Excelente entretenimento, mas fraco como obra de arte. À medida que se distancia dos fatos reais, torna-se mais hollywoodiano. A atuação e os diálogos são insuportavelmente pomposos e teatrais, falhando em retratar os diálogos e caras e bocas de pessoas comuns, que não estavam entre as mais cultas e introspectivas do mundo. No entanto, ótima performance de Diego Luna como Félix Gallardo. Melhor que Wagner Moura como Pablo Escobar.
Muito bem produzido, mas não é uma obra de arte. Exagera nas cenas fictícias de ação de forma desnecessária e juvenil, pois a trama já é excelente e não precisa de acréscimos de adrenalina. E Narcos México continua com o defeito do Narcos anterior: o retrato caricato, romântico (o que podemos observar logo no casting, com atores bem mais jovens e mais apresentáveis que as pessoas que retratam) e muito pomposo de pessoas -- principalmente criminosos -- que, na vida real, eram menos inteligentes, menos racionais, mais humanas e mais arbitrárias e cruéis. Acredito que já se foi o tempo daquelas séries mais realistas como Sopranos e The Wire, que preferiam ter uma audiência menor a seguir os ditames dos blockbusters de Hollywood -- e no final das contas, acabavam conquistando uma audiência gigantesca, pois as massas reaprendiam a admirar uma obra de arte, mesmo continuando sem entender como ela constitui-se.
História monótona (principalmente os três primeiros episódios), desfecho tosco. Diferente das outras duas temporadas, nenhum personagem da terceira é muito original ou carismático. Os dois detetives da terceira são uma cópia da dupla Rust-Martin da primeira, porém bem menos competentes e brilhantes. Evidentes furos de roteiro (os detetives deviam ter investigado melhor alguns personagens claramente suspeitos, a filha que lembra do irmão mas não do pai, não havia motivo para um vilão tão assassino poupar por tanto tempo os detetives ou pelo menos o Wayne, o que finalmente acabaria com a investigação, e por que diabo não atropelaram o Woodard naquela cena anterior a altercação?), e apesar de pretender ter um toque mais sóbrio que as temporadas anteriores, toda a explicação final do caso é excêntrica. Todavia, os 15 últimos minutos da season finale ficaram bem escritos, com um toque cativante que o resto da temporada não teve. Roland nos lembra mais Marty e Velcoro do que Wayne nos faz lembrar do Rust, mas Roland foi em grande parte ignorado a favor do foco na vida familiar do Wayne. A falta de explicação da rede de poder obscuro por trás do caso só torna a história mais insatisfatória. Em suma: produção bastante competente, mas frustrante escassez de esmero e criatividade, mesmo utilizando de lugares comuns da ficção noire (cidade pequena, crianças sequestradas, poderosos por trás) e reciclando conceitos já utilizados na série. Resultado apenas ''Bom'' para uma série que até então só possuía temporadas excelentes.
Veredito final de Oz: ótimo roteiro no geral, porém com bastantes furos e forçadas de barra inacreditáveis, personagens excelentes, série inteligente, muito bem produzida, e vários bons plots. Não é uma série idiota para as massas, e não é uma obra prima. Nota oito.
Vamos lá: Peaky Blinders nunca foi uma série realista, como Sopranos, Deadwood e The Wire. Essa não era sua proposta de qualidade. Blinders é uma série de ação, e séries de ação costumam ter um roteiro bem forçado. Mas nas duas primeiras temporadas não era muito exagerado. Contudo, depois que a Grace morreu, a série desandou. Ficou exagerada demais, absurda demais. Até politizada demais, de um jeito claramente anacrônico. Assistindo essa temporada, não consegui deixar de lembrar de Sons of Anarchy, que começou bem e depois virou um troço todo exagerado e bizarro, tudo em nome da ação, em nome das cenas empolgantes, dos plot twists extravagantes (e previsíveis, como esse do 4x06 de Blinders), etc... Até o final da terceira, eu aceitei, Blinders era meu xodó. Mas com essa quarta temporada, a série enveredou de vez num roteiro exageradamente forçado, em detrimento de uma história realista, equilibrada, inteligente. Falava de Peaky Blinders para todos, era a minha série em andamento preferida, fiquei ansioso para o lançamento da quarta temporada, mas agora não estou nada ansioso para a quinta. Infelizmente, tudo diz que Blinders vai se tornar uma série comum, com seus roteiros irrealistas e absurdos demais, indiscutivelmente de segunda qualidade. Enfim: roteiristas, a série não precisa ter tiroteio, morte, brigas, grandes acontecimentos em todos os episódios. O protagonista não precisa ser um super-homem invencível, com o mundo girando em torno dele, com planos fodelásticos que sempre dão certo. As melhores séries da história optaram pelo realismo aliado a inteligência.
Sensacional. Nota mil. Conseguiu retratar muitos aspectos da Segunda Guerra em apenas 4 horas. Ânimos dos alemães pré e pós dezembro de 1941, Gestapo, a resistência polonesa, Holocausto, Volkssturm, SS, soviéticos e suas ondas de estupros, as mulheres alemãs no seu afã de servir a pátria como enfermeiras e secretárias, a política brutal dos nazistas no Leste ocupado, a propaganda nazista que mentia sobre a situação da guerra, os desertores alemães e como eram tratados, a absolvição informal e tácita dos funcionários nazistas na Alemanha pós-guerra e principalmente como a guerra embrutece até as pessoas comuns. Friedhelm Winter é um personagem primoroso, uma obra prima. Arrisco a dizer que é o melhor de todos os personagens fictícios de filmes e minisséries da Segunda Guerra que eu já assisti. Outrora um jovem culto e decente, Friedhelm se tornou um assassino frio, indiferente e sem alma. É um crime essa minissérie ser tão curta. Deveria ter 10 horas de duração como The Pacific e Band of Brothers.
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Narcos: México (2ª Temporada)
4.0 59 Assista AgoraExcelente entretenimento, mas fraco como obra de arte. À medida que se distancia dos fatos reais, torna-se mais hollywoodiano. A atuação e os diálogos são insuportavelmente pomposos e teatrais, falhando em retratar os diálogos e caras e bocas de pessoas comuns, que não estavam entre as mais cultas e introspectivas do mundo. No entanto, ótima performance de Diego Luna como Félix Gallardo. Melhor que Wagner Moura como Pablo Escobar.
Narcos: México (1ª Temporada)
4.1 110 Assista AgoraMuito bem produzido, mas não é uma obra de arte. Exagera nas cenas fictícias de ação de forma desnecessária e juvenil, pois a trama já é excelente e não precisa de acréscimos de adrenalina. E Narcos México continua com o defeito do Narcos anterior: o retrato caricato, romântico (o que podemos observar logo no casting, com atores bem mais jovens e mais apresentáveis que as pessoas que retratam) e muito pomposo de pessoas -- principalmente criminosos -- que, na vida real, eram menos inteligentes, menos racionais, mais humanas e mais arbitrárias e cruéis. Acredito que já se foi o tempo daquelas séries mais realistas como Sopranos e The Wire, que preferiam ter uma audiência menor a seguir os ditames dos blockbusters de Hollywood -- e no final das contas, acabavam conquistando uma audiência gigantesca, pois as massas reaprendiam a admirar uma obra de arte, mesmo continuando sem entender como ela constitui-se.
True Detective (3ª Temporada)
4.0 285História monótona (principalmente os três primeiros episódios), desfecho tosco. Diferente das outras duas temporadas, nenhum personagem da terceira é muito original ou carismático. Os dois detetives da terceira são uma cópia da dupla Rust-Martin da primeira, porém bem menos competentes e brilhantes. Evidentes furos de roteiro (os detetives deviam ter investigado melhor alguns personagens claramente suspeitos, a filha que lembra do irmão mas não do pai, não havia motivo para um vilão tão assassino poupar por tanto tempo os detetives ou pelo menos o Wayne, o que finalmente acabaria com a investigação, e por que diabo não atropelaram o Woodard naquela cena anterior a altercação?), e apesar de pretender ter um toque mais sóbrio que as temporadas anteriores, toda a explicação final do caso é excêntrica. Todavia, os 15 últimos minutos da season finale ficaram bem escritos, com um toque cativante que o resto da temporada não teve. Roland nos lembra mais Marty e Velcoro do que Wayne nos faz lembrar do Rust, mas Roland foi em grande parte ignorado a favor do foco na vida familiar do Wayne. A falta de explicação da rede de poder obscuro por trás do caso só torna a história mais insatisfatória. Em suma: produção bastante competente, mas frustrante escassez de esmero e criatividade, mesmo utilizando de lugares comuns da ficção noire (cidade pequena, crianças sequestradas, poderosos por trás) e reciclando conceitos já utilizados na série. Resultado apenas ''Bom'' para uma série que até então só possuía temporadas excelentes.
Oz (6ª Temporada)
4.3 63Veredito final de Oz: ótimo roteiro no geral, porém com bastantes furos e forçadas de barra inacreditáveis, personagens excelentes, série inteligente, muito bem produzida, e vários bons plots. Não é uma série idiota para as massas, e não é uma obra prima. Nota oito.
Chernobyl
4.7 1,4K Assista AgoraJesus. Que obra prima. Com algumas imprecisões históricas, mas, Jesus, que obra prima.
Deutschland 83 (1ª Temporada)
4.3 18Roteiro imaginativo, mas bastante amadorístico. Porcaria de final. Só vale a pena assistir quem deseja ver produções alemãs.
Hatfields & McCoys
4.4 225Excelente representação da atmosfera sulista (e também western) americana da época.
Peaky Blinders: Sangue, Apostas e Navalhas (4ª Temporada)
4.4 254 Assista AgoraVamos lá: Peaky Blinders nunca foi uma série realista, como Sopranos, Deadwood e The Wire. Essa não era sua proposta de qualidade. Blinders é uma série de ação, e séries de ação costumam ter um roteiro bem forçado. Mas nas duas primeiras temporadas não era muito exagerado. Contudo, depois que a Grace morreu, a série desandou. Ficou exagerada demais, absurda demais. Até politizada demais, de um jeito claramente anacrônico. Assistindo essa temporada, não consegui deixar de lembrar de Sons of Anarchy, que começou bem e depois virou um troço todo exagerado e bizarro, tudo em nome da ação, em nome das cenas empolgantes, dos plot twists extravagantes (e previsíveis, como esse do 4x06 de Blinders), etc... Até o final da terceira, eu aceitei, Blinders era meu xodó. Mas com essa quarta temporada, a série enveredou de vez num roteiro exageradamente forçado, em detrimento de uma história realista, equilibrada, inteligente. Falava de Peaky Blinders para todos, era a minha série em andamento preferida, fiquei ansioso para o lançamento da quarta temporada, mas agora não estou nada ansioso para a quinta. Infelizmente, tudo diz que Blinders vai se tornar uma série comum, com seus roteiros irrealistas e absurdos demais, indiscutivelmente de segunda qualidade. Enfim: roteiristas, a série não precisa ter tiroteio, morte, brigas, grandes acontecimentos em todos os episódios. O protagonista não precisa ser um super-homem invencível, com o mundo girando em torno dele, com planos fodelásticos que sempre dão certo. As melhores séries da história optaram pelo realismo aliado a inteligência.
Os Filhos da Guerra
4.6 40Sensacional. Nota mil. Conseguiu retratar muitos aspectos da Segunda Guerra em apenas 4 horas. Ânimos dos alemães pré e pós dezembro de 1941, Gestapo, a resistência polonesa, Holocausto, Volkssturm, SS, soviéticos e suas ondas de estupros, as mulheres alemãs no seu afã de servir a pátria como enfermeiras e secretárias, a política brutal dos nazistas no Leste ocupado, a propaganda nazista que mentia sobre a situação da guerra, os desertores alemães e como eram tratados, a absolvição informal e tácita dos funcionários nazistas na Alemanha pós-guerra e principalmente como a guerra embrutece até as pessoas comuns. Friedhelm Winter é um personagem primoroso, uma obra prima. Arrisco a dizer que é o melhor de todos os personagens fictícios de filmes e minisséries da Segunda Guerra que eu já assisti. Outrora um jovem culto e decente, Friedhelm se tornou um assassino frio, indiferente e sem alma. É um crime essa minissérie ser tão curta. Deveria ter 10 horas de duração como The Pacific e Band of Brothers.