São tantas histórias entrelaçadas que são justificadas as três horas de filme. Mas cansa, claro, e podia ter sido feito de outra forma pra fluir melhor. Mesmo assim, ao contrário de outros usuários aqui do Filmow, não achei forçada a abordagem dos problemas de Hollywood, como o racismo e outros preconceitos. Eram características da época, que um filme que trata dessa história deve abordar para ser minimamente verossímil, justo com a verdade. Seria raso tratar só da festança, dos vícios em álcool e drogas, atores e atrizes perdendo destaque na indústria. Isso já vimos bastante.
É um filme pra quem gosta de cinema, dessa metalinguagem que o Chazelle curte usar. Me emocionou o encantamento das personagens pela sétima arte (um encantamento que muita gente aqui tem), e a conversa entre a colunista e o Jack Conrad resumiu bem o filme. E me lembrou "O Artista" quando trata da transição do cinema mudo para o falado e dos desafios enfrentados nesse movimento.
Gargalhei gostoso com o primeiro diálogo do Brad Pitt, e amei a atuação da Margot Robbie, como sempre magnífica.
Mesmo que seja obviamente roteirizado, tudo o que é falado parece muito real e sincero, pois vai fundo na complexa natureza humana e nos problemas que afetam muitas pessoas. A vulnerabilidade das personagens permite abordar honestamente a forma que lidamos com o que é dito sobre nós, com o luto, etc. Jonah mandou bem.
Quando fiquei sabendo que fariam uma nova "temporada" de Dexter, fiquei indignada. Por que insistir numa série que teve um final tão ruim e arriscar gerar frustração mais uma vez? E não deu outra. É só ler os comentários aqui para perceber isso.
Dessa vez, pelo menos gostei um pouco do final - não tinha outra alternativa se não o Dexter morrer de alguma forma. Isso ocorrer pelas mãos do filho que apresenta as mesmas tendências violentas que ele demonstrava na adolescência pode ter sido pesado, mas achei a melhor alternativa. O Dexter se entregar ou ser pego e ser julgado seria clichê demais e a Angela matar ele não seria tão forte nem não demonstraria "redenção" ou chance de salvação pro Harrison. Fiquei realmente emocionada com a possibilidade de o garoto ter um futuro em que ele não se torna um assassino - embora o ator não tenha convencido muito no papel e, por isso, não tenha gerado muita empatia. Analisando toda a temporada, fiquei frustrada. O Dexter cometeu vários deslizes, arriscou ser descoberto e ainda achou aceitável ensinar o Código pro filho e matar um cara na frente dele deixando escorrer o sangue e lembrando o Harrison sobre o que ele viu quando a mãe dele foi assassinada. E sabendo que isso traumatizou o garoto! Ele não revelou quem era por querer ser um pai melhor e fazer o filho se sentir acolhido, ele só queria alguém pra poder ser ele mesmo, sem mentiras e segredos. Além disso, o roteiro foi fraco em alguns momentos e faltou abordar com maior seriedade a questão de agir como justiceiro quando existe a opção de fazer terapia para não ceder ao impulso de matar pessoas. Também achei que quiseram resolver muitas coisas no final e ficou um pouco acelerado, sendo que em dez episódios dá pra apresentar, desenvolver e finalizar um enredo decentemente. Só bem no final o Dexter se revela serial killer e só na hora da morte se liga que foi culpado pela morte de várias pessoas inocentes e isso não tinha como ser justificado por código ou moral alguma? E depois de dez anos sem matar ninguém (e, aparentemente, sem sentir essa vontade) ele tem esse relapso? Ah, pelo amor de deus! Mas, sinceramente, coerência não se fez presente em muitos momentos de Dexter.
Eu amei essa série. É muito complicado abordar abuso sexual em filmes e séries e "I may destroy you" conseguiu fazer isso de forma responsável e verossímil. Sempre que o crime ocorre, as cenas deixam muito claro porque a atitude do personagem foi criminosa, o que nem sempre ocorre nas produções e poderia normalizar o abuso. A série também conseguiu evidenciar a complexidade do tema, mostrando os impactos na rotina e as consequências que esse tipo de trauma deixa no emocional das vítimas, assim como as diferentes formas de lidar com as memórias e os sentimentos a partir da experiência.
Já as diferentes abordagens do investigador homem com o personagem gay e das investigadoras com a mulher heterossexual reflete a realidade da ainda persistente dificuldade de relatar o assunto e buscar ajuda mesmo nos espaços em que as vítimas deveriam se sentir seguras, respeitadas e acolhidas.
Foi muito importante terem selecionado um elenco praticamente todo negro tratando de um assunto que não é racismo. Isso deveria ser costume na indústria, não uma raridade, assim como não deveria ser raro ver personagens homens gays negros, principalmente não estereotipados (aliás, por que gays e lésbicas praticamente nunca são personagens principais em filmes e séries de romance? 2020, gente!).
Essa série me causou tantas emoções e levou a tantos questionamentos - sobre o que é importante na vida, o que é ser feliz, quais são os limites de uma crença, se a dor pode justificar atitudes opressoras. É emocionante ver a Esty descobrindo o mundo e vendo que há muito mais possibilidades de vida além das que foram apresentadas a ela. Toda a equipe da minissérie merece palmas por conseguir capturar detalhes de uma cultura muito fechada e desconhecida pela maioria, desde a vestimenta até as festividades. E foi muito importante contar com a participação de pessoas dessas comunidades pra chegar nesse belo resultado. Assistindo o making of e conhecendo os bastidores criei ainda mais admiração por todos que participaram disso.
Achei a primeira temporada mal construída. Mas essa segunda fluiu naturalmente, de forma leve. Foi uma delícia assistir a mudança da Fleabag e ela se abrindo finalmente, se conhecendo mais. E que química perfeita entre a Phoebe e o Andrew!
Me tremi toda na cena em que as máquinas começam a imprimir o jornal. Sendo estudante de Jornalismo e querendo fazer a diferença, é impossível reagir de outra forma. O papel do jornalismo é informar o cidadão, de forma que ele possa, através do conhecimento, exercer melhor sua cidadania. O filme retrata muito bem esse momento na história e todos os conflitos envolvidos na produção de um jornal perante uma matéria de tamanha importância histórica. Meryl Streep, como sempre, é perfeita para o papel e consegue expressar a tensão do momento em que a personagem e seu jornal se encontravam. É verdade que Spotlight entusiasma mais, isso porque seu foco é os bastidores de uma reportagem, enquanto em The Post a matéria sobre a Guerra do Vietnã é central, mas não é o único acontecimento envolvendo o jornal naquele momento, em que Kay precisa lutar pela sobrevivência da empresa da família.
Dei 1/2 estrela por piedade pela diretora que pra sempre será lembrada por este poço de bosta (amiga, o que aconteceu depois de "O garoto de Liverpool"???). Mas ela é culpada por ter aceitado fazer um filme baseado num livro totalmente errado sobre o que é BDSM e que romantiza um relacionamento abusivo.
Babilônia
3.6 332 Assista AgoraSão tantas histórias entrelaçadas que são justificadas as três horas de filme. Mas cansa, claro, e podia ter sido feito de outra forma pra fluir melhor. Mesmo assim, ao contrário de outros usuários aqui do Filmow, não achei forçada a abordagem dos problemas de Hollywood, como o racismo e outros preconceitos. Eram características da época, que um filme que trata dessa história deve abordar para ser minimamente verossímil, justo com a verdade. Seria raso tratar só da festança, dos vícios em álcool e drogas, atores e atrizes perdendo destaque na indústria. Isso já vimos bastante.
É um filme pra quem gosta de cinema, dessa metalinguagem que o Chazelle curte usar. Me emocionou o encantamento das personagens pela sétima arte (um encantamento que muita gente aqui tem), e a conversa entre a colunista e o Jack Conrad resumiu bem o filme. E me lembrou "O Artista" quando trata da transição do cinema mudo para o falado e dos desafios enfrentados nesse movimento.
Gargalhei gostoso com o primeiro diálogo do Brad Pitt, e amei a atuação da Margot Robbie, como sempre magnífica.
O Método de Stutz
3.8 29 Assista AgoraMesmo que seja obviamente roteirizado, tudo o que é falado parece muito real e sincero, pois vai fundo na complexa natureza humana e nos problemas que afetam muitas pessoas. A vulnerabilidade das personagens permite abordar honestamente a forma que lidamos com o que é dito sobre nós, com o luto, etc. Jonah mandou bem.
Dexter: Sangue Novo
3.7 396Quando fiquei sabendo que fariam uma nova "temporada" de Dexter, fiquei indignada. Por que insistir numa série que teve um final tão ruim e arriscar gerar frustração mais uma vez? E não deu outra. É só ler os comentários aqui para perceber isso.
Dessa vez, pelo menos gostei um pouco do final - não tinha outra alternativa se não o Dexter morrer de alguma forma. Isso ocorrer pelas mãos do filho que apresenta as mesmas tendências violentas que ele demonstrava na adolescência pode ter sido pesado, mas achei a melhor alternativa. O Dexter se entregar ou ser pego e ser julgado seria clichê demais e a Angela matar ele não seria tão forte nem não demonstraria "redenção" ou chance de salvação pro Harrison. Fiquei realmente emocionada com a possibilidade de o garoto ter um futuro em que ele não se torna um assassino - embora o ator não tenha convencido muito no papel e, por isso, não tenha gerado muita empatia.
Analisando toda a temporada, fiquei frustrada. O Dexter cometeu vários deslizes, arriscou ser descoberto e ainda achou aceitável ensinar o Código pro filho e matar um cara na frente dele deixando escorrer o sangue e lembrando o Harrison sobre o que ele viu quando a mãe dele foi assassinada. E sabendo que isso traumatizou o garoto! Ele não revelou quem era por querer ser um pai melhor e fazer o filho se sentir acolhido, ele só queria alguém pra poder ser ele mesmo, sem mentiras e segredos.
Além disso, o roteiro foi fraco em alguns momentos e faltou abordar com maior seriedade a questão de agir como justiceiro quando existe a opção de fazer terapia para não ceder ao impulso de matar pessoas. Também achei que quiseram resolver muitas coisas no final e ficou um pouco acelerado, sendo que em dez episódios dá pra apresentar, desenvolver e finalizar um enredo decentemente. Só bem no final o Dexter se revela serial killer e só na hora da morte se liga que foi culpado pela morte de várias pessoas inocentes e isso não tinha como ser justificado por código ou moral alguma? E depois de dez anos sem matar ninguém (e, aparentemente, sem sentir essa vontade) ele tem esse relapso? Ah, pelo amor de deus! Mas, sinceramente, coerência não se fez presente em muitos momentos de Dexter.
I May Destroy You
4.5 277 Assista AgoraEu amei essa série. É muito complicado abordar abuso sexual em filmes e séries e "I may destroy you" conseguiu fazer isso de forma responsável e verossímil. Sempre que o crime ocorre, as cenas deixam muito claro porque a atitude do personagem foi criminosa, o que nem sempre ocorre nas produções e poderia normalizar o abuso. A série também conseguiu evidenciar a complexidade do tema, mostrando os impactos na rotina e as consequências que esse tipo de trauma deixa no emocional das vítimas, assim como as diferentes formas de lidar com as memórias e os sentimentos a partir da experiência.
Já as diferentes abordagens do investigador homem com o personagem gay e das investigadoras com a mulher heterossexual reflete a realidade da ainda persistente dificuldade de relatar o assunto e buscar ajuda mesmo nos espaços em que as vítimas deveriam se sentir seguras, respeitadas e acolhidas.
Foi muito importante terem selecionado um elenco praticamente todo negro tratando de um assunto que não é racismo. Isso deveria ser costume na indústria, não uma raridade, assim como não deveria ser raro ver personagens homens gays negros, principalmente não estereotipados (aliás, por que gays e lésbicas praticamente nunca são personagens principais em filmes e séries de romance? 2020, gente!).
Nada Ortodoxa
4.3 334Essa série me causou tantas emoções e levou a tantos questionamentos - sobre o que é importante na vida, o que é ser feliz, quais são os limites de uma crença, se a dor pode justificar atitudes opressoras. É emocionante ver a Esty descobrindo o mundo e vendo que há muito mais possibilidades de vida além das que foram apresentadas a ela.
Toda a equipe da minissérie merece palmas por conseguir capturar detalhes de uma cultura muito fechada e desconhecida pela maioria, desde a vestimenta até as festividades. E foi muito importante contar com a participação de pessoas dessas comunidades pra chegar nesse belo resultado. Assistindo o making of e conhecendo os bastidores criei ainda mais admiração por todos que participaram disso.
Fleabag (2ª Temporada)
4.7 889 Assista AgoraAchei a primeira temporada mal construída. Mas essa segunda fluiu naturalmente, de forma leve. Foi uma delícia assistir a mudança da Fleabag e ela se abrindo finalmente, se conhecendo mais. E que química perfeita entre a Phoebe e o Andrew!
The Post: A Guerra Secreta
3.5 607 Assista AgoraMe tremi toda na cena em que as máquinas começam a imprimir o jornal. Sendo estudante de Jornalismo e querendo fazer a diferença, é impossível reagir de outra forma. O papel do jornalismo é informar o cidadão, de forma que ele possa, através do conhecimento, exercer melhor sua cidadania. O filme retrata muito bem esse momento na história e todos os conflitos envolvidos na produção de um jornal perante uma matéria de tamanha importância histórica. Meryl Streep, como sempre, é perfeita para o papel e consegue expressar a tensão do momento em que a personagem e seu jornal se encontravam. É verdade que Spotlight entusiasma mais, isso porque seu foco é os bastidores de uma reportagem, enquanto em The Post a matéria sobre a Guerra do Vietnã é central, mas não é o único acontecimento envolvendo o jornal naquele momento, em que Kay precisa lutar pela sobrevivência da empresa da família.
Cinquenta Tons de Cinza
2.2 3,3K Assista AgoraDei 1/2 estrela por piedade pela diretora que pra sempre será lembrada por este poço de bosta (amiga, o que aconteceu depois de "O garoto de Liverpool"???). Mas ela é culpada por ter aceitado fazer um filme baseado num livro totalmente errado sobre o que é BDSM e que romantiza um relacionamento abusivo.