasileiro interpretado por algum estrangeiro, falando português todo torto, então imagino que pra eles deve ter sido tão estranho quanto, mas o ator é incrível e o primor da performance é inegável. Todo episódio é lotado de reviravoltas, eles souberam dosar muito bem ficção e realidade. O legal é que as coisas mais absurdas, impossíveis e novelescas foram as que de fato aconteceram na vida real. Inacreditável.
RuPaul's Drag Race: All Stars (2° Temporada)
4.2 222Essa temporada foi uma das melhores em muito tempo, se você julgar pela emoção, pelo entretenimento. Candidatas muito fortes, provas interessantes, momentos de agonia e suspense, decisões polêmicas e twists que acrescentaram novas e inesperadas camadas ao programa. Achei que tudo funcionou muito bem e foi redondinho.
O final foi corrido, faltou grandiosidade. Queria algo mais épico, foi anticlimático, mas satisfatório. Todas as finalistas mereciam, exceto uma e sabemos bem qual delas, e qualquer uma que ganhasse causaria certo nível de frustração. Galera tá confundindo muito comportamento pessoal com desempenho na competição. Independente de quem foi mais humilde nos bastidores, na hora da competição todas no top 3 foram muito bem, sendo que a ganhadora foi um pouco melhor. Eu também teria ficado mais feliz com outro resultado, mas depois que você respira e medita, acaba se conformando e entendendo. Mama Ru nem sempre faz merda. Certamente não foi uma Tyra-situation.
E season 9, SÓ VEM
Gilmore Girls: Tal Mãe, Tal Filha (5ª Temporada)
4.4 178 Assista AgoraA gente se acostuma a ver Gilmore Girls para se sentir bem e se transportar pra esse mundinho ideal e encantado onde tudo dá certo no final. Por mais que os relacionamentos e problemas das pessoas sejam os mais realistas que eu já tenha visto em uma série de TV, eles vêm embaladinhos nesse pacote de bons sentimentos e açúcar. Por isso mesmo a quinta temporada te deixa com uma sensação de "WHOA!" "O que foi isso?". É a progressão natural da história.. a quarta temporada te deixa numa situação complicada, agora que a Rory está crescendo e se descobrindo, levando a uma quinta temporada cheia de paradigmas quebrados e reviravoltas sofridas. O finale é o mais tenso até agora e me deixou muito deprimido. Escrita poderosa, atuações incríveis.
Nem tudo são flores, claro: a parte ruim de se ter uma série tão autoral assim, com a voz de seus criadores tão presentes, é que vários de seus vícios e manias acabam se repetindo muito, e a série as vezes fica meio claustrofóbica. Geralmente quando uma história assim chega ao seu quinto ano, você respira um pouco e amplia as tramas paralelas de personagens secundários, mas GG se recusa a tirar o foco de suas protagonistas. Os chamados "Townies" como Kirk, Miss Patty, até mesmo Sookie e Jackson, Miss Kim, etc, até ganham seus momentos para brilhar, mas eu queria ver mais. Queria ver todo um episódio focado no Kirk por exemplo, ou dando um pouco de backstory pro Michel. Isso só não vira um problema maior pq Lorelai, Rory, Luke, Emily e Richard são ótimos atores e personagens, e eu logo esqueço desses detalhes.
Gilmore Girls: Tal Mãe, Tal Filha (4ª Temporada)
4.4 183 Assista AgoraAté agora essa foi a melhor temporada pra mim. Como é que pode, né? Acho que o escopo emocional da trama se ampliou. Nós tivemos mudanças de cenário, de idade, novas responsabilidades pras protagonistas e exploramos novos ângulos de personagens centrais e secundários. Eu ri, eu chorei, eu me envolvi. O finale foi definitivamente o mais eletrizante até agora e o mais completo. No mais, os diálogos continuam cada vez mais rápidos e carregados de cultura pop e, mesmo que ninguém fale assim na vida real, ainda retratam os relacionamentos interpessoais mais realistas que eu já vi numa série. Tudo o que acontece é minimalista, casual, os conflitos são simples, banais e por isso mesmo batem lá no fundo quando você assiste. Os personagens são tridimensionais e quando acontece uma briga, por exemplo, você sempre entende ambos os lados, ainda que tenha o seu favorito. Esse feito narrativo se torna ainda mais impressionante quando você percebe que a criadora Amy Sherman-Palladino e seu marido Daniel Palladino, showrunners da série, escrevem sozinhos a maioria dos episódios, o que é muito pouco normal em uma série pra TV aberta de 22 episódios por temporada. A narrativa é autoral, concisa, e deve ter sido uma puta dor de cabeça na época da produção. Já fico triste de antemão por saber que ambos os escritores deixaram a série justo em sua última temporada, mas feliz de novo pela volta dos dois nos novos eps em novembro.
Crazy Ex-Girlfriend (1ª Temporada)
4.1 98 Assista AgoraCrazy Ex foi uma Crazy Surprise. De cara eu já fiquei encantado e incomodado ao mesmo tempo por causa das verdades inconvenientes que seus personagens representam. Todo mundo nesse show é patético, infeliz e perdido na vida, em diferentes niveis e de diferentes formas, exatamente como na vida real. Eles tomam as decisões mais erradas, priorizam as coisas mais inúteis e vão até as últimas consequências para alcançar metas que, racionalmente, não deveriam importar tanto assim. Ring a bell? Eu me senti agredido na mesma proporção que entretido e isso foi catártico em diversas ocasiões.
Além desse lado metalinguístico bizarro e muito pessoal (acredito que essa experiência varie de acordo com a personalidade do telespectador) a comédia da série é muito boa. Diálogos rápidos, inteligentes, interessantes. Os números musicais são um plus muito bem vindo, parodiando todos os estilos e funcionando como músicas de verdade, pra você baixar e ficar ouvindo, só que com letras deliciosamente absurdas e criativas.
Outro ponto interessante é a diversidade. As criadores da série, uma delas a própria protagonista, que também é uma das compositoras das músicas, fazem um esforço consciente para contratar atores de etnias e tipos físicos diferentes, tornando tudo mais real e relacionável. A série ainda traz muitas críticas sociais interessantes, ao machismo, homofobia e etc. É muito progressista, apesar da premissa inicial indicar o contrário.
Super recomendo, todos necessitam dar uma chance e ir de coração aberto.
Orphan Black (3ª Temporada)
4.4 428 Assista AgoraChocado demais. Essa série é obrigatória.. IMPOSSÍVEL você estar vivo e não assistir a Oprhan Black; quando você pensa que vai acabar o assunto, que já contaram tudo BAMMMM eles te atropelam com reviravoltas, conspirações, humor, bizarrice, espionagem, sci-fi, atuações FODAS e muita dor de barriga.
PELO AMOR DE DEUS PAREM TUDO O QUE ESTEJAM FAZENDO E ASSISTAM ORPHAN BLACK NUNCA TE PEDI NADA
Run
4.1 10Impactante em sua simplicidade, Run é um olhar atento à vida de pessoas normais cujos atos criam ondas de choque que mudam os rumos de outras pessoas não diretamente relacionadas e assim por diante. Um conceito intrigante, que demora a tomar forma diante dos seus olhos e te atinge com seu brilhantismo quando você finalmente se dá conta do que está acontecendo. Quatro eps, maratona fácil, vinho e petiscos são uma boa companhia. Atuações incríveis, fotografia charmosa, massagem cerebral.