Tim Blake Nelson aprendeu o suficiente com os irmãos Coen na estrutura desta comédia de humor negro que jamais ousa ser complacente, mas a abundância de personagens e situações gera a falsa impressão de que muita coisa está acontecendo. Não está! E a sensação final é de que inúmeras pontas foram deixadas soltas. Pena, porque Edward Norton se revela admirável e sensível na construção de irmãos gêmeos de personalidades diametralmente opostas.
Não apresenta nada do que já não sabemos - pessoas boas e pacíficas, encarceradas em condições sub-humanas acabam revelando um lado violento e animalesco -, mas esta refilmagem do alemão Das Experiment de 2001 é competente, tensa e apresenta boas e trágicas ironias advindas do relacionamento dos dois protagonistas. Forest Whitaker apresenta uma ótima atuação, na pele de um homem de baixa auto-estima e complexo de inferioridade a quem é dado poderes demais.
Apesar de contar com uma ótima premissa - um Frankenstein Genoma -, esta ficção falha em explorar as infinitas possibilidades apresentadas, se contentando em ser apenas um "filme de monstro". Adrien Brody e Sarah Polley são personagens indecifráveis e as motivações para suas ações passam do inexplicável ao absurdo. Tem como qualidades a maquiagens e os efeitos especiais e uma excelente fotografia de Tetsuo Nagata.
o roubo do carro da polícia da fronteira ou o misterioso cochilo que causa um grave acidente
e apresentando todos os erros comuns de uma road trip, como o tom episódico e a sensação de que as vezes nada está realmente acontecendo.
Mas a excelente dupla de protagonistas permite que esta viagem seja bem mais prazerosa. Da ingenuidade e até sensibilidade de Zach Galifianakis à incredulidade e acidez de Robert Downey Jr. Longe de ser um novo Se Beber, Não Case, é ao menos uma viagem tranquila e nem um pouco cansativa.
Alejandro Amenábar jamais deixa de fascinar com a escala e a grandiosidade deste ousado - apesar de óbvio - retrato da intolerância religiosa e o fanatismo de quem cego por interpretações equivocadas acaba indo de encontro àquilo que buscava defender.
Através dos conflitos com o paganismo, outras religiões e a ciência, o longa pinta um retrato obscuro do Cristianismo. Destaque a excelente direção de arte, aos simbolismos de Amenabar - fascinante imaginar a forma "pura", o círculo, enquanto outras como elipses não o são - e a cenas grandiosas como a destruição da biblioteca de Alexandria.
Um drama independente sobre uma meia dúzia de pessoas comuns e a tristeza e o vazio que nos acompanham na vida. A diretora Nicole Holofcener evita atrair a atenção para si, apenas realizando sutis contrastes ao acompanhar o dia-a-dia dos personagens, e deixando a cargo do bom elenco - em especial a formidável Rebecca Hall - o peso de dar força e entrega ao longa. Um filme simples e gostoso que dá bom nome ao cinema independente americano.
De longe, o pior filme da série. Incoerente, mal roteirizado e com armadilhas cada vez menos sofisticadas (até porque mortes elaboradas não fazem um filme, para isso, existem aquelas séries de TV, Cenas da Morte, e afins).
Piranha não se leva a sério em momento algum, o que é meio caminho andado para uma produção como esta. O uso do 3D em tomadas aquáticas é bem-vindo, apesar de Alexandre Aja não explorar a técnica com todo seu potencial. E as ironias acabam funcionando, em especial a breve participação de Richard Dreyfuss (de Tubarão), ou o comentário de crocodilos (Pânico no Lago) ou até uma reimaginação de Titanic com um cenário flutuante. Mas até pelos baixos padrões estabelecidos pela produção, o filme acaba se tornando cansativo e repetitivo e a carnificina se torna as vezes de mau gosto
Arnaldo Jabor foi bastante infeliz na direção pouco sutil e as vezes até incompreensível e no roteiro que, contrariando o próprio talento do jornalista presente nas crônicas que redige, caí próximo ao risível. Muito ruim, mesmo!
Uma história quase cartunesca, inacreditável, mas autenticamente francesa. Aceitando a inexistência de limites estabelecidos pelo Cinema, o diretor Alain Resnais me fascinou com as decisões tomadas, em particular no âmbito da esteticidade. Um filme apaixonante de se ver, com frequentes travellings, transições e elipses singelas e inteligentes, e apesar de chamar a atenção para si mesmo diversas vezes, Resnais sabe o significado da palavra cinema e sabe brincar com nossas expectativas.
Na estrutura das comédias de gangues britânicas, temos múltiplos e excêntricos personagens, coincidências que irão aproximar uns dos outros e tiros, mortes, palavrões e afins. Não necessariamente ruim, apenas pouco original e tolo. Brendan Gleeson, no entanto, está ótimo como Perrier.
Alex Gibney fascina novamente com um documentário sobre as corrupções envolvendo o lobista Jack Abramoff. Além da triste lição sobre política e capitalismo, o diretor é irreverente e consegue apresentar com detalhes claros todo o esquema político que a opinião pública, a imprensa e claro, o POVO, não consegue (ou não quer) enxergar.
Um filme independente sobre um jovem iludido, perseverante e entusiasta, apaixonado por baseball. Os últimos quadros têm real apelo sentimental e de uma forma até ingênua é um bom e sensível filme.
Um filme ambicioso que por almejar muito acaba falhando. Mas ao abordar a espiritualidade em uma narrativa repleta de simbolismos e dois excepcionais atores acaba perdoando muitas dos equívocos.
Heigh e Duhamel formam um bom casal, mas a insistência na fórmula do casal que se odeia e depois que se ama está e um roteiro fraco que consegue criar humor apenas a partir de piadas de cocô ou vômito tornam os 110 minutos desta "comédia" romântica intermináveis.
Poucas vezes vi um filme que faz quase tudo errado! Do fiapo de uma história mal contada e sem o mínimo de profundidade em desenvolvimento de personagens; da estranha fotografia aliada a trilha sonora ensurdecedora; da montagem confusa - em especial na(s) luta(s) final(is) entre Hex e Turnbull - à escalação de atores, alguns que entram e saem sem nem dizer a que vieram (casos de Wes Bentley, Will Arnett, Michael Shannon). Até a duração de 80 minutos do filme parece durar uma eternidade.
P.S.: o diretor Francis Lawrence substituiu Jimmy Hayward na pós-produção, o que me leva a crer que existia uma parte ainda pior do filme que foi esquecida na sala de edição.
Marginalmente superior em execução ao anterior, entretanto inferior quando busca explicações para o mal, é um bom filme que, na maioria das vezes, cumpre aquilo que promete.
Uma técnica de animação mergulhada em simbolismos que combina uma paleta de cores quentes e vivas em contraste ao tom pálido, quase monocromático, assumido pela narrativa em determinados momentos. Méritos para a montagem e fluidez que ousam em transições e revelações, pecando apenas na um pouco confusa, mas não incompreensível narrativa.
Revela com inteligência e propriedade como um ato de egoísmo e ganância pode desencadear um efeito dominó irreparável. Escrito com enorme inteligência por Joel Edgerton e Matthew Dabner, usando pequenos detalhes que confundem e distraem os personagens e os prendem em uma rede cada vez maior, cruel e violenta.
Ok, não se pode negar o carisma de Queen Latifah, mas o roteiro esquemático exige bastante concessões do espectador e não oferece nenhum retorno além de uma história de amor previsível e pouco original. Para piorar, Latifah e Common não tem nenhuma química uma com o outro.
Um conto de fadas poético e intimista elevado graças a excelente fotografia de Christopher Doyle que explora as belas paisagens irlandesas. Mas, o falho terceiro ato no qual Neil Jordan busca expor explicações racionais para a "mulher içada em uma rede de pescar" acaba prejudicando o resultado final.
Um excelente trabalho em dissecar a enorme pirâmide de corrupção que existe do alto governo da cidade do Rio até a PM e o tráfico na favela. Impactante, farto em crítica social e superior ao antecessor.
Lado a lado com Psicopata Americana faz uma sessão dupla arrepiante, apesar deste aqui ser muito estranho e ter uma narrativa bastante confusa. Porém, a atuação de Casey Affleck e o monstro que ele cria são ímpares.
Irmãos de Sangue
3.1 188Tim Blake Nelson aprendeu o suficiente com os irmãos Coen na estrutura desta comédia de humor negro que jamais ousa ser complacente, mas a abundância de personagens e situações gera a falsa impressão de que muita coisa está acontecendo. Não está! E a sensação final é de que inúmeras pontas foram deixadas soltas. Pena, porque Edward Norton se revela admirável e sensível na construção de irmãos gêmeos de personalidades diametralmente opostas.
Detenção
3.5 386 Assista AgoraNão apresenta nada do que já não sabemos - pessoas boas e pacíficas, encarceradas em condições sub-humanas acabam revelando um lado violento e animalesco -, mas esta refilmagem do alemão Das Experiment de 2001 é competente, tensa e apresenta boas e trágicas ironias advindas do relacionamento dos dois protagonistas. Forest Whitaker apresenta uma ótima atuação, na pele de um homem de baixa auto-estima e complexo de inferioridade a quem é dado poderes demais.
Splice: A Nova Espécie
2.7 914Apesar de contar com uma ótima premissa - um Frankenstein Genoma -, esta ficção falha em explorar as infinitas possibilidades apresentadas, se contentando em ser apenas um "filme de monstro". Adrien Brody e Sarah Polley são personagens indecifráveis e as motivações para suas ações passam do inexplicável ao absurdo. Tem como qualidades a maquiagens e os efeitos especiais e uma excelente fotografia de Tetsuo Nagata.
Um Parto de Viagem
3.3 1,4K Assista AgoraDemasiadamente exagerado em muitas situações
o roubo do carro da polícia da fronteira ou o misterioso cochilo que causa um grave acidente
Mas a excelente dupla de protagonistas permite que esta viagem seja bem mais prazerosa. Da ingenuidade e até sensibilidade de Zach Galifianakis à incredulidade e acidez de Robert Downey Jr. Longe de ser um novo Se Beber, Não Case, é ao menos uma viagem tranquila e nem um pouco cansativa.
Alexandria
4.0 583 Assista AgoraAlejandro Amenábar jamais deixa de fascinar com a escala e a grandiosidade deste ousado - apesar de óbvio - retrato da intolerância religiosa e o fanatismo de quem cego por interpretações equivocadas acaba indo de encontro àquilo que buscava defender.
Através dos conflitos com o paganismo, outras religiões e a ciência, o longa pinta um retrato obscuro do Cristianismo. Destaque a excelente direção de arte, aos simbolismos de Amenabar - fascinante imaginar a forma "pura", o círculo, enquanto outras como elipses não o são - e a cenas grandiosas como a destruição da biblioteca de Alexandria.
Sentimento de Culpa
3.0 104 Assista AgoraUm drama independente sobre uma meia dúzia de pessoas comuns e a tristeza e o vazio que nos acompanham na vida. A diretora Nicole Holofcener evita atrair a atenção para si, apenas realizando sutis contrastes ao acompanhar o dia-a-dia dos personagens, e deixando a cargo do bom elenco - em especial a formidável Rebecca Hall - o peso de dar força e entrega ao longa. Um filme simples e gostoso que dá bom nome ao cinema independente americano.
Jogos Mortais: O Final
3.2 1,5K Assista AgoraDe longe, o pior filme da série. Incoerente, mal roteirizado e com armadilhas cada vez menos sofisticadas (até porque mortes elaboradas não fazem um filme, para isso, existem aquelas séries de TV, Cenas da Morte, e afins).
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Piranha 3D
2.1 1,3K Assista AgoraPiranha não se leva a sério em momento algum, o que é meio caminho andado para uma produção como esta. O uso do 3D em tomadas aquáticas é bem-vindo, apesar de Alexandre Aja não explorar a técnica com todo seu potencial. E as ironias acabam funcionando, em especial a breve participação de Richard Dreyfuss (de Tubarão), ou o comentário de crocodilos (Pânico no Lago) ou até uma reimaginação de Titanic com um cenário flutuante. Mas até pelos baixos padrões estabelecidos pela produção, o filme acaba se tornando cansativo e repetitivo e a carnificina se torna as vezes de mau gosto
o pênis do diretor pornô sendo devorado é o fundo do poço
A Suprema Felicidade
2.8 212 Assista AgoraArnaldo Jabor foi bastante infeliz na direção pouco sutil e as vezes até incompreensível e no roteiro que, contrariando o próprio talento do jornalista presente nas crônicas que redige, caí próximo ao risível. Muito ruim, mesmo!
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Ervas Daninhas
3.1 142Uma história quase cartunesca, inacreditável, mas autenticamente francesa. Aceitando a inexistência de limites estabelecidos pelo Cinema, o diretor Alain Resnais me fascinou com as decisões tomadas, em particular no âmbito da esteticidade. Um filme apaixonante de se ver, com frequentes travellings, transições e elipses singelas e inteligentes, e apesar de chamar a atenção para si mesmo diversas vezes, Resnais sabe o significado da palavra cinema e sabe brincar com nossas expectativas.
A Recompensa de Perrier
3.4 14Na estrutura das comédias de gangues britânicas, temos múltiplos e excêntricos personagens, coincidências que irão aproximar uns dos outros e tiros, mortes, palavrões e afins. Não necessariamente ruim, apenas pouco original e tolo. Brendan Gleeson, no entanto, está ótimo como Perrier.
Casino Jack and the United States of Money
3.5 1Alex Gibney fascina novamente com um documentário sobre as corrupções envolvendo o lobista Jack Abramoff. Além da triste lição sobre política e capitalismo, o diretor é irreverente e consegue apresentar com detalhes claros todo o esquema político que a opinião pública, a imprensa e claro, o POVO, não consegue (ou não quer) enxergar.
Calvin Marshall
3.1 2Um filme independente sobre um jovem iludido, perseverante e entusiasta, apaixonado por baseball. Os últimos quadros têm real apelo sentimental e de uma forma até ingênua é um bom e sensível filme.
Homens em Fúria
2.6 354 Assista AgoraUm filme ambicioso que por almejar muito acaba falhando. Mas ao abordar a espiritualidade em uma narrativa repleta de simbolismos e dois excepcionais atores acaba perdoando muitas dos equívocos.
Veja mais em:
Juntos Pelo Acaso
3.6 1,7K Assista AgoraHeigh e Duhamel formam um bom casal, mas a insistência na fórmula do casal que se odeia e depois que se ama está e um roteiro fraco que consegue criar humor apenas a partir de piadas de cocô ou vômito tornam os 110 minutos desta "comédia" romântica intermináveis.
Crítica completa em:
Jonah Hex: Caçador de Recompensas
2.6 535 Assista AgoraPoucas vezes vi um filme que faz quase tudo errado! Do fiapo de uma história mal contada e sem o mínimo de profundidade em desenvolvimento de personagens; da estranha fotografia aliada a trilha sonora ensurdecedora; da montagem confusa - em especial na(s) luta(s) final(is) entre Hex e Turnbull - à escalação de atores, alguns que entram e saem sem nem dizer a que vieram (casos de Wes Bentley, Will Arnett, Michael Shannon). Até a duração de 80 minutos do filme parece durar uma eternidade.
P.S.: o diretor Francis Lawrence substituiu Jimmy Hayward na pós-produção, o que me leva a crer que existia uma parte ainda pior do filme que foi esquecida na sala de edição.
Atividade Paranormal 2
2.7 1,8K Assista AgoraMarginalmente superior em execução ao anterior, entretanto inferior quando busca explicações para o mal, é um bom filme que, na maioria das vezes, cumpre aquilo que promete.
Leia mais em
Uma Viagem ao Mundo das Fábulas
4.0 99 Assista AgoraUma técnica de animação mergulhada em simbolismos que combina uma paleta de cores quentes e vivas em contraste ao tom pálido, quase monocromático, assumido pela narrativa em determinados momentos. Méritos para a montagem e fluidez que ousam em transições e revelações, pecando apenas na um pouco confusa, mas não incompreensível narrativa.
Um Caso Arriscado
3.1 7Revela com inteligência e propriedade como um ato de egoísmo e ganância pode desencadear um efeito dominó irreparável. Escrito com enorme inteligência por Joel Edgerton e Matthew Dabner, usando pequenos detalhes que confundem e distraem os personagens e os prendem em uma rede cada vez maior, cruel e violenta.
Jogada Certa
3.1 190 Assista AgoraOk, não se pode negar o carisma de Queen Latifah, mas o roteiro esquemático exige bastante concessões do espectador e não oferece nenhum retorno além de uma história de amor previsível e pouco original. Para piorar, Latifah e Common não tem nenhuma química uma com o outro.
Ondine
3.3 251Um conto de fadas poético e intimista elevado graças a excelente fotografia de Christopher Doyle que explora as belas paisagens irlandesas. Mas, o falho terceiro ato no qual Neil Jordan busca expor explicações racionais para a "mulher içada em uma rede de pescar" acaba prejudicando o resultado final.
O Pior Trabalho do Mundo
2.8 543 Assista AgoraSe beneficiaria da exclusão de alguns momentos embaraçosos, mas tem um humor consistente a partir do contraste de dois personagens tão extremos.
Tropa de Elite 2: O Inimigo Agora é Outro
4.1 3,5K Assista AgoraUm excelente trabalho em dissecar a enorme pirâmide de corrupção que existe do alto governo da cidade do Rio até a PM e o tráfico na favela. Impactante, farto em crítica social e superior ao antecessor.
Leia crítica completa em
O Assassino em Mim
3.1 340 Assista AgoraLado a lado com Psicopata Americana faz uma sessão dupla arrepiante, apesar deste aqui ser muito estranho e ter uma narrativa bastante confusa. Porém, a atuação de Casey Affleck e o monstro que ele cria são ímpares.