É preciso multiplicar 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias por 5 pra entender – de novo – o “peso” que Mungiu imprime pra essa história baseada numa história real. Eu particularmente não conhecia, e fiquei, de fato, chapado. Começa inocente, como um conto das duas amigas separadas que se encontram depois naquele convento opaco e sinistro. Longa vida ao cinema romeno. Visto no London Film Festival 2012:
O que tinha pra ser um show de pieguice e uma lavada de lágrimas se mostrou uma belíssima surpresa. Veja bem, as lágrimas estão lá – e são muitas – mas tudo é contado de forma tão leve e incrivelmente engraçada que a gente se entrega por completo na história (real). O trio de atores está absolutamente impecável (incluindo o sempre muito bom William H. Macy como o padre confidente das “aventuras sexuais” de Mark), todos dignos de Oscar, diga-se. Visto no London Film Festival 2012:
O prêmio do Un Certain Regard em Cannes já garantiu a curiosidade, mas o resultado foi ainda mais além. Certamente foi um dos filmes do festival que “carreguei” comigo por mais tempo depois da exibição. Por mais da metade da metragem, ficamos apenas acompanhado a jovem Alejandra e sua adaptação à vida com o pai em outra cidade e a nova escola, mas sempre com aquela sensação que algo está para acontecer. É tudo muito sutil, até que… Wait and see. Visto no London Film Festival 2012:
Seco, cruel, direto, brutal. Estranhamente não me destruiu por completo como esperado. Acho que como em A Fita Branca, vou precisar de uma segunda sessão para abosrver bem o peso da mão de Mr. Haneke. Ele realmente não poupa a resistência emocional do espectador, que assiste à entrega daqueles dois veteraníssimos atores em cena de forma estupefata. Visto no London Film Festival 2012:
Fotógrafo dos filmes de Marco Bellochio, Daniele Ciprì ele estreia na direção (sozinha) de longas com este filme absolutamente surpreendente. Começa com aquele tom descarado de comédia italiana, com personagens berrões, barulhentos e famílias caóticas. O protagonista Nicola (vivido pelo estupendo Toni Servillo, irreconhecível) beira o insuportável de tão exagerado. Mas aí é que o espectador é pego de surpresa, pois não dá nada para a seriedade e gravidade dos fatos que cercam a realidade daquela gente meio maluco. Quando nos damos por conta, estamos de boca aberta com o desdobramento da história e como ela vai sendo contada. Praticamente uma ópera. Visto no London Film Festival 2012:
Felizmente não é “um filme sobre eutanásia”, nem um docudrama sobre Eluana Englaro, a jovem italiana que viveu 17 anos em estado vegetative e virou pauta política e dicussõe no país inteiro quando seu pai lutou na justiça pelo direito de desligar seus aparelhos. Bellochio foi mais longe, e misturou uma dúzia de personagens levemente conectados para falar de temas tão caros como solidão, princípios, família, caráter etc. Profundo sim, mas não depressivo. Ao contrário, emocionante e até encorajador de certa forma. Visto no London Film Festival 2012:
Outra pequena pérola saída de Sundance, realmente admirável. Bastante engraçado, fala de temas sérios e até tristes de maneira muito leve e original. Pra mim, é a melhor performance de Frank Langella até hoje, devidamente amparado por um elenco de apoio de respeito. Visto no London Film Festival 2012:
Como eu pouco ou nada conhecia sobre a história – dos 3 jovens acusados de matar e torturar 2 meninos no estado americano do Memphis – o filme foi totalmente surpreendente. Contado cronologicamente, mas não de forma didática, com uma bela edição dos depoimentos (que incluem Pete Jackson e Eddie Vedder). O curioso é que o filme ganhou meia hora a mais depois da decisão de janeiro deste ano (mas as quase 2,5h não chegam a pesar). E, ao que parece, será uma obra em aberto por bastante tempo. Visto no London Film Festival 2012:
Vi muito crítico dizendo que este é o melhor filme de François Ozon. Estou quase concordando (talvez prefira ainda Sob a Areia), mas realmente é um de seus trabalhos mais maduros e bem acabados. Consegue ser na mesma medida uma comédia muitíssimo engraçado e um thriller de roer as unhas. De remeter a Hitchcock, inclusive. O elenco é excepcional, e o “conflito” é conduzido de forma leve, por vezes em tom nonsense, mas totalmente coerente. Adorei. Visto no London Film Festival 2012:
Não tem como evitar a sensação de que David O. Russell está se bandeando cada vez mais pra Hollywood. O cara que já fez deliciosas bizarrices como Três Reis e I Heart Huckabees, há dois anos foi parar no Oscar com The Fighter, e o feito certamente vai se repetir ano que vem com este Silver Linings. Dito isso, também não dá pra ignorar o talento e qualidade do mesmo. Esse aqui é uma mistura em boas doses de comedia romântico-familiar e drama psiquiátrico. Um outro clichê estão sim lá, mas também diálogos corajosos e situações inesperados. E do elenco, não se pode falar um ai – é o melhor papel de Bradley Cooper até hoje, e de Robert De Niro em muito muito tempo; e Jennifer Lawrence corre para o Oscar a passos largos, realmente excelente. Visto no London Film Festival 2012:
Mais uma comédia romântica moderninha, a la 500 Days of Summer? É, pode até ser. Mais que eu ri horrores, me envolvi e torci muito pelos personagens, também foi. Então, a meta foi mais do que cumprida. Fora que Rashida Jones é uma leading lady fantástica (perfeita no “Parks & Recreation”), e espero vê-la em muitos e melhores papéis no cinema. Visto no London Film Festival 2012:
Risadas incômodas, gente se retorcendo na cadeira, minutos de silêncio após os créditos… Das sessões em que eu estive no festival, foi o filme mais, digamos, polêmico. Realmente não deixa ninguém indiferente. Por variados motivos, imagino eu: das muitas cenas de nudez à crueldade com que expõe sua personagem principal (palmas para Margarete Tiesel). Não vi os filmes anteriores do diretor (Import/Export e Dog Days), que ao que parece tem uma fama de énfant-terrible, mas mal posso esperar pelas outras duas partes da trilogia Paraíso (Esperança e Fé). Visto no London Film Festival 2012:
Curioso que demorou tanto para Dustin Hoffman estrear na direção. Não dá pra dizer que ele é um “diretor nato” ou coisa parecida, já que em Quartet não se vê qualquer arroubo de criatividade por trás das câmeras. Mas está estampado o carinho com o qual o diretor se dedicou ao projeto e conduziu seus personagens. Difícil apontar qual dos atores está melhor. O legal do roteiro (do oscarizado Ronald Harwood, baseado na sua própria peça) é que todos têm chance de brilhar em algum momento do filme – Maggie & Tom são o casal central, mas os demais estão igualmente irresistíveis. Afetivo, honesto e bem intencionado, exatamente como se esperava. Visto no London Film Festival 2012:
Tal qual Quartet, é o tipo de filme que a gente sabe exatamente como vai acabar, mas nem por isso perde a vontade de acompanhar a história. Em especial, por causa do elenco formidável de veteranos (mais a aguadinha Gemma Arterton). E a gente não costuma ver Terence Stamp num papel tão, digamos, afetivo. Redondinho sim, mas sem deixar de ser honesto e provocar um punhado de lágrimas. Visto no London Film Festival 2012:
Como resistir à esta premissa: um grupo de atores famosos (Wilson, Amalric, Piccoli, Azéma, Girardot etc), interpretando a si mesmos, juntam-se em um castelo após a morte de um amigo em comum, que pede para que eles avaliem uma versão filmada da sua peça Eurídice, a qual todos certa vez já encenaram. A abertura é mesmo intrigante e promissora. O que segue é uma mistura de linguagens, um vai-e-vem de leituras da peça, ora emocionantes, ora lentas e um tanto aborrecidas. O resultado é sim irregular, mas admirável, especialmente quanto ao grau de experimentalidade que o veteraníssimo Alain Resnais, 90 anos, adota. Visto no London Film Festival 2012:
Indie americano que demorou anos para ser lançado, com muito burburinho. Confesso que ficou meio no vácuo, não entendi bem a ideia e o propósito. Gostei sim do estilo – fotografia, montagem e música bem interessantes – e Brady Corbet é bom ator (gostei dele no Martha Marcy May Marlene e até Melancolia), mas o desenrolar do personagem (americano recém-formado que perambula por Paris e se envolve com uma prostituta) é lento, pesado e sem grande atrativos. Visto no London Film Festival 2012:
Certamente um dos filmes com maior hype do ano. In Bruges do mesmo diretor é genial e o elenco aqui é de babar. Mas o roteiro é por demais pretensioso e auto-suficiente, e no fim nenhum dos personagens se destaca de verdade. Tem uma meia dúzia de boas piadas, muito sangue e Christopher Walken sendo Christopher Walken, o que é sempre ótimo. Mas decepciona. Visto no London Film Festival 2012:
Ouvi muito confete pra esse filme, cotado até para uma possível surpresa no Oscar de filme estrangeiro (representando a Austrália), mas no fim das contas fiquei com a sensação de que já vi esse filme outras tantas vezes. Crianças negligenciadas pelos pais que têm que se virar sozinha em meio à violência e pobreza? Tudo com guerra e nazismo como pano de fundo? Aham, passou no Supercine semana passada. Ok, tudo é muito bem fotografado e com atores esforçados – a estreante Saskia Rosendahl realmente tem uma presença luminosa – mas nada que vá me deixar pensando meia hora depois do filme. Visto no London Film Festival 2012:
Não tenho dúvida que não sou capaz de fazer crítica decente desse filme, até porque estava lá como curioso e pra “ver as figuras”. Confesso que desconhecia a maioria das histórias, o que no final teve um lado bom, pois algumas me surpreenderam – como o do show a la Woodstock que se transformou num caos de violência, e o nível de histeria das fãs na década de 60 – tudo devidamente mostrado em imagens de acervo de babar. Os ex-membros da banda foram bastante explorados também. Pro coitado do Ronnie Woods, porém, sobrou menos de 15 minutos no final. Ou seja, o filme para nos anos 7, o que,a meu ver meio que desconfigura a proposta de ser um filme sobre “os 50 anos dos Stones”. Um documentário tradicional, sim, mas com personagens tão fascinates que é difícil reclamar. Visto no London Film Festival 2012:
Foi daqueles filmes que lá no início quando se começou a falar nele, parecia uma perfeição. Finalmente Bill Murray ganharia o Oscar dele, Laura Linney quem sabe também e o filme iria longe. Faltava mesmo ver pra crer. E foi, de longe, a maior decepção do festival pra mim. A maior culpa é do roteiro, que simplesmente não caminha pra lugar nenhum. A personagem principal (Linney) é quase uma planta, sem personalidade e o envolvimento dela com Roosevelt (Murray) é, além de inconvincente, questionável. A (quase) salvação cômica do filme é o casal real britânico e seus choques culturais com a cultura americana. Mas não foi suficiente. Visto no London Film Festival 2012:
Adoro um bom indie americano. E com uma atriz do naipe de Melissa Leo à frente, levava fé. Mas não rolou. O roteiro dos também diretores me pareceu preguiçoso, até meio covarde, sem levar a possível piração da personagem principal a um ponto que realmente emocionasse ou fizesse o espectador sentir alguma coisa por ela, seja simpatia ou aversão. Tudo muito contido e econômico (1 hora e 10!), mas sem grande efeitos pra mim. Visto no London Film Festival 2012:
E o impossível aconteceu: dois dos melhores comediantes atuais num filme com ZERO de risadas. As duas unicas piadas que prestam estao no trailer. Lamentavel e constragedor.
Além das Montanhas
3.9 117É preciso multiplicar 4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias por 5 pra entender – de novo – o “peso” que Mungiu imprime pra essa história baseada numa história real. Eu particularmente não conhecia, e fiquei, de fato, chapado. Começa inocente, como um conto das duas amigas separadas que se encontram depois naquele convento opaco e sinistro. Longa vida ao cinema romeno.
Visto no London Film Festival 2012:
As Sessões
3.8 629 Assista AgoraO que tinha pra ser um show de pieguice e uma lavada de lágrimas se mostrou uma belíssima surpresa. Veja bem, as lágrimas estão lá – e são muitas – mas tudo é contado de forma tão leve e incrivelmente engraçada que a gente se entrega por completo na história (real). O trio de atores está absolutamente impecável (incluindo o sempre muito bom William H. Macy como o padre confidente das “aventuras sexuais” de Mark), todos dignos de Oscar, diga-se.
Visto no London Film Festival 2012:
Depois de Lúcia
3.8 1,1KO prêmio do Un Certain Regard em Cannes já garantiu a curiosidade, mas o resultado foi ainda mais além. Certamente foi um dos filmes do festival que “carreguei” comigo por mais tempo depois da exibição. Por mais da metade da metragem, ficamos apenas acompanhado a jovem Alejandra e sua adaptação à vida com o pai em outra cidade e a nova escola, mas sempre com aquela sensação que algo está para acontecer. É tudo muito sutil, até que… Wait and see.
Visto no London Film Festival 2012:
Amor
4.2 2,2K Assista AgoraSeco, cruel, direto, brutal. Estranhamente não me destruiu por completo como esperado. Acho que como em A Fita Branca, vou precisar de uma segunda sessão para abosrver bem o peso da mão de Mr. Haneke. Ele realmente não poupa a resistência emocional do espectador, que assiste à entrega daqueles dois veteraníssimos atores em cena de forma estupefata.
Visto no London Film Festival 2012:
A Culpa é do Filho
3.3 6Fotógrafo dos filmes de Marco Bellochio, Daniele Ciprì ele estreia na direção (sozinha) de longas com este filme absolutamente surpreendente. Começa com aquele tom descarado de comédia italiana, com personagens berrões, barulhentos e famílias caóticas. O protagonista Nicola (vivido pelo estupendo Toni Servillo, irreconhecível) beira o insuportável de tão exagerado. Mas aí é que o espectador é pego de surpresa, pois não dá nada para a seriedade e gravidade dos fatos que cercam a realidade daquela gente meio maluco. Quando nos damos por conta, estamos de boca aberta com o desdobramento da história e como ela vai sendo contada. Praticamente uma ópera.
Visto no London Film Festival 2012:
A Bela Que Dorme
3.2 58 Assista AgoraFelizmente não é “um filme sobre eutanásia”, nem um docudrama sobre Eluana Englaro, a jovem italiana que viveu 17 anos em estado vegetative e virou pauta política e dicussõe no país inteiro quando seu pai lutou na justiça pelo direito de desligar seus aparelhos. Bellochio foi mais longe, e misturou uma dúzia de personagens levemente conectados para falar de temas tão caros como solidão, princípios, família, caráter etc. Profundo sim, mas não depressivo. Ao contrário, emocionante e até encorajador de certa forma.
Visto no London Film Festival 2012:
Frank e o Robô
3.5 142 Assista AgoraOutra pequena pérola saída de Sundance, realmente admirável. Bastante engraçado, fala de temas sérios e até tristes de maneira muito leve e original. Pra mim, é a melhor performance de Frank Langella até hoje, devidamente amparado por um elenco de apoio de respeito.
Visto no London Film Festival 2012:
A Oeste de Memphis
4.3 34 Assista AgoraComo eu pouco ou nada conhecia sobre a história – dos 3 jovens acusados de matar e torturar 2 meninos no estado americano do Memphis – o filme foi totalmente surpreendente. Contado cronologicamente, mas não de forma didática, com uma bela edição dos depoimentos (que incluem Pete Jackson e Eddie Vedder). O curioso é que o filme ganhou meia hora a mais depois da decisão de janeiro deste ano (mas as quase 2,5h não chegam a pesar). E, ao que parece, será uma obra em aberto por bastante tempo.
Visto no London Film Festival 2012:
Dentro da Casa
4.1 554 Assista AgoraVi muito crítico dizendo que este é o melhor filme de François Ozon. Estou quase concordando (talvez prefira ainda Sob a Areia), mas realmente é um de seus trabalhos mais maduros e bem acabados. Consegue ser na mesma medida uma comédia muitíssimo engraçado e um thriller de roer as unhas. De remeter a Hitchcock, inclusive. O elenco é excepcional, e o “conflito” é conduzido de forma leve, por vezes em tom nonsense, mas totalmente coerente. Adorei.
Visto no London Film Festival 2012:
O Lado Bom da Vida
3.7 4,7K Assista AgoraNão tem como evitar a sensação de que David O. Russell está se bandeando cada vez mais pra Hollywood. O cara que já fez deliciosas bizarrices como Três Reis e I Heart Huckabees, há dois anos foi parar no Oscar com The Fighter, e o feito certamente vai se repetir ano que vem com este Silver Linings. Dito isso, também não dá pra ignorar o talento e qualidade do mesmo. Esse aqui é uma mistura em boas doses de comedia romântico-familiar e drama psiquiátrico. Um outro clichê estão sim lá, mas também diálogos corajosos e situações inesperados. E do elenco, não se pode falar um ai – é o melhor papel de Bradley Cooper até hoje, e de Robert De Niro em muito muito tempo; e Jennifer Lawrence corre para o Oscar a passos largos, realmente excelente.
Visto no London Film Festival 2012:
Celeste e Jesse Para Sempre
3.6 478 Assista AgoraMais uma comédia romântica moderninha, a la 500 Days of Summer? É, pode até ser. Mais que eu ri horrores, me envolvi e torci muito pelos personagens, também foi. Então, a meta foi mais do que cumprida. Fora que Rashida Jones é uma leading lady fantástica (perfeita no “Parks & Recreation”), e espero vê-la em muitos e melhores papéis no cinema.
Visto no London Film Festival 2012:
Paraíso: Amor
3.7 70 Assista AgoraRisadas incômodas, gente se retorcendo na cadeira, minutos de silêncio após os créditos… Das sessões em que eu estive no festival, foi o filme mais, digamos, polêmico. Realmente não deixa ninguém indiferente. Por variados motivos, imagino eu: das muitas cenas de nudez à crueldade com que expõe sua personagem principal (palmas para Margarete Tiesel). Não vi os filmes anteriores do diretor (Import/Export e Dog Days), que ao que parece tem uma fama de énfant-terrible, mas mal posso esperar pelas outras duas partes da trilogia Paraíso (Esperança e Fé).
Visto no London Film Festival 2012:
O Quarteto
3.8 147Curioso que demorou tanto para Dustin Hoffman estrear na direção. Não dá pra dizer que ele é um “diretor nato” ou coisa parecida, já que em Quartet não se vê qualquer arroubo de criatividade por trás das câmeras. Mas está estampado o carinho com o qual o diretor se dedicou ao projeto e conduziu seus personagens. Difícil apontar qual dos atores está melhor. O legal do roteiro (do oscarizado Ronald Harwood, baseado na sua própria peça) é que todos têm chance de brilhar em algum momento do filme – Maggie & Tom são o casal central, mas os demais estão igualmente irresistíveis. Afetivo, honesto e bem intencionado, exatamente como se esperava.
Visto no London Film Festival 2012:
Canção para Marion
4.0 82 Assista AgoraTal qual Quartet, é o tipo de filme que a gente sabe exatamente como vai acabar, mas nem por isso perde a vontade de acompanhar a história. Em especial, por causa do elenco formidável de veteranos (mais a aguadinha Gemma Arterton). E a gente não costuma ver Terence Stamp num papel tão, digamos, afetivo. Redondinho sim, mas sem deixar de ser honesto e provocar um punhado de lágrimas.
Visto no London Film Festival 2012:
Vocês Ainda Não Viram Nada!
3.6 28Como resistir à esta premissa: um grupo de atores famosos (Wilson, Amalric, Piccoli, Azéma, Girardot etc), interpretando a si mesmos, juntam-se em um castelo após a morte de um amigo em comum, que pede para que eles avaliem uma versão filmada da sua peça Eurídice, a qual todos certa vez já encenaram. A abertura é mesmo intrigante e promissora. O que segue é uma mistura de linguagens, um vai-e-vem de leituras da peça, ora emocionantes, ora lentas e um tanto aborrecidas. O resultado é sim irregular, mas admirável, especialmente quanto ao grau de experimentalidade que o veteraníssimo Alain Resnais, 90 anos, adota.
Visto no London Film Festival 2012:
Simon Assassino
2.9 40 Assista AgoraIndie americano que demorou anos para ser lançado, com muito burburinho. Confesso que ficou meio no vácuo, não entendi bem a ideia e o propósito. Gostei sim do estilo – fotografia, montagem e música bem interessantes – e Brady Corbet é bom ator (gostei dele no Martha Marcy May Marlene e até Melancolia), mas o desenrolar do personagem (americano recém-formado que perambula por Paris e se envolve com uma prostituta) é lento, pesado e sem grande atrativos.
Visto no London Film Festival 2012:
Sete Psicopatas e um Shih Tzu
3.4 600Certamente um dos filmes com maior hype do ano. In Bruges do mesmo diretor é genial e o elenco aqui é de babar. Mas o roteiro é por demais pretensioso e auto-suficiente, e no fim nenhum dos personagens se destaca de verdade. Tem uma meia dúzia de boas piadas, muito sangue e Christopher Walken sendo Christopher Walken, o que é sempre ótimo. Mas decepciona.
Visto no London Film Festival 2012:
Lore
3.8 128 Assista AgoraOuvi muito confete pra esse filme, cotado até para uma possível surpresa no Oscar de filme estrangeiro (representando a Austrália), mas no fim das contas fiquei com a sensação de que já vi esse filme outras tantas vezes. Crianças negligenciadas pelos pais que têm que se virar sozinha em meio à violência e pobreza? Tudo com guerra e nazismo como pano de fundo? Aham, passou no Supercine semana passada. Ok, tudo é muito bem fotografado e com atores esforçados – a estreante Saskia Rosendahl realmente tem uma presença luminosa – mas nada que vá me deixar pensando meia hora depois do filme.
Visto no London Film Festival 2012:
Crossfire Hurricane
4.3 18Não tenho dúvida que não sou capaz de fazer crítica decente desse filme, até porque estava lá como curioso e pra “ver as figuras”. Confesso que desconhecia a maioria das histórias, o que no final teve um lado bom, pois algumas me surpreenderam – como o do show a la Woodstock que se transformou num caos de violência, e o nível de histeria das fãs na década de 60 – tudo devidamente mostrado em imagens de acervo de babar. Os ex-membros da banda foram bastante explorados também. Pro coitado do Ronnie Woods, porém, sobrou menos de 15 minutos no final. Ou seja, o filme para nos anos 7, o que,a meu ver meio que desconfigura a proposta de ser um filme sobre “os 50 anos dos Stones”. Um documentário tradicional, sim, mas com personagens tão fascinates que é difícil reclamar.
Visto no London Film Festival 2012:
Um Final de Semana em Hyde Park
2.7 37Foi daqueles filmes que lá no início quando se começou a falar nele, parecia uma perfeição. Finalmente Bill Murray ganharia o Oscar dele, Laura Linney quem sabe também e o filme iria longe. Faltava mesmo ver pra crer. E foi, de longe, a maior decepção do festival pra mim. A maior culpa é do roteiro, que simplesmente não caminha pra lugar nenhum. A personagem principal (Linney) é quase uma planta, sem personalidade e o envolvimento dela com Roosevelt (Murray) é, além de inconvincente, questionável. A (quase) salvação cômica do filme é o casal real britânico e seus choques culturais com a cultura americana. Mas não foi suficiente.
Visto no London Film Festival 2012:
Francine
2.9 1Adoro um bom indie americano. E com uma atriz do naipe de Melissa Leo à frente, levava fé. Mas não rolou. O roteiro dos também diretores me pareceu preguiçoso, até meio covarde, sem levar a possível piração da personagem principal a um ponto que realmente emocionasse ou fizesse o espectador sentir alguma coisa por ela, seja simpatia ou aversão. Tudo muito contido e econômico (1 hora e 10!), mas sem grande efeitos pra mim.
Visto no London Film Festival 2012:
Os Candidatos
3.0 274 Assista AgoraE o impossível aconteceu: dois dos melhores comediantes atuais num filme com ZERO de risadas. As duas unicas piadas que prestam estao no trailer. Lamentavel e constragedor.
2 Coelhos
4.0 2,7K Assista Agoraa pior coisa desse filme é esse cartaz babaca. mas de resto é, no mínimo, surpreendente. belíssima surpresa.
O Homem da Máfia
3.1 593 Assista AgoraFilmaço-aço.