Está tudo ali, o começo, o meio e o fim da criação e desenvolvimento de um religioso fundamentalista. Primeiro as questões sociais que levam à uma insatisfação traduzida em permissibilidade de um assédio por parte de uma religião. O desalento de um povo jogado às traças, a total falta de perspectiva levando à persistente e justificada insatisfação, as multinacionais que só visam o lucro e destroem os locais onde chegam, gerando apenas um lixão e uma vida marginal para aqueles que não são beneficiados por sua presença, a degradação pelo estabelecimento do tráfico de drogas, milícias e pequenas máfias, uma infância degradada e que apenas imitam o que veem os adultos fazer por falta de instrução, longe de escolas e tudo que poderia trazer algo construtivo, a eterna boa vida tida como alvo mas que só pode ser alcançada através da sorte, seja ser contratado como um segurança qualquer de um xeique ou ter valor suficiente para ser chamado para um time de futebol europeu, e tantos outros fatores demonstrados. Depois o aparecimento da religião, no caso o Islã, como salvação para uma vida destinada ao nada. A aparente aura de superioridade, a demonização de tudo o que é do povo, suas vestes, suas músicas, a programação televisiva, a criação de uma sensação de sabedoria vinda de um ser maior, a despersonificação de cada indivíduo, a destruição de seus gostos, o isolamento social, a retirada de seu berço familiar, a hierarquia como forma de criar admiração quase paternal, respeito e por fim uma incondicional submissão, a destruição da cultura local, a fábula de que está se sacrificando por um bem maior, o ato de se explodir por pressão externa, etc.
Tudo é mostrado sem exageros, sem excessos, os eventos escalam de forma tão convincentes que me passam uma sensação forte de realidade. Um bom exemplo são as vestes das mulheres, que mudam quase que de forma imperceptível. As atuações muito me agradam, especialmente a de Yacine que realmente conseguiu mostrar uma mudança de personalidade, que nos faz ficar tristes pela perda daquele antigo Yacine. A fotografia é boa, dá o tom necessário para o que esperamos ver da região que foi feita. A ambientação e roupas são muito boas, tudo isso me passou sempre um sentido de muita realidade, mesmo nunca estando nestes locais ou conhecido de perto sua cultura.
O fim do filme, a última cena, é forte e deixa uma questão no ar, um aperto no coração, deixaremos mais crianças criarem histórias, vínculos, amores, amigos, família, etc, para que acabem, por conta de questões sociais, por estarem jogadas em lixões, vendo o extremismo religioso como um caminho a ser seguido, enrolando bombas em tudo isto e em seus corpos para explodir uma vida em um último ato de mentirosa honra?
O filme não me surpreendeu em nada, tudo é bastante óbvio. As atuações, excedendo a de Robert Duvall, não possuem brilho. Acho Robert Downey Jr. um ótimo ator, mas Hollywood criou uma persona para ele, adoram coloca-lo no papel com traços de um playboy, arrogante, sagaz, astuto e que no fundo possuí um grande coração.
Fiquei um tanto assustado quando vim ao Filmow cheio de vontade de dar minha avaliação ao filme e me deparo com uma nota geral tão baixa e comentários tão críticos.
Vi muitos comentários que falam sobre o filme ser muito parado, o que simplesmente não aconteceu comigo, achei fluído e tudo no seu lugar, os acontecimentos escalam na hora que têm de ser, tudo me pareceu muito bem construído. A trama foi capaz de me prender e desde o momento em que Mark recebe a estranha ligação para se encontrar com John du Pont. Dadas as poucas informações que nos é oferecida sobre as intenções de du Pont, fiquei extremamente curioso para saber seus propósitos, o que nos é dado pouco a pouco no decorrer do filme.
Os personagens são extremamente bem construídos, especialmente Mark Schultz e John du Pont. Dave é um homem forte, moralmente firme e quase inviolável, é a estrutura que mantém Mark. Este que se mostra uma pessoa psicologicamente fraca desde o começo. Ele não sabe usar as palavras, não sabe expressar sentimentos e vontades, isso fica bem claro logo no começo quando Dave, enquanto treinam, insisti em perguntar se o irmão está bem, e tudo que Mark consegue é externar seus sentimentos através da força física, quando este acaba por acertar Dave no nariz, o fazendo sangrar. É em cima dessa fraqueza que John du Pont cresce, domina e doméstica. Du Pont é um personagem odioso, ele me lembrou muito o Sr. Burns dos Simpsons, e longe de ser por conta do nariz! =D Ele é uma pessoa fraca, mesquinha, fisicamente deplorável, arrogante e de uma pequenez sem tamanho. Ele não possuí força adquirida, apenas uma força hereditária monetária que na verdade é de seus antepassados, o que o incomoda muito, por isso seus problemas com sua mãe e sua constante necessidade de se provar. A melhor cena do filme é quando a mãe de du Pont vai inesperadamente acompanhar o treino, e ele encena um poder que não tem, a cena me causou extrema vergonha alheia e pena. Mas ainda assim ele foi capaz de subir nas costas de Mark pela ingenuidade e vontade de ser grande deste, suprindo assim sua carência de força. E tudo isso é muito bem fixado através de três grandes atuações de Mark Ruffalo, Steve Carell e Channing Tatum. Os três são capazes de manter suas posições no roteiro, certamente por uma ótima direção de Bennett Miller. E que incrível é ver Steve Carell em um papel dramático, esse homem já tinha me feito rir como nunca (The Office), e agora me fez sentir pena e nojo extremo desse personagem asqueroso que é du Pont. Minha admiração por ele só aumentou.
Na parte técnica o filme é ótimo também. Os atores estão muito bem caracterizados com a ajuda de uma primordial maquiagem. Por ter acompanhado por muito tempo o trabalho de Steve Carell, há um espanto inicial com aquele nariz, mas logo passa. A fotografia é competente e nos transporta sem exageros para os anos 80. A ambientação é simples em boa parte, mas diz muito sobre a história de du Pont quando nos deparamos com o interior de sua casa. A trilha sonora é quase imperceptível, mas ajuda no clima soturno e psicológico.
E o mais importante de tudo é a excelente e bem guiada crítica que possuí. O filme agride o controverso e hipócrita conceito de liberdade e superioridade de uma elite conservadora americana. Logo de início du Pont demonstra para Dave um discurso de resgate das origens dos grandes vencedores americanos quando lutaram para aplicar sua tão querida liberdade, defende uma exacerbação dos “guerreiros da nação”. Porém essa liberdade e vitória, especialmente da família du Pont, só foram conquistadas através da força monetária e, consecutivamente, bélica. Além disso, ele fala de liberdade mas clama a todos momentos por um respeito a hierarquia que ele impõem. É preso a um passado de glória que não corresponde às características morais e físicas de du Pont, que é a personificação dessa elite conservadora que citei. Este que usa Mark como um troféu, um animal de estimação apenas como faxada. Em compensação, Dave se mostra muito menos influenciável, o que incomoda du Pont. Por isso no final, após ver seu arranjado documentário, ele percebe que de nada adianta, toda aquela força física e moral que Dave possuí será sempre maior que a dele, então, depois de tentar com dinheiro, história e persuasão, du Pont só consegue estabelecer sua força através da morte de Dave, que foi feita de uma maneira digna de um covarde com uma arma em mãos (crítica à adoração americana por armas)
Não sei até onde a história é similar ao filme, mas é impressionante a capacidade de utilizar de fatos reais para construir críticas tão pontuais e bem elaboradas. Por isso o filme me chamou atenção e por isso acredito que ao menos deveria ter sido indicado para melhor filme. Pelo menos Steve Carell foi devidamente reconhecido e isso, como fã que sou, já me deixa muito feliz. Espero que alguns dêem uma segunda chance a este belo filme.
A descrição faz parecer que teremos um filme quase todo em um único ambiente, como Reservoir Dogs, e a ambientação tem tudo a ver com Django. Pois se é Django + Reservoir, eu estarei na bilheteria no lançamento como uma criança feliz.
E eu achava que Wes Anderson não superaria o Moonrise Kingdom tão cedo. Conseguiu superar na parte estética, na narrativa, no roteiro, nos personagens, etc. A relação entre Gustave e Zero é rápida e muito bem construída. A história chama atenção, usa de alguns clichês de filmes de aventura, mas moldados ao mundo de Wes Anderson. E falando deste mundo, ele conseguiu se superar nesse quesito. Um mundo grandioso se pautando em ambientes totalmente viáveis, causando a estranheza apenas através de cores, enquadramentos, fotografia, vestimentas, cenografia, etc...sem a necessidade de apelar para CGI ou grandes estripulias técnicas. Apenas a arte de fazer a fantasia através da criatividade daquilo que está ao seu alcance. Sem contar a simples solução para contar uma história que possuí 4 momentos temporais distintos, somente utilizando as proporções da projeção.
M. Gustave é um homem que possuí seus defeitos e seus preconceitos, mas pelo bem de seus ideais e visando apenas o bem de todos, no caso aqueles que se hospedam no Hotel Budapeste, tenta ser o melhor possível, agrada-los, ter tudo correndo da melhor maneira possível, e além de tudo sabendo pedir perdão! Sua história podia ter passado desapercebida, mas, felizmente chegou aos ouvidos de um escritor. Este que logo no início diz que devemos nos atentar àquilo que nos rodeia, prestar atenção, pois podemos encontrar nos cantos mais improváveis, como um hotel em decadência, histórias de vida belas e cativantes que devem ser passadas para frente, pois nos ensinam e nos trazem valores.
Se nos atentarmos a que nos circunda, podemos felizmente dizer que Moustafa está completamente errado ao final do filme quando diz que Gustave estava se iludindo, pois assim podemos acreditar que excepcionais histórias de homens como Gustave não perecerão com o tempo e sobreviverão ao que for, sejam guerras e ditadores, podendo até demorar, mas um dia chegando enfim às mãos de uma feliz garotinha leitora.
E só mais uma coisa, apesar da grande admiração pelo estilo Wes Anderson de ser, queria muito que ele trouxesse algo completamente diferente do que vem fazendo, acredito que seria muito bom para ele.
Um filme "parado", porém por trás das cenas simples e sem visual peso, temos um montante de acontecimentos silenciados, tudo a favor de denotar as críticas trazidas. Acho que dá para visualizar uma primeira crítica à democracia, que em muitos momentos pode se tornar influenciável e passar a ser mais uma ditadura da maioria. O capitalismo também parece ser um outro alvo, todo o seu lado poderoso em descartar e individualizar, trazer disputas entre todos. Além de demonstrar que o mérito, defendido por muitos, é algo frágil demais em certos momentos. Se vê também os problemas étnicos, religiosos e raciais que, especialmente, a Europa vive, com muçulmanos que precisam viver na ilegalidade e negros que são os primeiros a serem descartados. Sandra vê todos esses problemas que lhe rodeiam e isso lhe deixa mal...
tanto que é claro o alívio que a demissão traz, quando se vê longe de todo esse circo de humilhação que se envolveu.
Resumindo, vivemos em um sistema que nos leva a rixas e conflitos, tudo isso por nos entregamos às nossas futilidades ou por sermos presos por nossas necessidades, deixando que a empatia, em muitas vezes, nem tenha chance de se apresentar.
Acredito que um dos pontos forte é o seu visual. Boa fotografia, boa direção de arte, em cenas externas a câmera ajuda a criar grandiosidade, em cenas internas tem seus momentos quando fala por si, por exemplo, no momento em que Searle coloca a necessidade de ir atrás da Icarus I, onde a opção segura de não ir ele diz do lado direito da tela, e a incerta de ir atrás ele diz do lado esquerdo, e depois de considerar as duas possibilidades, a câmera o foca perfeitamente ele em pé a direita, enquanto na esquerda fica seu reflexo meio inconsistente. Há outros momentos desse tipo, mas no geral a câmera no interno não ajuda e nem atrapalha. A parte sonora é boa também, se não se apegarem a frescura de que o som não se propaga no espaço.
O filme tem bons conceitos passados bem por cima. No começo logo há a quebra dos personagens com seu passado quando perdem a comunicação. Assim enfrentam o desafio de deixar para trás parte de suas vidas e encarar seus problemas futuros. Encarar dificuldades nunca é fácil, especialmente quando nos apegamos às nossas zonas de conforto. Aliás, encarar por si só o que temos pela frente é complicado. E isso é representado pelo psicólogo Searle. Ele é o único que tem curiosidade em enfrentar o Sol, bater de frente com sua força, tanto que é clara a sua calma perante os demais, pois é ele o único que aceitou o seu destino.
Há toda uma jornada para Capa. Ele é quem tem de fazer escolhas, carregar o peso de seu conhecimento e de sua própria importância. Ele representa muito a valorização da humanidade em crescer, evoluir e buscar soluções para seus problemas que possibilitam sua sobrevivência. Seus conhecimentos o levam à tudo aquilo, ele teve de ser forte para manter calma perante todo o questionamento moral daqueles à sua volta. Ele cresce durante o filme até o momento de redenção típico de uma "jornada do herói". No final ele não teve medo de voar alto como Ícaro, mas teve força o suficiente para alcançar o Sol sem queimar suas asas.
A aparição e o discurso de Pinbacker são bastante importantes, mas utilizado de forma errada. O personagem traz, ao meu ver, o velho embate ciência vs. religião. Ele traz o discurso de um deus que promete um paraíso pós-morte. No todo ele traz uma fala de morte em si, enquanto os demais lutam pela vida através de seu conhecimento, da ciência e de tantas realizações que homem foi capaz de produzir, tudo isso visando a manutenção da vida humana. Pinbacker desistiu e entregou sua sobrevivência à uma força superior. A ideia dele aparecer como principal enfrentamento de Capa é interessante, mas acho que o personagem na forma como aparece é exagerado e mal explicado. Podiam ter se concentrado um pouco mais em sua história, aparição, visual e forma como ele age.
O filme tem um conceito bom levemente explorado e um clima tenso em boa parte, porém se apressa demais em seu fim, parece querer solucionar tudo e criar um terror de forma desnecessária.
O filme me lembra em muitos pontos o Apocalypse Now, como questionamentos sobre os porquês da guerra, a loucura humana instaurada nelas e a cultura do ódio que vivemos. Mas acho que apresenta outras coisas mais.
Na cena em que os soldados são entrevistados e cada um dá os seus motivos, fica bem claro que não há um consenso do porquê de estarem lá, apenas a vida os levou até este ponto e eles procuram por si só suas motivações e ao mesmo tempo enfrentam suas aflições. O que é um bom reflexo do começo excepcional do filme, onde logo na primeira cena vemos os cabelos sendo raspados denotando um corte de personalidade, e no restante onde vemos que os soldados deixam até seus nomes de lado, dando lugar aos simples apelidos. Depois há toda aquela criação de uma mente e um corpo que visam somente a eficiência em matar, nunca sendo estimulado o questionamento daquilo que faziam, apenas o fazem sem pensar.
É nesse meio que se cria Pyle, um jovem de mente fraca, humilhado e desumanizado, que cria aversão aos seus colegas e aos seus superiores, sobrando apenas a confiança em sua arma, aquela que é a única que não te decepciona. Por isso Kubrick é genial em mata-lo logo após ele ser aceito para ingressar em um pelotão, mostrando que os demais só não foram tão longe quanto Pyle, mas podem estar um passo daquele estado mental.
O filme mostra bem como as máquinas que ali estão unicamente para a destruição possuem valor muito maior do que as vidas desperdiçadas. Logo no começo com uma longa sequência onde os soldados são ensinados à amar o seu rifle e mais tarde um dos soldados diz na entrevista que seu pelotão é mandado antes dos tanques, onde arriscam suas vidas para que tenham garantia de que não haverá ninguém com um lança-foguetes que possa destruir o blindado. Constatado que a área está limpa, o tanque entra e destrói a cidade. Ou seja, nenhum dos lados é poupado, apenas suas armas têm valor.
O questionamento sobre ideologias é um tanto interessante também. Ali há a maciça consciência errônea de que estão ferramentas para levar a liberdade àquele povo, sendo que nem ao menos sabem se é isso que querem, e muito menos como querem que ela seja trazida. É uma liberdade instaurada através do mais forte. Aliás, vemos isso até hoje, não? Oriente Médio que o diga! Um momento interessante sobre ideologias na guerra é quando Joker e Raftermen vão registrar a morte de diversos civis que tiveram seus corpos jogados em uma vala. Todos ali estão aparentemente preocupados em velar aqueles corpos, mas tudo acaba por se mostrar diferente. Joker puxa um sargento para conversar e Raftermen começa a fotografar, e o sargento só se preocupa em aparecer bem na foto. Logo depois aparece um coronel que estava em silêncio e quase indiferente aos corpos, mas que se mostra fortemente indignado com um simples broche com o símbolo da paz que Joker ostenta em seu peito.
Joker, que antes questionava como poderiam aqueles soldados alvejar mulheres e crianças, se dá de cara com uma jovem vietcongue, e em seu ato de passagem final, tenta buscar sua dualidade junguiana para saber o que fazer naquele momento tão complexo. E a violência vence como uma forma de trazer paz aquela criança.
Então no fim, marchando entre chamas e destroços, os soldados cantam a música de Mickey, e você se questiona se era realmente a liberdade que tinham intenção de levar, ou apenas forçar sua cultura aos demais, com seus produtos enlatados e visando logicamente o comércio daquilo tudo à mais um povo subjugado pelos "paladinos da liberdade".
A parte dos efeitos sonoros me incomoda, especialmente para um filme de guerra. E não dá para desculpar muito com a época que foi lançado, até mesmo por não ser tão antigo e o próprio Apocalypse Now, que é mais antigo, mostra que poderia ter sido melhor. O mesmo se aplica para alguns efeitos que ficaram um tanto falsos. A ambientação é boa, porém pouco explorada em diversos momentos. A câmera já é diferente, com diversas boas sequências e poucos cortes, especialmente em cenas no campo de batalha, onde é bastante positiva em lhe colocar dentro da cena, parecendo fazer parte daquela situação.
O filme é muito bom e traz diversas ótimas cenas que não estão ali por nada. Kubrick sendo explícito e implícito em diversos momentos, como sempre fez em seus filmes.
O filme se auto-referência o tempo todo. Aliás, quase beira uma refilamagem. Personagens, situações, piadas, etc...são bastante similares. Mas que fique claro que não é uma cópia por falta de criatividade, me pareceu mais uma homenagem ao primeiro. Ou seja, se você gosta do primeiro vai gostar desse! Se você é daqueles que, como eu, assistiu Debi & Lóide trocentas vezes quando criança, mas acabou por crescer. Então vá de cabeça aberta e antes de assistir faça questão de voltar a ser criança para não ficar na chatice de achar tudo "bobo".
E mais uma coisa. Jeff Daniels e Jim Carrey envelheceram só por fora, pois continuam excepcionais!
Os Cavalos de Deus
4.0 23Está tudo ali, o começo, o meio e o fim da criação e desenvolvimento de um religioso fundamentalista. Primeiro as questões sociais que levam à uma insatisfação traduzida em permissibilidade de um assédio por parte de uma religião. O desalento de um povo jogado às traças, a total falta de perspectiva levando à persistente e justificada insatisfação, as multinacionais que só visam o lucro e destroem os locais onde chegam, gerando apenas um lixão e uma vida marginal para aqueles que não são beneficiados por sua presença, a degradação pelo estabelecimento do tráfico de drogas, milícias e pequenas máfias, uma infância degradada e que apenas imitam o que veem os adultos fazer por falta de instrução, longe de escolas e tudo que poderia trazer algo construtivo, a eterna boa vida tida como alvo mas que só pode ser alcançada através da sorte, seja ser contratado como um segurança qualquer de um xeique ou ter valor suficiente para ser chamado para um time de futebol europeu, e tantos outros fatores demonstrados. Depois o aparecimento da religião, no caso o Islã, como salvação para uma vida destinada ao nada. A aparente aura de superioridade, a demonização de tudo o que é do povo, suas vestes, suas músicas, a programação televisiva, a criação de uma sensação de sabedoria vinda de um ser maior, a despersonificação de cada indivíduo, a destruição de seus gostos, o isolamento social, a retirada de seu berço familiar, a hierarquia como forma de criar admiração quase paternal, respeito e por fim uma incondicional submissão, a destruição da cultura local, a fábula de que está se sacrificando por um bem maior, o ato de se explodir por pressão externa, etc.
Tudo é mostrado sem exageros, sem excessos, os eventos escalam de forma tão convincentes que me passam uma sensação forte de realidade. Um bom exemplo são as vestes das mulheres, que mudam quase que de forma imperceptível. As atuações muito me agradam, especialmente a de Yacine que realmente conseguiu mostrar uma mudança de personalidade, que nos faz ficar tristes pela perda daquele antigo Yacine. A fotografia é boa, dá o tom necessário para o que esperamos ver da região que foi feita. A ambientação e roupas são muito boas, tudo isso me passou sempre um sentido de muita realidade, mesmo nunca estando nestes locais ou conhecido de perto sua cultura.
O fim do filme, a última cena, é forte e deixa uma questão no ar, um aperto no coração, deixaremos mais crianças criarem histórias, vínculos, amores, amigos, família, etc, para que acabem, por conta de questões sociais, por estarem jogadas em lixões, vendo o extremismo religioso como um caminho a ser seguido, enrolando bombas em tudo isto e em seus corpos para explodir uma vida em um último ato de mentirosa honra?
O Juiz
3.8 783 Assista AgoraO filme não me surpreendeu em nada, tudo é bastante óbvio. As atuações, excedendo a de Robert Duvall, não possuem brilho. Acho Robert Downey Jr. um ótimo ator, mas Hollywood criou uma persona para ele, adoram coloca-lo no papel com traços de um playboy, arrogante, sagaz, astuto e que no fundo possuí um grande coração.
Foxcatcher: Uma História que Chocou o Mundo
3.3 808 Assista AgoraFiquei um tanto assustado quando vim ao Filmow cheio de vontade de dar minha avaliação ao filme e me deparo com uma nota geral tão baixa e comentários tão críticos.
Achei o filme excepcional em diversos aspectos!
Vi muitos comentários que falam sobre o filme ser muito parado, o que simplesmente não aconteceu comigo, achei fluído e tudo no seu lugar, os acontecimentos escalam na hora que têm de ser, tudo me pareceu muito bem construído. A trama foi capaz de me prender e desde o momento em que Mark recebe a estranha ligação para se encontrar com John du Pont. Dadas as poucas informações que nos é oferecida sobre as intenções de du Pont, fiquei extremamente curioso para saber seus propósitos, o que nos é dado pouco a pouco no decorrer do filme.
Os personagens são extremamente bem construídos, especialmente Mark Schultz e John du Pont. Dave é um homem forte, moralmente firme e quase inviolável, é a estrutura que mantém Mark. Este que se mostra uma pessoa psicologicamente fraca desde o começo. Ele não sabe usar as palavras, não sabe expressar sentimentos e vontades, isso fica bem claro logo no começo quando Dave, enquanto treinam, insisti em perguntar se o irmão está bem, e tudo que Mark consegue é externar seus sentimentos através da força física, quando este acaba por acertar Dave no nariz, o fazendo sangrar. É em cima dessa fraqueza que John du Pont cresce, domina e doméstica. Du Pont é um personagem odioso, ele me lembrou muito o Sr. Burns dos Simpsons, e longe de ser por conta do nariz! =D Ele é uma pessoa fraca, mesquinha, fisicamente deplorável, arrogante e de uma pequenez sem tamanho. Ele não possuí força adquirida, apenas uma força hereditária monetária que na verdade é de seus antepassados, o que o incomoda muito, por isso seus problemas com sua mãe e sua constante necessidade de se provar. A melhor cena do filme é quando a mãe de du Pont vai inesperadamente acompanhar o treino, e ele encena um poder que não tem, a cena me causou extrema vergonha alheia e pena. Mas ainda assim ele foi capaz de subir nas costas de Mark pela ingenuidade e vontade de ser grande deste, suprindo assim sua carência de força. E tudo isso é muito bem fixado através de três grandes atuações de Mark Ruffalo, Steve Carell e Channing Tatum. Os três são capazes de manter suas posições no roteiro, certamente por uma ótima direção de Bennett Miller. E que incrível é ver Steve Carell em um papel dramático, esse homem já tinha me feito rir como nunca (The Office), e agora me fez sentir pena e nojo extremo desse personagem asqueroso que é du Pont. Minha admiração por ele só aumentou.
Na parte técnica o filme é ótimo também. Os atores estão muito bem caracterizados com a ajuda de uma primordial maquiagem. Por ter acompanhado por muito tempo o trabalho de Steve Carell, há um espanto inicial com aquele nariz, mas logo passa. A fotografia é competente e nos transporta sem exageros para os anos 80. A ambientação é simples em boa parte, mas diz muito sobre a história de du Pont quando nos deparamos com o interior de sua casa. A trilha sonora é quase imperceptível, mas ajuda no clima soturno e psicológico.
E o mais importante de tudo é a excelente e bem guiada crítica que possuí. O filme agride o controverso e hipócrita conceito de liberdade e superioridade de uma elite conservadora americana. Logo de início du Pont demonstra para Dave um discurso de resgate das origens dos grandes vencedores americanos quando lutaram para aplicar sua tão querida liberdade, defende uma exacerbação dos “guerreiros da nação”. Porém essa liberdade e vitória, especialmente da família du Pont, só foram conquistadas através da força monetária e, consecutivamente, bélica. Além disso, ele fala de liberdade mas clama a todos momentos por um respeito a hierarquia que ele impõem. É preso a um passado de glória que não corresponde às características morais e físicas de du Pont, que é a personificação dessa elite conservadora que citei. Este que usa Mark como um troféu, um animal de estimação apenas como faxada. Em compensação, Dave se mostra muito menos influenciável, o que incomoda du Pont. Por isso no final, após ver seu arranjado documentário, ele percebe que de nada adianta, toda aquela força física e moral que Dave possuí será sempre maior que a dele, então, depois de tentar com dinheiro, história e persuasão, du Pont só consegue estabelecer sua força através da morte de Dave, que foi feita de uma maneira digna de um covarde com uma arma em mãos (crítica à adoração americana por armas)
Não sei até onde a história é similar ao filme, mas é impressionante a capacidade de utilizar de fatos reais para construir críticas tão pontuais e bem elaboradas. Por isso o filme me chamou atenção e por isso acredito que ao menos deveria ter sido indicado para melhor filme. Pelo menos Steve Carell foi devidamente reconhecido e isso, como fã que sou, já me deixa muito feliz. Espero que alguns dêem uma segunda chance a este belo filme.
Os Oito Odiados
4.1 2,4K Assista AgoraA descrição faz parecer que teremos um filme quase todo em um único ambiente, como Reservoir Dogs, e a ambientação tem tudo a ver com Django. Pois se é Django + Reservoir, eu estarei na bilheteria no lançamento como uma criança feliz.
O Grande Hotel Budapeste
4.2 3,0KE eu achava que Wes Anderson não superaria o Moonrise Kingdom tão cedo. Conseguiu superar na parte estética, na narrativa, no roteiro, nos personagens, etc. A relação entre Gustave e Zero é rápida e muito bem construída. A história chama atenção, usa de alguns clichês de filmes de aventura, mas moldados ao mundo de Wes Anderson. E falando deste mundo, ele conseguiu se superar nesse quesito. Um mundo grandioso se pautando em ambientes totalmente viáveis, causando a estranheza apenas através de cores, enquadramentos, fotografia, vestimentas, cenografia, etc...sem a necessidade de apelar para CGI ou grandes estripulias técnicas. Apenas a arte de fazer a fantasia através da criatividade daquilo que está ao seu alcance. Sem contar a simples solução para contar uma história que possuí 4 momentos temporais distintos, somente utilizando as proporções da projeção.
M. Gustave é um homem que possuí seus defeitos e seus preconceitos, mas pelo bem de seus ideais e visando apenas o bem de todos, no caso aqueles que se hospedam no Hotel Budapeste, tenta ser o melhor possível, agrada-los, ter tudo correndo da melhor maneira possível, e além de tudo sabendo pedir perdão! Sua história podia ter passado desapercebida, mas, felizmente chegou aos ouvidos de um escritor. Este que logo no início diz que devemos nos atentar àquilo que nos rodeia, prestar atenção, pois podemos encontrar nos cantos mais improváveis, como um hotel em decadência, histórias de vida belas e cativantes que devem ser passadas para frente, pois nos ensinam e nos trazem valores.
Se nos atentarmos a que nos circunda, podemos felizmente dizer que Moustafa está completamente errado ao final do filme quando diz que Gustave estava se iludindo, pois assim podemos acreditar que excepcionais histórias de homens como Gustave não perecerão com o tempo e sobreviverão ao que for, sejam guerras e ditadores, podendo até demorar, mas um dia chegando enfim às mãos de uma feliz garotinha leitora.
E só mais uma coisa, apesar da grande admiração pelo estilo Wes Anderson de ser, queria muito que ele trouxesse algo completamente diferente do que vem fazendo, acredito que seria muito bom para ele.
Dois Dias, Uma Noite
3.9 542Um filme "parado", porém por trás das cenas simples e sem visual peso, temos um montante de acontecimentos silenciados, tudo a favor de denotar as críticas trazidas. Acho que dá para visualizar uma primeira crítica à democracia, que em muitos momentos pode se tornar influenciável e passar a ser mais uma ditadura da maioria. O capitalismo também parece ser um outro alvo, todo o seu lado poderoso em descartar e individualizar, trazer disputas entre todos. Além de demonstrar que o mérito, defendido por muitos, é algo frágil demais em certos momentos. Se vê também os problemas étnicos, religiosos e raciais que, especialmente, a Europa vive, com muçulmanos que precisam viver na ilegalidade e negros que são os primeiros a serem descartados. Sandra vê todos esses problemas que lhe rodeiam e isso lhe deixa mal...
tanto que é claro o alívio que a demissão traz, quando se vê longe de todo esse circo de humilhação que se envolveu.
Resumindo, vivemos em um sistema que nos leva a rixas e conflitos, tudo isso por nos entregamos às nossas futilidades ou por sermos presos por nossas necessidades, deixando que a empatia, em muitas vezes, nem tenha chance de se apresentar.
Garota Exemplar
4.2 5,0K Assista AgoraUm bom filme! Prende, instiga e surpreende. Até tem uma leve crítica à sociedade do espetáculo e ao tribunal informal criado pela mídia.
Sunshine: Alerta Solar
3.4 364 Assista AgoraAcredito que um dos pontos forte é o seu visual. Boa fotografia, boa direção de arte, em cenas externas a câmera ajuda a criar grandiosidade, em cenas internas tem seus momentos quando fala por si, por exemplo, no momento em que Searle coloca a necessidade de ir atrás da Icarus I, onde a opção segura de não ir ele diz do lado direito da tela, e a incerta de ir atrás ele diz do lado esquerdo, e depois de considerar as duas possibilidades, a câmera o foca perfeitamente ele em pé a direita, enquanto na esquerda fica seu reflexo meio inconsistente. Há outros momentos desse tipo, mas no geral a câmera no interno não ajuda e nem atrapalha. A parte sonora é boa também, se não se apegarem a frescura de que o som não se propaga no espaço.
O filme tem bons conceitos passados bem por cima. No começo logo há a quebra dos personagens com seu passado quando perdem a comunicação. Assim enfrentam o desafio de deixar para trás parte de suas vidas e encarar seus problemas futuros. Encarar dificuldades nunca é fácil, especialmente quando nos apegamos às nossas zonas de conforto. Aliás, encarar por si só o que temos pela frente é complicado. E isso é representado pelo psicólogo Searle. Ele é o único que tem curiosidade em enfrentar o Sol, bater de frente com sua força, tanto que é clara a sua calma perante os demais, pois é ele o único que aceitou o seu destino.
Há toda uma jornada para Capa. Ele é quem tem de fazer escolhas, carregar o peso de seu conhecimento e de sua própria importância. Ele representa muito a valorização da humanidade em crescer, evoluir e buscar soluções para seus problemas que possibilitam sua sobrevivência. Seus conhecimentos o levam à tudo aquilo, ele teve de ser forte para manter calma perante todo o questionamento moral daqueles à sua volta. Ele cresce durante o filme até o momento de redenção típico de uma "jornada do herói". No final ele não teve medo de voar alto como Ícaro, mas teve força o suficiente para alcançar o Sol sem queimar suas asas.
A aparição e o discurso de Pinbacker são bastante importantes, mas utilizado de forma errada. O personagem traz, ao meu ver, o velho embate ciência vs. religião. Ele traz o discurso de um deus que promete um paraíso pós-morte. No todo ele traz uma fala de morte em si, enquanto os demais lutam pela vida através de seu conhecimento, da ciência e de tantas realizações que homem foi capaz de produzir, tudo isso visando a manutenção da vida humana. Pinbacker desistiu e entregou sua sobrevivência à uma força superior. A ideia dele aparecer como principal enfrentamento de Capa é interessante, mas acho que o personagem na forma como aparece é exagerado e mal explicado. Podiam ter se concentrado um pouco mais em sua história, aparição, visual e forma como ele age.
O filme tem um conceito bom levemente explorado e um clima tenso em boa parte, porém se apressa demais em seu fim, parece querer solucionar tudo e criar um terror de forma desnecessária.
Nascido Para Matar
4.3 1,1K Assista AgoraO filme me lembra em muitos pontos o Apocalypse Now, como questionamentos sobre os porquês da guerra, a loucura humana instaurada nelas e a cultura do ódio que vivemos. Mas acho que apresenta outras coisas mais.
Na cena em que os soldados são entrevistados e cada um dá os seus motivos, fica bem claro que não há um consenso do porquê de estarem lá, apenas a vida os levou até este ponto e eles procuram por si só suas motivações e ao mesmo tempo enfrentam suas aflições. O que é um bom reflexo do começo excepcional do filme, onde logo na primeira cena vemos os cabelos sendo raspados denotando um corte de personalidade, e no restante onde vemos que os soldados deixam até seus nomes de lado, dando lugar aos simples apelidos. Depois há toda aquela criação de uma mente e um corpo que visam somente a eficiência em matar, nunca sendo estimulado o questionamento daquilo que faziam, apenas o fazem sem pensar.
É nesse meio que se cria Pyle, um jovem de mente fraca, humilhado e desumanizado, que cria aversão aos seus colegas e aos seus superiores, sobrando apenas a confiança em sua arma, aquela que é a única que não te decepciona. Por isso Kubrick é genial em mata-lo logo após ele ser aceito para ingressar em um pelotão, mostrando que os demais só não foram tão longe quanto Pyle, mas podem estar um passo daquele estado mental.
O filme mostra bem como as máquinas que ali estão unicamente para a destruição possuem valor muito maior do que as vidas desperdiçadas. Logo no começo com uma longa sequência onde os soldados são ensinados à amar o seu rifle e mais tarde um dos soldados diz na entrevista que seu pelotão é mandado antes dos tanques, onde arriscam suas vidas para que tenham garantia de que não haverá ninguém com um lança-foguetes que possa destruir o blindado. Constatado que a área está limpa, o tanque entra e destrói a cidade. Ou seja, nenhum dos lados é poupado, apenas suas armas têm valor.
O questionamento sobre ideologias é um tanto interessante também. Ali há a maciça consciência errônea de que estão ferramentas para levar a liberdade àquele povo, sendo que nem ao menos sabem se é isso que querem, e muito menos como querem que ela seja trazida. É uma liberdade instaurada através do mais forte. Aliás, vemos isso até hoje, não? Oriente Médio que o diga! Um momento interessante sobre ideologias na guerra é quando Joker e Raftermen vão registrar a morte de diversos civis que tiveram seus corpos jogados em uma vala. Todos ali estão aparentemente preocupados em velar aqueles corpos, mas tudo acaba por se mostrar diferente. Joker puxa um sargento para conversar e Raftermen começa a fotografar, e o sargento só se preocupa em aparecer bem na foto. Logo depois aparece um coronel que estava em silêncio e quase indiferente aos corpos, mas que se mostra fortemente indignado com um simples broche com o símbolo da paz que Joker ostenta em seu peito.
Joker, que antes questionava como poderiam aqueles soldados alvejar mulheres e crianças, se dá de cara com uma jovem vietcongue, e em seu ato de passagem final, tenta buscar sua dualidade junguiana para saber o que fazer naquele momento tão complexo. E a violência vence como uma forma de trazer paz aquela criança.
Então no fim, marchando entre chamas e destroços, os soldados cantam a música de Mickey, e você se questiona se era realmente a liberdade que tinham intenção de levar, ou apenas forçar sua cultura aos demais, com seus produtos enlatados e visando logicamente o comércio daquilo tudo à mais um povo subjugado pelos "paladinos da liberdade".
A parte dos efeitos sonoros me incomoda, especialmente para um filme de guerra. E não dá para desculpar muito com a época que foi lançado, até mesmo por não ser tão antigo e o próprio Apocalypse Now, que é mais antigo, mostra que poderia ter sido melhor. O mesmo se aplica para alguns efeitos que ficaram um tanto falsos. A ambientação é boa, porém pouco explorada em diversos momentos. A câmera já é diferente, com diversas boas sequências e poucos cortes, especialmente em cenas no campo de batalha, onde é bastante positiva em lhe colocar dentro da cena, parecendo fazer parte daquela situação.
O filme é muito bom e traz diversas ótimas cenas que não estão ali por nada. Kubrick sendo explícito e implícito em diversos momentos, como sempre fez em seus filmes.
Debi & Lóide 2
3.0 753 Assista AgoraO filme se auto-referência o tempo todo. Aliás, quase beira uma refilamagem. Personagens, situações, piadas, etc...são bastante similares. Mas que fique claro que não é uma cópia por falta de criatividade, me pareceu mais uma homenagem ao primeiro. Ou seja, se você gosta do primeiro vai gostar desse! Se você é daqueles que, como eu, assistiu Debi & Lóide trocentas vezes quando criança, mas acabou por crescer. Então vá de cabeça aberta e antes de assistir faça questão de voltar a ser criança para não ficar na chatice de achar tudo "bobo".
E mais uma coisa. Jeff Daniels e Jim Carrey envelheceram só por fora, pois continuam excepcionais!
Cinderela Baiana
2.0 1,1KMe enoja quem não consegue ver a beleza e sutileza deste filme!