Um filme bonito, com uma mensagem legal, mas não vai tão além disso. É um apanhado de basicamente todos os filmes do Miyazaki, com uma pitada de Pixar, que me desagradou um pouco. Na real, é uma homenagem ao legado do diretor, que provavelmente terá o "O menino e a garça" como seu último filme.
Que triste ver algumas mulheres julgando a protagonista. O cinema não é só água com açúcar, precisa ser real e reflexivo. E Julie não é narcisista e nem "a pior pessoa do mundo", ela apenas é uma mulher livre que vive com base em suas escolhas, simples assim. Ótimo filme.
Ari Aster é uma referência incrível de direção na atualidade. "Hereditário" e "Midsommer" são duas obras-primas. "Beau tem medo" é bem diferente dos filmes anteriores dele, inclusive nem acho que é um filme de terror, é bem mais uma típica obra de suspense com pitadas de surrealismo e arte absurda. Vi neste filme um pouco de "The Strange Thing About the Johnsons", segundo curta do Ari. Lembrei também bastante de "Bardo" do Iñárritu. O filme é um pouco arrastado, não achei cansativo, mas poderia ter 30 minutos a menos. De qualquer forma, foi agradável demais vê-lo no cinema, mesmo com bugs na transmissão de metade do filme. Entendo quem não curtiu, eu esperava mais, contudo não me decepcionei.
Ari Aster é muito detalhista, os escritos (bilhetes, pichações, placas da floresta etc.) entregam muita coisa sobre o filme, especialmente a anotação do psiquiatra "Culpa" que talvez seja o ponto que melhor define o personagem de Beau. Falando em Beau, caramba, o cara morava na Cracolândia.
Joaquin Phoenix entrega mais uma atuação impecável.
Achei que este filme teria a mesma premissa de outro thriller "iraniano" mas europeu, "Sob a sombra" que é bem fraco, no entanto quando vi que tratava-se de um trabalho do mesmo diretor de "Border" me interessei. Primeiramente, não acho adequado atribuir filmes de diretores que vivem fora do Irã como filmes iranianos. Sou fã incondicional do cinema do Irã e "Holy spider" não tem nenhuma característica do cinema persa, apenas diretor e aparentemente alguns atores. É como dizer que "O jardineiro fiel" ou "Orfeu negro" são filmes nacionais. Embora o cinema iraniano já mostre há anos os temas abordados de "Holy spider": prostituição, drogas, corrupção e críticas à teocracia - é outra ótica - óbvio que primeiramente por conta da censura, mas o cinema ocidental por si já difere de qualquer filme produzido em país oriental, independente de regime opressor ou não.
Este filme veio em um momento de explosão de conteúdo true crime e sobre serial killers. É bem curioso e nem tão surpreendente as motivações de Saeed, uma mistura de Dahmer, BTK e Jack, o estripador, não apenas pelo perfil e modus operandi, mas também pelo trabalho incompetente da polícia e apelo público. Embora eu não seja favorável à pena de morte não consigo pensar igual quando trata-se se assassinos em série.
O pôster da prostituta em pose de afronta e emoldurada por um tapete persa é bem notável. No mais, Ali Abbasi acertou mais uma vez.
Simples do começo ao fim, diria até que quase tudo em "Paloma" é previsível; porém é essa sutileza (desde o título) do cinema nacional, em especial do cinema nordestino, que a cada dia ganha mais minha atenção e preferência. Vale destacar a atuação impecável de Kika Sena, em muitas cenas o rosto dela dizia mais que os diálogos.
"Helen" é o clássico e típico filme da América Latina, desde a abertura com sons cotidianos a seu desfecho aberto e reflexivo. Quem já conviveu na região do Bexiga e seus cortiços, já trabalhei na região na minha adolescência, sabe que o filme dissecou toda alma do clássico "bairro italiano", porém neste filme adentra em suas entranhas reais, que foge do senso comum do bairro em questão ser mais um pedaço da Itália em São Paulo, bem ao contrário, mergulha em sua pobreza histórica e em suas raízes africanas. Mais uma grande surpresa do cinema nacional, com a consagrada e incrível Marcelia Cartaxo e a pequena e talentosa Thalita Machado.
"Aftersun" já me agradou pelo trailer que vi em uma sala de cinema.
Tecnicamente, até o ponto que entendo de técnica cinematográfica, perfeito. Destaque imenso para a atuação natural e madura de Francesca Corio e o roteiro impecável.
Sensível, nostálgico e simples. Mais uma mostra de que muitas vezes o menos é mais. O tipo de filme que gostaria de ter trabalhado caso vivesse de arte.
Sem palavras. É tão perfeito quanto "Cabra marcado para morrer" do gênio Eduardo Coutinho. O meu atual vício por crimes reais e suas camadas me levou a este caso, apenas o conheci através do Quinta Misteriosa, assim como o caso Marco Aurélio, para mim, os casos mais emblemáticos no Brasil. Primeiramente, obrigada Ivan Mizanzuk pelo trabalho incansável e sério. Depois, obrigada Aly Muritiba, um dos melhores diretores da atualidade, vejam as obras de ficção dele, o cara é foda demais!
Vamos para os fatos. Todo o documentário fez eu relacionar este caso com outro tão complexo, injusto e trágico, o trio de West Memphis. Mas lá nos Estados Unidos de 1993, foram 6 vítimas: as 3 crianças mortas e os 3 acusados que ficaram presos por 18 anos, tudo com base em "preguiça" das autoridades em investigarem e mostrarem serviço para a população da região, conservadora e religiosa ao extremo. Eis que surgiu uma resposta irresponsável, baseada também em preconceitos, dois fãs de heavy metal e um rapaz com transtornos mentais que "confessou" o crime. O desfecho não foi tão diferente de Guaratuba, inocentes em liberdade, mas traumatizados, e mais um crime contra crianças sem solução. Outra coisa que me chamou demais a atenção foi ver os desdobramentos e personagens desta trama real. De um lado, uma seita real que um tempo depois cometeu crimes monstruosos, mas que deixaram seguir a vida. Um admirador da seita, que mais tarde seria advogado do nosso excrementíssimo presidente (sempre rodeado de cidadãos de bem). Um agente do estado que não sabia de nada, e um tempo depois, virou o líder de uma milícia. Uma polícia militar que não impressiona com seu modus operandis "tortura, tortura", enfim, filhotes da ditadura. Um ex-governador com um discurso idêntico aos gadinhos do fascista mor da nossa atualidade. E por falar nele, é parte do circo até um ídolo do real mito, o ditador e pedófilo Alfredo Stroessner. As rixas políticas e intolerância religiosa são a grande cereja do bolo que condenou a vida dos 7 inocentes. Quando na real o verdadeiro assassino, acredito que são assassinos, estão possivelmente livres. Caso os crimes tenham sido de autoria de um serial killer, sem dúvidas o mais "habilidoso" que já pisou nossas terras? Ou seria um espetáculo de guerra de egos? Enquanto isso, talvez o Brasil e as famílias dessas 3 crianças inocentes nunca terão uma resposta, mas alguém ou vários alguéns sabem o que ocorreu naquele terrível início dos anos 90. Parece que as histórias da kombi branca e palhaços oferecendo doces, que eu e muitos aqui ouvimos quando crianças, eram reais ou apenas serviam de alerta para um dos crimes mais cruéis da humanidade: o tráfico humano (minha teoria).
Para os mais jovens: no início dos anos 90 tudo era ocultismo, macumba e ritual satânico. Época boa no sentido nostálgico da coisa, mas um período nada glorioso como muitos endossam por aí.
Eu nunca fui muito fã de rap, mas nasci na periferia e vivo nela até hoje. Racionais também fez parte da minha vida. Lembro como se fosse ontem do estrondo de "Sobrevivendo no inferno" nas ruas do meu bairro. Eu reclamo de São Paulo, mas quando lembro que o rap e Punk Rock nacional (movimento que tenho mais intimidade) nasceram na minha cidade, dá um orgulho imenso. Preciso ir em um show do Racionais um dia.
Assisti o último episódio ontem, bem no momento em que foi anunciada a morte do psicopata brasileiro Guilherme de Pádua. Ótima série, mas digna de apenas uma temporada. Hoje confirmaram mais duas temporadas, pra quê? É por isso que não curto séries, se faz sucesso, querem dissecar até não poder mais.
Li a sinopse sem saber mais nada sobre o filme, porém as avaliações positivas daqui me motivaram a vê-lo. Por coincidência, há menos de dois meses, escutei de um dono de uma agência de turismo que também faz ação social, sobre os carvoeiros da região de Joanópolis, mais precisamente de Pedra Bela (local que possui uma mega tirolesa). Ele disse que o local é muiiito carente, e de um senhor que ao dizer que gostou de um chocotone o nomeou como um pão com chocolate, e até acrescentou alguns horrores, como caso de meninas de 12 ou 13 anos que engravidam dos próprios tios. O filme é duro, todos os personagens são perversos de alguma forma, mergulha nos limites dos humanos. As atuações são incríveis, destaque para o pequeno Jean (desconfio que o garoto seja da região e não um ator) e Maeve Jinkings em sua maior atuação, pelo que eu conheça. A direção e o roteiro são seguros e reais demais. Vale a pena vê-lo.
Clássico da literatura e do cinema, merecia uma versão mais atual, embora a primeira versão, de 1930, seja perfeita. Ótimas atuações e direção, mas como já disseram nos comentários, um filme longo sem aprofundamento dos personagens.
O choque entre o novo e o velho. A história do Irã (poderia ser do Brasil) encarnada em uma família. Na minha opinião, por enquanto, o melhor filme do ano.
Filmes sobre aborto sempre me incomodaram, é um assunto delicado demais, porém tenho uma opinião formada há décadas e "O acontecimento" é pontual e necessário. Nunca devemos fechar os olhos ou simplesmente ignorarmos a escolha/necessidade alheias. O fato do filme ter sido dirigido, escrito e baseado nas vozes e pontos de vista de mulheres fez toda diferença
Foi muito gratificante ver esta série maravilhosa antes de ingressar no curso de Licenciatura em Letras. Sou cria da escola pública, para quem estudou no ensino privado pode até achar exagero alguns casos tristes relatados na série, mas não, muita coisa mostrada em "Segunda Chamada" eu vi na minha escola e outras da região. Elenco perfeito, roteiro bem feito, direção competente. Só não dei cinco estrelas por alguns furinhos e errinhos de sequência, mas nada que tire o brilho desta série incrível que todos deveriam ver.
Gosto muito da temática indígena em qualquer campo. Por conta disso criei muita expectativa antes de ver "A última floresta". Não gostei tanto de "Ex-pajé" do mesmo diretor e foi justamente essa combinação de documentário/ficção de ambos filmes que fez eu me desligar um pouco do filme sobre os Yanomami. De qualquer forma, fico muito feliz de ver a nota alta aqui no Filmow e o reconhecimento do filme fora do país. E destaque para as cenas finais (talvez as mais documentais de todo filme). Vê-las em uma sala de cinema foi uma experiência ótima.
Feito com paixão, mas caiu em duas coisas que me incomodaram: a figura do Ocidente como apaziguador (não é bem assim) e a figura da maternidade (é impossível não associar com o "O conto da aia" que endossa demais o tema).
O Menino e a Garça
4.0 215Um filme bonito, com uma mensagem legal, mas não vai tão além disso.
É um apanhado de basicamente todos os filmes do Miyazaki, com uma pitada de Pixar, que me desagradou um pouco.
Na real, é uma homenagem ao legado do diretor, que provavelmente terá o "O menino e a garça" como seu último filme.
A Pior Pessoa do Mundo
4.0 601 Assista AgoraQue triste ver algumas mulheres julgando a protagonista. O cinema não é só água com açúcar, precisa ser real e reflexivo. E Julie não é narcisista e nem "a pior pessoa do mundo", ela apenas é uma mulher livre que vive com base em suas escolhas, simples assim. Ótimo filme.
Beau Tem Medo
3.2 406Ari Aster é uma referência incrível de direção na atualidade. "Hereditário" e "Midsommer" são duas obras-primas.
"Beau tem medo" é bem diferente dos filmes anteriores dele, inclusive nem acho que é um filme de terror, é bem mais uma típica obra de suspense com pitadas de surrealismo e arte absurda. Vi neste filme um pouco de "The Strange Thing About the Johnsons", segundo curta do Ari. Lembrei também bastante de "Bardo" do Iñárritu.
O filme é um pouco arrastado, não achei cansativo, mas poderia ter 30 minutos a menos. De qualquer forma, foi agradável demais vê-lo no cinema, mesmo com bugs na transmissão de metade do filme. Entendo quem não curtiu, eu esperava mais, contudo não me decepcionei.
Ari Aster é muito detalhista, os escritos (bilhetes, pichações, placas da floresta etc.) entregam muita coisa sobre o filme, especialmente a anotação do psiquiatra "Culpa" que talvez seja o ponto que melhor define o personagem de Beau. Falando em Beau, caramba, o cara morava na Cracolândia.
Joaquin Phoenix entrega mais uma atuação impecável.
Tudo em Todo O Lugar ao Mesmo Tempo
4.0 2,1K Assista AgoraQuantos tipos de droga usaram para desenvolver este filme?
Filme mais premiado da história? Oiiiiiiiiii?
Mais surreal que as mais de duas horas de duração.
Ah, o Oscar sempre errou feio em várias categorias e em várias edições. Menos, viuvinhas do Oscar.
Contudo, sou muito fã de surrealismo e ri demais em diversas cenas.
É o tipo de filme que foi feito para ser sentido, não entendido.
Deve ser visto no cinema e apenas uma vez.
FIM
Força Maior
3.6 241Ruben Ostlund gosta mesmo de cutucar a ferida. Adooooorooo.
Pecou um pouco no tempo, mas o tema é importantíssimo e vale demais a pena ser visto.
A paródia clara de que muitos homens pouco se importam com a família e pensam unicamente neles. Instintos, não é? SQN.
Algo é certo, se tivesse sido dirigido por uma mulher haveria muitas críticas negativas.
Holy Spider
4.0 117 Assista AgoraAchei que este filme teria a mesma premissa de outro thriller "iraniano" mas europeu, "Sob a sombra" que é bem fraco, no entanto quando vi que tratava-se de um trabalho do mesmo diretor de "Border" me interessei.
Primeiramente, não acho adequado atribuir filmes de diretores que vivem fora do Irã como filmes iranianos. Sou fã incondicional do cinema do Irã e "Holy spider" não tem nenhuma característica do cinema persa, apenas diretor e aparentemente alguns atores. É como dizer que "O jardineiro fiel" ou "Orfeu negro" são filmes nacionais. Embora o cinema iraniano já mostre há anos os temas abordados de "Holy spider": prostituição, drogas, corrupção e críticas à teocracia - é outra ótica - óbvio que primeiramente por conta da censura, mas o cinema ocidental por si já difere de qualquer filme produzido em país oriental, independente de regime opressor ou não.
Este filme veio em um momento de explosão de conteúdo true crime e sobre serial killers. É bem curioso e nem tão surpreendente as motivações de Saeed, uma mistura de Dahmer, BTK e Jack, o estripador, não apenas pelo perfil e modus operandi, mas também pelo trabalho incompetente da polícia e apelo público. Embora eu não seja favorável à pena de morte não consigo pensar igual quando trata-se se assassinos em série.
O pôster da prostituta em pose de afronta e emoldurada por um tapete persa é bem notável.
No mais, Ali Abbasi acertou mais uma vez.
Histórias Que Só Existem Quando Lembradas
4.1 283 Assista AgoraDelicadeza e nostalgia em seu nível extremo.
Fotografia impecável e os enquadramentos mais perfeitos que já vi na sétima arte.
Paloma
3.9 58Simples do começo ao fim, diria até que quase tudo em "Paloma" é previsível; porém é essa sutileza (desde o título) do cinema nacional, em especial do cinema nordestino, que a cada dia ganha mais minha atenção e preferência. Vale destacar a atuação impecável de Kika Sena, em muitas cenas o rosto dela dizia mais que os diálogos.
Helen
3.5 5"Helen" é o clássico e típico filme da América Latina, desde a abertura com sons cotidianos a seu desfecho aberto e reflexivo. Quem já conviveu na região do Bexiga e seus cortiços, já trabalhei na região na minha adolescência, sabe que o filme dissecou toda alma do clássico "bairro italiano", porém neste filme adentra em suas entranhas reais, que foge do senso comum do bairro em questão ser mais um pedaço da Itália em São Paulo, bem ao contrário, mergulha em sua pobreza histórica e em suas raízes africanas. Mais uma grande surpresa do cinema nacional, com a consagrada e incrível Marcelia Cartaxo e a pequena e talentosa Thalita Machado.
Aftersun
4.1 702"Aftersun" já me agradou pelo trailer que vi em uma sala de cinema.
Tecnicamente, até o ponto que entendo de técnica cinematográfica, perfeito. Destaque imenso para a atuação natural e madura de Francesca Corio e o roteiro impecável.
Sensível, nostálgico e simples. Mais uma mostra de que muitas vezes o menos é mais. O tipo de filme que gostaria de ter trabalhado caso vivesse de arte.
Triângulo da Tristeza
3.6 730 Assista Agora"O discreto charme da burguesia" versão século XXI.
Ruben Östlund é o cara!
O Caso Evandro
4.5 249Sem palavras. É tão perfeito quanto "Cabra marcado para morrer" do gênio Eduardo Coutinho.
O meu atual vício por crimes reais e suas camadas me levou a este caso, apenas o conheci através do Quinta Misteriosa, assim como o caso Marco Aurélio, para mim, os casos mais emblemáticos no Brasil.
Primeiramente, obrigada Ivan Mizanzuk pelo trabalho incansável e sério. Depois, obrigada Aly Muritiba, um dos melhores diretores da atualidade, vejam as obras de ficção dele, o cara é foda demais!
Vamos para os fatos. Todo o documentário fez eu relacionar este caso com outro tão complexo, injusto e trágico, o trio de West Memphis. Mas lá nos Estados Unidos de 1993, foram 6 vítimas: as 3 crianças mortas e os 3 acusados que ficaram presos por 18 anos, tudo com base em "preguiça" das autoridades em investigarem e mostrarem serviço para a população da região, conservadora e religiosa ao extremo. Eis que surgiu uma resposta irresponsável, baseada também em preconceitos, dois fãs de heavy metal e um rapaz com transtornos mentais que "confessou" o crime. O desfecho não foi tão diferente de Guaratuba, inocentes em liberdade, mas traumatizados, e mais um crime contra crianças sem solução.
Outra coisa que me chamou demais a atenção foi ver os desdobramentos e personagens desta trama real. De um lado, uma seita real que um tempo depois cometeu crimes monstruosos, mas que deixaram seguir a vida. Um admirador da seita, que mais tarde seria advogado do nosso excrementíssimo presidente (sempre rodeado de cidadãos de bem). Um agente do estado que não sabia de nada, e um tempo depois, virou o líder de uma milícia. Uma polícia militar que não impressiona com seu modus operandis "tortura, tortura", enfim, filhotes da ditadura. Um ex-governador com um discurso idêntico aos gadinhos do fascista mor da nossa atualidade. E por falar nele, é parte do circo até um ídolo do real mito, o ditador e pedófilo Alfredo Stroessner.
As rixas políticas e intolerância religiosa são a grande cereja do bolo que condenou a vida dos 7 inocentes. Quando na real o verdadeiro assassino, acredito que são assassinos, estão possivelmente livres. Caso os crimes tenham sido de autoria de um serial killer, sem dúvidas o mais "habilidoso" que já pisou nossas terras? Ou seria um espetáculo de guerra de egos? Enquanto isso, talvez o Brasil e as famílias dessas 3 crianças inocentes nunca terão uma resposta, mas alguém ou vários alguéns sabem o que ocorreu naquele terrível início dos anos 90. Parece que as histórias da kombi branca e palhaços oferecendo doces, que eu e muitos aqui ouvimos quando crianças, eram reais ou apenas serviam de alerta para um dos crimes mais cruéis da humanidade: o tráfico humano (minha teoria).
Para os mais jovens: no início dos anos 90 tudo era ocultismo, macumba e ritual satânico. Época boa no sentido nostálgico da coisa, mas um período nada glorioso como muitos endossam por aí.
Racionais: Das Ruas de São Paulo Pro Mundo
4.4 163Eu nunca fui muito fã de rap, mas nasci na periferia e vivo nela até hoje. Racionais também fez parte da minha vida. Lembro como se fosse ontem do estrondo de "Sobrevivendo no inferno" nas ruas do meu bairro. Eu reclamo de São Paulo, mas quando lembro que o rap e Punk Rock nacional (movimento que tenho mais intimidade) nasceram na minha cidade, dá um orgulho imenso. Preciso ir em um show do Racionais um dia.
Dahmer: Um Canibal Americano
4.0 671 Assista AgoraAssisti o último episódio ontem, bem no momento em que foi anunciada a morte do psicopata brasileiro Guilherme de Pádua. Ótima série, mas digna de apenas uma temporada. Hoje confirmaram mais duas temporadas, pra quê? É por isso que não curto séries, se faz sucesso, querem dissecar até não poder mais.
Carvão
3.9 89 Assista AgoraLi a sinopse sem saber mais nada sobre o filme, porém as avaliações positivas daqui me motivaram a vê-lo. Por coincidência, há menos de dois meses, escutei de um dono de uma agência de turismo que também faz ação social, sobre os carvoeiros da região de Joanópolis, mais precisamente de Pedra Bela (local que possui uma mega tirolesa). Ele disse que o local é muiiito carente, e de um senhor que ao dizer que gostou de um chocotone o nomeou como um pão com chocolate, e até acrescentou alguns horrores, como caso de meninas de 12 ou 13 anos que engravidam dos próprios tios.
O filme é duro, todos os personagens são perversos de alguma forma, mergulha nos limites dos humanos. As atuações são incríveis, destaque para o pequeno Jean (desconfio que o garoto seja da região e não um ator) e Maeve Jinkings em sua maior atuação, pelo que eu conheça. A direção e o roteiro são seguros e reais demais. Vale a pena vê-lo.
Nada de Novo no Front
4.0 611 Assista AgoraClássico da literatura e do cinema, merecia uma versão mais atual, embora a primeira versão, de 1930, seja perfeita. Ótimas atuações e direção, mas como já disseram nos comentários, um filme longo sem aprofundamento dos personagens.
O patriotismo sempre foi e sempre será uma bela b0sta.
Nada de Novo no Front
4.0 611 Assista Agora.
Os Irmãos de Leila
4.2 12O choque entre o novo e o velho. A história do Irã (poderia ser do Brasil) encarnada em uma família. Na minha opinião, por enquanto, o melhor filme do ano.
O Acontecimento
4.0 79 Assista AgoraFilmes sobre aborto sempre me incomodaram, é um assunto delicado demais, porém tenho uma opinião formada há décadas e "O acontecimento" é pontual e necessário. Nunca devemos fechar os olhos ou simplesmente ignorarmos a escolha/necessidade alheias. O fato do filme ter sido dirigido, escrito e baseado nas vozes e pontos de vista de mulheres fez toda diferença
Medida Provisória
3.6 432Ideia e trilha sonora brilhantes.
As atuações não são ruins, o que estraga é o roteiro, direção e montagem
O Brasil agora é 100% branco, menciona o roteiro. E os indígenas? Francamente...
Segunda Chamada (1ª Temporada)
4.5 111Foi muito gratificante ver esta série maravilhosa antes de ingressar no curso de Licenciatura em Letras. Sou cria da escola pública, para quem estudou no ensino privado pode até achar exagero alguns casos tristes relatados na série, mas não, muita coisa mostrada em "Segunda Chamada" eu vi na minha escola e outras da região. Elenco perfeito, roteiro bem feito, direção competente. Só não dei cinco estrelas por alguns furinhos e errinhos de sequência, mas nada que tire o brilho desta série incrível que todos deveriam ver.
A Última Floresta
4.3 35Gosto muito da temática indígena em qualquer campo. Por conta disso criei muita expectativa antes de ver "A última floresta".
Não gostei tanto de "Ex-pajé" do mesmo diretor e foi justamente essa combinação de documentário/ficção de ambos filmes que fez eu me desligar um pouco do filme sobre os Yanomami. De qualquer forma, fico muito feliz de ver a nota alta aqui no Filmow e o reconhecimento do filme fora do país. E destaque para as cenas finais (talvez as mais documentais de todo filme). Vê-las em uma sala de cinema foi uma experiência ótima.
Filhas do Sol
4.1 79Feito com paixão, mas caiu em duas coisas que me incomodaram: a figura do Ocidente como apaziguador (não é bem assim) e a figura da maternidade (é impossível não associar com o "O conto da aia" que endossa demais o tema).
Antes do Amanhecer
4.3 1,9K Assista AgoraProposta simples mas que funciona. Diálogos interessantes. Um pouco arrastado. O que mais encanta é a química entre os atores, como vi poucas vezes.