Adoro essa ideia indígena de um ser que se transforma em árvore.
"Bernardo é quase árvore. Silêncio dele é tão alto que os passarinhos ouvem de longe. E vêm pousar em seu ombro. Seu olho renova as tardes." - Manoel de Barros
A menina da chuva é um curta metragem de 2010 produzido por Rosária. É um curta sobre solidão (proveniente do isolamento) mas também sobre o sentimento de não pertencimento. Dou aula desde 2014 e sempre percebo crianças assim, que não se conectam por serem de um tom diferente, por desajuste ou por exclusão. O mal estar na sociedade de Freud também me traz isso: uma modernidade veloz, que passa incansavelmente; uma ditadura do positivo e alegre e um individualismo cada vez mais acentuado. Estamos cada vez mais solitários. Gosto do fato dela ser de uma tonalidade diferente: cinzenta; e da chuva como um reflexo desse estado.
Me lembrei da música do capital inicial:
"Se o meu corpo virasse sol Minha mente virasse sol Mas só chove, chove" - Chuva, Capital Inicial.
Filmes de plástico é uma produtora aqui de Contagem e esse é um curta deles. Narra a estória de uma mãe que tenta organizar uma festa de quinze anos e sacrifica (além de si) contas, espreme o orçamento nessa tentativa e com isso tenta, nos intervalos, atender seu próprio desejo. Foram Deleuze e Guattari que afirmaram que o capitalismo é esquizofrênico, ou seja, delirante, ensandecido e que só se satisfaz a si mesmo. Debord usa uma frase que adoro: "A sociedade do espetáculo [que poderíamos ler como o capital é] a mercadoria [que] contempla a si mesma no mundo que ela criou". A única preocupação do capital é consigo mesmo. Por isso o desejo é sempre relegado a última estância e o desejo é a única forma de resistir. Esse curta é sobre o desejo.
No drama desse cachorro estão contidas as estórias de milhares de jovens marginalizados. Uma transferência ou animalização do ser humano (ou uma humanização desse animal?). Esse mesmo tema ocorreu na nossa literatura na década de 30. A arte é cíclica como esse curta.
I - As crianças tem uma inclinação natural para poesia.
II - Não é preciso de muito para exercer o ofício de criança.
III - As pessoas imaginárias são mais reais que os artistas.
IV - Leio revista e imagino contos. Leio contos e tenho encantos.
V - Minha televisão é de tijolo. Tenho aptidões a transformar objetos desimportantes em outros ainda mais inúteis - como um televisor por exemplo, que não serve pra nada.
VI - Minha imaginação vale mais que todo o museu do Louvre.
VII - Não existe classificação para minha arte. Estou fora dos livros de teoria artística.
VIII - Transformo folha em sombrinha e sombra em casa. Sou arquiteto do vazio - Niemeyer saberia construir uma casa sem ter nada?
IX - Penso em filmes que nunca serão exibidos em Hollywood.
Uma forma poética de retratar a solidão. Me deixa mais convicto também do que o Natal representa. Nossa mania de criar presépios, enfeitar árvores e casas. Mas por dentro somos solitários e tristes...
A primeira aparição de Chaplin no que viria a ser a persona que se tornou. Extremamente simples, mas repleto de reflexões. Me lembrou muito "Mal estar na sociedade" de Freud. Um sentimento de não pertencimento ou de se sentir deslocado. Chaplin estava além da época. Seus gestos tem muito a dizer...
Comprar Ingressos
Este site usa cookies para oferecer a melhor experiência possível. Ao navegar em nosso site, você concorda com o uso de cookies.
Se você precisar de mais informações e / ou não quiser que os cookies sejam colocados ao usar o site, visite a página da Política de Privacidade.
Semiótica da Cozinha
3.9 2O patriarcado perde uma noite de sono toda vez que esse vídeo é executado.
Caminho dos Gigantes
4.3 9Adoro essa ideia indígena de um ser que se transforma em árvore.
"Bernardo é quase árvore. Silêncio dele é tão alto que os passarinhos ouvem de longe. E vêm pousar em seu ombro. Seu olho renova as tardes." - Manoel de Barros
Menina da Chuva
3.7 3A menina da chuva é um curta metragem de 2010 produzido por Rosária. É um curta sobre solidão (proveniente do isolamento) mas também sobre o sentimento de não pertencimento. Dou aula desde 2014 e sempre percebo crianças assim, que não se conectam por serem de um tom diferente, por desajuste ou por exclusão. O mal estar na sociedade de Freud também me traz isso: uma modernidade veloz, que passa incansavelmente; uma ditadura do positivo e alegre e um individualismo cada vez mais acentuado. Estamos cada vez mais solitários. Gosto do fato dela ser de uma tonalidade diferente: cinzenta; e da chuva como um reflexo desse estado.
Me lembrei da música do capital inicial:
"Se o meu corpo virasse sol
Minha mente virasse sol
Mas só chove, chove" - Chuva, Capital Inicial.
Quinze
3.9 20Filmes de plástico é uma produtora aqui de Contagem e esse é um curta deles. Narra a estória de uma mãe que tenta organizar uma festa de quinze anos e sacrifica (além de si) contas, espreme o orçamento nessa tentativa e com isso tenta, nos intervalos, atender seu próprio desejo.
Foram Deleuze e Guattari que afirmaram que o capitalismo é esquizofrênico, ou seja, delirante, ensandecido e que só se satisfaz a si mesmo. Debord usa uma frase que adoro: "A sociedade do espetáculo [que poderíamos ler como o capital é] a mercadoria [que] contempla a si mesma no mundo que ela criou".
A única preocupação do capital é consigo mesmo. Por isso o desejo é sempre relegado a última estância e o desejo é a única forma de resistir.
Esse curta é sobre o desejo.
O Pão e o Beco
4.0 12No drama desse cachorro estão contidas as estórias de milhares de jovens marginalizados. Uma transferência ou animalização do ser humano (ou uma humanização desse animal?). Esse mesmo tema ocorreu na nossa literatura na década de 30. A arte é cíclica como esse curta.
Too Legit
3.5 1Tinha tudo para ter uma profundidade maior, devido ao tema abordado, mas ficou apenas molhando os pés a beira-mar.
Cordilheira de Amora II
4.3 5Cordilheira de Amora
I - As crianças tem uma inclinação natural para poesia.
II - Não é preciso de muito para exercer o ofício de criança.
III - As pessoas imaginárias são mais reais que os artistas.
IV - Leio revista e imagino contos. Leio contos e tenho encantos.
V - Minha televisão é de tijolo. Tenho aptidões a transformar objetos desimportantes em outros ainda mais inúteis - como um televisor por exemplo, que não serve pra nada.
VI - Minha imaginação vale mais que todo o museu do Louvre.
VII - Não existe classificação para minha arte. Estou fora dos livros de teoria artística.
VIII - Transformo folha em sombrinha e sombra em casa. Sou arquiteto do vazio - Niemeyer saberia construir uma casa sem ter nada?
IX - Penso em filmes que nunca serão exibidos em Hollywood.
X - O paraíso é uma cordilheira de amoras.
- Luan Santos, 24/01/2017 -
Dessa Vez, Sozinha
2.6 52Uma forma poética de retratar a solidão. Me deixa mais convicto também do que o Natal representa. Nossa mania de criar presépios, enfeitar árvores e casas. Mas por dentro somos solitários e tristes...
Corrida de Automóveis para Meninos
3.6 44A primeira aparição de Chaplin no que viria a ser a persona que se tornou. Extremamente simples, mas repleto de reflexões. Me lembrou muito "Mal estar na sociedade" de Freud. Um sentimento de não pertencimento ou de se sentir deslocado. Chaplin estava além da época. Seus gestos tem muito a dizer...