Não é um grande faroeste. Mistura um pouco de comédia e romance. Aliás, o filme mostra o primeiro romance entre uma mulher branca e um índio no cinema hollywoodiano. Um grande avanço numa época em que o preconceito racial explodia. O filme é também patriota, lança a seguinte palavra de ordem: unidos, os estadunidenses jamais serão vencidos!
Um faroeste que foge dos padrões clássicos. Padrões que foram desenhados por diretores como John Ford, John Huston, Fred Zinnemann, Howard Hawks, George Stevens, Anthony Mann, John Sturges, Raoul Walsh e Budd Boetticher. Só assisto filmes de faroeste por conta dos padrões clássicos que alimentaram as minhas fantasias de criança. As pradarias do centro oeste dos EUA ficaram gravadas para sempre no meu coraçãozinho de moleque colonizado culturalmente. Para citar exemplos, meu coração infantil batia mais forte quando ouvia a música de abertura do filme O homem do Oeste. Era arrebatador. Emocionava-me também com a música de abertura de Os brutos também amam; vibrei muito com as cenas finais de Matar ou morrer encerradas maravilhosamente com a entrada da canção de Dimitri Tiomkin: Do not forsake me" (Rehearsal). Era impossível não se comover quando Ethan Edwards (John Wayne) pegava sua sobrinha Debbie Edwards (Natalie Wood) no colo, no final do filme Rastros de ódio. Chorava quando via o garoto Joey berrar Shane! Shane! Shane, come back! no final do filme Os brutos também amam enquanto tocava a música tema. Citei apenas algumas das centenas de cenas e músicas inesquecíveis dos faroestes clássicos que encantaram a minha infância. Por isso, ver um mocinho careca como Yul Brynner, com cara de rei dos hunos, foi como levar um soco na cara.
Do diretor Shohei Imamura, o filme que gosto mais é A Balada de Narayama, versão de 1983, embora ache a versão de 1958, de Keisuke Kinoshita, melhor — sobretudo em termos estéticos. Em Introdução à Antropologia, Imamura fica o tempo todo defendendo teses contra a repressão sexual que domina a sociedade japonesa. Achei que, sem uma história cativante, o enredo ficou meio arrastado.
Já tinha visto o filme. Fui enganado pela estratégia das distribuidoras de inventar nomes diferentes para um mesmo filme. Deveria existir um Cadastro Geral para impedir o uso de um mesmo título para filmes diferentes e títulos diferentes para um mesmo filme. Da mesma forma que os Cartórios deveriam ter um cadastro geral de pessoas físicas para impedir o registro de bebês com nomes e sobrenomes já existentes.
No Ocidente, o desenvolvimento da ciência provocou o desencantamento do mundo. Construiu-se um mundo fundado na razão fria da matemática e da física. A magia foi eliminada e o mundo perdeu o encanto. Doris tenta fazer o mesmo com a filha Susan. Papai Noel não deixa. A razão não é o único instrumento para se chegar à verdade. Pode existir muito mais verdade numa poesia do que num livro de 5 mil páginas de Física Quântica. O ser humano é provido de sensações, emoções, sentimentos, imaginação. A razão é apenas uma das propriedades da mente. Ela não precisa ser vista como absoluta. Acho muito chatos aqueles filmes que apelam demais para a nossa capacidade de raciocínio. Gosto de filmes que produzem sensações variadas, que emocionam, comovem e encantam os adultos.
Giuseppe De Santis precisou recorrer ao plano da alegoria para ludibriar a censura. Não sei se estou forçando uma interpretação, mas acho que Silvana representa a nova classe trabalhadora que estava nascendo após o fordismo, o Estado de Bem Estar Social e o consumismo e iria compor a classe média carcomida pelo individualismo. Silvana tem uma beleza e um charme que a classe trabalhadora do século XIX não tinha. Walter simbolizaria a burguesia exploradora e embusteira que seduz a classe trabalhadora com promessas de uma vida confortável. Quando Silvana entrega a Walter o que tinha de mais precioso, cai em estado de desespero.
representa o suicídio histórico da classe trabalhadora que perderia durante o século XX o seu caráter original de classe revolucionária. Francesca caracterizaria a classe trabalhadora que preserva os ideais políticos nobres de construção de um mundo sem exploradores e explorados. Foi difícil não se comover com a solidariedade e a bravura das trabalhadoras pobres. Enfim, Arroz amargo poderia ser compreendido como a alegoria de um processo que deixou a história sem sujeito e transformou a política numa coisa degradante.
Revi um dos meus faroestes prediletos. O enredo poderia ser resumido como a história de uma jovem solitária. Ela tem a sua sexualidade despertada após viver com o vovô durante a vida toda num deserto. Os responsáveis são um grupo de assaltantes de bancos, exalando muita testosterona. Ela acha que são fedorentos mas... Diante dessa situação inesperada, ela fica excitadíssima. Wellman foi muito feliz em mostrar bem o que a jovem mocinha estava vivendo pela primeira vez. O filme poderia ser resumido também como uma linda história de amor entre um homem embrutecido, mas de alma nobre, e uma moça bela e selvagem. Anne Baxter nunca foi tão sensual como neste filme. Apesar de tocar mais a alma feminina do que na dos marmanjos, nem por tudo isso, Céu amarelo abandona o seu DNA faroeste. Muitos tiros entre o mocinho e um bandido inteligentíssimo.
Não entendo porque este faroeste é subestimado. Foi um dos melhores que já assisti. Não fica atrás de Matar ou morrer. Rastros de ódio. E outros. Tem roteiro de bom nível. Não aborda apenas a luta entre mocinho e bandido. Tem conteúdo político. A fotografia é belíssima. Os atores são bons. A música não poderia ser melhor: ela confere um tom épico ao filme.
De 8 mulheres, de 2002, a Frantz, de 2016, François Ozon deu um salto descomunal. Só fui atrás de 8 mulheres porque tinha ficado impressionado com a qualidade estética de Frantz. Cheio de expectativas, confesso que fiquei decepcionado vendo o filme de 2002. A parte musical de 8 mulheres achei muito fraca em termos artísticos. O roteiro tem um conteúdo apropriado para novelas de televisão. Funciona bem para casais que vão ao teatro numa noite de sábado antes de saborear aquela pizza saborosa com o aroma divino de manjericão.
Jean Simmons interpreta uma personagem enigmática dominada pelo complexo de Electra. Os censores de Hollywood teriam liberado o filme se no lugar da madrasta estivesse a mãe biológica? É certo que o filme perderia força porque, nesse caso, a filha jamais daria vazão ao seu complexo de Electra como Diane descarregou sobre a madrasta.
Sem fazer concessões a sentimentalismos, de forma crua, Clouzot revela a situação de opressão das pessoas que vivem de seu trabalho na porção da América transformada em latrina pelo imperialismo ianque. Nesse submundo, a luta pela sobrevivência travada por essas pessoas torna-as duras, porém sem perder a ternura jamais. Vera Clouzot aparece como uma flor graciosa no meio do estrume. Pena que não tenha sido filmado em Cinemascope.
Gostei da fotografia wide em branco e preto, achei legal as músicas, não gostei muito do roteiro e dos diálogos. A voz grave do Elvis era realmente bonita. Era melhor cantor que ator.
O filme mostra um aspecto da guerra civil estadunidense que eu desconhecia. Não sei se é baseado em fatos históricos. Deu pro gasto. Julie London jovem já mostrava os seus encantos.
Faroeste é como fast food. Faz mal em termos culturais. Mas a gente gosta porque volta a ser criança. Cidade do Mal não faz mal a ninguém. Vale como entretenimento e nada mais. Nem merece comentário.
Entendo o cinema como a arte de narrar uma história através de imagens, diálogos, música, interpretação de personagens, recriação de uma realidade. Considero filme bom aquele que produz tensão e expectativa, que nos faz suspender a respiração, com os olhos arregalados, morrendo de curiosidade para saber o que vai acontecer. Assistindo um filme bom, nem vemos o tempo passar e ficamos tristes porque acabou rápido demais. Nesse sentido, achei Rififi cinema de boa qualidade. O magnetismo de Jean Servais impera o tempo todo. Magali Nöel canta a música tema e confere um toque delicioso ao filme como a azeitona da empada. Dizem que Jules Dassin desentendeu-se com os produtores por causa do roteiro. Acho que se ele pudesse escolher, sendo um cara de esquerda, o final seria bem diferente. E, se pudesse, ele, certamente, teria cortado a cena de violência contra uma mulher. Só não gostei da cena do roubo. Fiquei meia hora ouvindo o ruído do projetor home theater.
Esperava mais. Gostei da filmagem das ruas de Nova York no final dos anos 1940. Foi delicioso ver os carros antigos, as pessoas andando nas avenidas, as crianças brincando. A captação da atmosfera da cidade pela câmera escondida numa van é encantadora. Gosto de ver filmes nacionais antigos que mostram as ruas da cidade de São Paulo, na década de 1950, filmadas em branco e preto.
O mocinho morre no final do filme e deixa a mocinha na mão.
O olhar crítico de Fritz Lang não combina com faroeste. Nesse gênero, o bem tem que vencer o mal, o genocídio dos peles vermelhas deve ser exaltado, o mocinho deve ser um vaqueiro bronco e machão que cospe no chão. Só gosto de faroeste porque sofri uma lavagem cerebral na infância venerando filmes de bang-bang.
Uma lição importante deixada pelo filme: o ser humano não é perverso por natureza. Ele é o que a sociedade faz dele: anjo ou diabo. Através da música, o professor Clémente Mathieu transforma diabinhos em anjos. Os anjinhos, e sobretudo o garoto prodígio Pierre Morhange, nos elevam aos céus. Pierre consegue nos deixar arrepiados. A música de verdade, não aquela cultuada pelo Fantástico, é um santo remédio para a alma. A Voz do Coração termina muito rápido enquanto os lixos que tenho consumido parece que nunca terminam.
A repressão sexual domina um ambiente escolar onde fervem os desejos adolescentes. O filme foca o amor puro e inocente de uma mocinha por sua professora num colégio interno feminino. A atitude ambígua e indefinida da professora dá o tom delicado ao enredo.
Martin Ritt fez alguns filmes politicamente engajados. Conrack critica o racismo que dominava o Sul dos EUA. O conteúdo transmitido por Conroy é o que menos importa. A educação tem um sentido mais amplo no filme. O professor consegue transformar a visão de mundo de seus alunos a partir dos laços afetivos que estabelece com eles.
Jamais Foram Vencidos
3.6 14Não é um grande faroeste. Mistura um pouco de comédia e romance. Aliás, o filme mostra o primeiro romance entre uma mulher branca e um índio no cinema hollywoodiano. Um grande avanço numa época em que o preconceito racial explodia.
O filme é também patriota, lança a seguinte palavra de ordem: unidos, os estadunidenses jamais serão vencidos!
Convite à um Pistoleiro
3.3 4Um faroeste que foge dos padrões clássicos. Padrões que foram desenhados por diretores como John Ford, John Huston, Fred Zinnemann, Howard Hawks, George Stevens, Anthony Mann, John Sturges, Raoul Walsh e Budd Boetticher.
Só assisto filmes de faroeste por conta dos padrões clássicos que alimentaram as minhas fantasias de criança. As pradarias do centro oeste dos EUA ficaram gravadas para sempre no meu coraçãozinho de moleque colonizado culturalmente.
Para citar exemplos, meu coração infantil batia mais forte quando ouvia a música de abertura do filme O homem do Oeste. Era arrebatador. Emocionava-me também com a música de abertura de Os brutos também amam; vibrei muito com as cenas finais de Matar ou morrer encerradas maravilhosamente com a entrada da canção de Dimitri Tiomkin: Do not forsake me" (Rehearsal). Era impossível não se comover quando Ethan Edwards (John Wayne) pegava sua sobrinha Debbie Edwards (Natalie Wood) no colo, no final do filme Rastros de ódio. Chorava quando via o garoto Joey berrar Shane! Shane! Shane, come back! no final do filme Os brutos também amam enquanto tocava a música tema.
Citei apenas algumas das centenas de cenas e músicas inesquecíveis dos faroestes clássicos que encantaram a minha infância.
Por isso, ver um mocinho careca como Yul Brynner, com cara de rei dos hunos, foi como levar um soco na cara.
Os Pornógrafos: Introdução à Antropologia
3.7 14Do diretor Shohei Imamura, o filme que gosto mais é A Balada de Narayama, versão de 1983, embora ache a versão de 1958, de Keisuke Kinoshita, melhor — sobretudo em termos estéticos.
Em Introdução à Antropologia, Imamura fica o tempo todo defendendo teses contra a repressão sexual que domina a sociedade japonesa.
Achei que, sem uma história cativante, o enredo ficou meio arrastado.
Entardecer Sangrento
3.3 15 Assista AgoraJá tinha visto o filme. Fui enganado pela estratégia das distribuidoras de inventar nomes diferentes para um mesmo filme.
Deveria existir um Cadastro Geral para impedir o uso de um mesmo título para filmes diferentes e títulos diferentes para um mesmo filme.
Da mesma forma que os Cartórios deveriam ter um cadastro geral de pessoas físicas para impedir o registro de bebês com nomes e sobrenomes já existentes.
Vingança Redentora
3.4 33O carrão da gangue denuncia descaradamente com quem Richard, irmão do Anthony, vai precisar fechar a conta.
De Ilusão Também Se Vive
3.9 91 Assista AgoraNo Ocidente, o desenvolvimento da ciência provocou o desencantamento do mundo. Construiu-se um mundo fundado na razão fria da matemática e da física. A magia foi eliminada e o mundo perdeu o encanto.
Doris tenta fazer o mesmo com a filha Susan. Papai Noel não deixa.
A razão não é o único instrumento para se chegar à verdade. Pode existir muito mais verdade numa poesia do que num livro de 5 mil páginas de Física Quântica.
O ser humano é provido de sensações, emoções, sentimentos, imaginação. A razão é apenas uma das propriedades da mente. Ela não precisa ser vista como absoluta.
Acho muito chatos aqueles filmes que apelam demais para a nossa capacidade de raciocínio. Gosto de filmes que produzem sensações variadas, que emocionam, comovem e encantam os adultos.
Arroz Amargo
4.0 19Giuseppe De Santis precisou recorrer ao plano da alegoria para ludibriar a censura. Não sei se estou forçando uma interpretação, mas acho que Silvana representa a nova classe trabalhadora que estava nascendo após o fordismo, o Estado de Bem Estar Social e o consumismo e iria compor a classe média carcomida pelo individualismo. Silvana tem uma beleza e um charme que a classe trabalhadora do século XIX não tinha. Walter simbolizaria a burguesia exploradora e embusteira que seduz a classe trabalhadora com promessas de uma vida confortável.
Quando Silvana entrega a Walter o que tinha de mais precioso, cai em estado de desespero.
O suicídio de Silvana
Francesca caracterizaria a classe trabalhadora que preserva os ideais políticos nobres de construção de um mundo sem exploradores e explorados.
Foi difícil não se comover com a solidariedade e a bravura das trabalhadoras pobres.
Enfim, Arroz amargo poderia ser compreendido como a alegoria de um processo que deixou a história sem sujeito e transformou a política numa coisa degradante.
Céu Amarelo
3.9 27 Assista AgoraRevi um dos meus faroestes prediletos. O enredo poderia ser resumido como a história de uma jovem solitária. Ela tem a sua sexualidade despertada após viver com o vovô durante a vida toda num deserto. Os responsáveis são um grupo de assaltantes de bancos, exalando muita testosterona. Ela acha que são fedorentos mas... Diante dessa situação inesperada, ela fica excitadíssima. Wellman foi muito feliz em mostrar bem o que a jovem mocinha estava vivendo pela primeira vez.
O filme poderia ser resumido também como uma linda história de amor entre um homem embrutecido, mas de alma nobre, e uma moça bela e selvagem. Anne Baxter nunca foi tão sensual como neste filme.
Apesar de tocar mais a alma feminina do que na dos marmanjos, nem por tudo isso, Céu amarelo abandona o seu DNA faroeste. Muitos tiros entre o mocinho e um bandido inteligentíssimo.
Renegado Impiedoso
3.2 1O conflito entre dois irmãos com perspectivas diferentes de vida. Um tem juízo e o outro é tresloucado. Adivinhe quem vai se sair bem.
Atirar para Matar
3.1 4Para quem gosta de faroeste, dá para encarar. Angie Dickinson, nos tempos das vacas magras, sem nenhum encanto.
Caravana do Ouro
3.8 4 Assista AgoraNão entendo porque este faroeste é subestimado. Foi um dos melhores que já assisti. Não fica atrás de Matar ou morrer. Rastros de ódio. E outros.
Tem roteiro de bom nível. Não aborda apenas a luta entre mocinho e bandido. Tem conteúdo político.
A fotografia é belíssima. Os atores são bons. A música não poderia ser melhor: ela confere um tom épico ao filme.
8 Mulheres
3.8 144De 8 mulheres, de 2002, a Frantz, de 2016, François Ozon deu um salto descomunal.
Só fui atrás de 8 mulheres porque tinha ficado impressionado com a qualidade estética de Frantz. Cheio de expectativas, confesso que fiquei decepcionado vendo o filme de 2002.
A parte musical de 8 mulheres achei muito fraca em termos artísticos. O roteiro tem um conteúdo apropriado para novelas de televisão. Funciona bem para casais que vão ao teatro numa noite de sábado antes de saborear aquela pizza saborosa com o aroma divino de manjericão.
Alma em Pânico
3.8 25Jean Simmons interpreta uma personagem enigmática dominada pelo complexo de Electra.
Os censores de Hollywood teriam liberado o filme se no lugar da madrasta estivesse a mãe biológica?
É certo que o filme perderia força porque, nesse caso, a filha jamais daria vazão ao seu complexo de Electra como Diane descarregou sobre a madrasta.
O Salário do Medo
4.3 104 Assista AgoraSem fazer concessões a sentimentalismos, de forma crua, Clouzot revela a situação de opressão das pessoas que vivem de seu trabalho na porção da América transformada em latrina pelo imperialismo ianque.
Nesse submundo, a luta pela sobrevivência travada por essas pessoas torna-as duras, porém sem perder a ternura jamais. Vera Clouzot aparece como uma flor graciosa no meio do estrume.
Pena que não tenha sido filmado em Cinemascope.
Balada Sangrenta
3.9 57 Assista AgoraGostei da fotografia wide em branco e preto, achei legal as músicas, não gostei muito do roteiro e dos diálogos.
A voz grave do Elvis era realmente bonita. Era melhor cantor que ator.
Paixão e Sangue
3.5 3O filme mostra um aspecto da guerra civil estadunidense que eu desconhecia. Não sei se é baseado em fatos históricos.
Deu pro gasto.
Julie London jovem já mostrava os seus encantos.
Cidade do Mal
3.2 3Faroeste é como fast food. Faz mal em termos culturais. Mas a gente gosta porque volta a ser criança.
Cidade do Mal não faz mal a ninguém. Vale como entretenimento e nada mais. Nem merece comentário.
Rififi
4.3 61Entendo o cinema como a arte de narrar uma história através de imagens, diálogos, música, interpretação de personagens, recriação de uma realidade. Considero filme bom aquele que produz tensão e expectativa, que nos faz suspender a respiração, com os olhos arregalados, morrendo de curiosidade para saber o que vai acontecer. Assistindo um filme bom, nem vemos o tempo passar e ficamos tristes porque acabou rápido demais. Nesse sentido, achei Rififi cinema de boa qualidade.
O magnetismo de Jean Servais impera o tempo todo. Magali Nöel canta a música tema e confere um toque delicioso ao filme como a azeitona da empada. Dizem que Jules Dassin desentendeu-se com os produtores por causa do roteiro. Acho que se ele pudesse escolher, sendo um cara de esquerda, o final seria bem diferente. E, se pudesse, ele, certamente, teria cortado a cena de violência contra uma mulher.
Só não gostei da cena do roubo. Fiquei meia hora ouvindo o ruído do projetor home theater.
Cidade Nua
3.9 34 Assista AgoraEsperava mais.
Gostei da filmagem das ruas de Nova York no final dos anos 1940. Foi delicioso ver os carros antigos, as pessoas andando nas avenidas, as crianças brincando. A captação da atmosfera da cidade pela câmera escondida numa van é encantadora.
Gosto de ver filmes nacionais antigos que mostram as ruas da cidade de São Paulo, na década de 1950, filmadas em branco e preto.
Os Conquistadores
3.3 9O filme quebra um paradigma sagrado do gênero faroeste:
O mocinho morre no final do filme e deixa a mocinha na mão.
O olhar crítico de Fritz Lang não combina com faroeste. Nesse gênero, o bem tem que vencer o mal, o genocídio dos peles vermelhas deve ser exaltado, o mocinho deve ser um vaqueiro bronco e machão que cospe no chão.
Só gosto de faroeste porque sofri uma lavagem cerebral na infância venerando filmes de bang-bang.
A Voz do Coração
4.3 260Uma lição importante deixada pelo filme: o ser humano não é perverso por natureza. Ele é o que a sociedade faz dele: anjo ou diabo.
Através da música, o professor Clémente Mathieu transforma diabinhos em anjos. Os anjinhos, e sobretudo o garoto prodígio Pierre Morhange, nos elevam aos céus. Pierre consegue nos deixar arrepiados. A música de verdade, não aquela cultuada pelo Fantástico, é um santo remédio para a alma.
A Voz do Coração termina muito rápido enquanto os lixos que tenho consumido parece que nunca terminam.
Sangue Jovem
3.1 97 Assista AgoraO roteiro parece ser razoável até um determinado ponto do filme.
Quando começa a chegar no final descamba numa baboseira juvenil.
Perdi o meu tempo.
Senhoritas em Uniforme
3.8 14A repressão sexual domina um ambiente escolar onde fervem os desejos adolescentes.
O filme foca o amor puro e inocente de uma mocinha por sua professora num colégio interno feminino.
A atitude ambígua e indefinida da professora dá o tom delicado ao enredo.
Conrack
4.0 14Martin Ritt fez alguns filmes politicamente engajados. Conrack critica o racismo que dominava o Sul dos EUA.
O conteúdo transmitido por Conroy é o que menos importa. A educação tem um sentido mais amplo no filme. O professor consegue transformar a visão de mundo de seus alunos a partir dos laços afetivos que estabelece com eles.