O olhar atento do telespectador sente que Watcher não será apenas mais um filme sobre um observador/perseguidor de mulheres. Da premissa batida para um ótimo desenvolvimento, o longa utiliza do suspense e da inquietação para tratar também da solidão, vulnerabilidade feminina e do sentimento de medo urbano que perpassa a vida de tantas mulheres em nosso cotidiano.
Se passando na Romênia, temos uma protagonista que abandonou o sonho de ser atriz e mudou de país devido a uma nova função de trabalho do marido. Na terra do Drácula, Julia tem enorme dificuldade de adaptação aos ambientes sociais devido a sua nenhuma fluência na língua romena, e com o marido conhecedor do idioma, cabe a ele traduzir a maioria das interações sociais para ela. Porém, nem tudo são flores, pois, um dos piores desconfortos que existem é você não saber do que está sendo comunicado numa roda de conversa. E nós, telespectadores, também sentimos isso.
Em seu apartamento, Julia começa a notar que um vizinho de prédio a vigia constantemente. Porém, não só isso, ele começa a perseguir em diversos locais. Além do perigo próximo, a invalidação dos seus sentimentos por parte do seu marido também acaba intensificando o medo da personagem com a situação.
Cheio de referências ao horror urbano da trilogia do apartamento de Roman Polanski, acompanhar a jornada de Julia numa terra estranha nos faz sentir tão estranhos quanto ela. Com pouco profundidade de campo em diversas cenas, nos quais pouco se focam as informações ao fundo, temos uma perspectiva de que nada ali é familiar. E, então, como enfrentar esse medo e não ser confundida com uma louca que está inventando uma história?
Convidativo, misterioso e instigante, Watcher nos brinda com um suspense pouco inovador, mas bem executado, nos dando informações pouco a pouco, onde nós estaremos sempre na mesma perspectiva da protagonista. Desconfiamos, assim como ela desconfia. Ficamos inquietos, assim como ela também fica por aquelas ruas. E não sabemos ao certo quem é o observador, assim como ela também não sabe. É daqueles filmes que resgatam em nós o sentimento do que é ficar apreensivo diante do desconhecido e diante do perigo urbano.
Nada de novo no front. Acredito que não só não inova, como também é inferior em tema, reflexão, terror, divertimento e comédia que diversos outros filmes envolvendo bonecos assassinos, como alguns da franquia Chucky. Tem momentos toscos que remetem justamente o clássico Brinquedo Assassino de 1989, até porque é bem trash o conceito de um brinquedo de 1.20m sair matando todo mundo. Reflete sobre controle parental, tecnologias substitutivas da atenção dos pais, descuidos das reais emoções dos filhos, mas tudo isso no campo da superficialidade. As atuações não ajudam em nada, carticaturadas demais, a Gemma, personagem principal, perde a irmã numa tragédia (isso está no trailer) mas se importa tanto com o fato como se quem morresse fosse o personagem do videogame favorito dela. E outra, luta tanto pela tutela da Cady mas ao mesmo tempo nem se importa com ela, claramente. A melhor personagem do filme é a psicóloga, que traz reflexões interessantes sobre teoria do apego e dependência tecnológica por parte das crianças. Algumas perguntas que ela faz a Gemma muito de nós faríamos. O que vai ficar desse filme, mesmo, é a dança da Megan o arco final do filme que arranca diversos sorrisos dos telespectadores.
Essa série tem uma essência própria. Os personagens são todos bons, ímpares em suas características e essa temporada conseguiu adentrar ainda mais a complexidade de cada um. Teve inúmeras cenas cômicas, mas a parte dramática foi o que mais mexeu com a gente. Tem tudo para continuar caminhando para o desenvolvimento psicológico dos personagens e intensificando no drama na próxima temporada.
E, só para constar, Barry teve todas as suas três temporadas indicadas ao Emmy de melhor série cômica, assim como Bill Hader em atuação principal.
É praticamente uma mescla de Salem (livro) do Stephen King (cidadezinha pequena, todo mundo se conhece e vampiros) + O Nevoeiro, filme baseado no conto também do King (fanatismo religioso e caos social, uma vilã que aliena as pessoas) + 30 dias de noite (vampiros clássicos se aproveitando da noite pra matar todo mundo)
O filme passeia de forma satisfatória entre o horror comercial, de jump-scare e violência para o horror mais psicológico, com doses dramáticas e reflexivas pertinentes. Só achei a personagem principal fraquinha desde o inicio, mantém um único tom de humor ao longo do filme, e, para uma profissional de saúde mental,
não tocar no assunto psicoterapia (ela se consultava com uma psiquiatra, não psicóloga) e carregar uma culpa ao longo de décadas foi bem "meh" para mim. Não soa natural. Também aparentemente o trauma que ela sofre da mãe não interfere em nada na maldição, já que esta se alimenta de pessoas que viram outras cometerem um suicídio ou ficarem chocadas com a morte de alguém. Parece que o monstro se alimenta de pessoas que ficam fragilizadas com o TEPT (transtorno de estresse pós-traumático).
Vale a reflexão do que é considerado "maluco" em uma sociedade que ainda tem a tendência de aceitar somente uma única realidade, e que estranhezas sentidas e presenciadas por pessoas que estão enfrentando transtornos psicológicos são facilmente julgadas e pouco acolhidas. O próprio título vai ao encontro de que muitas delas camuflam suas dores para serem aceitas, falam "tá tudo bem" mesmo com vontade de dizer o contrário mas possuem medo da incompreensão social e que por trás de sorrisos pode existir uma enorme vontade de se matar.
David Gordon Green resolve finalizar a nova trilogia de Halloween com uma fanfic medonha e desonesta com todo o nome que Halloween carrega. Tem uma boa cena inicial, que gera impacto, mas nada do que vem a seguir tem algum nível de coerência narrativa. Seguiu um caminho pouco convincente para o que havia sido estabelecido ao longo dos dois últimos filmes e pelo o que Michael Myers representa: o mal em forma humana que não irá se satisfazer até conseguir matar a Laurie Strode. Myers é totalmente descaracterizado aqui, Laurie está transformada pela terapia, e a neta se apaixona perdidamente do nada por um rapaz, não que paixão precise de explicação, mas é tão pouco natural e muito forçado pelo roteiro para seguir uma linha narrativa que gere um impacto na trama no futuro. Péssimas escolhas, final brochante, um dos piores Halloween na minha humildade opinião.
- A bateria do iphone da Becky ter durado tanto; - A revelação que a Hunter estava morta me lembrou Medo Profundo; - Não mostrar Becky sendo resgatada foi frustrante... fora o furo na última cena em que ela simplesmente vai para o carro do Pai sem ir para o hospital antes sendo que possuía escoriação grave na perna, além de ter passado por uma insolação ao longo do filme. Também, estava em um local proibido por lei, com uma pessoa próxima morta, não iria ser fácil simplesmente ir para a casa.
Por que o filmow deixa usuário avaliar uma série que ainda está em andamento? E as pessoas que fazem isso com apenas dois episódios liberados, por quê?
É como se avaliassem um filme após ter visto o mesmo por 15 minutos.
Enquanto Breaking Bad e Sons of Anarchy trazem a criminalidade como plano de fundo para desenvolvimento de seus personagens centrais - Walter White e Jax Teller, respectivamente - nos mostrando sem maniqueísmo a complexidade humana enquanto somos colocados em situações limites, Ozark usa os seus personagens para nos fazer enxergar a complexidade do crime em suas diversas esferas. É um olhar maior para o sistema e toda a desesperança e crueldade trazida com ele. Passando por simples furtos em pequenos hotéis do interior à política nacional dos EUA, Ozark nos mostra a interligação entre todos eles e como uma família sobrevive em meio à tudo isso. E como o poder as livra de diversas consequências fatais, enquanto os menos favorecidos tendem a receber todo um destino trágico.
É como se Ozark fosse uma metáfora em forma de série: sabemos que a venda de drogas em uma comunidade pobre por traficantes armados envolve todo um sistema criminal. Muita gente ganha com aquela venda da droga, muita gente de “poder”. Porém só quem se “fode” são praticamente os desfavorecidos, os/as Ruth da vida. Parece que os Aécios Neves (os Byrdes) nunca vão sofrer por estarem no topo onde tudo acontece. A lição desse final é justamente essa.
Quanto ao envolvimento dos filhos do Byrde naquele mundo criminoso, é tipo aquele clichê que a gente ouve morando no Brasil: quem se envolve no crime desde cedo é muito difícil de sair. Ou o poder corromperá ou os caminhos externos se fecharão. Restando, como única via, permanecer nele.
The Witcher tem 8 livros e 3 games para se inspirar. Não precisa ser fiel a nenhum deles, mas para quem usa a alcunha, personagens e o universo criado pelo Andrzej Sapkowski, que honre em qualidade ao menos. Poxa, essa temporada fugiu ainda mais da trama canônica e ficou pior, à lá últimas temporadas de GOT. Nada aqui empolga, é impressionante, eu só vejo até o fim porque sou cadelinha da saga do bruxo Geralt de Rívia e sempre estou dando a chance para a série se redimir. Algumas cenas de violência legais, fotografia e tal, mas muito aquém de uma boa série de fantasia. Personagens caricaturados e desinteressantes, atuações sofríveis (com exceção do quarteto principal, não se salva ninguém), maquiagem e vestuários bem amadores. Isso porque não quero ser o chato que fica comparado com os livros, porque descaracterizaram inúmeros personagens (o que fizeram com o Vasemir aqui na história é de xingar muito no Twitter).
A trama segue de forma quase que episódica e a localização geográfica das cidades onde se passa a série é bem confusa (eu tenho a sorte de ter jogado os games porque lá pelo menos tem mapa), bem diferente, por exemplo, de Game of Thrones, que por mais que não existisse mapa para os telespectadores da série, você entendia o que era norte e sul, havia muitas diferenças climáticas e outros pontos mais característicos de cada cidade central. Parece que os personagens usam a "viagem rápida" dos games porque às vezes está em uma cidade, e do nada está em outra. Não se sabe se passou horas, dias ou semanas.
O sistema de magias também é bem "Deus E-Machina", quando é pra usar e salvar o personagem, ótimo, só aceite telespectador. A batalha do episódio final mostra muito isso. Todos os bruxos tem uma magia de fogo, muito comum nos games. Ninguém a usa na batalha final (não vou descrever para não dar spoiler). Mas Geralt, quando está perto de sofrer algo fatal, vai lá e usa. Simples.
Vou ver a terceira temporada pois eu tenho desejo que a série se coloque nos trilhos - e, inclusive, é o desejo de Henry Cavil, que afirma que quer que a série se aproxime da história dos livros, pois acho que só assim para ela ficar realmente boa.
A série continua nos entretendo, o dinheiro de 30 milhões de doláres por episódio é bem notável, efeitos visuais, sonoros, trilha, fotografia, tudo continua super bem, essa atmosfera oitentista é muito convidativa e a dinâmica entre os adolescentes é o maior atrativo da série. Porém, não podemos negar que a qualidade de uma obra está relacionada também a dinamismo de roteiro, surpresas, fuga de conveniências ou fórmulas prontas.
Os diretores reciclaram a ideia de que no fim ninguém enfrentou um real perigo já que Eleven vai salvar o dia no final e ninguém terá grandes consequências, pq até o poder de reviver a Eleven já tem, e Steve recebeu 500 mordidas mas 0 consequências para ele. Não só de uma produção técnica impecável uma obra sobrevive. Ao fim da temporada, parece que sentimos ainda mais o "modus operandi" dos irmãos Duffer, que vem se tornando desgastado justamente pela falta de coragem. Pelo menos, para mim, aos poucos vou me deixando de me importar e me imergir na trama sabendo que os personagens centrais da série realmente não vão sofrer muitas consequências de nada do que vão passar, quase que "intocáveis" e que Eleven vai salvar o dia. E, para preencher isso, utiliza-se né aquele famoso recurso narrativo de desenvolver um personagem secundário, gerar nele carisma e matá-lo em um momento chave para gerar comoção. Inclusive aconteceu em temporadas anteriores aqui, com o Bobby, na segunda e Alexei na terceira.. Pode ter certeza que isso poderá acontecer com a nova crush da Robbie, a personagem que faz Anne, da Netflix, se ela tiver um melhor desenvolvimento na próxima temporada.
É um filme de tubarão para divertir em uma noite cotidiana. Tem doses de tensão sim, mas o pior é as notas baixas no qual as pessoas esperam que um filme desse, até muito competente com os recursos que possui, seja uma obra-prima do subgênero “animal assassino”. Se esse tem nota 1.6, todos as outras dezenas deveriam também ter, já que poucos oferecem coisas novas a esse subgênero que possui como seu filme ápice o clássico de Spielberg dos anos 70. Me arrisquei a ver este pois queria uma distração escapista e não me arrependi. Porém, achei muito engraçada a personagem loira
gritando sai da água para o rapaz que estava nadando em busca de chegar em um barco. O cara simplesmente estava nada em pleno mar aberto, como ele vai sair da água?? Kkkk
Morbius quando vira vampiro parece o cavaleiro do apocalipse da Morte em Darksiders II. Quem já jogou, vai sentir a semelhança na mesma hora. Até duvido que não tenham se inspirado nele.
Triste por esse filme não ter sido indicado a melhor filme no Oscar 2022, baita produção! Montagem, fotografia, edição e mixagem de som, além da atuação sublime do Andrew Garfield. Eu nunca gostei muito de musicais, acredito que o gênero é um dos menos populares aqui em terras tupiniquins, mas reconheço o valor de entretenimento do longa, assim como seu estilo incomum de contar a história. Um filme acolhedor, que conversa com tantos outros jovens que com seus quase 30 anos sentem ainda que há muito o que fazer nesse mundo. Além disso, é baseado em uma história real, o que choca ainda mais e nos deixa mais envolvidos com os acontecimentos retratados na narrativa.
Fico triste de pessoas que não gostam de musicais virem aqui e darem nota baixa pro filme justamente por ele ser um musical. Não tem nem lógica nisso. Se não gosta, e resolve ver, abre seu coração para a trama e para o seu propósito, por mais que saia da sua zona de conforto. Avalie o filme pelo o que ele apresentou, não por simplesmente ele ser de um gênero que você não tolera tanto. É como se eu visse um filme de ação e falasse "vou tirar uma estrela pq tem muita cena de briga e tiro, não gosto, é de ação, não gosto". Ninguém iria entender.
o mais "forte" e sagaz da trama, o Peter. Inclusive, ele deu a pista disso em um diálogo com o Phil, em que disse que o seu pai duvidava da "força" dele. Bela descontrução. Ah, e o personagem Phil me lembra o personagem ex-militar do filme "Beleza Americana".
Filmaço, bem construído e que soube subverter nossas espectativas.
O mais popular herói da DC Comics, Batman já foi representado de diferentes formas e com os mais diferentes atores no universo cinematográfico. Todos deixaram de lado algo bem característico e que a trilogia de games "Batman Arkham" fazia muito bem: um Batman detetive e com seus muitos parceiros investigativos.
Por falar nisso, eu aposto muitas fichas que o Matt Reeves se inspirou bastante nos consagrados games do Morcegão para realizar essa mais nova versão do herói. Desde sua apresentação, com uma cena que me faz me lembrar bastante os combates contra os capangas de coringa, duas-caras e espantalho nos consoles, como também com a Gotham mais vívida, sombria e crua do cinema. Quem jogou sabe o quanto ela passa a mesma atmosfera sentida com os joysticks na mão.
Batman, com sua pouca maturidade e experiência, ainda está buscando a sua vingança. Se enxerga, inclusive, como a vingança. Bruce e Batman, nesse longa, é um só. Pouco se percebe Batman como um alter-ego do Wayne. Mas isso não deixa de funcionar justamente pois o mesmo ainda está aprendendo a ser o Batman, assim como está aprendendo com o mundo de responsabilidades ao carregar o sobrenome Wayne no nome.
Charada, que teve uma nova roupagem, mais dark e menos cômica, inspirado explicitamente no assassino do Zodíaco, tem as motivações bastante plausíveis para cometer seus bárbaros crimes. Em um ano eleitoral no Brasil, quem nunca pensou que independente de mudança de Governo, a corrupção e a desigualdade social não parará de existir? Como então se rebelar contra esse sistema? Que como cantava Chico Science "A cidade se encontra prostituída por aqueles que a usaram em busca de saída". Charada quer também, assim como o Batman, se vingar. Crescer num deplorável orfanato que não recebia atenção do Governo Municipal enquanto o queridinho Bruce, rico, possuía todas as atenções midíaticas por ter perdido seus pais ainda cedo. Mas, ué, a nossa mídia não faz isso? É só pensar o quanto de atenção elas dão a crimes bárbaros que acontecem com os ricos, enquanto o sofrimento dos mais pobres são facilmente esquecidos.
O passo a passo investigativo para saber os próximos alvos do Charada é muito bem cadenciada e misteriosa, apesar de não ter a mesma tensão que sua também inspiração Seven - talvez a classificação indicativa não tenha ajudado em causar maiores impactos visuais - e a dinâmica Batman e Gordon funciona muito bem. Pinguim está soberbo, com Colin Farell sendo irreconhecível no papel. Pra mim, os 2/3 desse filme são maravilhosos.
Então, chegando em sua última parte, encontrei algumas coisas que me incomodaram. A partir de agora, haverá spoilers.
Primeiramente, algumas facilitações narrativas. Uma delas é no momento em Batman chega na delegacia para examinar alguns materiais encontrados nas cenas do crime do Charada. Chegando lá, encontra apenas um policial. E simplesmente, do nada, este policial explica pra que serve exatamente a ferramenta usada por Charada ao matar sua primeira vítima, o até então prefeito da cidade. Ainda diz que só soube da função da arma pelo fato de seu tio usá-la bastante, pois é um instalador. Nossa, que baita coincidência! ou preguiça de roteiro? conveniência narrativa? Ou seja, Batman chega na delegacia que estava apenas com um policial e esse policial é o único que deu a informação surpresa que Batman estava "precisando" naquele momento e este ainda por cima só sabe disso porque tem um tio que a utiliza. A partir daí, O Batman descobre os pontos de explosão que o Charada armou na cidade, 7 vans que iriam explodir e causar então uma enchente, após "cavar" o chão da delegacia.
E falando sobre as explosões das vans, te pergunto: qual a importância o filme deu pra elas? qual a importância e sensação de perigo isso causou no telespectador? Essa plano meio Michael Bay não gera nenhuma grande consequência nem durante nem após acontecer. O maior perigo que nos chama atenção são os seguidores do Charada que planejam causar o atentado de matar a então mais forte candidata a Prefeita de Gotham, além de, talvez, outras pessoas. Simplesmente a última parte do filme gira em torno de Batman justamente tentando combater todos estes "capangas" do Charada, que seguem sua mesma ideologia de "somos a vingança, nunca haverá renovação, é só promessas" e nada do que acontece através das explosões parece ser tão catastrófico assim. Se tirasse as explosões e se o plano do Charada continuasse sendo mais pé no chão, oferecendo perigos reais apenas à pessoas específicas, como estava sendo, inclusive com o plano de matar a candidata durante o seu discurso à população da cidade, não mudaria em nada no filme se retirasse as vans, as explosões e a enchente. Ah, mais uma coisa, o filme bem que poderia ser um pouco mais corajoso e realmente matar o Alfred, hein? Até no novo Homem-Aranha vemos uma personagem importante morrer, assim também como no magnífico e rei Batman, O Cavaleiro das Trevas, do Nolan.
Apesar disso, Matt Reeves acerta e muito ao trazer certeiramente uma experiência muito distante do que já tinhamos visto nas telonas. O valor de produção é incrível, a trilha sonora é marcante e Nirvana completa sendo a cereja do bolo em diversas momentos. Está sim entre os três melhores filmes do Batman da história do cinema.
Os vinte cinco primeiros minutos são muito charmosos e os últimos dez são memoráveis. A última dança é uma das cenas mais clássicas da história do cinema. Porém o meio é enrolado demais e puxa muito para o melodramático, apesar da notável química dos protagonistas.
A Gotham desse filme só me lembrou a trilogia Batman Arkham dos videogames <3 Inclusive também o embate de Batman e Mulher-Gato contra Charada em Batman Arkham Knight.
Acredito que respeita bastante o enredo dos games apesar de ser uma aventura com uma proposta mais "familiar", inclusive acredito que por isso colocaram um Nathan Drake mais adolescente sendo chamado sempre de "garoto" por Victor Sullivan, além de falta de violência e sangue - algo comum nos games. Traz diversas referências aos jogos que acaba sendo divertido para quem jogou a saga. Também é um filme que faz lembrar de aventuras da sessão da tarde, como "a lenda do tesouro perdido" e "Caçadoras de Aventuras". O que eu não curti muito foi o excesso de piadas que não funcionam bem e a vilã que não me desceu. Nesse sentido, inclusive, achei um erro o filme
matar o personagem do Antonio Banderas logo em sua metade. Ele passava um aspecto vilanesco bem imponente.
Sabendo disso, é bom quem assistir saber que é apenas um filme de aventura bem despretensioso, cheio de efeitos visuais competentes, que diverte e te faz escapar um pouco da realidade.
Observador
3.4 283 Assista AgoraO olhar atento do telespectador sente que Watcher não será apenas mais um filme sobre um observador/perseguidor de mulheres. Da premissa batida para um ótimo desenvolvimento, o longa utiliza do suspense e da inquietação para tratar também da solidão, vulnerabilidade feminina e do sentimento de medo urbano que perpassa a vida de tantas mulheres em nosso cotidiano.
Se passando na Romênia, temos uma protagonista que abandonou o sonho de ser atriz e mudou de país devido a uma nova função de trabalho do marido. Na terra do Drácula, Julia tem enorme dificuldade de adaptação aos ambientes sociais devido a sua nenhuma fluência na língua romena, e com o marido conhecedor do idioma, cabe a ele traduzir a maioria das interações sociais para ela. Porém, nem tudo são flores, pois, um dos piores desconfortos que existem é você não saber do que está sendo comunicado numa roda de conversa. E nós, telespectadores, também sentimos isso.
Em seu apartamento, Julia começa a notar que um vizinho de prédio a vigia constantemente. Porém, não só isso, ele começa a perseguir em diversos locais. Além do perigo próximo, a invalidação dos seus sentimentos por parte do seu marido também acaba intensificando o medo da personagem com a situação.
Cheio de referências ao horror urbano da trilogia do apartamento de Roman Polanski, acompanhar a jornada de Julia numa terra estranha nos faz sentir tão estranhos quanto ela. Com pouco profundidade de campo em diversas cenas, nos quais pouco se focam as informações ao fundo, temos uma perspectiva de que nada ali é familiar. E, então, como enfrentar esse medo e não ser confundida com uma louca que está inventando uma história?
Convidativo, misterioso e instigante, Watcher nos brinda com um suspense pouco inovador, mas bem executado, nos dando informações pouco a pouco, onde nós estaremos sempre na mesma perspectiva da protagonista. Desconfiamos, assim como ela desconfia. Ficamos inquietos, assim como ela também fica por aquelas ruas. E não sabemos ao certo quem é o observador, assim como ela também não sabe. É daqueles filmes que resgatam em nós o sentimento do que é ficar apreensivo diante do desconhecido e diante do perigo urbano.
M3gan
3.0 801 Assista AgoraNada de novo no front. Acredito que não só não inova, como também é inferior em tema, reflexão, terror, divertimento e comédia que diversos outros filmes envolvendo bonecos assassinos, como alguns da franquia Chucky.
Tem momentos toscos que remetem justamente o clássico Brinquedo Assassino de 1989, até porque é bem trash o conceito de um brinquedo de 1.20m sair matando todo mundo.
Reflete sobre controle parental, tecnologias substitutivas da atenção dos pais, descuidos das reais emoções dos filhos, mas tudo isso no campo da superficialidade.
As atuações não ajudam em nada, carticaturadas demais, a Gemma, personagem principal, perde a irmã numa tragédia (isso está no trailer) mas se importa tanto com o fato como se quem morresse fosse o personagem do videogame favorito dela.
E outra, luta tanto pela tutela da Cady mas ao mesmo tempo nem se importa com ela, claramente.
A melhor personagem do filme é a psicóloga, que traz reflexões interessantes sobre teoria do apego e dependência tecnológica por parte das crianças. Algumas perguntas que ela faz a Gemma muito de nós faríamos.
O que vai ficar desse filme, mesmo, é a dança da Megan o arco final do filme que arranca diversos sorrisos dos telespectadores.
Barry (3ª Temporada)
4.2 74 Assista AgoraEssa série tem uma essência própria. Os personagens são todos bons, ímpares em suas características e essa temporada conseguiu adentrar ainda mais a complexidade de cada um. Teve inúmeras cenas cômicas, mas a parte dramática foi o que mais mexeu com a gente. Tem tudo para continuar caminhando para o desenvolvimento psicológico dos personagens e intensificando no drama na próxima temporada.
E, só para constar, Barry teve todas as suas três temporadas indicadas ao Emmy de melhor série cômica, assim como Bill Hader em atuação principal.
Missa da Meia-Noite
3.9 732É praticamente uma mescla de Salem (livro) do Stephen King (cidadezinha pequena, todo mundo se conhece e vampiros) + O Nevoeiro, filme baseado no conto também do King (fanatismo religioso e caos social, uma vilã que aliena as pessoas) + 30 dias de noite (vampiros clássicos se aproveitando da noite pra matar todo mundo)
Missa da Meia-Noite
3.9 732Bev Keane e Silas Malafaia são muito semelhantes. A arte imitando a vida.
Sorria
3.1 850 Assista AgoraO filme passeia de forma satisfatória entre o horror comercial, de jump-scare e violência para o horror mais psicológico, com doses dramáticas e reflexivas pertinentes. Só achei a personagem principal fraquinha desde o inicio, mantém um único tom de humor ao longo do filme, e, para uma profissional de saúde mental,
não tocar no assunto psicoterapia (ela se consultava com uma psiquiatra, não psicóloga) e carregar uma culpa ao longo de décadas foi bem "meh" para mim. Não soa natural. Também aparentemente o trauma que ela sofre da mãe não interfere em nada na maldição, já que esta se alimenta de pessoas que viram outras cometerem um suicídio ou ficarem chocadas com a morte de alguém. Parece que o monstro se alimenta de pessoas que ficam fragilizadas com o TEPT (transtorno de estresse pós-traumático).
Halloween Ends
2.3 537 Assista AgoraDavid Gordon Green resolve finalizar a nova trilogia de Halloween com uma fanfic medonha e desonesta com todo o nome que Halloween carrega. Tem uma boa cena inicial, que gera impacto, mas nada do que vem a seguir tem algum nível de coerência narrativa. Seguiu um caminho pouco convincente para o que havia sido estabelecido ao longo dos dois últimos filmes e pelo o que Michael Myers representa: o mal em forma humana que não irá se satisfazer até conseguir matar a Laurie Strode. Myers é totalmente descaracterizado aqui, Laurie está transformada pela terapia, e a neta se apaixona perdidamente do nada por um rapaz, não que paixão precise de explicação, mas é tão pouco natural e muito forçado pelo roteiro para seguir uma linha narrativa que gere um impacto na trama no futuro. Péssimas escolhas, final brochante, um dos piores Halloween na minha humildade opinião.
A Queda
3.2 743 Assista AgoraTrês coisas me acharam atenção:
- A bateria do iphone da Becky ter durado tanto;
- A revelação que a Hunter estava morta me lembrou Medo Profundo;
- Não mostrar Becky sendo resgatada foi frustrante... fora o furo na última cena em que ela simplesmente vai para o carro do Pai sem ir para o hospital antes sendo que possuía escoriação grave na perna, além de ter passado por uma insolação ao longo do filme. Também, estava em um local proibido por lei, com uma pessoa próxima morta, não iria ser fácil simplesmente ir para a casa.
A Fera
2.9 189 Assista AgoraIdris Elba sempre querendo novos desafios: enfrentou Thanos, The Rock e agora um leão huahuahuahu
O Senhor dos Anéis: Os Anéis de Poder (1ª Temporada)
3.9 792 Assista AgoraPor que o filmow deixa usuário avaliar uma série que ainda está em andamento? E as pessoas que fazem isso com apenas dois episódios liberados, por quê?
É como se avaliassem um filme após ter visto o mesmo por 15 minutos.
Ozark (4ª Temporada)
4.2 279 Assista AgoraEnquanto Breaking Bad e Sons of Anarchy trazem a criminalidade como plano de fundo para desenvolvimento de seus personagens centrais - Walter White e Jax Teller, respectivamente - nos mostrando sem maniqueísmo a complexidade humana enquanto somos colocados em situações limites, Ozark usa os seus personagens para nos fazer enxergar a complexidade do crime em suas diversas esferas. É um olhar maior para o sistema e toda a desesperança e crueldade trazida com ele. Passando por simples furtos em pequenos hotéis do interior à política nacional dos EUA, Ozark nos mostra a interligação entre todos eles e como uma família sobrevive em meio à tudo isso. E como o poder as livra de diversas consequências fatais, enquanto os menos favorecidos tendem a receber todo um destino trágico.
É como se Ozark fosse uma metáfora em forma de série: sabemos que a venda de drogas em uma comunidade pobre por traficantes armados envolve todo um sistema criminal. Muita gente ganha com aquela venda da droga, muita gente de “poder”. Porém só quem se “fode” são praticamente os desfavorecidos, os/as Ruth da vida. Parece que os Aécios Neves (os Byrdes) nunca vão sofrer por estarem no topo onde tudo acontece. A lição desse final é justamente essa.
Quanto ao envolvimento dos filhos do Byrde naquele mundo criminoso, é tipo aquele clichê que a gente ouve morando no Brasil: quem se envolve no crime desde cedo é muito difícil de sair. Ou o poder corromperá ou os caminhos externos se fecharão. Restando, como única via, permanecer nele.
The Witcher (2ª Temporada)
3.8 272The Witcher tem 8 livros e 3 games para se inspirar. Não precisa ser fiel a nenhum deles, mas para quem usa a alcunha, personagens e o universo criado pelo Andrzej Sapkowski, que honre em qualidade ao menos. Poxa, essa temporada fugiu ainda mais da trama canônica e ficou pior, à lá últimas temporadas de GOT. Nada aqui empolga, é impressionante, eu só vejo até o fim porque sou cadelinha da saga do bruxo Geralt de Rívia e sempre estou dando a chance para a série se redimir. Algumas cenas de violência legais, fotografia e tal, mas muito aquém de uma boa série de fantasia. Personagens caricaturados e desinteressantes, atuações sofríveis (com exceção do quarteto principal, não se salva ninguém), maquiagem e vestuários bem amadores. Isso porque não quero ser o chato que fica comparado com os livros, porque descaracterizaram inúmeros personagens (o que fizeram com o Vasemir aqui na história é de xingar muito no Twitter).
A trama segue de forma quase que episódica e a localização geográfica das cidades onde se passa a série é bem confusa (eu tenho a sorte de ter jogado os games porque lá pelo menos tem mapa), bem diferente, por exemplo, de Game of Thrones, que por mais que não existisse mapa para os telespectadores da série, você entendia o que era norte e sul, havia muitas diferenças climáticas e outros pontos mais característicos de cada cidade central. Parece que os personagens usam a "viagem rápida" dos games porque às vezes está em uma cidade, e do nada está em outra. Não se sabe se passou horas, dias ou semanas.
O sistema de magias também é bem "Deus E-Machina", quando é pra usar e salvar o personagem, ótimo, só aceite telespectador. A batalha do episódio final mostra muito isso. Todos os bruxos tem uma magia de fogo, muito comum nos games. Ninguém a usa na batalha final (não vou descrever para não dar spoiler). Mas Geralt, quando está perto de sofrer algo fatal, vai lá e usa. Simples.
Vou ver a terceira temporada pois eu tenho desejo que a série se coloque nos trilhos - e, inclusive, é o desejo de Henry Cavil, que afirma que quer que a série se aproxime da história dos livros, pois acho que só assim para ela ficar realmente boa.
Stranger Things (4ª Temporada)
4.2 1,0K Assista AgoraA série continua nos entretendo, o dinheiro de 30 milhões de doláres por episódio é bem notável, efeitos visuais, sonoros, trilha, fotografia, tudo continua super bem, essa atmosfera oitentista é muito convidativa e a dinâmica entre os adolescentes é o maior atrativo da série. Porém, não podemos negar que a qualidade de uma obra está relacionada também a dinamismo de roteiro, surpresas, fuga de conveniências ou fórmulas prontas.
Os diretores reciclaram a ideia de que no fim ninguém enfrentou um real perigo já que Eleven vai salvar o dia no final e ninguém terá grandes consequências, pq até o poder de reviver a Eleven já tem, e Steve recebeu 500 mordidas mas 0 consequências para ele. Não só de uma produção técnica impecável uma obra sobrevive. Ao fim da temporada, parece que sentimos ainda mais o "modus operandi" dos irmãos Duffer, que vem se tornando desgastado justamente pela falta de coragem. Pelo menos, para mim, aos poucos vou me deixando de me importar e me imergir na trama sabendo que os personagens centrais da série realmente não vão sofrer muitas consequências de nada do que vão passar, quase que "intocáveis" e que Eleven vai salvar o dia. E, para preencher isso, utiliza-se né aquele famoso recurso narrativo de desenvolver um personagem secundário, gerar nele carisma e matá-lo em um momento chave para gerar comoção. Inclusive aconteceu em temporadas anteriores aqui, com o Bobby, na segunda e Alexei na terceira.. Pode ter certeza que isso poderá acontecer com a nova crush da Robbie, a personagem que faz Anne, da Netflix, se ela tiver um melhor desenvolvimento na próxima temporada.
Tubarão: Mar de Sangue
1.9 76 Assista AgoraÉ um filme de tubarão para divertir em uma noite cotidiana. Tem doses de tensão sim, mas o pior é as notas baixas no qual as pessoas esperam que um filme desse, até muito competente com os recursos que possui, seja uma obra-prima do subgênero “animal assassino”. Se esse tem nota 1.6, todos as outras dezenas deveriam também ter, já que poucos oferecem coisas novas a esse subgênero que possui como seu filme ápice o clássico de Spielberg dos anos 70. Me arrisquei a ver este pois queria uma distração escapista e não me arrependi. Porém, achei muito engraçada a personagem loira
gritando sai da água para o rapaz que estava nadando em busca de chegar em um barco. O cara simplesmente estava nada em pleno mar aberto, como ele vai sair da água?? Kkkk
Morbius
2.3 521Morbius quando vira vampiro parece o cavaleiro do apocalipse da Morte em Darksiders II. Quem já jogou, vai sentir a semelhança na mesma hora. Até duvido que não tenham se inspirado nele.
tick, tick... BOOM!
3.8 451Triste por esse filme não ter sido indicado a melhor filme no Oscar 2022, baita produção! Montagem, fotografia, edição e mixagem de som, além da atuação sublime do Andrew Garfield. Eu nunca gostei muito de musicais, acredito que o gênero é um dos menos populares aqui em terras tupiniquins, mas reconheço o valor de entretenimento do longa, assim como seu estilo incomum de contar a história. Um filme acolhedor, que conversa com tantos outros jovens que com seus quase 30 anos sentem ainda que há muito o que fazer nesse mundo. Além disso, é baseado em uma história real, o que choca ainda mais e nos deixa mais envolvidos com os acontecimentos retratados na narrativa.
Fico triste de pessoas que não gostam de musicais virem aqui e darem nota baixa pro filme justamente por ele ser um musical. Não tem nem lógica nisso. Se não gosta, e resolve ver, abre seu coração para a trama e para o seu propósito, por mais que saia da sua zona de conforto. Avalie o filme pelo o que ele apresentou, não por simplesmente ele ser de um gênero que você não tolera tanto. É como se eu visse um filme de ação e falasse "vou tirar uma estrela pq tem muita cena de briga e tiro, não gosto, é de ação, não gosto". Ninguém iria entender.
Oppenheimer
4.0 1,1KSacanagem colocar o poster com o Cillian fumando cigarro, se torna impossível de deixar de associar ele ao personagem Thomas Shelby kkk
Ataque dos Cães
3.7 933No fim, percebemos que o mais vulnerável e verdadeiro é
o mais "forte" e sagaz da trama, o Peter. Inclusive, ele deu a pista disso em um diálogo com o Phil, em que disse que o seu pai duvidava da "força" dele. Bela descontrução. Ah, e o personagem Phil me lembra o personagem ex-militar do filme "Beleza Americana".
Encanto
3.8 805As cenas musicais desse filme me fizeram lembrar da companhia de Teatro os Barbixas com seu jogo "Musical Improvável" kkk.
Batman
4.0 1,9K Assista Agora"I'm a vengeance".
O mais popular herói da DC Comics, Batman já foi representado de diferentes formas e com os mais diferentes atores no universo cinematográfico. Todos deixaram de lado algo bem característico e que a trilogia de games "Batman Arkham" fazia muito bem: um Batman detetive e com seus muitos parceiros investigativos.
Por falar nisso, eu aposto muitas fichas que o Matt Reeves se inspirou bastante nos consagrados games do Morcegão para realizar essa mais nova versão do herói. Desde sua apresentação, com uma cena que me faz me lembrar bastante os combates contra os capangas de coringa, duas-caras e espantalho nos consoles, como também com a Gotham mais vívida, sombria e crua do cinema. Quem jogou sabe o quanto ela passa a mesma atmosfera sentida com os joysticks na mão.
Batman, com sua pouca maturidade e experiência, ainda está buscando a sua vingança. Se enxerga, inclusive, como a vingança. Bruce e Batman, nesse longa, é um só. Pouco se percebe Batman como um alter-ego do Wayne. Mas isso não deixa de funcionar justamente pois o mesmo ainda está aprendendo a ser o Batman, assim como está aprendendo com o mundo de responsabilidades ao carregar o sobrenome Wayne no nome.
Charada, que teve uma nova roupagem, mais dark e menos cômica, inspirado explicitamente no assassino do Zodíaco, tem as motivações bastante plausíveis para cometer seus bárbaros crimes. Em um ano eleitoral no Brasil, quem nunca pensou que independente de mudança de Governo, a corrupção e a desigualdade social não parará de existir? Como então se rebelar contra esse sistema? Que como cantava Chico Science "A cidade se encontra prostituída por aqueles que a usaram em busca de saída". Charada quer também, assim como o Batman, se vingar. Crescer num deplorável orfanato que não recebia atenção do Governo Municipal enquanto o queridinho Bruce, rico, possuía todas as atenções midíaticas por ter perdido seus pais ainda cedo. Mas, ué, a nossa mídia não faz isso? É só pensar o quanto de atenção elas dão a crimes bárbaros que acontecem com os ricos, enquanto o sofrimento dos mais pobres são facilmente esquecidos.
O passo a passo investigativo para saber os próximos alvos do Charada é muito bem cadenciada e misteriosa, apesar de não ter a mesma tensão que sua também inspiração Seven - talvez a classificação indicativa não tenha ajudado em causar maiores impactos visuais - e a dinâmica Batman e Gordon funciona muito bem. Pinguim está soberbo, com Colin Farell sendo irreconhecível no papel. Pra mim, os 2/3 desse filme são maravilhosos.
Então, chegando em sua última parte, encontrei algumas coisas que me incomodaram. A partir de agora, haverá spoilers.
Primeiramente, algumas facilitações narrativas. Uma delas é no momento em Batman chega na delegacia para examinar alguns materiais encontrados nas cenas do crime do Charada. Chegando lá, encontra apenas um policial. E simplesmente, do nada, este policial explica pra que serve exatamente a ferramenta usada por Charada ao matar sua primeira vítima, o até então prefeito da cidade. Ainda diz que só soube da função da arma pelo fato de seu tio usá-la bastante, pois é um instalador. Nossa, que baita coincidência! ou preguiça de roteiro? conveniência narrativa? Ou seja, Batman chega na delegacia que estava apenas com um policial e esse policial é o único que deu a informação surpresa que Batman estava "precisando" naquele momento e este ainda por cima só sabe disso porque tem um tio que a utiliza. A partir daí, O Batman descobre os pontos de explosão que o Charada armou na cidade, 7 vans que iriam explodir e causar então uma enchente, após "cavar" o chão da delegacia.
E falando sobre as explosões das vans, te pergunto: qual a importância o filme deu pra elas? qual a importância e sensação de perigo isso causou no telespectador? Essa plano meio Michael Bay não gera nenhuma grande consequência nem durante nem após acontecer. O maior perigo que nos chama atenção são os seguidores do Charada que planejam causar o atentado de matar a então mais forte candidata a Prefeita de Gotham, além de, talvez, outras pessoas. Simplesmente a última parte do filme gira em torno de Batman justamente tentando combater todos estes "capangas" do Charada, que seguem sua mesma ideologia de "somos a vingança, nunca haverá renovação, é só promessas" e nada do que acontece através das explosões parece ser tão catastrófico assim. Se tirasse as explosões e se o plano do Charada continuasse sendo mais pé no chão, oferecendo perigos reais apenas à pessoas específicas, como estava sendo, inclusive com o plano de matar a candidata durante o seu discurso à população da cidade, não mudaria em nada no filme se retirasse as vans, as explosões e a enchente. Ah, mais uma coisa, o filme bem que poderia ser um pouco mais corajoso e realmente matar o Alfred, hein? Até no novo Homem-Aranha vemos uma personagem importante morrer, assim também como no magnífico e rei Batman, O Cavaleiro das Trevas, do Nolan.
Apesar disso, Matt Reeves acerta e muito ao trazer certeiramente uma experiência muito distante do que já tinhamos visto nas telonas. O valor de produção é incrível, a trilha sonora é marcante e Nirvana completa sendo a cereja do bolo em diversas momentos. Está sim entre os três melhores filmes do Batman da história do cinema.
Qual Seu Número?
3.3 1,4K Assista AgoraChocado que a Anna Faris quis fazer uma limpa em todos os heróis da Marvel, e até um Hobbit ela pegou rsrs
Dirty Dancing: Ritmo Quente
3.8 1,5K Assista AgoraOs vinte cinco primeiros minutos são muito charmosos e os últimos dez são memoráveis. A última dança é uma das cenas mais clássicas da história do cinema. Porém o meio é enrolado demais e puxa muito para o melodramático, apesar da notável química dos protagonistas.
Batman
4.0 1,9K Assista AgoraA Gotham desse filme só me lembrou a trilogia Batman Arkham dos videogames <3 Inclusive também o embate de Batman e Mulher-Gato contra Charada em Batman Arkham Knight.
Uncharted: Fora do Mapa
3.1 451 Assista AgoraAcredito que respeita bastante o enredo dos games apesar de ser uma aventura com uma proposta mais "familiar", inclusive acredito que por isso colocaram um Nathan Drake mais adolescente sendo chamado sempre de "garoto" por Victor Sullivan, além de falta de violência e sangue - algo comum nos games. Traz diversas referências aos jogos que acaba sendo divertido para quem jogou a saga. Também é um filme que faz lembrar de aventuras da sessão da tarde, como "a lenda do tesouro perdido" e "Caçadoras de Aventuras". O que eu não curti muito foi o excesso de piadas que não funcionam bem e a vilã que não me desceu. Nesse sentido, inclusive, achei um erro o filme
matar o personagem do Antonio Banderas logo em sua metade. Ele passava um aspecto vilanesco bem imponente.
Sabendo disso, é bom quem assistir saber que é apenas um filme de aventura bem despretensioso, cheio de efeitos visuais competentes, que diverte e te faz escapar um pouco da realidade.