E aquela cena do Fred no cemitério de aviões no final me lembrou muito o Tuco do Três Homens em Conflito correndo ao redor das covas enquanto Ecstasy of Gold ta tocando.
Segunda Parceria do Lemmon + Wilder (Some like it hot), que não me decepciona. Por trás de toda comédia, The Apartment é um recado pra todos os passivos que não conseguem se libertar diante de uma situação que requer medidas drásticas. "Se você deixar, as pessoas vão te usar como degrau até não poder mais".
Não sei se é algo generalizado a dificuldade de alguns diretores de finalizarem uma obra. Estava gostando muito de tudo no filme, mas parece que a partir de algum ponto depois que o Karol começou a se organizar comprando aqueles imóveis, tudo fica mais apressado pra convergir pr'aquele final. Mesmo assim gostei muito da primeira metade e da reflexão existencial, e ascensão do Karol.
Sem dúvidas as atuações contribuíram imensamente na construção dessa obra, nem reconheci Montgomery Clift e Burt Lancaster. É essencial pra qualquer um que seja fascinado pela temática da segunda guerra mundial. Meu destaque vai, sem dúvida, para a atuação de Maximillian Schell, me identifiquei muito com o personagem do advogado, e mesmo tendo falhado na defesa dos réus, concordo quase em tudo que foi proferido pelo mesmo durante o julgamento. Gostei muito também da imparcialidade do diretor, mesmo com a condenação dos juízes, acredito que foi uma oportunidade do mundo ver de uma perspectiva alemã o que realmente foi o nazismo. Fiquei um pouco confuso com aqueles zoom-ins e closes, e também com a câmera girando em torno de quem estava falando,não entendi muito essa linguagem do diretor. De qualquer forma, vai pros meus favoritos.
Puta que o pariu, aquela última cena é angustiante demais, chega to com um aperto no coração aqui. Angustia, insegurança, duvida e paranóia, Polanski COM certeza fez o bebê de Rosemary depois de ter visto esse filme. Agonia constante e muito mistério, gostei bastante, to com um mal estar da porra aqui ainda.
Gostei muito da condução do filme, principalmente da pressa em que o início foi conduzido, com muito dinamismo. Fazendo também com que sobrasse muito tempo pra parte principal e mais bem enfatizada da trama fosse realmente o desenvolvimento. O final em si deixou um pouco a desejar, depois que o plot é concluído, não há nada a se fazer.. só esperar. Mas até que tudo fosse resolvido, é um filme de roer as unhas. Meu primeiro do Montgomery Clift e Elizabeth Taylor. Favorito!
Acho que todo cinéfilo tem uma pequena queda por essa nova onda de filmes cheio de estórias entrelaçadas ( Babel, 21 Gramas, Amores Brutos, Crash - No Limite, Pulp Fiction* e outros mais que não me lembro agora.) Talvez o principal erro do diretor tenha sido o ritmo. Acho que a primeira parte cria em quem assiste expectativas de um desenvolvimento mais agitado, quando na verdade a velocidade do filme diminui. O principal mérito é ser multifacetado, reflexivo e trazer uma série de dilemas, mas achei o final um pouco fraco.
Fiquei um pouco confuso, 2 anos antes de sair Psicose, esse filme mostra a Janet Leigh se hospedando num local bem parecido com o Bates Motel, só faltou o Anthony Perkins ser também o louco que administrava lá. Será que não houve nada relacionado com plágio? Tirando o fato de que alguns bons atores foram sub-utilizados, como a própria Marlene Dietrich e alguns pequenos furos no roteiro, Touch of Evil é um noir filmado no estilo Cidadão Kane, de perspectivas que só o Welles poderia ter enquadrado. O dinamismo mostra a competência do diretor, a tomada inicial deve ter sido um divisor de águas na época.
Rutland descobre a farsa, as coisas começam a tomar um rumo um pouco sem nexo. E depois disso, tudo fica um pouco repetitivo e cansativo.
Hitchcock adora abordar assuntos relacionados com a Psicologia, e Marnie está lotado de referências, principalmente Freudianas, com os problemas relacionados com a infância e a relação da Tippi Hedren com a mãe. Não é um dos meus favoritos, mas é um bom filme.
Jefferson Smith em Washington são os Filmes utópicos do Capra em meio aos filmes Noir. Apesar de um pouco distante da realidade (talvez uma pessoa tão "insignificante" não teria o poder de causar tanto reboliço assim, e agir com tanta independência no Senado), o filme revela um pouco sobre como os peixes grandes "Taylors" controlam tudo, principalmente através da mídia. Acho que até pra os que não entendem nada de política, como eu, é uma obra que precisa ser assistida. Se em 1939, um idealista já era considerado um cara ridículo e ingênuo, eu faço ideia hoje. James Stewart melhor que nesse, só nos filmes do Hitchcock.
Scorsese brinca de Alfred Hitchcock aqui. Não tenho palavras pra expressar como me senti atingido por esse filme, Max Cady representa o Horror tão falado no Apocalypse Now rs. De Niro é quase um ser onipotente, onisciente e completamente impiedoso. Aos poucos, o cerco vai se fechando e o advogado e sua família vão vivendo essa paranóia de forma cada vez mais intensa. As ameaças sutis no início vão destruindo os nervos do Bowden. A eminência de uma intervenção mais concreta por parte do Cady tira a paz de qualquer um. Cady está sempre um passo a frente de qualquer coisa que Bowden possa fazer. Cape Fear é a determinação de um psicopata em fazer um inferno na vida de uma família. Só quem já passou por ameaças, sensação de perigo eminente e coisas do tipo sabe do que Scorsese está falando.
Vi algumas pessoas aqui comentando que acharam que o suspense durou pouco tempo e poderia ter se estendido mais. Eu diria que o suspense, com o intuito de entretenimento, ou de criar tensão diegética durante a trama é a ponta do iceberg desta grande obra. A análise e crítica social por trás desse filme é grandiosa, *Pode conter Spoilers* 1. o poder que o sensacionalismo da mídia tem de parar um país e mobilizar uma ação em busca de um culpado;alimentar essa sede de um bode expiatório, um Cristo que pague todos os pecados. 2. A culpabilidade ou imputabilidade de pacientes psiquiátricos, e até que ponto as pessoas são responsáveis por seus crimes. Como julgar quem está isento de culpa devido a desordens mentais? 3. Como as organizações criminosas desenvolvem seus próprios meios de resolver um problema, agindo como se fosse uma espécie de Estado (fazendo a lei, julgando o réu e executando-o). 4. A cena onde o governo e a mafia, em planos alternados, discutem como solucionar a situação do serial killer é genial. 5. A cena final do Julgamento faz refletir sobre onde termina o "pagar pelo que fez" e começa a sede de vingança. O monstruoso Peter Lorre, até então ODIADO com todas as forças pelo expectador, quando tem a chance de falar, e mostrar a sua perspectiva,revela que toda história tem dois lados. O expectador sai da multidão que grita CRUCIFIQUE-O, e de mansinho vai pro lado do advogado, que apela por um julgamento oficial. A fotografia, inclusão cuidadosa dos aspectos sonoros, e simbolismos do diretor (sombra do assassino no cartaz, assovio do Hall of the mountain King, os balões presos na fiação elétrica), vários planos complexos em travelling (especialmente aquele da associação dos mendigos)... tudo isso mostra uma arte que nasceu há menos de quarenta anos e já é extremamente rica em peculiaridades.
Pra os mais burros, como eu, não é um filme fácil de ser degustado. O ritmo é lento e algumas cenas "parecem" um pouco desconexas, e até desnecessárias. Eu sei que no fundo, pra tudo que é exibido, há um simbolismo por trás, mas estaria mentindo se disser que foi uma experiência "prazerosa". Realmente, os diálogos relacionados com a temática fé são geniais, também achei importante a presença física mesmo da morte, sempre ali rondando o cavaleiro, dando ênfase ao sentimento da época, onde o medo movia tudo. Um povo traumatizado e assustado pela Igreja, que vive quase à beira da loucura. Esse filme tem uma visão bem pessimista da vida, como se viver fosse vaguear por aí enquanto o fim está te observando. A insatisfação e frustração do cavaleiro representa bem a dúvida constante do ser humano a respeito da vida após a morte, retrato perfeito do homem religioso que vive sem saber por que Deus o colocou nesse mundo cheio de doenças, maldade e insegurança.
É um filme realizado com esmero em todos os sentidos, seja na direção cuidadosa, sempre buscando a melhor maneira de posicionar a câmera de modo que nós tenhamos a sensação que somos o próprio Jean-do. No roteiro e desenvolvimento, distribuindo e organizando a cronologia da estória, e colocando cada flashback e narração em off no momento certo. É uma viagem existencial, lotada de lições, não num sentido moralista ou de auto-ajuda, mas numa conotação mais profunda. “Hoje sinto que toda minha existência foi uma cadeia de pequenos erros. Mulheres que não fui capaz de amar, chances que não pude aproveitar, momentos de felicidades que deixei escapar."
Hoje a "precariedade" (não me levem a mal), da edição, e produção, logo de cara te fazem pensar que o filme vai ser pouco inteligente. É muito interessante perceber como o cinema nessa época, uma arte tão recente, mas grande parte da sua linguagem semiótica já estava quase que sedimentada. É um daqueles filmes que você assiste e percebe de onde foi que muitos outros foram baseados. Uma obra prima do expressionismo alemão, grande reflexão sobre sanidade mental.
Scorsese aqui engatinhando aqui, e principalmente "experimentando" um pouco de tudo que estaria por vir nos Goodfellas, Cassino e muitos outros. O filme é bem arrastado, e "autoral" demais, vamos chamar assim. A questão da culpa católica já aparece aqui, e os dilemas enfrentados pelo Harvey Keitel são bem complicados. É um bom filme, mas acho que não teria paciência pra ver de novo. De niro totalmente sem noção aqui
Acho que é o primeiro filme que vejo com o Johnny Depp normal. Uma boa releitura sobre filme de gangster, misturando alguns aspectos que não podem faltar num bom filme de mafia (escutas, policiais infiltrados, festas em iates etc), com alguns outros nem tanto ( a perspectiva do Policial infiltrado, e o quanto é um serviço completamente inviável, visto o perigo que envolve). A carreira e situação decadente do Lefty causa um misto de vergonha alheia com pena. É uma boa pedida pra quem quer começar a assistir filmes de mafia, mas não tem muita noção de como as coisas funcionam nesse meio, aqui tudo está bem claro, e é quase uma aula. Pra quem já é do ramo, achei que me prendeu do início ao fim, não tem nada de muito novo, mas enriquece o gênero.
Uma grande reflexão acerca do significado da verdade. Existe mesmo uma versão oficial de qualquer coisa? Até que ponto os fatos são apenas versões distorcidas da realidade?
É o meu primeiro Kurosawa e posso dizer que agora entendo porque o diretor é tão conceituado. O dilema que mais me chamou atenção é relacionado com a dúvida dos camponeses em relação ao custo/benefício de contratar samurais. O preço mais caro não seria o arroz, e sim curvar-se diante da ordem dos sete. A chegada dos samurais na vila remete ao paradoxo de abrir mão da sua privacidade por segurança. Além de trazer a tona aspecto social, o filme é um épico que te faz realmente acreditar que você está num Japão feudal. A sabedoria do personagem do Shimura é responsável pela pureza do filme. De todos, o mais complexo e profundo é o kikuchiyo, que passa de mais odiado para preferido em algumas horas de filme.
O cenário e a atmosfera obscura da Viena pós guerra é muito bem retratada aqui. É um lugar sujo, nojento, onde você não pode confiar em ninguém e está sempre a noite. O filme trás muitas características do expressionismo alemão, e é um noir de primeira qualidade. Este é o terceiro filme que vejo com o Joseph Cotten ( Cidadão Kane e no A Sombra de Uma dúvida). Achei que ele não convenceu muito como escritor não, mas enfim. A trama é bem ritmada, e a medida que as informações vão sendo dadas, um clima investigativo vai surgindo aos poucos. Já vi gente comentando aqui, e concordo, Infelizmente, depois da aparição do Orson Welles, o desenrolar da história ficou meio desconexo e sem sentido. De qualquer forma, foi um personagem que teve algumas falas memoráveis, chegando até a mudar o rumo do filme. Não acho que tira o mérito do grande filme que é, mas não gostei muito do final.
Os Melhores Anos de Nossa Vida
4.1 83E aquela cena do Fred no cemitério de aviões no final me lembrou muito o Tuco do Três Homens em Conflito correndo ao redor das covas enquanto Ecstasy of Gold ta tocando.
Os Melhores Anos de Nossa Vida
4.1 83Se esses foram os best years of their lives, imagina os worsts.
Se Meu Apartamento Falasse
4.3 422 Assista AgoraSegunda Parceria do Lemmon + Wilder (Some like it hot), que não me decepciona. Por trás de toda comédia, The Apartment é um recado pra todos os passivos que não conseguem se libertar diante de uma situação que requer medidas drásticas. "Se você deixar, as pessoas vão te usar como degrau até não poder mais".
http://emanuellevy.com/wp-content/uploads/2013/11/the_apartment_4.jpg
A Liberdade é Azul
4.1 650 Assista AgoraA liberdade pra ela significa se desfazer de todas as memórias do ex marido?
A Igualdade é Branca
4.0 366 Assista AgoraNão sei se é algo generalizado a dificuldade de alguns diretores de finalizarem uma obra. Estava gostando muito de tudo no filme, mas parece que a partir de algum ponto depois que o Karol começou a se organizar comprando aqueles imóveis, tudo fica mais apressado pra convergir pr'aquele final. Mesmo assim gostei muito da primeira metade e da reflexão existencial, e ascensão do Karol.
Julgamento em Nuremberg
4.4 140 Assista AgoraSem dúvidas as atuações contribuíram imensamente na construção dessa obra, nem reconheci Montgomery Clift e Burt Lancaster. É essencial pra qualquer um que seja fascinado pela temática da segunda guerra mundial. Meu destaque vai, sem dúvida, para a atuação de Maximillian Schell, me identifiquei muito com o personagem do advogado, e mesmo tendo falhado na defesa dos réus, concordo quase em tudo que foi proferido pelo mesmo durante o julgamento. Gostei muito também da imparcialidade do diretor, mesmo com a condenação dos juízes, acredito que foi uma oportunidade do mundo ver de uma perspectiva alemã o que realmente foi o nazismo. Fiquei um pouco confuso com aqueles zoom-ins e closes, e também com a câmera girando em torno de quem estava falando,não entendi muito essa linguagem do diretor. De qualquer forma, vai pros meus favoritos.
As Diabólicas
4.2 208 Assista AgoraPuta que o pariu, aquela última cena é angustiante demais, chega to com um aperto no coração aqui. Angustia, insegurança, duvida e paranóia, Polanski COM certeza fez o bebê de Rosemary depois de ter visto esse filme. Agonia constante e muito mistério, gostei bastante, to com um mal estar da porra aqui ainda.
Um Lugar ao Sol
4.2 124 Assista AgoraQue lugar ao sol é esse?
A cadeira elétrica que espera o George Eastman?
O Lugar Onde Tudo Termina
3.7 857 Assista AgoraAcho que todo cinéfilo tem uma pequena queda por essa nova onda de filmes cheio de estórias entrelaçadas ( Babel, 21 Gramas, Amores Brutos, Crash - No Limite, Pulp Fiction* e outros mais que não me lembro agora.) Talvez o principal erro do diretor tenha sido o ritmo. Acho que a primeira parte cria em quem assiste expectativas de um desenvolvimento mais agitado, quando na verdade a velocidade do filme diminui. O principal mérito é ser multifacetado, reflexivo e trazer uma série de dilemas, mas achei o final um pouco fraco.
A Marca da Maldade
4.1 221 Assista AgoraFiquei um pouco confuso, 2 anos antes de sair Psicose, esse filme mostra a Janet Leigh se hospedando num local bem parecido com o Bates Motel, só faltou o Anthony Perkins ser também o louco que administrava lá. Será que não houve nada relacionado com plágio? Tirando o fato de que alguns bons atores foram sub-utilizados, como a própria Marlene Dietrich e alguns pequenos furos no roteiro, Touch of Evil é um noir filmado no estilo Cidadão Kane, de perspectivas que só o Welles poderia ter enquadrado. O dinamismo mostra a competência do diretor, a tomada inicial deve ter sido um divisor de águas na época.
Marnie, Confissões de uma Ladra
3.7 187 Assista AgoraO filme estava indo muito bem, mas parece que a partir do momento que
Rutland descobre a farsa, as coisas começam a tomar um rumo um pouco sem nexo. E depois disso, tudo fica um pouco repetitivo e cansativo.
A Mulher Faz o Homem
4.3 172 Assista AgoraJefferson Smith em Washington são os Filmes utópicos do Capra em meio aos filmes Noir. Apesar de um pouco distante da realidade (talvez uma pessoa tão "insignificante" não teria o poder de causar tanto reboliço assim, e agir com tanta independência no Senado), o filme revela um pouco sobre como os peixes grandes "Taylors" controlam tudo, principalmente através da mídia. Acho que até pra os que não entendem nada de política, como eu, é uma obra que precisa ser assistida. Se em 1939, um idealista já era considerado um cara ridículo e ingênuo, eu faço ideia hoje. James Stewart melhor que nesse, só nos filmes do Hitchcock.
Aguirre, a Cólera dos Deuses
4.1 159Ambição, Loucura, Ganância e Cegueira, todas desmedidas.
Cabo do Medo
3.8 906 Assista AgoraScorsese brinca de Alfred Hitchcock aqui. Não tenho palavras pra expressar como me senti atingido por esse filme, Max Cady representa o Horror tão falado no Apocalypse Now rs. De Niro é quase um ser onipotente, onisciente e completamente impiedoso. Aos poucos, o cerco vai se fechando e o advogado e sua família vão vivendo essa paranóia de forma cada vez mais intensa. As ameaças sutis no início vão destruindo os nervos do Bowden. A eminência de uma intervenção mais concreta por parte do Cady tira a paz de qualquer um. Cady está sempre um passo a frente de qualquer coisa que Bowden possa fazer. Cape Fear é a determinação de um psicopata em fazer um inferno na vida de uma família. Só quem já passou por ameaças, sensação de perigo eminente e coisas do tipo sabe do que Scorsese está falando.
M, o Vampiro de Dusseldorf
4.3 280 Assista AgoraVi algumas pessoas aqui comentando que acharam que o suspense durou pouco tempo e poderia ter se estendido mais. Eu diria que o suspense, com o intuito de entretenimento, ou de criar tensão diegética durante a trama é a ponta do iceberg desta grande obra. A análise e crítica social por trás desse filme é grandiosa, *Pode conter Spoilers* 1. o poder que o sensacionalismo da mídia tem de parar um país e mobilizar uma ação em busca de um culpado;alimentar essa sede de um bode expiatório, um Cristo que pague todos os pecados. 2. A culpabilidade ou imputabilidade de pacientes psiquiátricos, e até que ponto as pessoas são responsáveis por seus crimes. Como julgar quem está isento de culpa devido a desordens mentais? 3. Como as organizações criminosas desenvolvem seus próprios meios de resolver um problema, agindo como se fosse uma espécie de Estado (fazendo a lei, julgando o réu e executando-o). 4. A cena onde o governo e a mafia, em planos alternados, discutem como solucionar a situação do serial killer é genial. 5. A cena final do Julgamento faz refletir sobre onde termina o "pagar pelo que fez" e começa a sede de vingança. O monstruoso Peter Lorre, até então ODIADO com todas as forças pelo expectador, quando tem a chance de falar, e mostrar a sua perspectiva,revela que toda história tem dois lados. O expectador sai da multidão que grita CRUCIFIQUE-O, e de mansinho vai pro lado do advogado, que apela por um julgamento oficial. A fotografia, inclusão cuidadosa dos aspectos sonoros, e simbolismos do diretor (sombra do assassino no cartaz, assovio do Hall of the mountain King, os balões presos na fiação elétrica), vários planos complexos em travelling (especialmente aquele da associação dos mendigos)... tudo isso mostra uma arte que nasceu há menos de quarenta anos e já é extremamente rica em peculiaridades.
O Sétimo Selo
4.4 1,0KPra os mais burros, como eu, não é um filme fácil de ser degustado. O ritmo é lento e algumas cenas "parecem" um pouco desconexas, e até desnecessárias. Eu sei que no fundo, pra tudo que é exibido, há um simbolismo por trás, mas estaria mentindo se disser que foi uma experiência "prazerosa". Realmente, os diálogos relacionados com a temática fé são geniais, também achei importante a presença física mesmo da morte, sempre ali rondando o cavaleiro, dando ênfase ao sentimento da época, onde o medo movia tudo. Um povo traumatizado e assustado pela Igreja, que vive quase à beira da loucura. Esse filme tem uma visão bem pessimista da vida, como se viver fosse vaguear por aí enquanto o fim está te observando. A insatisfação e frustração do cavaleiro representa bem a dúvida constante do ser humano a respeito da vida após a morte, retrato perfeito do homem religioso que vive sem saber por que Deus o colocou nesse mundo cheio de doenças, maldade e insegurança.
O Escafandro e a Borboleta
4.2 1,2KÉ um filme realizado com esmero em todos os sentidos, seja na direção cuidadosa, sempre buscando a melhor maneira de posicionar a câmera de modo que nós tenhamos a sensação que somos o próprio Jean-do. No roteiro e desenvolvimento, distribuindo e organizando a cronologia da estória, e colocando cada flashback e narração em off no momento certo. É uma viagem existencial, lotada de lições, não num sentido moralista ou de auto-ajuda, mas numa conotação mais profunda. “Hoje sinto que toda minha existência foi uma cadeia de pequenos erros. Mulheres que não fui capaz de amar, chances que não pude aproveitar, momentos de felicidades que deixei escapar."
O Gabinete do Dr. Caligari
4.3 524 Assista AgoraHoje a "precariedade" (não me levem a mal), da edição, e produção, logo de cara te fazem pensar que o filme vai ser pouco inteligente. É muito interessante perceber como o cinema nessa época, uma arte tão recente, mas grande parte da sua linguagem semiótica já estava quase que sedimentada. É um daqueles filmes que você assiste e percebe de onde foi que muitos outros foram baseados. Uma obra prima do expressionismo alemão, grande reflexão sobre sanidade mental.
Caminhos Perigosos
3.6 255 Assista AgoraScorsese aqui engatinhando aqui, e principalmente "experimentando" um pouco de tudo que estaria por vir nos Goodfellas, Cassino e muitos outros. O filme é bem arrastado, e "autoral" demais, vamos chamar assim. A questão da culpa católica já aparece aqui, e os dilemas enfrentados pelo Harvey Keitel são bem complicados. É um bom filme, mas acho que não teria paciência pra ver de novo. De niro totalmente sem noção aqui
Detalhe pra cena que ele diz pro cara que pega dinheiro com todo mundo e não paga, quem é que não pensa : Caralho, agora fudeu.
Donnie Brasco
3.8 326 Assista AgoraAcho que é o primeiro filme que vejo com o Johnny Depp normal. Uma boa releitura sobre filme de gangster, misturando alguns aspectos que não podem faltar num bom filme de mafia (escutas, policiais infiltrados, festas em iates etc), com alguns outros nem tanto ( a perspectiva do Policial infiltrado, e o quanto é um serviço completamente inviável, visto o perigo que envolve). A carreira e situação decadente do Lefty causa um misto de vergonha alheia com pena. É uma boa pedida pra quem quer começar a assistir filmes de mafia, mas não tem muita noção de como as coisas funcionam nesse meio, aqui tudo está bem claro, e é quase uma aula. Pra quem já é do ramo, achei que me prendeu do início ao fim, não tem nada de muito novo, mas enriquece o gênero.
Rashomon
4.4 301 Assista AgoraUma grande reflexão acerca do significado da verdade. Existe mesmo uma versão oficial de qualquer coisa? Até que ponto os fatos são apenas versões distorcidas da realidade?
Os Sete Samurais
4.5 404É o meu primeiro Kurosawa e posso dizer que agora entendo porque o diretor é tão conceituado. O dilema que mais me chamou atenção é relacionado com a dúvida dos camponeses em relação ao custo/benefício de contratar samurais. O preço mais caro não seria o arroz, e sim curvar-se diante da ordem dos sete. A chegada dos samurais na vila remete ao paradoxo de abrir mão da sua privacidade por segurança. Além de trazer a tona aspecto social, o filme é um épico que te faz realmente acreditar que você está num Japão feudal. A sabedoria do personagem do Shimura é responsável pela pureza do filme. De todos, o mais complexo e profundo é o kikuchiyo, que passa de mais odiado para preferido em algumas horas de filme.
Bonequinha de Luxo
4.1 1,7K Assista AgoraA Fistful of Tiffany's - A Trilogia do Gato Sem Nome
O Terceiro Homem
4.2 175 Assista AgoraO cenário e a atmosfera obscura da Viena pós guerra é muito bem retratada aqui. É um lugar sujo, nojento, onde você não pode confiar em ninguém e está sempre a noite. O filme trás muitas características do expressionismo alemão, e é um noir de primeira qualidade. Este é o terceiro filme que vejo com o Joseph Cotten ( Cidadão Kane e no A Sombra de Uma dúvida). Achei que ele não convenceu muito como escritor não, mas enfim. A trama é bem ritmada, e a medida que as informações vão sendo dadas, um clima investigativo vai surgindo aos poucos. Já vi gente comentando aqui, e concordo, Infelizmente, depois da aparição do Orson Welles, o desenrolar da história ficou meio desconexo e sem sentido. De qualquer forma, foi um personagem que teve algumas falas memoráveis, chegando até a mudar o rumo do filme. Não acho que tira o mérito do grande filme que é, mas não gostei muito do final.