E olha, foi pesado... Mas o que mais me impressionou foram os suicídios. Quanto tempo o diretor levou para captar pessoas se jogando da ponte? Qual foi a reação dos familiares ao verem seus entes em seus segundos finais?
Por fim a minha sensação é de que eu tinha muito mais perguntas que respostas. Realmente, documentário difícil de esquecer.
A primeira envolve as duas primeiras partes e é maravilhosa. Totalmente inesperada e envolvente. Já as duas partes finais trazem um romance à la Megera Domada que também não fica por trás. É um roteiro bastante interessante e dirigido com muita sabedoria. Trata de questões importantíssimas do homem (solidão, dependência, poder) e da sociedade (língua, imigração, violência).
Começa como curiosidade e termina numa tensão calma. Vale a pena ver. Valioso.
Assistir "Under the Skin" foi comparável a ouvir um disco da Björk para mim. Em certo momento achei que ela estava envolvida no projeto. Espetacular. Cinema sensorial.
Kristen Stewart faz aqui o papel que as garotas Disney fizeram no filme "Spring Breakers". É ironia atrás de ironia entre diálogos totalmente incoerentes com o caminho escolhido para sua carreira.
Sem contar as infindáveis cenas de ensaio entre Binoche e Stewart que na verdade eram atrizes atuando como atrizes que ensaiam seus próprios papeis. Sigrid e Helena.
Sério, esse filme é pura metalinguagem paradoxal. Inteligentíssimo e de quebra, uma delícia de ver.
Dolan se superou no uso de referências fotográficas, com certeza estudou um pouco de Philip-Lorca diCorcia, com aqueles tons de cor extremos e fotografia noturna divina.
Com o uso constante de médio-formato, eu - fotógrafo - não poderia deixar de associar o filme com uma câmera constantemente registrando o que ocorria nesse "Canadá fictício". Já se é difícil criar um filme no formato regular, fotografar em uma tela quadrada torna o feito ainda mais complicado - mas o resultado aqui é feliz e é lindo. O primeiro momento de "abertura" da tela é supremo. Aí quando ela se fecha novamente é como um balde d'água - mas as explicações vêm ao final: na minha percepção a tela "wide" são os momentos de felicidade plena da protagonista (ou pelo menos como ela desejava que fossem). Na vida real é tudo boring, quadrado.
Mas no geral, "Mommy" traz um Dolan em forma e não menos histérico - 70% dos diálogos com certeza eram na base do grito. Hahaha
Há muito, muito tempo mesmo eu esperava por um filme desse calibre de realismo no cenário de guerra. Grandioso - com uma direção absurda e fotografia digníssima,
quando você atira, as balas fazem aquele efeito "Star Wars" mesmo? Nunca tinha visto isso e na primeira rajada que veio eu fiquei com aquela cara de "WTF!" Hahaha, não sei - nunca presenciei um tiroteio.
Achei interessantíssimo como a diretora pode focar no machismo enfrentado por Rika durante toda sua vida - e seu papel como mulher independente, obviamente. Mas pelo amor, quanto sofrimento!
Gosto muito como "Yves Saint Laurent" foca muito mais no início da carreira do estilista e seu relacionamento com Pierre Bergé e "Saint Laurent" vai mais pro lado "preço da fama", focando na loucura (e loucuras) de Yves com total licença poética. Me encantei mais com esse daqui: montagem não-linear magnífica, esse elenco de estrelas que só deixa tudo mais bonito e delicioso de se ver, fotografia e trilha sonora que são um show à parte... E um Gaspard Ulliel sempre lindo de assistir.
A "traição" musical de Dave quando volta de Los Angeles. As expressões da Keira são absurdamente pontuais - entregam todo o trabalho mental que ela fazia (a + b = c) até culminar no belo tapa. E a segunda "traição" musical de Dave quando Gretta pede para ele que não toque a versão pop de "Lost Stars" e só com um belíssimo jogo de câmeras a gente vê a reação da Keira novamente e a súbita mudança de tom da música - que sai do intimista para um pop plástico -, tudo isso de forma sutil e sem nenhum uso da palavra.
Não precisou de "três-dê", de "aimex", de nada do tipo para eu ter uma das experiências mais absurdas que já tive numa sala de cinema. Taí, Nolan deu continuidade ao trabalho do Kubrick lá atrás, trabalho de 2001 anos atrás, exatamente. Pegou, juntou com uma dose sensata de "all you need is love" (Obs. 1: coisa que o Cuarón - amorzinho - pegou também mas errou feio na dose, me desculpem os que gostaram do plot de "Gravity". Obs. 2: porque é disso que Hollywood é feita - melodrama barato), acrescentou todos os terrores da minha vida (leia-se: relatividade, buracos negros, quemsomospraondevamosblábláblátenhomedoquevemdepoisdamorte) e aí na loucura ele me traz um Matthew McConaughey pontual (e olha que nunca fui com a cara do cara) e que tem boníssimas, geniosas referências dentre elas "Star Wars", "Solaris" e até mesmo um pouquinho de "Inception". Ufa. Depois de muitos lisérgicos no vácuo espacial, saí da sala duvidando da existência humana. E achando que o sr. Christopher Nolan - apesar de ter sido um sádico filho da puta em mais da metade do filme, apesar de ter me vindo com aqueles últimos minutos do tipo "bora deixar o negócio mais nonsense no final, né", apesar de ter furos/pontas soltas/pontas duplas - merecia um abraço.
E gente, dane-se se a astrofísica/astronomia/astrologia estava incorreta. É ficção científica, tá? Fic-ção. Divirtam-se.
Pontos positivos: Rodrigo Santoro, Eva Green e de quebra Black Sabbath no final. Pontos negativos: sangue em CGI (groselhaaaa!), roteiro "malacabado" e um protagonista meio... bleh. E outra coisa, na minha opinião o primeiro "300" não foi nenhuma oitava maravilha também, lembro na época de ter achado bem morno... Então, não é o Zack Snyder que vai fazer um possível terceiro filme fechar uma possível trilogia de forma espetacular. O diretor de 300 ainda está por vir.
Volume II (sem cortes) me assustou um pouco. Senti que von Trier se deixou envolver muito mais pelos acontecimentos recentes de sua vida (persona non grata e polêmicas) e aí o cara transformou sua protagonista Joe numa defensora de todos os ideais e crenças, chegando ao ponto dela ser o próprio diretor, e indo muito além de uma "ninfo".
Seligman, por sua vez, é sem dúvidas o personagem mais intrigante de todo o(s) (dois) filme(s), pois adquire várias vezes a voz do próprio expectador, ou seja, nossa reação natural aos acontecimentos - um tanto absurdos - desta segunda parte. A sagacidade com a qual ele então destrinchava as memórias de Joe é incrível e carregava o poder argumentativo do primeiro volume. Embora da segunda metade pro fim pareça que o filme extrapola um pouco seus limites e não sabe direito onde terminar, e para piorar, termina daquela forma que contradiz quaisquer que tenham sido seus preceitos. O final de Seligman é muito prejudicial, pois se nós que somos ele (a audiência como personagem) tentamos "compreender" a pedofilia, o racismo, genocídios e aborto, trazer aquela face do caráter do personagem aos "45 do segundo tempo" é perder de vez a esperaça na humanidade (ou em nós mesmos, digamos). Ainda que ela aguentasse firme depois de mais de três horas de provocações.
No geral, senti falta da belíssima estética do primeiro volume também - pequenos detalhes que diminuem a potência do filme, embora elevem o nível de "hardcore" de todo esse universo criado ao redor da ninfomania.
Como prometi para mim mesmo, só vi a versão sem cortes. E valeu a pena a espera, o volume I é magnífico - que argumentação genial! Tensão e tesão equilibrados com uma direção espetacular. "The Little Organ School" é sem dúvidas meu capítulo favorito. De cair o queixo.
Uma doçura que poucos tiveram o prazer de experimentar. "É como se fosse uma aristocracia da felicidade, sabe?". Atuações brilhantes, loucura deliciosa.
A Ponte
4.0 301 Assista AgoraAssisti antes de dormir.
E olha, foi pesado... Mas o que mais me impressionou foram os suicídios. Quanto tempo o diretor levou para captar pessoas se jogando da ponte? Qual foi a reação dos familiares ao verem seus entes em seus segundos finais?
Garotos do Leste
3.5 52 Assista AgoraUm filme de duas histórias.
A primeira envolve as duas primeiras partes e é maravilhosa. Totalmente inesperada e envolvente. Já as duas partes finais trazem um romance à la Megera Domada que também não fica por trás. É um roteiro bastante interessante e dirigido com muita sabedoria. Trata de questões importantíssimas do homem (solidão, dependência, poder) e da sociedade (língua, imigração, violência).
Sob a Pele
3.2 1,4K Assista AgoraAssistir "Under the Skin" foi comparável a ouvir um disco da Björk para mim. Em certo momento achei que ela estava envolvida no projeto.
Espetacular. Cinema sensorial.
Sonhando Acordado
4.0 319Que pôster fanmade tosco é esse para esse filme maravilhoso?
Acima das Nuvens
3.6 400Kristen Stewart faz aqui o papel que as garotas Disney fizeram no filme "Spring Breakers". É ironia atrás de ironia entre diálogos totalmente incoerentes com o caminho escolhido para sua carreira.
Sem contar as infindáveis cenas de ensaio entre Binoche e Stewart que na verdade eram atrizes atuando como atrizes que ensaiam seus próprios papeis. Sigrid e Helena.
O Grande Lebowski
3.9 1,1K Assista AgoraAcho que a grande sacada do filme pra mim era quando o Brandt dizia qualquer coisa
e colocava um "dude" no final.
Sem Gravidade... Sem Cérebro...
2.4 48 Assista AgoraDeliciosamente esquisito! Jack Plotnick trazendo um filme genial na linha do niilismo que ele tanto adora como ator. Adorei as referências e
a participação especial do Keir Dullea (2001 again?).
Mommy
4.3 1,2K Assista AgoraDolan se superou no uso de referências fotográficas, com certeza estudou um pouco de Philip-Lorca diCorcia, com aqueles tons de cor extremos e fotografia noturna divina.
Com o uso constante de médio-formato, eu - fotógrafo - não poderia deixar de associar o filme com uma câmera constantemente registrando o que ocorria nesse "Canadá fictício". Já se é difícil criar um filme no formato regular, fotografar em uma tela quadrada torna o feito ainda mais complicado - mas o resultado aqui é feliz e é lindo. O primeiro momento de "abertura" da tela é supremo. Aí quando ela se fecha novamente é como um balde d'água - mas as explicações vêm ao final: na minha percepção a tela "wide" são os momentos de felicidade plena da protagonista (ou pelo menos como ela desejava que fossem). Na vida real é tudo boring, quadrado.
Corações de Ferro
3.9 1,4K Assista AgoraHá muito, muito tempo mesmo eu esperava por um filme desse calibre de realismo no cenário de guerra. Grandioso - com uma direção absurda e fotografia digníssima,
sem contar com a sequência da casa, em que todos os atores mostram o quão afiados estão (e ela ainda dá muito do contexto do filme)
quando você atira, as balas fazem aquele efeito "Star Wars" mesmo? Nunca tinha visto isso e na primeira rajada que veio eu fiquei com aquela cara de "WTF!" Hahaha, não sei - nunca presenciei um tiroteio.
Juventude Calada
2.9 30Filme feito da beleza de pequenos gestos, olhares e silêncios. De uma simplicidade inquietante.
O Equilibrista
4.1 172De uma beleza ímpar, mas o que me deixou mais estupefato ao fim do filme não foi seu equilíbrio na corda
e sim o desequilíbrio com todas as pessoas que o levaram até aquele pico.
O Hobbit: A Batalha dos Cinco Exércitos
3.9 2,0K Assista AgoraUm deleite:
A batalha entre Sauron e Galadriel - sem contar os efeitos maravilhoso do três-dê nas lutas do Saruman e Elrond contra Os Nove.
Uma decepção:
Cadê o final da Tauriel? Faltou, Peter, meu filho!
Apesar disso, fecha muito bem e dá um laço ótimo para LotR.
Sonny Boy
3.8 10Achei interessantíssimo como a diretora pode focar no machismo enfrentado por Rika durante toda sua vida - e seu papel como mulher independente, obviamente. Mas pelo amor, quanto sofrimento!
Sofre, sofre, sofre mais um pouco e morre. Não sei o que foi pior: isso ou o marido nadar, nadar e morrer na praia, literalmente.
Ex Baterista
3.8 314Dadas as devidas diferenciações, o filme tem uma pegada muito "Trainspotting". Quase uma versão belga. Grotesco, mas vale assistir. Vai entender...
Saint Laurent
3.4 144 Assista AgoraGosto muito como "Yves Saint Laurent" foca muito mais no início da carreira do estilista e seu relacionamento com Pierre Bergé e "Saint Laurent" vai mais pro lado "preço da fama", focando na loucura (e loucuras) de Yves com total licença poética. Me encantei mais com esse daqui: montagem não-linear magnífica, esse elenco de estrelas que só deixa tudo mais bonito e delicioso de se ver, fotografia e trilha sonora que são um show à parte... E um Gaspard Ulliel sempre lindo de assistir.
Mesmo se Nada der Certo
4.0 1,9K Assista AgoraDuas sequências impecáveis:
A "traição" musical de Dave quando volta de Los Angeles. As expressões da Keira são absurdamente pontuais - entregam todo o trabalho mental que ela fazia (a + b = c) até culminar no belo tapa.
E a segunda "traição" musical de Dave quando Gretta pede para ele que não toque a versão pop de "Lost Stars" e só com um belíssimo jogo de câmeras a gente vê a reação da Keira novamente e a súbita mudança de tom da música - que sai do intimista para um pop plástico -, tudo isso de forma sutil e sem nenhum uso da palavra.
Interestelar
4.3 5,7K Assista AgoraNão precisou de "três-dê", de "aimex", de nada do tipo para eu ter uma das experiências mais absurdas que já tive numa sala de cinema.
Taí, Nolan deu continuidade ao trabalho do Kubrick lá atrás, trabalho de 2001 anos atrás, exatamente. Pegou, juntou com uma dose sensata de "all you need is love" (Obs. 1: coisa que o Cuarón - amorzinho - pegou também mas errou feio na dose, me desculpem os que gostaram do plot de "Gravity". Obs. 2: porque é disso que Hollywood é feita - melodrama barato), acrescentou todos os terrores da minha vida (leia-se: relatividade, buracos negros, quemsomospraondevamosblábláblátenhomedoquevemdepoisdamorte) e aí na loucura ele me traz um Matthew McConaughey pontual (e olha que nunca fui com a cara do cara) e que tem boníssimas, geniosas referências dentre elas "Star Wars", "Solaris" e até mesmo um pouquinho de "Inception". Ufa.
Depois de muitos lisérgicos no vácuo espacial, saí da sala duvidando da existência humana. E achando que o sr. Christopher Nolan - apesar de ter sido um sádico filho da puta em mais da metade do filme, apesar de ter me vindo com aqueles últimos minutos do tipo "bora deixar o negócio mais nonsense no final, né", apesar de ter furos/pontas soltas/pontas duplas - merecia um abraço.
E gente, dane-se se a astrofísica/astronomia/astrologia estava incorreta.
É ficção científica, tá? Fic-ção. Divirtam-se.
300: A Ascensão do Império
3.2 1,6K Assista AgoraPontos positivos: Rodrigo Santoro, Eva Green e de quebra Black Sabbath no final.
Pontos negativos: sangue em CGI (groselhaaaa!), roteiro "malacabado" e um protagonista meio... bleh.
E outra coisa, na minha opinião o primeiro "300" não foi nenhuma oitava maravilha também, lembro na época de ter achado bem morno... Então, não é o Zack Snyder que vai fazer um possível terceiro filme fechar uma possível trilogia de forma espetacular. O diretor de 300 ainda está por vir.
X-Men: Dias de um Futuro Esquecido
4.0 3,7K Assista AgoraSó duas coisas: resolveu TANTO problema da trilogia original que até suspirei aliviado no final. E:
puta que pariu, que maquiagem maravilhosa - conservou gente que não aparecia nos filmes há... 12 séculos!
Ninfomaníaca: Volume 2
3.6 1,6K Assista AgoraVolume II (sem cortes) me assustou um pouco. Senti que von Trier se deixou envolver muito mais pelos acontecimentos recentes de sua vida (persona non grata e polêmicas) e aí o cara transformou sua protagonista Joe numa defensora de todos os ideais e crenças, chegando ao ponto dela ser o próprio diretor, e indo muito além de uma "ninfo".
Seligman, por sua vez, é sem dúvidas o personagem mais intrigante de todo o(s) (dois) filme(s), pois adquire várias vezes a voz do próprio expectador, ou seja, nossa reação natural aos acontecimentos - um tanto absurdos - desta segunda parte. A sagacidade com a qual ele então destrinchava as memórias de Joe é incrível e carregava o poder argumentativo do primeiro volume. Embora da segunda metade pro fim pareça que o filme extrapola um pouco seus limites e não sabe direito onde terminar, e para piorar, termina daquela forma que contradiz quaisquer que tenham sido seus preceitos. O final de Seligman é muito prejudicial, pois se nós que somos ele (a audiência como personagem) tentamos "compreender" a pedofilia, o racismo, genocídios e aborto, trazer aquela face do caráter do personagem aos "45 do segundo tempo" é perder de vez a esperaça na humanidade (ou em nós mesmos, digamos). Ainda que ela aguentasse firme depois de mais de três horas de provocações.
Na Cadência do Amor
4.0 92Poesia e sensibilidade num dos filmes que mais faltavam à categoria chamada "amor". Pequena pérola de saudade. De uma beleza única.
Ninfomaníaca: Volume 1
3.7 2,7K Assista AgoraComo prometi para mim mesmo, só vi a versão sem cortes. E valeu a pena a espera, o volume I é magnífico - que argumentação genial! Tensão e tesão equilibrados com uma direção espetacular. "The Little Organ School" é sem dúvidas meu capítulo favorito. De cair o queixo.
Léo e Bia
4.2 146Uma doçura que poucos tiveram o prazer de experimentar. "É como se fosse uma aristocracia da felicidade, sabe?". Atuações brilhantes, loucura deliciosa.
Desvio
2.8 1Exceto pela trilha sonora e fotografia ímpares, que confusão, meu senhor! Perde a mão de uma forma abismal!