Cooked (2016) é um documentário Netflix baseado em um livro de mesmo nome sobre a história do ato de cozinhar o que nos levará a uma forma de ler nossa própria história. O documentário é dividido em 4 episódios: fogo, água, ar e terra. Fogo pensa no ato de assar carne e o comércio cruel da carne. Água pensa no ato de cozinhar e a indústria perversa das comidas instantâneas. Ar pensa no pão e em como saltamos de pães saudáveis para o glúten e para outras dezenas de substâncias nocivas. Por fim, terra pensará em raízes, fermentação, cerveja, chocolate, plantas orgânicas e agrotóxicos.
Muito legal para se pensar em quão cruel é a indústria da comida.
A terceira temporada tem a narrativa mais fluida até então. A divisão e transição de núcleos, o amadurecimento das personagens, a ambientação dos anos 80, os easter eggs de filmes como Despertar dos Mortos e Exterminador do futuro (para citar alguns) e aparecimento de novas personagens foi muito acertado.
Como pontos negativos eu ressaltaria uso excessivo de Deus ex-machina, a propaganda anti-comunismo descarada e o fato de que é necessário uma suspensão da descrença enorme em questões como: como os soldados russos não viam os meninos no telhado, passando por eles? como abriram os frascos? como ninguém notou a falta dos muitos desaparecidos? Como a polícia não foi acionada? Como os pais não dão falta dos filhos e nem os patrões dos funcionários? Como aquele shopping enche e esvazia tão rápido de uma cena para outra? Como um prédio é construído com tantos andares subterrâneos e ninguém notou?
Enfim, é preciso ignorar muita coisa pra entrar na história. Mas uma vez nela vale super a pena.
Foi ótimo rever essa série depois de alguns anos e perceber uma série de detalhe que me escapou naquela ocasião. Além do traço fino do desenho, da qualidade de animação, das ambientações, a trilha, os desenhos Chibi que dão sempre o efeito cômico providencial da cena. As discussões sobre a ética de uma relação entre humanos e robôs humanóides, sobre sentimentos, sobre essencia, sobre relações e sobretudo sobre a solidão. Um anime capaz provocar as mais diversas reações. Vale muito a pena (re)assistir sempre.
Chega ser impossível acreditar que essa série seja de 2001. Uma produção incrível, fotografia e cenários impecáveis. A ambientação ficou digno de uma obra prima. As atuações e o roteiro, enfim, o diretor conseguiu extrair o máximo de toda equipe, assim como é na guerra. Os episódios "Day of Days" (com uma cena extremamente realista sobre salto de paraquedas em pelo ataque aéreo), "Replacements" e "Bastogne" são incríveis.
Queria destacar o penúltimo episódio "Why We Fight" que com certeza entra num dos melhores episódios que já assisti na minha vida. Os campos de concentração, o fato dos alemães serem tão vítimas da guerra como qualquer povo evolvido (capturado pelo diretor na cena em que uma alemã no resgate de pessoas em um dos campos).
Enfim, uma obra de tirar o fôlego. Soberba de tão linda.
Uma série sensacional que só peca por muitos fillers e senti uma falta de cliffhangers mais convincentes. A série tem 6 episódios de aproximadamente 1 horas mas que poderiam muito bem serem reduzidos para episódios de 40 minutos. Ademais a isso a climatização. o cenário, a fotografia e as atuações são impecáveis. Acho que o que mais vale nessa série é como conseguiram ambientar o final dos anos 70 de forma tão impecável. Dito isto, já merece que seja assistida. Como a série narra o final da era disco e a gênese do hip hop, o que mais me encantou era como os DJs eram geniosos e quão trabalhoso era fazer mixagens. Recomendo.
Uma produção ímpar de Brit Marling e Zal Batmanglij que tomou todos de surpresa. Uma narrativa in media res, uma tentativa de suicídio de uma jovem que ao ser resgatada é reencontrada pelos pais. 7 anos desaparecida. A jovem que era cega volta para casa enxergando e cheia de cicatrizes. O interessante da sequencia narrativa é que o primeiro episódio no enche de dúvidas, mas que são respondidas rapidamente durante a série. Mas a cada pergunta respondida, outras dúvidas vem acompanhadas.
Destaco a fotografia, os títulos poéticos dos episódios, o roteiro impecável e a atuação de Brit Marling e as teorias que eles deixam margem para serem discutidas. Uma ótima série.
Westworld é uma série americana de 2016 inspirada em um filme de mesmo nome de 1973. Em um mundo futurista são criados parques temáticos para que os humanos possam reviver experiências de épocas e temáticas específicas, a exemplo de Westworld que se passa no faroeste americano.
O mais interessante da série é a narrativa não linear. A história acontece em 3 linhas de narrativa distintas, sendo:
1 - Quando o parque é criado (35 anos atrás) 2 - Quando Logan e William chegam ao parque e conhecem Dolores (30 anos atrás) 3 - Dolores e Maeve no presente tendo devaneios sobre eventos do passado.
Essas três linhas são editadas nos episódios de maneira simultânea, o que torna um pouco difícil para juntar as peças.
Para além da ótima fotografia, cenários e figurino impecáveis a série prima por duas coisas:
I - Em primeiro lugar o roteiro. Apesar de ser um tema já conhecido das produções cinematográficas que é a relação de humano e máquina, essa série consegue fazer o que Matrix conseguiu e captar a filosofia que há nisso.
Na cultura oriental temos no Budismo, no Hinduísmo e no Hermetismo a ideia que vimemos em uma realidade paralela, que existem múltiplos universos e que estamos vivendo uma emulação da realidade ou que vivemos dentro da mente ou do sonho de um ser maior.
Vide, por exemplo:
"[...] e que o universo, como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja Mente vivemos, movemos e temos a nossa existência" (Caibalion, Três iniciados, primeiro princípio)
"Não existe ser algum — móvel ou imóvel — que possa existir sem Mim" ( Bhagavad-Gita, Capítulo dez, verso 39)
Na nossa cultura ocidental encontramos o mito da caverna de Platão como simbolo dessa realidade falsa que vivendo de sombras projetadas. Não são assim os robôs (chamados aqui de anfitriões) personagens que vivem nessa realidade criada como sombras projetadas?
Matrix (1999) trata do mesmo assunto. E se vivêssemos conectados a uma realidade criada e tivéssemos plena convicção de que tudo o que vivemos está mesmo acontecendo mas nada passa de uma realidade virtual?
Repare que virtual aqui podemos entender como no seu sentido real "um vir a ser real". Virtual pode ser tecnológico ou um estado de mente. A série tem passagens maravilhosas nos diálogos, como por exemplo quando por exemplo Dolores diz que não quer ser um personagem vivendo em um livro. Isso me fez pensar muito. Nossos personagens, virtualmente, vivem situações semelhantes aos anfitriões desse parque. Condenados a viver eternamente em uma estória.
Por fim, a série retrata muito de uma elevação de consciência ou da percepção de uma. Enfim, muitos temas interessantíssimos sendo retratados.
II - A atuação. Simplesmente maravilhosa a atuação de todos atores. Destaco Evan Rachel Wood (como Dolores), Anthony Hopkins (como Dr. Ford) que está tão sintonizado com o personagem como em Hannibal, Thandie Newton (como Maeve), Ben Barnes (Conhecido por 'Príncipe Caspian', agora como Logan) e por fim, Rodrigo Santoro (Hector Escaton).
Extensa minha fala, mas queria deixar registrada o quanto essa série é digna da nossa atenção.
A Netflix acertou ao fazer uma série inteiramente brasileira. Nosso cenário precisa mesmo de investimentos. O roteiro e a fotografia são cuidadosamente montados. As atuações são um pouco imaturas ainda, mas ainda assim, vale a pena conferir. As reflexões sobre meritocracia propostas pela série são ótimas.
Essa temporada superou todas as minhas expectativas. Simplesmente incrível. Adoro como eles expõem nossos comportamentos mais obscuros e o quanto somos superficiais. Indico a todos.
Uma releitura fantástica! Soberba de tão linda! A ideia de mescar o cenário clássico do séc. XIX com os dias atuais, a atuação, em especial de Letícia Persiles e Michel Melamed são fantásticas. A trilha, as minucias, a organização dos capítulos, os diálogos, ambientação e a fotografia. Não vejo falhas! Uma obra prima.
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Cooked
4.4 37Cooked (2016) é um documentário Netflix baseado em um livro de mesmo nome sobre a história do ato de cozinhar o que nos levará a uma forma de ler nossa própria história. O documentário é dividido em 4 episódios: fogo, água, ar e terra.
Fogo pensa no ato de assar carne e o comércio cruel da carne.
Água pensa no ato de cozinhar e a indústria perversa das comidas instantâneas.
Ar pensa no pão e em como saltamos de pães saudáveis para o glúten e para outras dezenas de substâncias nocivas.
Por fim, terra pensará em raízes, fermentação, cerveja, chocolate, plantas orgânicas e agrotóxicos.
Muito legal para se pensar em quão cruel é a indústria da comida.
Stranger Things (3ª Temporada)
4.2 1,3KA terceira temporada tem a narrativa mais fluida até então. A divisão e transição de núcleos, o amadurecimento das personagens, a ambientação dos anos 80, os easter eggs de filmes como Despertar dos Mortos e Exterminador do futuro (para citar alguns) e aparecimento de novas personagens foi muito acertado.
Como pontos negativos eu ressaltaria uso excessivo de Deus ex-machina, a propaganda anti-comunismo descarada e o fato de que é necessário uma suspensão da descrença enorme em questões como: como os soldados russos não viam os meninos no telhado, passando por eles? como abriram os frascos? como ninguém notou a falta dos muitos desaparecidos? Como a polícia não foi acionada? Como os pais não dão falta dos filhos e nem os patrões dos funcionários? Como aquele shopping enche e esvazia tão rápido de uma cena para outra? Como um prédio é construído com tantos andares subterrâneos e ninguém notou?
Enfim, é preciso ignorar muita coisa pra entrar na história. Mas uma vez nela vale super a pena.
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Chobits
4.1 72 Assista AgoraFoi ótimo rever essa série depois de alguns anos e perceber uma série de detalhe que me escapou naquela ocasião.
Além do traço fino do desenho, da qualidade de animação, das ambientações, a trilha, os desenhos Chibi que dão sempre o efeito cômico providencial da cena.
As discussões sobre a ética de uma relação entre humanos e robôs humanóides, sobre sentimentos, sobre essencia, sobre relações e sobretudo sobre a solidão. Um anime capaz provocar as mais diversas reações. Vale muito a pena (re)assistir sempre.
13 Reasons Why (1ª Temporada)
3.8 1,5K Assista AgoraO roteiro peca pelo ritmo lento entre o sexto e o décimo epsódio. Fora isso uma série muito boa.
Orgulho e Preconceito
4.5 249Simplesmente perfeito. Os cenários e as atuações são memoráveis.
Jane Eyre
4.4 60Roteiro, figurino, ambientações e atuações impecáveis. A BBC sabe mesmo fazer séries incríveis.
Irmãos de Guerra
4.7 619 Assista AgoraChega ser impossível acreditar que essa série seja de 2001. Uma produção incrível, fotografia e cenários impecáveis. A ambientação ficou digno de uma obra prima. As atuações e o roteiro, enfim, o diretor conseguiu extrair o máximo de toda equipe, assim como é na guerra.
Os episódios "Day of Days" (com uma cena extremamente realista sobre salto de paraquedas em pelo ataque aéreo), "Replacements" e "Bastogne" são incríveis.
Queria destacar o penúltimo episódio "Why We Fight" que com certeza entra num dos melhores episódios que já assisti na minha vida.
Os campos de concentração, o fato dos alemães serem tão vítimas da guerra como qualquer povo evolvido (capturado pelo diretor na cena em que uma alemã no resgate de pessoas em um dos campos).
Enfim, uma obra de tirar o fôlego. Soberba de tão linda.
The Get Down (1ª Temporada)
4.5 417 Assista AgoraUma série sensacional que só peca por muitos fillers e senti uma falta de cliffhangers mais convincentes. A série tem 6 episódios de aproximadamente 1 horas mas que poderiam muito bem serem reduzidos para episódios de 40 minutos.
Ademais a isso a climatização. o cenário, a fotografia e as atuações são impecáveis. Acho que o que mais vale nessa série é como conseguiram ambientar o final dos anos 70 de forma tão impecável. Dito isto, já merece que seja assistida.
Como a série narra o final da era disco e a gênese do hip hop, o que mais me encantou era como os DJs eram geniosos e quão trabalhoso era fazer mixagens. Recomendo.
Mr. Bean
4.5 136Rowan Atikson consegue dar vida a piadas típicas inglesas e sobretudo, fazer uma comédia quase sem falas. Simplesmente incrível.
The OA (Parte 1)
4.1 981 Assista AgoraUma produção ímpar de Brit Marling e Zal Batmanglij que tomou todos de surpresa. Uma narrativa in media res, uma tentativa de suicídio de uma jovem que ao ser resgatada é reencontrada pelos pais. 7 anos desaparecida. A jovem que era cega volta para casa enxergando e cheia de cicatrizes.
O interessante da sequencia narrativa é que o primeiro episódio no enche de dúvidas, mas que são respondidas rapidamente durante a série. Mas a cada pergunta respondida, outras dúvidas vem acompanhadas.
Destaco a fotografia, os títulos poéticos dos episódios, o roteiro impecável e a atuação de Brit Marling e as teorias que eles deixam margem para serem discutidas. Uma ótima série.
Westworld (1ª Temporada)
4.5 1,3KWestworld é uma série americana de 2016 inspirada em um filme de mesmo nome de 1973. Em um mundo futurista são criados parques temáticos para que os humanos possam reviver experiências de épocas e temáticas específicas, a exemplo de Westworld que se passa no faroeste americano.
O mais interessante da série é a narrativa não linear. A história acontece em 3 linhas de narrativa distintas, sendo:
1 - Quando o parque é criado (35 anos atrás)
2 - Quando Logan e William chegam ao parque e conhecem Dolores (30 anos atrás)
3 - Dolores e Maeve no presente tendo devaneios sobre eventos do passado.
Essas três linhas são editadas nos episódios de maneira simultânea, o que torna um pouco difícil para juntar as peças.
Para além da ótima fotografia, cenários e figurino impecáveis a série prima por duas coisas:
I - Em primeiro lugar o roteiro. Apesar de ser um tema já conhecido das produções cinematográficas que é a relação de humano e máquina, essa série consegue fazer o que Matrix conseguiu e captar a filosofia que há nisso.
Na cultura oriental temos no Budismo, no Hinduísmo e no Hermetismo a ideia que vimemos em uma realidade paralela, que existem múltiplos universos e que estamos vivendo uma emulação da realidade ou que vivemos dentro da mente ou do sonho de um ser maior.
Vide, por exemplo:
"[...] e que o universo, como um todo, em suas partes ou unidades, tem sua existência na mente do TODO, em cuja Mente vivemos, movemos e temos a nossa existência" (Caibalion, Três iniciados, primeiro princípio)
"Não existe ser algum — móvel ou imóvel — que possa existir sem Mim" ( Bhagavad-Gita, Capítulo dez, verso 39)
Na nossa cultura ocidental encontramos o mito da caverna de Platão como simbolo dessa realidade falsa que vivendo de sombras projetadas. Não são assim os robôs (chamados aqui de anfitriões) personagens que vivem nessa realidade criada como sombras projetadas?
Matrix (1999) trata do mesmo assunto. E se vivêssemos conectados a uma realidade criada e tivéssemos plena convicção de que tudo o que vivemos está mesmo acontecendo mas nada passa de uma realidade virtual?
Repare que virtual aqui podemos entender como no seu sentido real "um vir a ser real". Virtual pode ser tecnológico ou um estado de mente. A série tem passagens maravilhosas nos diálogos, como por exemplo quando por exemplo Dolores diz que não quer ser um personagem vivendo em um livro. Isso me fez pensar muito. Nossos personagens, virtualmente, vivem situações semelhantes aos anfitriões desse parque. Condenados a viver eternamente em uma estória.
Por fim, a série retrata muito de uma elevação de consciência ou da percepção de uma. Enfim, muitos temas interessantíssimos sendo retratados.
II - A atuação. Simplesmente maravilhosa a atuação de todos atores. Destaco Evan Rachel Wood (como Dolores), Anthony Hopkins (como Dr. Ford) que está tão sintonizado com o personagem como em Hannibal, Thandie Newton (como Maeve), Ben Barnes (Conhecido por 'Príncipe Caspian', agora como Logan) e por fim, Rodrigo Santoro (Hector Escaton).
Extensa minha fala, mas queria deixar registrada o quanto essa série é digna da nossa atenção.
3% (1ª Temporada)
3.6 772 Assista AgoraA Netflix acertou ao fazer uma série inteiramente brasileira. Nosso cenário precisa mesmo de investimentos. O roteiro e a fotografia são cuidadosamente montados. As atuações são um pouco imaturas ainda, mas ainda assim, vale a pena conferir. As reflexões sobre meritocracia propostas pela série são ótimas.
Black Mirror (3ª Temporada)
4.5 1,3K Assista AgoraEssa temporada superou todas as minhas expectativas. Simplesmente incrível. Adoro como eles expõem nossos comportamentos mais obscuros e o quanto somos superficiais. Indico a todos.
Capitu
4.5 629Uma releitura fantástica! Soberba de tão linda! A ideia de mescar o cenário clássico do séc. XIX com os dias atuais, a atuação, em especial de Letícia Persiles e Michel Melamed são fantásticas. A trilha, as minucias, a organização dos capítulos, os diálogos, ambientação e a fotografia. Não vejo falhas! Uma obra prima.