Se "Dançando no Escuro" tinha sido uma obra-prima de grande controvérsia de público e crítica, claro que Lars Von Trier não ia parar por aí. Que resultou em depois de bons filmes numa obra que causou uma enorme divergência com parte dos críticos e público quando estreou em 2003. Mas repara-se aos poucos que os cinéfilos e críticos rabugentos vem admirado ao longo desses anos cada vez mais o filme do talentoso nórdico, e não é à toa.
Aqui em "Dogville" Lars cria de forma brilhante um cenário estilo palco de teatro para contar a história de Grace (Nicole Kidman) e sua chegada na pequena sociedade de Dogville e a recepção. Montando a história de forma sublime, fazendo mesmo o público pensar que se trata de uma peça de teatro divido em atos (9 para ser exato). Apresentando todas as 18 personagens de forma coesa e esperta, desenvolvendo a história tão bem e de maneira certa que nem se repara as quase 3 horas de duração. Conseguindo manter uma boa dose de humor quase lírico na belíssima narrativa, conseguindo conquistar todos os nossos sentimentos de admiração e carinho por cada cidadão e pela própria Grace. Só para mais tarde destruir-los quando os cidadãos começam a mostrar seus verdadeiros dentes. Afinal a pequena vila de Dogville não é nada mais do que um retrato descarado da sociedade em que vivemos.
Talvez a melhor crítica à sociedade que o cinema moderno já teve. Lars trás temas de nosso dia-a-dia à tona ao longo do filme. Desde fofocas, falsidade e pura ignorância das crueldades à nossa volta. É quase pertubador assistir pessoas que criamos um verdadeiro afeto mostrando ser pessoas mesquinhas e egoístas. Ainda mais difícil com Grace sendo nós o público. Ser enchotado(a) por pessoas que pensamos ser nossos amigos, mas não passam de falsos aproveitadores. A ausência de paredes nas "casas" é a forma esperta de não só mostrar a falta de privacidade que nós temos com pessoas enxeridas em nossas vidas. Como também a cegueira ignorante das pessoas para ver a verdade das crueldades em nossa volta. Sem conseguir aceitar ou enfrenta-la.
O final MUITO controvérsio do filme não é nada mais nada menos do que a escolha de justiça que faríamos com a sociedade em que vivemos. Castiga-los ou simplesmente ser ingênuo e ignorar. Todos os nossos sentimentos e os de Grace estão super interligados nessa hora e tudo finaliza-se como uma boa peça sádica, um espetáculo silencioso. E torna-se ainda mais emotivo com as performances EXCELENTES de todo o elenco.
Inteligente; sádico; aterrorizante. "Dogville" não passa de outra obra-prima que Lars consegue dar quando quer. Causando sua tão preciosa controvérsia de maneira certa e simplesmente sublime. Totalmente obrigatório não só para cinéfilos mas até para seu vizinho que tu fala mal ou bem!
Graças ao excelente trabalho que Joss Whedon fez com "Os Vingadores" em 2012, só se pode imaginar a febre e a ansiedade dos fãs e dos nerds pela sua continuação "Os Vingadores – A Era de Ultron" em 2015. Mas antes disso, a Marvel vem tomado conta de assentar cada super herói em seu franchise, e com isso veio ano passado o razoável "Homem de Ferro 3" e o ótimo "Thor: O Mundo Sombrio". E esse ano com "Capitão América: O Soldado Invernal" acabamos de receber não só o melhor filme desta 2ª fase depois de Os Vingadores como possivelmente o melhor filme solo que um dos Vingadores já teve.
Vamos admitir, o primeiro filme do Capitão parecia mais ser um prelúdio de duas horas e meia para Os Vingadores. O que causou em sua personagem estar meio sem um lugar ou desenvolvimento certo em ambos os filmes. E aqui ainda vemos um pouco dessa inconsistência na personagem em partes do filme, mas é muito melhor trabalhada. De todos os heróis dos vingadores, o Capitão (Chris Evans) com certeza é o mais interessante. Um homem do passado com altos valores e ideias de liberdade e bondade, agora ter que se adaptar e enfrentar o nosso mundo moderno é história de um filme merecedor de Oscar, mas claro que não é este o caso. Mas pela primeira vez vemos isso sendo explorado de uma forma bem inteligente ao longo do filme.
Enquanto o 1º filme tinha um palco da Segunda Guerra Mundial, já aqui os novos diretores Anthony Russo e Joe Russo optam em colocar um palco de filme de espionagem e thriller político, com uma mistura perfeita de filme como "Perigo Real e Imediato" e "O Ultimato Bourne". Uma idéia interessante de explorar a visão de liberdade e valores morais do Capitão com a politica moderna, como ele diz à um ponto no filme: “Isso não é liberdade, isso é medo!”. Uma referência direta para os ataques do 11 de Setembro e o movimento militar violento que os EUA teve no mundo, uma sacada bem ousada da Marvel. Fazendo talvez aqui o seu filme mais “sério”, com verdadeiras referências a corrupção politica e as mentiras que o cercam. Ai entrando a personagem de Robert Redford, Alexander Pierce (ótimo), e a melhor contribuição de Nick Fury do Samuel L. Jackson.
Equilibrando muito bem o lado thriller-politico e ação-aventura de um normal filme da Marvel, sem nunca exagerar ou fazer uma piada estropiada como Tony Stark faria. O humor aparece de forma natural e inteligente, na maior parte nos momentos entre o Capitão e a Viúva Negra (Scarlett Johansson) e nas cenas do Falcão (Anthony Mackie). E o lado thriller-politico estilo Tom Clancy entra nas tensas e soberbas cenas de ação. Parece por vezes que é Paul Greengrass (O Ultimato Bourne, Capitão Philips) dirigindo, onde dá pra quase sentir cada soco, chute, batidas de carros voando e o épico som do escudo do Capitão só prova a mão dos irmãos Russo em cenas de ação. E grande parte delas tem a presença arrepiante do Soldado Invernal, uma máquina de destruição e morte, com certeza um dos melhores vilões do cinema Marvel. Pena que sua presença é bem pouca até o grande clímax do segundo ato, mas as reviravoltas da trama até lá compensam cada minuto.
O que temos aqui com "Capitão América: O Soldado Invernal" não é nada mais nada menos do que o melhor filme solo dos Vingadores até agora e com certeza um dos melhores que os estúdios já deram até hoje. Super inteligente e coeso em seus temas e seu lado humorístico e divertido; Personagens muito bem desenvolvidas e colocadas nesse mundo; cenas de ação de cortar a respiração para os fãs de pipocão; pura lealdade aos quadrinhos e easter-eggs para agradar aos fãs de longa data. Uma sequela digna e vai deixar qualquer um ansioso para o que a Marvel ainda tem à dar.
Se repararem, todo o diretor tem um filme pessoal em seu currículo. Aquele filme especial que sempre sonhou em fazer desde o início de sua carreira. Ingmar Bergman com O Sétimo Selo; Stanley Kubrick com 2001-Uma odisséia no espaço; Steven Spielberg com Contatos Imediatos de Terceiro Grau e Lincoln. E quem diria que o diretor de obras-primas como Pi e Requiem para um sonho teria como filme pessoal um épico baseado em um poema no qual ele escreveu na escola intitulado de “A Pomba”, que se referia à história do herói bíblico Noé.
O épico de Darren Aronofsky, apesar de estar tendo boas notas na critica e bons resultados na bilheteria, o público vem o recebido mal. Se agarram muito no fato do filme ser inspirado na história bíblica e Aronofsky não seguir quase nada dela. Mas se soltar desse pensamento e focar atenção em ver um filme sobre um homem que seguiu sua louca fé para salvar a família do fim do mundo, ai sim é a óptima forma de assistir o excelente épico que o nosso querido Aronofsky fez.
Os fãs de longa data do diretor estavam mesmo com medo desse filme pensando que Aronofsky iria fugir e ia fazer um épico pipocão de aventura e ação. E sim, em parte ele faz isso mas não deixa o seu estilo artístico para trás e traz tudo com ele! As montagens de cenas rápidas estilo PowerPoint de Pi (em duas partes apenas); a fotografia meio amarelada acinzentada de O Lutador e Cisne Negro, enfim, quase tudo o que marcou seus filmes, só que agora dentro do estilo de fantasia. Afinal o que é a história da Arca de Noé se não uma fantasia bíblica? O tratamento fantasioso que Darren faz à sua história no filme funciona, e muito bem, até fazendo a história mais credível. Ainda misturando de forma inteligente a religião e um surpreendente toque de Darwinismo. Conseguindo levantar temas como piedade, fé, bondade e maldade humana, a forma de que os humanos tratam a terra, tudo isso se refletindo de forma abstrata ao nosso mundo de hoje. Sem nunca ir para um lado religioso exagerado ou um ateísmo estropiado, balanceando ambos de uma forma muto inteligente ao longo da história com metáforas e simbolismos capazes de fazer qualquer um refletir. Nada mais do que “Darren sendo Aronofsky”.
Outra prova disso é o tratamento da personagem Noé, interpretado por Russel Crowe, como uma de suas personagens. O mesmo tratamento que suas personagens como Nina de Cisne Negro e Randy de O Lutador receberam. A de um ser humano como qualquer outro, com boas intenções mas com defeitos egoístas. Seus atos não só nos deixam confusos sobre sua personalidade e estado mental, como a sua própria família começa a vê-lo como um tirano. Uma reflexão também abstrata da ignorância religiosa sobre o que é ser um pecador e não seguir a palavra do Criador (deus). O que ajuda na nossa empatia e compaixão pela personagem é outra perfeita performance de Russel Crowe, e de todos no elenco. Anthony Hopkins como o mestre dos magos bíblico, Matusalém; Jennifer Connely, Ray Winstone, e Emma Watson na sua melhor performance até hoje! E como um pipocão o filme também fatura grande. Tanto com a história com o toque certo de ação e aventura, e ainda com ótimos níveis técnicos, fotografia, montagem, efeitos visuais que apenas falham nos “Guardiões”. Criaturas que são os culpados da grande controvérsia que o filme está tendo. Apesar de poucos saberem que eles são mencionados metaforicamente no livro de Enoque, pai de Matusalém (Anthony Hopkins) avô de Noé.
Mas talvez é quando “Darren é Aronofsky” que o filme falha. A narrativa do filme por momentos tem momentos inconsistentes quando levanta seus diversos temas. Parecendo de uma forma muito desconjuntado e até mesmo parecendo exagerada. Imaginem os diálogos rançosos e rápidos de Cisne Negro e Requiem em um filme fantasioso estilo O Senhor dos Anéis. Não é que seja uma coisa má, é diferente e por isso mesmo parece de uma forma bem esquisita, tirando um pouco do brilho filosófico do filme.
E isso infelizmente impede “Noé” de estar no nível dos excelentíssimos filmes do currículo de Aronofsky. Mas nem por isso chega a ser um filme fraco ou ruim, e sim o seu mais ambicioso até hoje. Comete erros chatos, mas é um verdadeiro épico bíblico como não se via à anos. Com qualidades tanto técnicas e de metáforas filosóficas sobre nós humanos, o talentoso diretor ainda consegue nos fazer pensar durante e depois do filme. E esperamos que ainda continue comprovando ser um dos melhores diretores trabalhando hoje, só dê uma limpada melhor na próxima vez!
Já estava mais do que na hora de Paul Greengrass entregar mais um de seus filmes. Ainda por cima depois da obra-prima dos filmes de ação e espionagem que foi O Ultimato Bourne e a brilhante e electrizante experiencia que foi Voo 93. E agora com Capitão Philips, Greengrass não só entrega outro thriller formidável, mas também a chance do lendário Tom Hanks brilhar mais uma vez na frente das câmeras.
Grenngrass parece montar o filme da mesma forma que montou Voo 93, com aquele realismo silencioso onde vemos as personagens principais pela primeira vez, ou nesse caso, a personagem. Isso é a sua maneira brilhante de dar ao público um retrato rápido e completo das personagens com que estamos lidando. E Tom Hanks puxa toda a humanidade possível as suas cenas iniciais, onde vemos um retrato perfeito da personagem. Um homem de família que se importa muito com o trabalho. Os seus diálogos iniciais no carro com a mulher e a performance perfeita de Hanks, só trazem o realismo de sua vida e do próprio filme a cada minuto.
E o que poderia ter sido um filme de Philips e sua tripulação americana contra os piratas somalianos do mal e sanguinários. Na verdade se torna um tenso jogo de xadrez armado entre dois seres humanos com seus próprios problemas. Pois, a mesma atenção que Greengrass dá à Philips no início do filme, também dá à Muse, personagem de Barkhad Abdi. Nunca indo para um lado patriótico e sim mostrando os dois lados da moeda em confronto. A primeira cena entre as duas personagens é simplesmente arrepiante, pois após meia hora de uma perseguição insana de barco pirata atrás de cargueiro de mercadorias, o combate de estratégia mental entre os dois se inicia. Tudo isso é meticulosamente bem elaborado na ótima narrativa que Billy Ray (Jogos Vorazes; Plano de Vôo) monta em seu roteiro. Que faz esse combate de diálogos e situações entre Philips e os piratas de uma forma inteligente, um sempre querendo estar um passo à frente da situação. A direção vibrante de Greengrass e a edição rápida das cenas em cima da narrativa, ajuda para montar a tensão que incresse a cada minuto do filme. Onde nós o público ficamos num grande impasse por quem torcer.
Devem pensar: “claro que é Philips, o nome dele tá no título, ora bolas!” E sim, Hanks brilha no papel como já não fazia há tempos, talvez desde O Terminal, trazendo tanta humanidade a sua personagem que é impossível não gritar ou se emocionar quando toda a sua calma e autocontrole na situação acabam. Mas Barkhad Abdi é também outro que brilha no filme. Fazendo uma performance que ao mesmo tempo é assustadora, também nos faz sentir pena por ele e a situação em que se encontra. O mais surpreendente disso tudo não é sua habilidade, e sim o fato do rapaz ser motorista de limusine em Hollywood e nunca ter atuado na vida. Não só ele, como também todos os outros atores que interpretam os piratas, todos novos no ramo de atuação.
O filme poderia ser perfeito no que pretende dar, mas falha em partes como nunca desenvolver bem as tantas personagens que aparecem no 2º ato do filme até o final, exatamente os salvadores de Philips, parecendo fazer mais uma pequena propaganda do exército americano e dos navy seals do que personagens querendo resgatar o outro. Dando também um pequeno arrastamento no meio do filme. Mas ambos problemas são desculpados, pois nesse tempo também, Greengrass foca total atenção em Philips e seus sequestradores, dando aquele sentimento angustiante de claustrofobia de Voo 93, e colocar o público exactamente em seu lugar, fazendo também do filme quase uma experiencia incessante.
Talvez não receberá o devido respeito no Oscar, mas suas indicações não foram por nada. O roteiro inteligente de Billy Ray; a direção vibrante de Paul Greengrass; as excelentes performances de seus protagonistas. Tudo isso ajuda no triunfo de um filme com imensas qualidades e uma entrada bem-vinda no género thriller e, até um ponto, biografia. Em outras palavras, Greengrass nos entregou outro filme que vai nos levar numa experiencia frenética e que irá libertar nossas emoções mais humanas, o que ele sabe fazer de melhor.
Depois do sucesso dos dois primeiros filmes, a 3ª parte dessa fantástica trilogia era inevitável. Também né? Foi filmada simultaneamente com a Parte 2, onde davam várias pistas e easter eggs para o próximo filme. E nós fans ficamos atiçados para ver a continuação depois do final arrepiante de Parte 2. Robert Zemeckis e a trupe toda não só fazem outra excelente continuação à trilogia, como também a concluem de uma maneira FANTÁSTICA!
Parte 2 foi excelente, mas precisava de uma polida melhor no roteiro. Já aqui Zemeckis e Gale consertam tudo e parece que voltam um pouco à temática do primeiro filme, onde a ficção cientifica tinha um papel quase secundário. Ainda por cima com o género Western entrando de uma forma brilhante na história, já que Zemeckis e Gale são fanáticos por filmes de velho-oeste estilo Ford, Wayne, e claro, Leone e Eastwood (“my name is Eastwood, Clint Eastwood”). Criando uma narrativa inteligente e divertida, claro que não superior ao primeiro filme mas no mesmo nível de entretenimento. E conserta também alguns dos vários buracos que o 2º filme deixou e finalmente explorando muito melhor a amizade de Marty e Dr. Brown, dando um ÓTIMO desenvolvimento de personagem em ambos. Ainda por cima com a entrada da personagem Clara Clayton (Mary Steenburgen), a nova atração amorosa de Dr. Emmett, o que faz Marty assumir as rédeas da maturidade e da voz da razão do filme. E também adicionar um pouco daquela boa dose de comédia romântica sem nunca estragar nada.
Mas o filme tem seus erros chatinhos. Como por exemplo ter uma temática tão interessante como o de conhecer nossos antepassados. O que acontece com Marty, conhecendo seu tatara-tatara-tatara avô Seamus McFly. Mas nunca é bem explorada ao longo da narrativa, o que poderia ter sido muito interessante e cómico no filme. Tirando isso, o filme é quase perfeito e no mesmo nível que o primeiro filme, apenas alguns passos atrás disso com inconvenientes no roteiro.
Tirando eles, tudo nos conformes. A direção de Zemeckis como sempre vibrante, e aqui dá referências aos filmes Western com ângulos épicos e dramáticos com uma excelente fotografia e a épica e inesquecível perseguição do trem no final do filme. E claro, o elenco brilhando como sempre, desde Michael J. Fox com um Marty mais maduro e Christopher Lloyd mostrando pela primeira vez na trilogia mais do lado humano de Dr. Brown e de sua amizade entre McFly. E o Biff de Thomas F. Wilson sempre estando lá para nos fazer rir e gritar.
Não o melhor da trilogia, mas com certeza o mais mágico e o meu favorito dos três. Zemeckis e Gale fecham todo o ciclo que iniciaram da forma mais perfeita e épica possível, deixando fãs satisfeitos. Bate saudade e claramente não irá haver uma Parte 4 e um remake só daqui uns 30 anos. Até lá, saudades dessas personagens nunca irá passar, e essa trilogia maravilhosa sempre estará marcada na história do cinema quanto no meu coração!
Depois do enorme sucesso de critica e bilheteria que foi o magnifico “De Volta Para o Futuro”, claro que a Universal iria querer fazer uma continuação (razões económicas sempre a frente). E Robert Zemeckis após ter tido seu trabalho reconhecido e ter feito outros excelentes filmes depois, como “Uma Cilada para Roger Rabbit”, claro que iria voltar com seu amigo Bob Gale e o elenco inesquecível do primeiro filme para realizar uma das melhores (e esnobadas) continuações que um filme pode ter.
Foi um trabalho difícil realizar essa continuação, ainda por cima depois do perfeito final que o 1º filme teve. Mas Zemeckis fez um trabalho INCRÍVEL em remontar a cena final, detalhe por detalhe, entregando a intro de Parte 2. MAS o problema do filme não é a remontagem de uma continuação, mas sim a história. No primeiro filme, Gale e Zemeckis escreveram a história com tanta simplicidade e doçura, tanto que o roteiro foi indicado a um Oscar. O roteiro aqui, é bom, mesmo bom. Traz novas idéias e conceitos sobre a viajem no tempo como a teoria das realidades alternativas, algo super interessante e explorado de uma forma inteligente e em partes assustadora no filme. Mas é elaborada de uma forma tão apressada para entregar Parte 3 (que foi filmada simultaneamente) que a mágica da narrativa sai.
Isso o impede de se igualar ao primeiro filme, mas nada se perde graças a direcção vibrante de Zemeckis e o elenco que continua fantástico como sempre. Zemeckis recria mais uma vez os fantásticos cenários de Hill Valey num futuro tão……utópico (2015 com carros e skates voadores???) E o trabalho fantástico que faz no 2º ato do filme, onde vemos McFly e Dr. Emmett voltando à 1955, vendo os seus “eus” e os acontecimentos do 1º filme numa “perspectiva por detrás dos palcos”. Dirigida e montada de uma forma FANTÁSTICA.
E claro, o elenco continua estupendamente divertido em seus papéis. Christopher Lloyd sem mais elogios meus que já foram muitos no primeiro filme e aqui mais uma vez. Aqui vão para Michael J. Fox que em uma inesquecível cena interpreta o seu “eu” mais velho, seu filho e sua filha, interagindo em uma só cena. E também para Thomas F. Wilson para que continua interpretando o inesquecível bully Biff, agora triplicamente mais maldoso e impossível de não amar.
Claro que Parte 2 não supera a obra que o 1º filme é, mas continua inteligente; hilário; divertido como sempre. Graças à direção de Zemeckis e o elenco mais uma vez formidável. E conclui o filme nos dando uma vontade imediata de querer assistir o muito superior Parte 3.
Um projeto como qualquer outro que teve suas dificuldades de ser criado (produção, orçamento, elenco), mas quando passou pelas mãos de Steven Spielberg na produção, e trouxeram o queridinho da TV Michael J. Fox para o elenco, Robert Zemeckis e Bob Gale transformaram esse projeto num clássico que marcou não só o cinema, mas toda uma geração, e até hoje o faz (falando por experiência própria). Mas para vocês que estranhamente marcam "Não quero Ver" só porque não gostam de filmes antigos ou não gostam do género de ficção cientifica, não se preocupem, "De Volta para o Futuro" é atemporal e MUITO mais do que ficção cientifica.
Robert Zemeckis e Bob Gale não só montaram uma história com viajem no tempo no meio, e sim uma história sobre nós, jovens. O que ambos fazem, é montar na história conceitos e questões que todos nós tivemos quando mais jovens, que nem saber como nossos pais na nossa idade (exatamente a trama do filme). E fazem numa narrativa extremamente bem escrita no QUASE-PERFEITO roteiro. Onde essas ideias vem de uma forma tão natural e "elegante", e tudo flui perfeitamente (a perfeita edição e montagem ajudam nisso). Mas nada fica chato, onde ambos roteiristas encontram espaço para colocar um humor adolescente e adulto tão inteligente e bem misturado, sem nunca ficar bobo e apenas aumenta o nosso amor ainda mais pelas personagens. Dando um uso inteligente de comédias adolescentes dos anos 80 e ideias cientificas de viajem no tempo (praticamente usada como adereço de cena).
Mas não é só na história que essas ideias são bem demonstradas, mas também nos belos cenários que Zemeckis montou na história. Fazendo um trabalho incrível em montando a cidade de Hill Valley (a cidade de Marty e Dr. Brown) no presente e no passado de uma forma tão bem detalhada. E também uma bela maquiagem que faz adolescentes parecerem adultos. Nos casos de Lea Thompson e Crispin Glover, que interpretam ambos suas versões jovens e adultas como pais de Marty McFly. E também caso de Thomas F. Wilson interpretando o inesquecível "bully" da cidade, Biff Tannem, ambas versões jovem e adulta.
E é óbvio que em uma história com e sobre personagens tem que puxar performances excelentes de seu elenco. Mas não puxa, eles a entregam naturalmente! Lea Thompson; Crispin Glover; Thomas F. Wilson. Todos excelentes, mas os astros do espetáculo são a dupla Michael J. Fox e Christopher Lloyd. Ambos dominam a tela com sua incrível química. Cada um com um desenvolvimento de personagem incrível (ainda por cima depois nas continuações), mas pena que sua amizade nunca é bem explorada, apenas aparecem como amigos do início ao fim e pronto.
Mas “De Volta Para o Futuro” é um filme, que apesar de pequeníssimos erros, é perfeito pois acerta em tudo em que pretende retratar. Funciona como uma aventura; um filme inteligente de ficção cientifica; uma comédia romântica HILÁRIA; um filme sobre nós. Isso tudo graças ao quase-perfeito roteiro de Bog Gale e Robert Zemeckis e o elenco luxuoso, que não só fez desse filme um clássico dos 80 e iniciou uma das melhores trilogias já feitas, mas também como uma obra-prima atemporal do cinema!
A parceria entre o mestre Martin Scorsese e o talentoso Leonardo Di Caprio vem trazido excelentes trabalhos, um deles que garantiu a Scorsese a sua primeira estatueta do Oscar em Os Infiltrados (2006) após 20 anos de uma gloriosa carreira. Mas o auge da parceria apenas chegaria esse ano quando o roteirirsta Terence Winter adaptasse a biografia do desviador de dinheiro de Wall Street, Jordan Belfort, do livro que o próprio Belfort escreveu. Um trabalho que Di Caprio estava à espera de fazer já algum tempo, e queria, claro, que Scorsese dirigisse, e acabaram fazendo talvez o melhor filme dessa parceria até hoje
Os fãs de Scorsese podem deduzir logo pelo título, que o filme vai ser uma aula detalhada sobre como funciona os negócios de Wall Street, que nem ele deu para a máfia Italiana (Bons Companheiros – 1990) e para o negócio dos cassinos de Las Vegas (Cassino – 1995). E os 15 minutos iniciais do filme são exatamente direcionados para isso, onde vemos um jovem Belfort na casa dos 24 anos, trabalhando como um simples contador, onde conhece seu chefe Mark Hanna, interpretado por Matthew McConaughey. Uma aparição curta, mas importantíssima para a trama, onde Mark ensina rapidamente para Jordan que em Wall Street não se convence o cliente a investir o dinheiro em ações e dividir os lucros com ele, e sim coloca-los no seu próprio bolso. Logo após a empresa falir, Jordan já tem o ensinamento necessário para construir sua própria Babilônia.
E assim começa a história da evolução de um homem até o seu apogeu e sua queda, uma coisa que Scorsese já sabe fazer à decadas. Claro que alguns poderão ver aqui elementos de seus clássicos "Cassino", "Bons Companheiros" e "Touro Indomável" ou até mesmo "Scarface" de Brian de Palma. E vamos admitir, é o que ele faz de melhor. Mas para além de uma história de um homem, o que mais "O Lobo de Wall Street" tem a mostrar ao público? Uma crítica à Wall Street? Uma crítica ao atos de Belfort? Talvez tudo isso e mais. E eles venhem com o tema principal do filme: O Excesso.
Mas que tipo de excesso? O das drogas; mulheres; loucuras? Na verdade, é o que está por detrás de todos eles, o dinheiro. Belfort quando viu o quanto era fácil extorquir dinheiro, ele se tornou um louco ganancioso, querendo mais e mais, e com ele os prazeres humanos. E é aí onde o filme supreende, em ser completamente hilário. O humor do filme não é usado para tentar ser uma comédia negra, e sim a maneira inteligente de Terence Winter e Scorsese para mostrar o ridículo de toda a situação. Belfort e seus companheiros extrapolam ao nível do ridículo e exagerado quando começam a receber suas fortunas. Ficando cada personagem como uma demonstração quase primitiva do ser humano. Indo de contratar stripers para o trabalho à cheirar cocaína no traseiro de mulheres (sim, a controvérsia com o público será inevitável). Sem nunca por um momento vanglorizar os atos de Belfort (que por acaso adorou o filme e pensa em fazer um talk-show com o mesmo título do filme), e sim o contrário, mostrando sua estúpida auto-estima gananciosa em soberbos monólogos. Mas, como é um filme de Scorsese, é quase impossível não torcer pela personagem de Belfort e seus aliados, graças às fantásticas performances do elenco de luxo.
Logo de cara, a amizade entre Di Caprio e Jonah Hill lembra, e muito, a quimica de Robert De Niro e Joe Pesci. Claro que não melhor, mas ambos Jonah Hill e Di Caprio são carismáticos o suficiente para convencer em seus papéis, tanto no lado humorado, como também no dramático. E ambos entregam (talvez) a melhor performance de suas carreiras. Mas não só ambos que brilham, como também Rob Reiner, interpretando o hilário e nervoso pai de Belfort. E Margot Robbie, a esposa de Belfort, que lembra muito a Ginger McKenna (personagem de Sharon Stone em Cassino). A semelhança que todos têm, é de roubar totalmente suas cenas.
Três horas de corrupção; sexo; drogas e cenas absurdamente hilárias. Que graças ao excelente roteiro e a perfeita montagem da antiga parceira de Scorsese, Thelma Schoonmaker, tudo flui de maneira fantástica. Onde nenhuma cena se sente desnecessária ou arrastada, onde todo o humor e absurdos servem para a filosofia do filme. E qual é ela? A simples demonstração de quanto um ser humano pode alcançar o seu nível primitivo e de decadência graças a sua alta ganância, e as ilusões que criam à si mesmos. O filme mais longo, engraçado, controvérsio de Scorsese, em outras palavras, mais uma obra-prima em seu glorioso currículo.
Os irmãos Wachowski provaram seu imenso talento e grande inteligência com a obra-prima “Matrix”, mas depois descarrilharam feio em suas continuações (que não foram más). Mas depois voltaram a provar isso como roteiristas em “V de Vingança”, mas aí voltaram a ficar com má fama com “Speed Racer” (……). A carreira dos dois irmãos vem sido uma montanha Russa, tendo seus altos e baixos, e “A Viajem” é o topo mais alto e o mais ambicioso que ambos já alcançaram, e dessa vez com a ajuda do diretor-roteirista Tom Tykwer! O filme foi SUPER ESNOBADO quando estreou e infelizmente é até hoje. E parece que as criticas, ou melhor, acusações feitas contra ao filme é devido ao fato de ser MUITO CONFUSO…….. desculpe dizer, mas isso não é nenhuma desculpa. Filmes como “2001-Uma odisseia no espaço”; “Blade Runner”; “Apocalypse Now”; “Clube de Luta”; “Árvore da vida”, foram acusados de confuso e foi mal aceito pelo público na época, mas claro que “A Viajem” não chega aos seus pés, mas sua ambição e ideias são desafiadoras!
Se os Irmãos tinham levantado dilemas e elementos religiosos, com teorias cientificas e filosóficas na trilogia “Matrix”, e dilemas sobre a justiça e a politica global em “V de Vingança”. Aqui, no seu MELHOR roteiro junto com Tom Tykwer, os três são leais ao espirito e tema da obra de David Mitchell (livro onde o filme foi inspirado, que infelizmente ainda não foi lançado no Brasil), levantando temas como a reencarnação (a vida depois da outra) e como as ações de um individuo, boas ou más, podem ter consequências em suas futuras vidas e afetar a outros indivíduos, diretamente ou indiretamente. Tudo isso é muito bem construído nas 6 narrativas das 6 histórias completamente diferentes, todas elas com géneros distintos indo de um drama de época, a uma comédia negra, a uma ficção cientifica e a um mundo pós-apocalíptico.
Os três talentosos roteiristas amarram tudo muito bem, e a conexão entre as diferentes histórias é montada de uma forma inteligentíssima, mas claro que não podiam de deixar de ser originais. Ao mesmo tempo que são fiéis ao espirito do livro, eles levantam seus próprios temas nas histórias como: o carma; fé; destino; religião; a subjugação humana. Esses temas são tratados de uma forma compreensível tanto num lado religioso ou ateu, ou apenas humano. Tudo construído de uma forma bem simples nos soberbos diálogos, fazendo cada uma das histórias parecendo minifilmes, todos empacotados em um. ~ Mas como eu disse, não é nada perfeito. O problema do filme está exatamente em concluir cada uma das histórias da maneira correta. Todas são tão bem desenvolvidas ao longo da narrativa e nos deixa investidos de verdade nela, mas quando cada uma alcança seu clímax perfeitamente, elas se apressam muito para finalizar.
O final das histórias deixam um pouco a desejar, mas não a direção ESPETACULAR de seus diretores. Como as histórias tem tons e géneros diferentes requer-se uma direção bem variada, e os dois mosqueteiros e mosqueteira entregam isso dá melhor forma possível. E se o roteiro já é ambicioso levantando várias ideias e dilemas diversos, a direção do filme é de deixar qualquer um boquiaberto. Incrível como conseguem dar ângulos tão calmos em um diálogo dramático, um ritmo frenético numa cena de ação, e uma escala IMPRESSIONANTE em seus magníficos cenários. Não é só na direção em que os níveis técnicos do filme surpreende mas, atrevo a dizer, praticamente em tudo. Os Wachowski provaram muito bem em “Matrix” que níveis técnicos com qualidade podem ajudar numa história bem escrita (excepto em “Speed Racer”). A Fotografia; efeitos visuais; a perfeita montagem e edição; tudo ajuda a montar a narrativa e a história de suas personagens.
E claro, várias histórias com diversas personagens totalmente diferentes mas com os mesmos atores, requer performances bem competentes de seu elenco…..e recebemos EXTRAORDINÁRIAS. Todos, repito, TODOS no elenco fazem um trabalho fenomenal em suas performances, cada um interpretando personagens diferentes em histórias diferentes com papéis (principais e secundários) sempre divergindo, com todos tendo destaques importantes na história. E aqui também entra outro nível técnico importantíssimo na história, a INCRÍVEL maquiagem. Que, literalmente, transforma homens em mulheres (e vice-versa); negros em brancos (também em vice-versa); em novinhos em velhinhos (sim, também em vice-versa).
Talvez “A Viajem” um dia ganhe o respeito e a atenção merecida, do que foi pela maioria do público de hoje. Dizer que é confuso ou até pretensioso é a simples preguiça mental que alguém deve ter para prestar atenção e entender o que o filme está querendo tentar lhe dizer. E a vocês que dizem, “eu entendi, mas mesmo assim a história é fraca e a mensagem melosa), talvez sua mente seja triste e fraca para perceber o que é necessário. E qual é a mensagem desse filme? Através de um roteiro soberbo, direção extravagante, excelentes performances, níveis técnicos assustadores (no bom sentindo), entregam uma história ambiciosa que tenta nos dizer que todos os nossos atos em vida moldam nosso futuro. Não importa o quão simples ou grande, terá consequências de alguma forma. E que todos nós não devemos viver uma vida covardemente, seguindo uma só lei natural, sem tentar dar um falso passo, nós moldamos o nosso próprio futuro, e que temos que molda-lo com amor, esperança e fé.
Fazer um filme solo sobre o Wolverine era quase uma obrigatoriedade, tudo por culpa de Hugh Jackman, mas de uma maneira positiva. Quero dizer, anos atrás quando ele foi anunciado para o papel de Wolverine no “X-Men” todos fizeram cara feia e o esnobaram. Um ator de musical Australiano para interpretar um dos melhores super-heróis da Marvel??? E todos fizeram papel de bobo quando Jackam DETONOU em seu papel e hoje é o único ator capaz de interpretar seu papel com tanta ferocidade e humanidade, e fez seu personagem não só um ícone no mundo dos super-heróis mas também no próprio cinema.
A performance de Jackman foi tão boa que ele quase se tornava a personagem principal no meio de tantas outras igualmente importantes na saga X-Men, e quando a trilogia acabou, o seu filme solo era inevitável. “Origens” veio e foi…….bem, vocês sabem. E para a Fox redimir o estrago e Jackman recuperar a confiança de seus fãs outro filme foi planejado, e iria se basear no (talvez) melhor quadrinho do “Wolverine”. E para isso o esnobado diretor James Mangold se interessou em fazer parte desse mundo de super-heróis e ofereceu seus trabalhos na direção e chamou junto o competente roteirista Scott Frank (Minority Report e Irresistível Paixão) e o mediano Mark Bomback (Duro de Matar 4), para trazerem a vida um dos melhores quadrinhos já feitos.
O filme foi bem aceito nos EUA, tanto pela critica e pelo público, já aqui no Brasil foi mais ou menos. Talvez por ser totalmente diferente de qualquer filme de super heróis já feito. Mangold e os roteiristas montam a história num ritmo bem calmo e pacifico, que para alguns pode ser chato mas é a maneira esperta de ficar leal aos elementos do quadrinho no qual o filme é baseado. A lealdade nos acontecimentos e em algumas personagens é…….zero, mas consegue trazer os elementos de honra familiar e a paz interior da cultura japonesa. No quadrinho, Logan lutava contra a família de Mariko para provar seu amor por ela, tendo que aprender os conceitos de honra, lealdade e paz interior. No filme ele luta contra seus monstros interiores para encontrar a sua própria paz…..isso por acaso soa bem mais interessante. Os roteiristas fazem um ótimo trabalho nesse aspecto trazendo todos esses elementos de honra, lealdade e paz nos bons momentos diálogos do filme, sendo bem leais ao espirito do quadrinho. Principalmente quando montam a relação de Logan e Mariko muito bem, dando uma chance dele parar de fugir do passado e esquecer da morte de Jean, sendo mais precisamente uma continuação da trilogia do que um filme solo.
Claro que não é nenhum filme perfeito, e sofre com um sério problema de encher de personagens e não desenvolve-las, Logan e Mariko a parte. Mas personagens como samurai branco e a vilão (que parece mais uma poison ivy da marvel-que não existe), que parece que estão ali……só por estarem ali. As personagens pouco desenvolvidas são um sério problema, mas James Mangold salva o filme com excelentes cenas de ação muito bem dirigidas e uma boa montagem na história.
Um filme de super-heróis bem diferente do normal. Não é o melhor filme X-men mas finalmente fizeram o “perfeito” filme solo do Wolverine (sangue aqui não falta), estabelecendo seu lugar certo na saga. Graças a um bom roteiro que é fiel ao espirito dos quadrinhos e outra ótima direção de Mangold. Se vocês são fãs da saga X-Men ou de filmes em geral, aqui está este para vocês.
P.S: A cena pós créditos é de deixar água na boca!
O grandioso mestre Hitchcock era (e é) conhecido por colocar em seus filmes diversos tipos de géneros em seus filmes, drama-comédia-romance sempre cheio com o seu suspense e estudo humano. Tudo isso resultava na maioria das vezes em clássicas e majestosas obras do cinema. Aqui, em “Intriga Internacional”, temos tudo isso e se não fosse por “Psicose” essa obra-prima esnobada seria sua clássica obra-prima!
Hitchcock foi o primeiro diretor a colocar um certo realismo em suas personagens e situações em histórias incrivelmente criativas, e isso é “Intriga Internacional”. O mestre começa o filme como se fosse um dia como qualquer outro na vida do empresário Roger O. Thornhill (Cary Grant) na frenética Wall Street, saindo de uma reunião indo para a outra com a sua secretária no seu pé. E se sua vida já não fosse frenética nesse dia, o resto do filme vai ser para o coitado um furacão de mentiras e acontecimentos que vai leva-lo à volta do país numa luta por sua vida. Não é todo o dia que você é confundido com um informante comunista.
A história é bem confusa quando nos deparamos com ela no início (ou por lendo a sinopse). Hitchcock sempre deu um nó legal em nossas cabeças em (de verdade) todas as histórias de seus filmes, mas esse era seu toque de mestre. Colocar histórias MUITO inteligentes, puxando quase obrigatoriamente a atenção do público, as deixando (SEMPRE) se desenvolver muito bem e as deixavam divertidas até o fim. Um desses casos é principalmente aqui em “Intriga” com seu ritmo rápido e frenético. O roteirista Ernest Lehman faz um trabalho formidável em nos colocar de verdade no lugar de Roger e sua luta pela vida à volta da América. Criando a perfeita narrativa Hitchcockiana mostrando verdadeiras reações e sentimentos humanos em uma situação dessa, mas conseguindo misturar perfeitamente comédia, drama e mais tarde romance quando Eve (Eva Marie Saint) aparece no caminho de Roger.
A própria história desse filme, serviu (e serve até hoje) como inspiração a trocentos filmes de ação-aventura (na maioria filmes fracos e maus), e não é à toa. “Intriga” foi o mais próximo que Hitchcock chegou em fazer um filme de acção, a clássica e MAGNIFICA cena do ataque do avião no milharal é a prova disso, como a excitante e arrepiante perseguição final no monte Rushmore. Todas filmadas EXCELENTEMENTE (bem, isso é dizer pouco para a direcção de Hitchcock), sempre com o ritmo frenético e cheio do suspense roedor de unhas que o mestre sempre põe em suas obras.
Cary Grant, participando pela última vez com Hitchcock, continua como sempre formidável brincando de atuar. Sempre com aquele seu modo de falar cavalheiro e pouco sínico, levantando os sentimentos humanos com expressões perfeitas e verdadeiras, fazendo a gente esquecer de Grant e ver ali Roger fugindo de um lado para o outro, merecedor de qualquer prémio. Conseguindo também demonstrar uma soberba química com a DESLUMBRANTE Eva Marie Saint, que também brilha em todas as suas cenas.
“Intriga Internacional” é uma obra-prima clássica do cinema. Uma demonstração perfeita do grande e majestoso génio de Hitchcock em cada minuto do filme, que traz junto um roteiro soberbo e extravagantes performances do elenco (principalmente suas personagens principais). Infelizmente hoje em dia, é um daqueles clássicos em que as pessoas apontam como um filme sobrevalorizado e o caramba. Só digo, achar qualquer filme de Hitchcock sobrevalorizado (antes de Psicose) é pecado cinematográfico.
Muitos filmes têm seus próprios elementos, muitos desses elementos são copiados por outros diretores em outros filmes, podendo fazer bem ou mal. E o famoso (e claro, talentoso) diretor Guy Ritchie se inspira no magnifico género gangster que o mestre Quentin Tarantino montou em “Pulp Fiction” e inicia sua trilogia de Ouro. Primeiro com o EXCELENTE “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” e agora em “Snatch – Porcos e Diamantes”.
“Pulp Fiction” de Tarantino é muito conhecido pelo seu hilário-inteligente humor negro, os diálogos ágeis e personagens criativas e interessantes. Ritchie em sua obra-prima “Dois Canos Fumegantes” deu uma grande atenção no hilário-inteligente humor negro e suas personagens interessantes. E aqui, Ritchie pega tudo do pacote e coloca outro “clássico” em sua carreira. “Snatch” pode ser considerado a versão mais leve de “Pulp Fiction”, só que com mais personagens e mais humor. Mas Ritchie controla todos os elementos muito bem, sendo original ao mesmo tempo. Todas as suas personagens são SUPER criativas e muito bem desenvolvidas ao longo da soberba narrativa que Ritchie construiu no roteiro supimpa. Logo pela introdução já gravamos metade dos nomes e os acompanhamos nessa louca e selvagem aventura.
O filme segue uma linha de tempo só e direta, mas por momentos Ritchie pega um pouco da atemporalidade de capítulos de “Pulp Fiction” e um pouco daquela linha de acontecimentos diversos com diferentes personagens e a conexão entre eles, em outras palavras as coincidências da vida de uma forma insana e louca. Tudo acompanhado com a ESTILOSA direção de Ritchie, com um uso fantástico de camera lenta soberba e fotografia com um tom cinza e sujo em todas as fantásticas cenas. Mas Ritchie comete o erro que “Dois Canos Fumegantes” quase cometeu.
Ritchie é um diretor super talentoso, já mostrou isso em todos os seus filmes sempre com uma direção super estilosa, mas sempre falhou em dar mais estilo do que substância. Exatamente o grande problema de “Snatch”, que mesmo com personagens INTERESSANTISSIMAS e ótimos diálogos nas humoradas ocasiões, a substância da história é quase seca. Quero dizer, a história é fácil de se entender e acompanhar, mas o seu fundo se sente meio seco e sua mensagem de ganância e o próprio bem querer é imperceptível com as ocasiões humoradas acontecendo uma atrás da outra com uma incrível pressa.
“Snatch” é sem sombra de dúvida um dos melhores filmes de Ritchie. Mesmo com uma história quase seca e tema imperceptível, o filme nos dá um ótimo roteiro inteligente e humorado cheio de personagens originais e criativas, todas com EXCELENTES performances (se bem que Jason Statham tava o mesmo de sempre), e uma estilosa direção de Guy Ritchie. Em outras palavras, “Snatch” é um filme de gangster ULTRA-DIVERTIDO e inteligente que todos que o verem e o entenderem de verdade vão ver o seu brilhantismo.
Que nem “Os Vingadores” do ano passado, “Círculo de Fogo” levantou e ressuscitou o espirito Nerd e o crianção de qualquer adolescente ou jovem adulto que cresceu assistindo Power Rangers e qualquer anime de monstros Japonês, e claro Godzilla. Juntando todos os clichés possíveis e fazendo um dos maiores filmes PIPOCÃO já feitos, mas também um dos mais irritantes e divertidos ao mesmo tempo.
Del Toro é nerd, ele já deixou isso MUITO claro nos ótimos “Hellboy”. E claro, que aqui ele está brincando com o seu génio nerd e sua arte cinematográfica fazendo o filme que vai fazer meninos de até aos 12 anos aclamarem como o melhor filme já feito, e jovens adultos nerds mijarem nas calças como não o faziam há décadas quando assistiam Power Rangers e Godzilla na televisão, mas eu já mencionei isso. Del Toro nesse aspecto controla isso tudo como um verdadeiro mestre, pegando nos clichés e faz o uso perfeito de cada um sem nunca exagerar. Afinal o objectivo de Del Toro é dar ao público combates épicos entre robôs e monstros gigantescos, e recebemos isso na melhor maneira possível, com coisas irritantes no meio.
Filmes Pipocão mostraram ao longo dos anos que podiam ter uma imensa qualidade, não só em efeitos visuais e as partes técnicas, e sim na sua história e personagens. Olhem filmes como “Jurassic Park”, “Os Vingadores”, “Piratas do Caribe: A Maldição do Perola negra”. Pipocões do início ao fim mas tinham roteiros bem coesos e ótimas performances em suas personagens bem desenvolvidas. “Circulo de Fogo” por acaso tem sim uma história muito boa, por detrás das origens dos monstros e como o mundo deve se unir para derrotar uma ameaça, só que infelizmente é mal desenvolvida ao longo de toda a ação. E a personagem principal, aquela em que nós o público temos que torcer e se preocupar, tem uma performance forçada de Charlie Hunnam (tentando esconder o sotaque britânico), pena ver isso de um ator que já se mostrou ser muito bom, e sua personagem em nenhum momento tem desenvolvimento algum. Ele e outros que montam a equipe táctica controladores de robôs, os Russos que controlam o mais antigo robô e os 3 japoneses que controlam o robô de 3 braços, nem quase falam uma palavra ao longo do filme e são mencionados várias vezes como importantes. Mas outras personagens como a Mako (Rinko Kituchi) e o general Stacker (Idris Elba) são personagens MUITO bem desenvolvidas ao longo da “história” e dividem as melhores cenas do filme, tirando as cenas de ação claro.
Falando em cenas de ação, é onde há o ponto FOD# do filme, e o motivo pelo qual milhares de moleques e jovens adulto foram ver. Del Toro parece dar um toque de Peter Jackson em suas cenas de luta (não é a toa que o chamam de Peter Jackson latino), com pequeníssimos detalhes em lutas GIGANTESCAS (pessoas correndo e televisões voando) e super bem dirigidas, mas todas TÃO curtas. Tirando isso, Del Toro também cria um mundo gigante em seu filme, parecendo um mundo pós-apocalíptico cheio de elemento dos mangás de monstros. Ah, os monstros. Alguns parecem copiados um do outro, mas todos SUPER criativos, afinal estamos falando do criador dos monstros do “Labirinto do Fauno” e “Hellboy”.
“Báááááá, quem se importa com a história? Tamo aqui pra ver monstro lutando robô gigante”. É isso que vocês que estão lendo devem estar pensando e os críticos que pensaram (72% no RottenTomatoes.com, já viram?!). Devem estar certo, e eu enganado, mas uma coisa certa, “Círculo de Fogo” é um Pipocão DIVERTIDISSIMO com os vários elementos de nossa infância de Power Rangers e animes Japoneses. Mas peca em nos dar algumas personagens e história melhor estruturadas!
Quem diria que seria necessário à Spielberg se juntar ao mestre Peter Jackson e o talentoso Edgar Wright para não só fazer a primeira adaptação da magnífica obra de Hergé para o grande ecrã, mas como também fazer seu primeiro filme de animação e mostrar que ainda consegue fazer filmes EXTREMAMENTE divertidos. Ele disse numa entrevista que apenas ouviu falar de “Tintim” lendo uma crítica francesa sobre seu filme “Caçadores da Arca Perdida” em 1981, no qual comparavam as aventuras de Indiana Jones com as aventuras de Tintim. Spielberg após conhecer o próprio Hergé pessoalmente e terem conversado sobre a possível adaptação. O mestre procurou desde então fazer a melhor adaptação possível e após conhecer um colega de trabalho chamado Peter Jackson, ele encontrou.
Esse filme é a melhor união de diferentes artes de diretores diferentes em anos. Spielberg e Jackson fazem um trabalho espetacular na adaptação, ressuscitando o espirito dos quadrinhos de “Tintim” para a telona. Cada um traz consigo suas diferentes técnicas e as juntam perfeitamente: Spielberg traz sua direção ágil e habilidade de fazer uma história de aventura ULTRA divertida e cheio de sua mágica. E Jackson traz sua talentosa equipe técnica (que trabalhou com ele na trilogia “Senhor dos anéis” e no seu “King Kong”) para trazer vida ao mundo de Hergé. O que ajuda no resultado do filme é o fato de ter um bando de nerds trabalhando nele. Spielberg começou a ler todos os quadrinhos já na idade adulta mas Jackson cresceu lendo eles. E se Jackson já tinha feito uma das melhores adaptações de livro para filme com “O Senhor dos Anéis”, claro que ele iria ajudar Spielberg a fazer sua primeira adaptação de quadrinhos da maneira mais leal à obra de Hergé, então porque não chamar os roteiristas Steven Moffat (da série Doctor Who e Sherlock) e o talentoso (e nerd) Edgar Wright para ajudar.
O roteiro do filme é ÓTIMO. E também é outra junção de artes diferentes: Moffat pega nas histórias dos três famosos quadrinhos de “Tintim” (O Caranguejo das Tenazes de Ouro; O Segredo de Licorne ou Unicórnio; O Tesouro de Rackham), juntando as três histórias perfeitamente e sendo super leais aos quadrinhos, conseguindo montar os diálogos rápidos e inteligentes que Hergé sempre colocou em sua obra; Edgar Wright traz de sua parte aquele seu humor inglês bobo-inteligente que por acaso funciona muito bem nas ocasiões e borradas que Tintim e Milu se metem e na hilária dupla dos policiais Dupond e Dupont. Infelizmente o roteiro tende à dar um pequeno “exagero intelectual” na história em algumas partes de dialogo, tirando um pouco da vibra e mágica do filme, mas que se resolve e desenvolve muito bem ao longo da aventura.
Um pouco da vibra da história se perde na intelectualidade de seus roteiristas, mas nada se perde quando se trata de diversão com Spielberg. A decisão de fazer um filme animado ao invés de atores foi a decisão mais certa que ele e Jackson tiveram. Atores e cenários normais tiraria a mágica que Hergé montou ao longo dos anos, e ainda por cima teriam que achar um perfeito adestrador de cães para adestrar um perfeito Milu. Mas peraí, Jackson criou demónios e Orcs, porque não um cachorrinho?! Pela primeira vez fazendo um filme de animação, Spielberg não desaponta em sua direcção é MAGNIFICA em todas as cenas com cenas de ação de cortar a respiração e que nunca ficam cansativas e sim mais excitantes. E claro que a equipe de Jackson ajuda nisso, recriando o mundo de Hergé para o cinema de uma maneira LINDA. Animação, efeitos sonoros, fotografia, efeitos visuais, seria exagero dizer que na parte técnica tudo é perfeito?! Não sei, mas é, perfeito em todos os detalhes!
E o elenco ajuda? Claro que sim, todos fazem um excelente trabalho de atuação vocal, desde Jamie Bell como Tintim, à Simon Pegg e Nick Frost (outra influência de Edgar Wright) como a dupla Dupond e Dupont, e claro Daniel Craig como o cruel vilão Rackham. Mas quem se sobressaí é (obviamente) Andy Serkis como o inesquecível Capitão Haddock.
Esse filme talvez seja uma das melhores animações já feitas. Com uma história (mesmo sendo um pouco exagerada intelectualmente) é bem desenvolvida e leal à obra de Hergé, junto com atuações vocais EXCELENTES de todo o elenco. Peter Jackson não só prova ser (talvez) um dos melhores diretores dos últimos tempos como também ajudou Spielberg a fazer seu primeiro filme animado junto com a sua primeira adaptação de quadrinhos, e também mostrar o diretor magnifico que consegue ser. Quem sabe um dia esse filme SUPER esnobado na bilheteria ganhe seu devido respeito no futuro.
Depois do EXCELENTE “Maldição do Perola negra” e do seu imenso sucesso de bilheteria e até de critica claro que a Disney iria querer fazer sua sequela, e director Gore Verbinski prometeu o 2º e o 3º filme maiores e melhores…..e não foi bem o que aconteceu.
O que era tão bom no 1º filme é que tentava ser pura diversão e entretenimento e nada mais do que isso e surpreendeu com uma excelente direcção e um coeso roteiro com soberbas performances de Johnny Depp e Geofrey Rush. E em “Baú da Morte” têm tudo isso, diversão e entretenimento garantidos, e poderia até superar o 1º filme se não fosse pelo roteiro bagunçado de Ted Elliot e Terry Rossio.
Ambos os roteiristas devem pensar que fazer um bom roteiro é colocar diálogos bem escritos ao longo da história, mas não, um roteiro tem que ser coeso com a história e as suas personagens deixando ambos sempre juntos ao longo da história e os diálogos aparecem naturalmente ao decorrer da narrativa. Os diálogos aqui nunca ficam chatos e são sim bem fluidos, mas nenhum de verdade está bem relacionado e coeso com as personagens e a história, que ao início parece ser simples mas depois de tantas explicações intermináveis começa a ficar complicada. Os roteiristas exageraram tanto na dose de explicações e esquecem de suas personagens ao longo da história, cada um com uma imensa falta de aprofundamento e desenvolvimento. O roteiro não erra é em ainda adicionar muito bem as lendas piratas na história como o monstro mitológico marinho, o Kraken. E o lendário navio amaldiçoado, o “Flying Dutchman”. Sem nunca faltar o bom humor inteligente na história.
Mas nada está perdido. Mesmo com o roteiro sem uma certa coesão na história, Gore Verbinski entrega outra formidável direcção. Dando mais espetaculares cenas de acção, desde a épica e divertida batalha na ilha do baú ao combate final contra o Kraken. Junto com efeitos visuais FANTÁSTICOS para dar vida ao monstro marinho como à tripulação do “Flying Dutchman” (que recebe bem pouca atenção do que a tripulação do perola negra teve no 1º filme).
“O Baú da Morte” para alguns é o melhor filme da franquia, e tem TUDO para ser. Fantástica direcção; efeitos visuais deslumbrantes; diversão e risos garantidos do início ao fim. Só peca feio num roteiro cheio de explicação e sem nenhuma coesão com a história e suas personagens. Mas deixa um bom intervalo e te deixa ansioso para o bem superior 3º filme.
Foi aqui que o filme escabulhou um pouco, copiando a mesma fórmula mas dando pouquíssimas novidades, ficando parecido mais um “A Hora do Rush” no passado. O que salva de verdade o filme é mais uma vez a excelente química entre Jackie Chan e Olwen Wilson que continua engraçadíssima causando muitos risos durante o filme. E as ótimas cenas de acção, mas que infelizmente se sentem repetidas demais. Mas pronto, se você gostou do 1º vão com certeza gostar dele, se não então assistam “A Hora do Rush 1 e 2”.
Usual e cliché? Sim, mas tudo funciona muito bem. O filme sabe o que é e não tenta ser mais do que pura diversão com broomance entre suas personagens principais. O filme supreende com uma fotografia belissima em todas as cenas, principalmente nas de ação. Junto com uma excelente quimica entre Jackie Chan e Owen Wilson que garantem risos do início ao fim sem parar. Em outras palavras, o filme é metade velho-oeste, metade filme samurai, metade “A hora do Rush”, metade comédia. Tudo junto funciona e entrega um filme DIVERTIDISSIMO que vai fazer rir e pular da cadeira à cada 5 segundos!
“Ah….não passa de uma simples comédia misturada com drama. Bom e nada mais!”. Sim, três reis é uma comédia que é misturada com drama, mas consegue ser muito mais do que isso. E consegue ser talvez o filme MAIS menosprezado de David O’Russel! “Três Reis” é sim uma soberba sátira sobre a guerra do Golfo. E graças ao ÓTIMO roteiro de O’Russel não só consegue misturar um humor HILÁRIO na história, mas faz uma perfeita mistura com Drama sem nunca ficar exagerado em nenhum momento.
Pode-se quase dizer que esse filme é a versão leve de “Apocalypse Now”. Pronto, guerras diferentes, mas usam quase as mesmas técnicas. Aqui O’Russel usa a mesma tática que Coppola usou em “Apocalyspse”. Ao mesmo tempo que diz as suas origens (da guerra), ele explora a guerra em questão para criticar a influência do capitalismo americano, não só na guerra em questão mas em todos os problemas e guerras do mundo, o criticando ao longo do filme com vários elementos tanto humorados como dramáticos.
Mas é aí que está a excelente narrativa que O’Russel montou. O humor e o drama são muito bem dosados juntos e bem usados em suas situações. Humor para mostrar a estupidez da “causa” americana na guerra do golfo e dos estúpidos discurssos capitalistas de Bush, e também claro, fazer piada da situação dos soldados não terem feito nada lá para além de uma guerra petrolifera. O drama já é para mostrar as consequências dessas situações, tanto no povo Iraniano mas também com os próprios soldados que foram ordenanos a baixar armas e ver civis sendo mortos, tudo de uma maneira bem tocante e realista sem nunca por um momento ficar enfadonho, graças também as ótimas performances de todos no elenco (principalmente Clooney e Spike Jonze).
E junto, O’Russel também com uma excelente direção váriavel na história indo de comédia negra, à filme de estrada-aventura, à drama trágico e junto com fantásticos elementos de filme de ação desde tiro em camera lenta à explosões Michael Bayianas.
“Três Reis” é uma pequena e simples sátira que dá um retrato perfeito da guerra do golfo e do capitalismo ganancioso americano em cima dela e também de várias situações ao redor do mundo. Mantendo um ótimo nivel de entretenimento com humor inteligente; drama tocante; ação de cortar o folego. Em outras palavras, um filme que te vai fazer rir, talvez chorar e pensar!
- O filme que não só pôs Nicole Kidman e Ewan McGregor no mapa do cinema moderno, mas também redefiniu o genero musical no cinema para sempre.
Antes desse filme, o genero musical seguia sempre uma base igual aos filmes da Disney. Tinha uma bela história dentro do filme, e que por vários momentos tinha musicas para construir a história em um nível emocional e divertido. E esse é um dos motivos que “Moulin Rouge” dividiu (e talvez ainda divida) o gosto do público. Pois o filme foca mais atenção na música do que a história em si. Mas graças a Baz Lurhmann, o filme inteiro é uma experiencia fantástica.
Baz Lurhmann em (talvez) o seu melhor filme até hoje, traz uma nova força e qualidade ao genero musical. Trazendo os melhores elementos de musicais de opera e teatro em musicas brilhantemente escritas. Conseguindo misturar músicas conteporaneas com diferentes estilos musicais. Um exemplo disso é a música “Roxanne” dos The Police que foi posta no filme como um belissimo e épico tango.
E é por isso que Moulin Rouge é considerado o melhor musical já feito. Vai direto em nos dar músicas atrás de musicas magnificas e que nos dá vontade de ouvi-las repetidas vezes. Mas a história aguenta o peso da MAGNIFICA trilha sonora? Claro que sim e Lurhmann com seu amigo Craig Pearce no roteiro enchem a cliché história romantica com um lirismo poetico e musical fabuloso. E usar como palco o cabaré francês Moulin Rouge, é um golpe genial e certo de fazer um expetáculo. Cheio de humor e momentos mesmo emocionante, se bem que em momentos se sente apressada e quase sem uma boa coesão na música, mas a mensagem final do amor é belissima.
“Moulin Rouge” é a melhor mistura musical em anos. Musicas belissimas que nos dão vontade de ouvi-las várias vezes. Junto com uma história, mesmo sendo meio sem coesão com as músicas, é poética e divertida. Cheia de performances fantásticas de todos no elenco (principalmente, claro, Nicole Kidman e Ewan McGregor). Tudo isso faz de Moulin Rouge uma experiencia fantástica que ou você vai amar ou não!
2011 foi o ano das homenagens ao cinema. Martin Scorsese com “Hugo” (homenagem à George Mélies e os primeiros filmes da história) e Michael Hazanavicius com “O Artista” (homenagem ao cinema mudo com uma sátira de sua transição ao cinema com áudio, cheio de elementos de Chaplin). E o novato e famoso J.J. Abrams, com o seu primeiro projecto pessoal, faz uma homenagem à 3 clássicos de Spielberg (“E.T.”, “Contatos Imediatos” e os “Gonnies”), mas também a própria infância cinematográfica. Muitos consideram “Super 8” como a simples maneira que J.J. Abrams fez para homenagear seu ídolo Steven Spielberg. Bem, isso é claro, com uma história que mistura (MUITO BEM) elementos de “E.T” e “Contatos imediatos” com um toque de “Goonies”. Sim, “Super 8” é isso mas muito mais!
Antes de partir para o “muito mais”, vamos aos elementos muito bem misturados pelo próprio Abrams no roteiro. Ele consegue criar um ambiente bem azulado, sombrio e divertido que “Contatos” e “E.T.” têm em comum. Tendo aquele ar misterioso na história, fazendo o público ficar intrigado e preso na tela e fazer a mesma pergunta: “o que raio tá acontecendo?” (elemento de “Contatos”). Junto com o toque da amizade jovem dos “Gonnies” com diferentes personalidades, todas relacionáveis e reais. E de “E.T” é o sub-tema do filme, em outras palavras, um segundo tema na história que só aparece perto do final e que conquista o nosso coração, e a bela homenagem a nossa infância.
Mas o que Abrams faz de verdade, e que o público nunca se forçou a ver, é mostrar como se tornar um director de verdade. Os gonnies do filme, são um bando de cinéfilos mirins. Diretores como Spielberg e Abrams faziam filmes com cameras Super 8 com os amigos, e começaram suas carreiras assim, de um modo simples e pequeno, e hoje são aplaudidos e considerados génios (o que são).
“Super 8” têm tudo para ser um filme excelente, mas o que tira a sua mágica e nosso amor total pelo filme, é sua fluição que se sente muito apressada. Abrams devia ter dado mais tempo nas cenas com as personagens e nos diálogos, para deixa-los fluir melhor e nos relacionarmos melhor com as personagens e a história. Mas a pressa do filme é irritante.
O que nos faz se relacionar com as personagens e nos faz segui-las até o final do filme são as performances FANTÁSTICAS. Nenhum adulto em particular, todos razoáveis, mas as crianças, estão todas (mais uma vez) fantásticas. Todos novatos no ramo de atuação, e fazem um trabalho mais do que satisfatório.
Como eu disse, o filme tem tudo para ser um filmaço. Mas a pressa que Abrams teve na história é irritante e tira a mágica de “Super 8”, mas nada está perdido. Graças as fantásticas performances e a excelente direção de Abrams e uma história (mesmo sendo apressada) nos mostra a mágica da infância, dá arrepios com calafrios, e uma bela lição de vida. O que não gostar e favoritar?!
É por isso que eu digo que Spielberg é o melhor diretor de todos os tempos (e lá vão pessoas não curtir só por eu ter dito isso). O cara já fez filme de ação; guerra; drama; comédia; ficção cientifica; familia. E agora faz um drama-comédia da sociedade negra???!!! EITA!
Filmes como "Cor Purpura" que falam da sociedade negra, aqueles onde a maioria dos brancos são cruéis e racistas com os negros sofrendo em suas mãos (tipo filmes do Spike Lee), são geralmente dirigidos por diretores de raça negra por conseguirem talvez capturar os generos do tema (linguagem e caracteristicas) e os sofrimentos racistas. Spielberg é judeu magricelo e narigudo que faz um trabalho mais do que satisfatório no tema.
A história do filme não só serve para contar da vida sofrida de Cellie (Whoopi Goldberg) desde a adolescência a idade adulta nas mãos de seu cruel marido Albert (Danny Glover) e a separação de sua amada irmã Nettie. E sim, que nem no livro em que o filme foi inspirado), serve como um retrato da época da grande opressão que os negros tinham, tanto nas mãos dos brancos como entre eles mesmos. Tanto no lado religioso e no lado familiar, se bem que ambos se mostram perfeitamente juntos ao longo da história.
Cada uma das personagens é uma demonstração desses temas: -A personagem de Sofia (Oprah Winfrey) uma mulher madura e mandona, que quando se casa com o filho de Albert, começa a levar pancadas de seu marido em exigência de respeito que mais tarde a deixa violenta e a leva agredir um branco, levando-a assim a um grande sofrimento - a representação das consequencias do machismo (que tambêm podem ser vistas na personagem de Cellie); -A personagem de Shug Avery (Margaret Avery) uma cantora de bar e amante que foi banida de sua familia e perdeu o amor de seu pai, um pastor de igreja.
O único problema que eu posso ter com esse filme é a relevancia das personagens secundárias na história de Cellie, que por alguns momentos tem pequenas falhas de ligação, mas seus temas sempre são muito bem demonstrados. Mas esse problema é exatamente Spielberg estar em constante movimento de suas zonas de conforto, mas que nunca desaponta. Dando ao filme outra luxuosa direção com uma fotografia simplesmente belissima, enchendo o filme com aquela sua mágica dramática e humorada.
Incluindo uma das mais belas cenas musicais que já vi em um filme!
"A Cor Purpura" se fosse necessário ser descrito em uma palavra é LINDO. Um filme que não só provou a grande competência de Spielberg como diretor de diversos generos, mas que trouxe uma das mais belas histórias já contadas (e menosprezadas) em um filme, e que de extra trouxe Whoopi Goldberg e Oprah Winfrey à vida artistica.
Um filme feito por um Nerd para os Nerds; cheio de elementos e referencias nerds; que apenas nerds vão compreender e gostar, e outros vão completamente esnobar? Sim, mais muito mais do que isso! Como mencionei, "Scott Pilgrim" é considerado um filme nerd, que foi totalmente esnobado na época e é até hoje. E muitos acham que apenas nerds vão conseguir aprecia-lo e compreende-lo. Eu não sou Nerd, e literalmente AMEI o filme.
-"Scott Pilgrim" é uma enorme sátira sobre o que é ser Nerd e um jovem adulto. Edgar Wright consegue mostrar isso com o uso certo de clichés de filmes adolescentes americanos e referencias de videogames e quadrinhos, juntos com o seu hilário senso de humor. Mas tirando isso, o que há de tão especial em "Scott Pilgrim" para além de risos e entretenimento?! -Todos os temas que o filme aborda, são dilemas verdadeiros que nós adolescentes ou jovens adultos sempre enfrentaram e enfrentam. Desde a rejeição e menosprezamento, que mais tarde nós próprios usariamos. No caso de Scott é namorar no inicio uma adolescente de 17 anos, mas não por sentir interesse e sim mais por carência tanto sexual como de aparências. Reparamos em vários momentos que a adolescencia de Scott foi sofrida e cheio de rejeição, quando ele tinha finalmente arranjado uma namorada ela o largou com um garoto mais velho. E agora que ele é adulto, usa a mesma técnica que o fez sofrer, até que conhece Ramona.
Na parte onde se inicia a relação de Scott com Ramona e o confronto dos sete ex-namorados começa, é quando muitos começam a acusar que é onde o filme começa a ficar bobo e exagerado com o cliché do nerd ter que enfrentar os bullys para ficar com a garota. Sim, em parte é, mas cada namorado que Scott enfrenta são demonstrações de vários tipos de pessoas que nós adolescentes sempre enfrentamos desde: a cruel populariade; o cruel egocentrismo; a arrogancia; a inveja; e as falsas aparencias e qualidades. Ver um nerd enfrentando essas pessoas que sempre nos fizeram sofrer, mesmo sendo de um geito amalucado ao estilo duelo de videogame, para conquistar o amor de nossas vidas é simplesmente épico.
Mas não é só a história muito bem construida humoramente e emocionalmente em que Edgar Wright nos supreende, mas tambem em sua deslumbrante e amalucada direção. Com efeitos visuais e fotografia belissima trabalhando junto perfeitamente em todas as cenas do filme, especialmente nas épicas batalhas dos namorados. Enchendo o filme de referências de Matrix; Dragonball; Star Wars; VÁRIOS jogos de fliperama.
Edgar Wright com esse filme continua provando cada vez mais ser um diretor-roterista muito promissor. Desde uma direção deslumbrante e amalucada com uma história que vai nos fazer rir gargalhadas e brincar com nossas emoções mesmo voce não sendo um nerd. E sim ter enfrentado, ou estar enfrentando a adolescência e a busca por amor!
Filmes de boxe sempre foram quase os mesmos desde "Rocky". Sempre abordando o lado humano dos boxeadores e por muitas vezes questões familiares. E o que "O Vencedor" faz para ser tão especial nesse genero? Talvez tudo e mais alguma coisa. O filme explora quase os mesmos elementos que Eastwood explorou em "Menina de Ouro", das questões familiares, se bem que aqui (em minha opinião) faz melhor.
"O Vencedor" na verdade é um dos poucos filmes de boxe que são baseados em fatos reais, e um dos únicos que consegue faze-lo bem (incluindo a obra-prima de "Touro Indomavel"). Os roteristas Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson não só conseguem ser "leais" a história real, mas conseguem montar a sua realidade no filme. Com isso quero dizer, que todas as personagens do filme são tão bem construidas com um excelente realismo e humanidade, fazendo a gente se sentir não assistino um filme de boxe, e sim gente como nós enfrentando seus problemas.
E o que ajuda a soberba narrativa fluir são as deslumbrantes performances de todo o elenco. A grande base de filmes de boxe são as performances de suas personagens, para fazer nós nos importarmos de verdade e torcer por elas, uma coisa que não falta aqui. Falar de Christian Bale a esse ponto é desnecessário, todos sabem a devoção monstruosa que ele dá a sua personagem levando seu Oscar merecidamente. O mesmo me refiro a Amy Adams e Mellisa Leo que estão simplesmente deslumbrantes. Mas não vejo ninguém mencionando Mark Wahlberg, que está mais uma vez fantástico provando ser um ator MUITO promissor, infelizmente as deslumbrantes performances do resto do elenco cobrem seu brilho.
O filme é previsivel? Sim. Tem os mesmos clichés? Sim. Mas a maneira que eles são explorados é a grande força de "O Vencedor". Graças a um ótimo roteiro que montou personagens tão humanas, cada um com performances deslumbrantes sendo muito dificil não torcer por cada um, dentro e fora do ringue. "O Vencedor" é um dos melhores filmes de boxe, de esporte, de drama que alguem verá na sua vida!
Esse filme era planejado MUITO antes do Arnold ser famoso, muito antes do "Exterminador do Futuro" ou "Predador". Uma empresa falia e a outra comprava, os diretores não gostavam do final achando impossível de se fazer. Dez anos e se passaram e então o próprio Schwarzenegger comprou os direitos do filme e chamou o diretor de "Robocop", o holandês Paul Verhoeven para dirigir esse clássico.
"O Vingador do futuro" na época era considerado um simples filme de ação como qualquer outro. Mas supreende com uma imensa qualidade tanto de efeitos visuais a um ótimo roteiro. O que Verhoeven faz junto com os roteristas (incluindo Dan O'Bannon do clássico "Alien") é montar o filme como um normal filme de ação, cheio de perseguições de carro e cenas de ação fod#s, com um pouco de senso de aventura. Onde o filme mostra sua força é na história brilhante por trás do filme, tendo temas como as realidades mentais que nós montamos a nós próprios, e teorias de um sonho dentro de outro (não, não é "A Origem"). Nos fazendo ao longo da história a mesma pergunta, o que é real ou não?
Acho que os dialogos deviam ser mais bem trabalhados, ou talvez a falta de expressividade da performance do Arnold. Mas em todos os momentos eles funcionam, dando arrepios nos nossos cerebros. Mas não é só a inteligente narrativa que nos prende, e sim a direção de Verhoeven, usando o mesmo estilo que ele fez em "Robocop" com cenas de ação sangrentas e super divertidissima. E consegue dar em vários momentos, referencias ao mundo pobre e vandalo americano, com referencias sexuais e de pobreza.
Um clássico que de ficção cientifica que não só supreendeu com seus efeitos visuais fantásticos, mas tambem por que ao mesmo tempo que consegue ser um filme de ação violeto e divertidissimo, consegue ser muito inteligente e emocionante a um ponto. Um filme que vai te dar arrepios tanto no corpo como no cerebro.
Dogville
4.3 2,0K Assista AgoraSe "Dançando no Escuro" tinha sido uma obra-prima de grande controvérsia de público e crítica, claro que Lars Von Trier não ia parar por aí. Que resultou em depois de bons filmes numa obra que causou uma enorme divergência com parte dos críticos e público quando estreou em 2003. Mas repara-se aos poucos que os cinéfilos e críticos rabugentos vem admirado ao longo desses anos cada vez mais o filme do talentoso nórdico, e não é à toa.
Aqui em "Dogville" Lars cria de forma brilhante um cenário estilo palco de teatro para contar a história de Grace (Nicole Kidman) e sua chegada na pequena sociedade de Dogville e a recepção. Montando a história de forma sublime, fazendo mesmo o público pensar que se trata de uma peça de teatro divido em atos (9 para ser exato). Apresentando todas as 18 personagens de forma coesa e esperta, desenvolvendo a história tão bem e de maneira certa que nem se repara as quase 3 horas de duração.
Conseguindo manter uma boa dose de humor quase lírico na belíssima narrativa, conseguindo conquistar todos os nossos sentimentos de admiração e carinho por cada cidadão e pela própria Grace. Só para mais tarde destruir-los quando os cidadãos começam a mostrar seus verdadeiros dentes. Afinal a pequena vila de Dogville não é nada mais do que um retrato descarado da sociedade em que vivemos.
Talvez a melhor crítica à sociedade que o cinema moderno já teve. Lars trás temas de nosso dia-a-dia à tona ao longo do filme. Desde fofocas, falsidade e pura ignorância das crueldades à nossa volta. É quase pertubador assistir pessoas que criamos um verdadeiro afeto mostrando ser pessoas mesquinhas e egoístas. Ainda mais difícil com
Grace sendo nós o público. Ser enchotado(a) por pessoas que pensamos ser nossos amigos, mas não passam de falsos aproveitadores.
A ausência de paredes nas "casas" é a forma esperta de não só mostrar a falta de privacidade que nós temos com pessoas enxeridas em nossas vidas. Como também a cegueira ignorante das pessoas para ver a verdade das crueldades em nossa volta. Sem conseguir aceitar ou enfrenta-la.
O final MUITO controvérsio do filme não é nada mais nada menos do que a escolha de justiça que faríamos com a sociedade em que vivemos. Castiga-los ou simplesmente ser ingênuo e ignorar. Todos os nossos sentimentos e os de Grace estão super interligados nessa hora e tudo finaliza-se como uma boa peça sádica, um espetáculo silencioso. E torna-se ainda mais emotivo com as performances EXCELENTES de todo o elenco.
Inteligente; sádico; aterrorizante. "Dogville" não passa de outra obra-prima que Lars consegue dar quando quer. Causando sua tão preciosa controvérsia de maneira certa e simplesmente sublime. Totalmente obrigatório não só para cinéfilos mas até para seu vizinho que tu fala mal ou bem!
Capitão América 2: O Soldado Invernal
4.0 2,6K Assista AgoraGraças ao excelente trabalho que Joss Whedon fez com "Os Vingadores" em 2012, só se pode imaginar a febre e a ansiedade dos fãs e dos nerds pela sua continuação "Os Vingadores – A Era de Ultron" em 2015. Mas antes disso, a Marvel vem tomado conta de assentar cada super herói em seu franchise, e com isso veio ano passado o razoável "Homem de Ferro 3" e o ótimo "Thor: O Mundo Sombrio". E esse ano com "Capitão América: O Soldado Invernal" acabamos de receber não só o melhor filme desta 2ª fase depois de Os Vingadores como possivelmente o melhor filme solo que um dos Vingadores já teve.
Vamos admitir, o primeiro filme do Capitão parecia mais ser um prelúdio de duas horas e meia para Os Vingadores. O que causou em sua personagem estar meio sem um lugar ou desenvolvimento certo em ambos os filmes. E aqui ainda vemos um pouco dessa inconsistência na personagem em partes do filme, mas é muito melhor trabalhada. De todos os heróis dos vingadores, o Capitão (Chris Evans) com certeza é o mais interessante. Um homem do passado com altos valores e ideias de liberdade e bondade, agora ter que se adaptar e enfrentar o nosso mundo moderno é história de um filme merecedor de Oscar, mas claro que não é este o caso. Mas pela primeira vez vemos isso sendo explorado de uma forma bem inteligente ao longo do filme.
Enquanto o 1º filme tinha um palco da Segunda Guerra Mundial, já aqui os novos diretores Anthony Russo e Joe Russo optam em colocar um palco de filme de espionagem e thriller político, com uma mistura perfeita de filme como "Perigo Real e Imediato" e "O Ultimato Bourne". Uma idéia interessante de explorar a visão de liberdade e valores morais do Capitão com a politica moderna, como ele diz à um ponto no filme: “Isso não é liberdade, isso é medo!”. Uma referência direta para os ataques do 11 de Setembro e o movimento militar violento que os EUA teve no mundo, uma sacada bem ousada da Marvel. Fazendo talvez aqui o seu filme mais “sério”, com verdadeiras referências a corrupção politica e as mentiras que o cercam. Ai entrando a personagem de Robert Redford, Alexander Pierce (ótimo), e a melhor contribuição de Nick Fury do Samuel L. Jackson.
Equilibrando muito bem o lado thriller-politico e ação-aventura de um normal filme da Marvel, sem nunca exagerar ou fazer uma piada estropiada como Tony Stark faria. O humor aparece de forma natural e inteligente, na maior parte nos momentos entre o Capitão e a Viúva Negra (Scarlett Johansson) e nas cenas do Falcão (Anthony Mackie). E o lado thriller-politico estilo Tom Clancy entra nas tensas e soberbas cenas de ação. Parece por vezes que é Paul Greengrass (O Ultimato Bourne, Capitão Philips) dirigindo, onde dá pra quase sentir cada soco, chute, batidas de carros voando e o épico som do escudo do Capitão só prova a mão dos irmãos Russo em cenas de ação. E grande parte delas tem a presença arrepiante do Soldado Invernal, uma máquina de destruição e morte, com certeza um dos melhores vilões do cinema Marvel. Pena que sua presença é bem pouca até o grande clímax do segundo ato, mas as reviravoltas da trama até lá compensam cada minuto.
O que temos aqui com "Capitão América: O Soldado Invernal" não é nada mais nada menos do que o melhor filme solo dos Vingadores até agora e com certeza um dos melhores que os estúdios já deram até hoje. Super inteligente e coeso em seus temas e seu lado humorístico e divertido; Personagens muito bem desenvolvidas e colocadas nesse mundo; cenas de ação de cortar a respiração para os fãs de pipocão; pura lealdade aos quadrinhos e easter-eggs para agradar aos fãs de longa data. Uma sequela digna e vai deixar qualquer um ansioso para o que a Marvel ainda tem à dar.
Noé
3.0 2,6K Assista AgoraSe repararem, todo o diretor tem um filme pessoal em seu currículo. Aquele filme especial que sempre sonhou em fazer desde o início de sua carreira. Ingmar Bergman com O Sétimo Selo; Stanley Kubrick com 2001-Uma odisséia no espaço; Steven Spielberg com Contatos Imediatos de Terceiro Grau e Lincoln. E quem diria que o diretor de obras-primas como Pi e Requiem para um sonho teria como filme pessoal um épico baseado em um poema no qual ele escreveu na escola intitulado de “A Pomba”, que se referia à história do herói bíblico Noé.
O épico de Darren Aronofsky, apesar de estar tendo boas notas na critica e bons resultados na bilheteria, o público vem o recebido mal. Se agarram muito no fato do filme ser inspirado na história bíblica e Aronofsky não seguir quase nada dela. Mas se soltar desse pensamento e focar atenção em ver um filme sobre um homem que seguiu sua louca fé para salvar a família do fim do mundo, ai sim é a óptima forma de assistir o excelente épico que o nosso querido Aronofsky fez.
Os fãs de longa data do diretor estavam mesmo com medo desse filme pensando que Aronofsky iria fugir e ia fazer um épico pipocão de aventura e ação. E sim, em parte ele faz isso mas não deixa o seu estilo artístico para trás e traz tudo com ele! As montagens de cenas rápidas estilo PowerPoint de Pi (em duas partes apenas); a fotografia meio amarelada acinzentada de O Lutador e Cisne Negro, enfim, quase tudo o que marcou seus filmes, só que agora dentro do estilo de fantasia. Afinal o que é a história da Arca de Noé se não uma fantasia bíblica? O tratamento fantasioso que Darren faz à sua história no filme funciona, e muito bem, até fazendo a história mais credível. Ainda misturando de forma inteligente a religião e um surpreendente toque de Darwinismo. Conseguindo levantar temas como piedade, fé, bondade e maldade humana, a forma de que os humanos tratam a terra, tudo isso se refletindo de forma abstrata ao nosso mundo de hoje. Sem nunca ir para um lado religioso exagerado ou um ateísmo estropiado, balanceando ambos de uma forma muto inteligente ao longo da história com metáforas e simbolismos capazes de fazer qualquer um refletir. Nada mais do que “Darren sendo Aronofsky”.
Outra prova disso é o tratamento da personagem Noé, interpretado por Russel Crowe, como uma de suas personagens. O mesmo tratamento que suas personagens como Nina de Cisne Negro e Randy de O Lutador receberam. A de um ser humano como qualquer outro, com boas intenções mas com defeitos egoístas. Seus atos não só nos deixam confusos sobre sua personalidade e estado mental, como a sua própria família começa a vê-lo como um tirano. Uma reflexão também abstrata da ignorância religiosa sobre o que é ser um pecador e não seguir a palavra do Criador (deus). O que ajuda na nossa empatia e compaixão pela personagem é outra perfeita performance de Russel Crowe, e de todos no elenco. Anthony Hopkins como o mestre dos magos bíblico, Matusalém; Jennifer Connely, Ray Winstone, e Emma Watson na sua melhor performance até hoje!
E como um pipocão o filme também fatura grande. Tanto com a história com o toque certo de ação e aventura, e ainda com ótimos níveis técnicos, fotografia, montagem, efeitos visuais que apenas falham nos “Guardiões”. Criaturas que são os culpados da grande controvérsia que o filme está tendo. Apesar de poucos saberem que eles são mencionados metaforicamente no livro de Enoque, pai de Matusalém (Anthony Hopkins) avô de Noé.
Mas talvez é quando “Darren é Aronofsky” que o filme falha. A narrativa do filme por momentos tem momentos inconsistentes quando levanta seus diversos temas. Parecendo de uma forma muito desconjuntado e até mesmo parecendo exagerada. Imaginem os diálogos rançosos e rápidos de Cisne Negro e Requiem em um filme fantasioso estilo O Senhor dos Anéis. Não é que seja uma coisa má, é diferente e por isso mesmo parece de uma forma bem esquisita, tirando um pouco do brilho filosófico do filme.
E isso infelizmente impede “Noé” de estar no nível dos excelentíssimos filmes do currículo de Aronofsky. Mas nem por isso chega a ser um filme fraco ou ruim, e sim o seu mais ambicioso até hoje. Comete erros chatos, mas é um verdadeiro épico bíblico como não se via à anos. Com qualidades tanto técnicas e de metáforas filosóficas sobre nós humanos, o talentoso diretor ainda consegue nos fazer pensar durante e depois do filme. E esperamos que ainda continue comprovando ser um dos melhores diretores trabalhando hoje, só dê uma limpada melhor na próxima vez!
Capitão Phillips
4.0 1,6K Assista AgoraJá estava mais do que na hora de Paul Greengrass entregar mais um de seus filmes. Ainda por cima depois da obra-prima dos filmes de ação e espionagem que foi O Ultimato Bourne e a brilhante e electrizante experiencia que foi Voo 93. E agora com Capitão Philips, Greengrass não só entrega outro thriller formidável, mas também a chance do lendário Tom Hanks brilhar mais uma vez na frente das câmeras.
Grenngrass parece montar o filme da mesma forma que montou Voo 93, com aquele realismo silencioso onde vemos as personagens principais pela primeira vez, ou nesse caso, a personagem. Isso é a sua maneira brilhante de dar ao público um retrato rápido e completo das personagens com que estamos lidando. E Tom Hanks puxa toda a humanidade possível as suas cenas iniciais, onde vemos um retrato perfeito da personagem. Um homem de família que se importa muito com o trabalho. Os seus diálogos iniciais no carro com a mulher e a performance perfeita de Hanks, só trazem o realismo de sua vida e do próprio filme a cada minuto.
E o que poderia ter sido um filme de Philips e sua tripulação americana contra os piratas somalianos do mal e sanguinários. Na verdade se torna um tenso jogo de xadrez armado entre dois seres humanos com seus próprios problemas. Pois, a mesma atenção que Greengrass dá à Philips no início do filme, também dá à Muse, personagem de Barkhad Abdi. Nunca indo para um lado patriótico e sim mostrando os dois lados da moeda em confronto. A primeira cena entre as duas personagens é simplesmente arrepiante, pois após meia hora de uma perseguição insana de barco pirata atrás de cargueiro de mercadorias, o combate de estratégia mental entre os dois se inicia.
Tudo isso é meticulosamente bem elaborado na ótima narrativa que Billy Ray (Jogos Vorazes; Plano de Vôo) monta em seu roteiro. Que faz esse combate de diálogos e situações entre Philips e os piratas de uma forma inteligente, um sempre querendo estar um passo à frente da situação. A direção vibrante de Greengrass e a edição rápida das cenas em cima da narrativa, ajuda para montar a tensão que incresse a cada minuto do filme. Onde nós o público ficamos num grande impasse por quem torcer.
Devem pensar: “claro que é Philips, o nome dele tá no título, ora bolas!” E sim, Hanks brilha no papel como já não fazia há tempos, talvez desde O Terminal, trazendo tanta humanidade a sua personagem que é impossível não gritar ou se emocionar quando toda a sua calma e autocontrole na situação acabam. Mas Barkhad Abdi é também outro que brilha no filme. Fazendo uma performance que ao mesmo tempo é assustadora, também nos faz sentir pena por ele e a situação em que se encontra. O mais surpreendente disso tudo não é sua habilidade, e sim o fato do rapaz ser motorista de limusine em Hollywood e nunca ter atuado na vida. Não só ele, como também todos os outros atores que interpretam os piratas, todos novos no ramo de atuação.
O filme poderia ser perfeito no que pretende dar, mas falha em partes como nunca desenvolver bem as tantas personagens que aparecem no 2º ato do filme até o final, exatamente os salvadores de Philips, parecendo fazer mais uma pequena propaganda do exército americano e dos navy seals do que personagens querendo resgatar o outro. Dando também um pequeno arrastamento no meio do filme. Mas ambos problemas são desculpados, pois nesse tempo também, Greengrass foca total atenção em Philips e seus sequestradores, dando aquele sentimento angustiante de claustrofobia de Voo 93, e colocar o público exactamente em seu lugar, fazendo também do filme quase uma experiencia incessante.
Talvez não receberá o devido respeito no Oscar, mas suas indicações não foram por nada. O roteiro inteligente de Billy Ray; a direção vibrante de Paul Greengrass; as excelentes performances de seus protagonistas. Tudo isso ajuda no triunfo de um filme com imensas qualidades e uma entrada bem-vinda no género thriller e, até um ponto, biografia. Em outras palavras, Greengrass nos entregou outro filme que vai nos levar numa experiencia frenética e que irá libertar nossas emoções mais humanas, o que ele sabe fazer de melhor.
De Volta Para o Futuro 3
4.1 742 Assista AgoraDepois do sucesso dos dois primeiros filmes, a 3ª parte dessa fantástica trilogia era inevitável. Também né? Foi filmada simultaneamente com a Parte 2, onde davam várias pistas e easter eggs para o próximo filme. E nós fans ficamos atiçados para ver a continuação depois do final arrepiante de Parte 2. Robert Zemeckis e a trupe toda não só fazem outra excelente continuação à trilogia, como também a concluem de uma maneira FANTÁSTICA!
Parte 2 foi excelente, mas precisava de uma polida melhor no roteiro. Já aqui Zemeckis e Gale consertam tudo e parece que voltam um pouco à temática do primeiro filme, onde a ficção cientifica tinha um papel quase secundário. Ainda por cima com o género Western entrando de uma forma brilhante na história, já que Zemeckis e Gale são fanáticos por filmes de velho-oeste estilo Ford, Wayne, e claro, Leone e Eastwood (“my name is Eastwood, Clint Eastwood”). Criando uma narrativa inteligente e divertida, claro que não superior ao primeiro filme mas no mesmo nível de entretenimento.
E conserta também alguns dos vários buracos que o 2º filme deixou e finalmente explorando muito melhor a amizade de Marty e Dr. Brown, dando um ÓTIMO desenvolvimento de personagem em ambos. Ainda por cima com a entrada da personagem Clara Clayton (Mary Steenburgen), a nova atração amorosa de Dr. Emmett, o que faz Marty assumir as rédeas da maturidade e da voz da razão do filme. E também adicionar um pouco daquela boa dose de comédia romântica sem nunca estragar nada.
Mas o filme tem seus erros chatinhos. Como por exemplo ter uma temática tão interessante como o de conhecer nossos antepassados. O que acontece com Marty, conhecendo seu tatara-tatara-tatara avô Seamus McFly. Mas nunca é bem explorada ao longo da narrativa, o que poderia ter sido muito interessante e cómico no filme. Tirando isso, o filme é quase perfeito e no mesmo nível que o primeiro filme, apenas alguns passos atrás disso com inconvenientes no roteiro.
Tirando eles, tudo nos conformes. A direção de Zemeckis como sempre vibrante, e aqui dá referências aos filmes Western com ângulos épicos e dramáticos com uma excelente fotografia e a épica e inesquecível perseguição do trem no final do filme. E claro, o elenco brilhando como sempre, desde Michael J. Fox com um Marty mais maduro e Christopher Lloyd mostrando pela primeira vez na trilogia mais do lado humano de Dr. Brown e de sua amizade entre McFly. E o Biff de Thomas F. Wilson sempre estando lá para nos fazer rir e gritar.
Não o melhor da trilogia, mas com certeza o mais mágico e o meu favorito dos três. Zemeckis e Gale fecham todo o ciclo que iniciaram da forma mais perfeita e épica possível, deixando fãs satisfeitos. Bate saudade e claramente não irá haver uma Parte 4 e um remake só daqui uns 30 anos. Até lá, saudades dessas personagens nunca irá passar, e essa trilogia maravilhosa sempre estará marcada na história do cinema quanto no meu coração!
De Volta Para o Futuro 2
4.2 884 Assista AgoraDepois do enorme sucesso de critica e bilheteria que foi o magnifico “De Volta Para o Futuro”, claro que a Universal iria querer fazer uma continuação (razões económicas sempre a frente). E Robert Zemeckis após ter tido seu trabalho reconhecido e ter feito outros excelentes filmes depois, como “Uma Cilada para Roger Rabbit”, claro que iria voltar com seu amigo Bob Gale e o elenco inesquecível do primeiro filme para realizar uma das melhores (e esnobadas) continuações que um filme pode ter.
Foi um trabalho difícil realizar essa continuação, ainda por cima depois do perfeito final que o 1º filme teve. Mas Zemeckis fez um trabalho INCRÍVEL em remontar a cena final, detalhe por detalhe, entregando a intro de Parte 2. MAS o problema do filme não é a remontagem de uma continuação, mas sim a história.
No primeiro filme, Gale e Zemeckis escreveram a história com tanta simplicidade e doçura, tanto que o roteiro foi indicado a um Oscar. O roteiro aqui, é bom, mesmo bom. Traz novas idéias e conceitos sobre a viajem no tempo como a teoria das realidades alternativas, algo super interessante e explorado de uma forma inteligente e em partes assustadora no filme. Mas é elaborada de uma forma tão apressada para entregar Parte 3 (que foi filmada simultaneamente) que a mágica da narrativa sai.
Isso o impede de se igualar ao primeiro filme, mas nada se perde graças a direcção vibrante de Zemeckis e o elenco que continua fantástico como sempre. Zemeckis recria mais uma vez os fantásticos cenários de Hill Valey num futuro tão……utópico (2015 com carros e skates voadores???) E o trabalho fantástico que faz no 2º ato do filme, onde vemos McFly e Dr. Emmett voltando à 1955, vendo os seus “eus” e os acontecimentos do 1º filme numa “perspectiva por detrás dos palcos”. Dirigida e montada de uma forma FANTÁSTICA.
E claro, o elenco continua estupendamente divertido em seus papéis. Christopher Lloyd sem mais elogios meus que já foram muitos no primeiro filme e aqui mais uma vez. Aqui vão para Michael J. Fox que em uma inesquecível cena interpreta o seu “eu” mais velho, seu filho e sua filha, interagindo em uma só cena. E também para Thomas F. Wilson para que continua interpretando o inesquecível bully Biff, agora triplicamente mais maldoso e impossível de não amar.
Claro que Parte 2 não supera a obra que o 1º filme é, mas continua inteligente; hilário; divertido como sempre. Graças à direção de Zemeckis e o elenco mais uma vez formidável. E conclui o filme nos dando uma vontade imediata de querer assistir o muito superior Parte 3.
De Volta Para o Futuro
4.4 1,8K Assista AgoraUm projeto como qualquer outro que teve suas dificuldades de ser criado (produção, orçamento, elenco), mas quando passou pelas mãos de Steven Spielberg na produção, e trouxeram o queridinho da TV Michael J. Fox para o elenco, Robert Zemeckis e Bob Gale transformaram esse projeto num clássico que marcou não só o cinema, mas toda uma geração, e até hoje o faz (falando por experiência própria).
Mas para vocês que estranhamente marcam "Não quero Ver" só porque não gostam de filmes antigos ou não gostam do género de ficção cientifica, não se preocupem, "De Volta para o Futuro" é atemporal e MUITO mais do que ficção cientifica.
Robert Zemeckis e Bob Gale não só montaram uma história com viajem no tempo no meio, e sim uma história sobre nós, jovens. O que ambos fazem, é montar na história conceitos e questões que todos nós tivemos quando mais jovens, que nem saber como nossos pais na nossa idade (exatamente a trama do filme). E fazem numa narrativa extremamente bem escrita no QUASE-PERFEITO roteiro. Onde essas ideias vem de uma forma tão natural e "elegante", e tudo flui perfeitamente (a perfeita edição e montagem ajudam nisso). Mas nada fica chato, onde ambos roteiristas encontram espaço para colocar um humor adolescente e adulto tão inteligente e bem misturado, sem nunca ficar bobo e apenas aumenta o nosso amor ainda mais pelas personagens. Dando um uso inteligente de comédias adolescentes dos anos 80 e ideias cientificas de viajem no tempo (praticamente usada como adereço de cena).
Mas não é só na história que essas ideias são bem demonstradas, mas também nos belos cenários que Zemeckis montou na história. Fazendo um trabalho incrível em montando a cidade de Hill Valley (a cidade de Marty e Dr. Brown) no presente e no passado de uma forma tão bem detalhada. E também uma bela maquiagem que faz adolescentes parecerem adultos. Nos casos de Lea Thompson e Crispin Glover, que interpretam ambos suas versões jovens e adultas como pais de Marty McFly. E também caso de Thomas F. Wilson interpretando o inesquecível "bully" da cidade, Biff Tannem, ambas versões jovem e adulta.
E é óbvio que em uma história com e sobre personagens tem que puxar performances excelentes de seu elenco. Mas não puxa, eles a entregam naturalmente! Lea Thompson; Crispin Glover; Thomas F. Wilson. Todos excelentes, mas os astros do espetáculo são a dupla Michael J. Fox e Christopher Lloyd. Ambos dominam a tela com sua incrível química. Cada um com um desenvolvimento de personagem incrível (ainda por cima depois nas continuações), mas pena que sua amizade nunca é bem explorada, apenas aparecem como amigos do início ao fim e pronto.
Mas “De Volta Para o Futuro” é um filme, que apesar de pequeníssimos erros, é perfeito pois acerta em tudo em que pretende retratar. Funciona como uma aventura; um filme inteligente de ficção cientifica; uma comédia romântica HILÁRIA; um filme sobre nós. Isso tudo graças ao quase-perfeito roteiro de Bog Gale e Robert Zemeckis e o elenco luxuoso, que não só fez desse filme um clássico dos 80 e iniciou uma das melhores trilogias já feitas, mas também como uma obra-prima atemporal do cinema!
O Lobo de Wall Street
4.1 3,4K Assista AgoraA parceria entre o mestre Martin Scorsese e o talentoso Leonardo Di Caprio vem trazido excelentes trabalhos, um deles que garantiu a Scorsese a sua primeira estatueta do Oscar em Os Infiltrados (2006) após 20 anos de uma gloriosa carreira. Mas o auge da parceria apenas chegaria esse ano quando o roteirirsta Terence Winter adaptasse a biografia do desviador de dinheiro de Wall Street, Jordan Belfort, do livro que o próprio Belfort escreveu. Um trabalho que Di Caprio estava à espera de fazer já algum tempo, e queria, claro, que Scorsese dirigisse, e acabaram fazendo talvez o melhor filme dessa parceria até hoje
Os fãs de Scorsese podem deduzir logo pelo título, que o filme vai ser uma aula detalhada sobre como funciona os negócios de Wall Street, que nem ele deu para a máfia Italiana (Bons Companheiros – 1990) e para o negócio dos cassinos de Las Vegas (Cassino – 1995). E os 15 minutos iniciais do filme são exatamente direcionados para isso, onde vemos um jovem Belfort na casa dos 24 anos, trabalhando como um simples contador, onde conhece seu chefe Mark Hanna, interpretado por Matthew McConaughey. Uma aparição curta, mas importantíssima para a trama, onde Mark ensina rapidamente para Jordan que em Wall Street não se convence o cliente a investir o dinheiro em ações e dividir os lucros com ele, e sim coloca-los no seu próprio bolso. Logo após a empresa falir, Jordan já tem o ensinamento necessário para construir sua própria Babilônia.
E assim começa a história da evolução de um homem até o seu apogeu e sua queda, uma coisa que Scorsese já sabe fazer à decadas. Claro que alguns poderão ver aqui elementos de seus clássicos "Cassino", "Bons Companheiros" e "Touro Indomável" ou até mesmo "Scarface" de Brian de Palma. E vamos admitir, é o que ele faz de melhor. Mas para além de uma história de um homem, o que mais "O Lobo de Wall Street" tem a mostrar ao público? Uma crítica à Wall Street? Uma crítica ao atos de Belfort? Talvez tudo isso e mais. E eles venhem com o tema principal do filme: O Excesso.
Mas que tipo de excesso? O das drogas; mulheres; loucuras? Na verdade, é o que está por detrás de todos eles, o dinheiro. Belfort quando viu o quanto era fácil extorquir dinheiro, ele se tornou um louco ganancioso, querendo mais e mais, e com ele os prazeres humanos. E é aí onde o filme supreende, em ser completamente hilário. O humor do filme não é usado para tentar ser uma comédia negra, e sim a maneira inteligente de Terence Winter e Scorsese para mostrar o ridículo de toda a situação. Belfort e seus companheiros extrapolam ao nível do ridículo e exagerado quando começam a receber suas fortunas. Ficando cada personagem como uma demonstração quase primitiva do ser humano. Indo de contratar stripers para o trabalho à cheirar cocaína no traseiro de mulheres (sim, a controvérsia com o público será inevitável).
Sem nunca por um momento vanglorizar os atos de Belfort (que por acaso adorou o filme e pensa em fazer um talk-show com o mesmo título do filme), e sim o contrário, mostrando sua estúpida auto-estima gananciosa em soberbos monólogos. Mas, como é um filme de Scorsese, é quase impossível não torcer pela personagem de Belfort e seus aliados, graças às fantásticas performances do elenco de luxo.
Logo de cara, a amizade entre Di Caprio e Jonah Hill lembra, e muito, a quimica de Robert De Niro e Joe Pesci. Claro que não melhor, mas ambos Jonah Hill e Di Caprio são carismáticos o suficiente para convencer em seus papéis, tanto no lado humorado, como também no dramático. E ambos entregam (talvez) a melhor performance de suas carreiras. Mas não só ambos que brilham, como também Rob Reiner, interpretando o hilário e nervoso pai de Belfort. E Margot Robbie, a esposa de Belfort, que lembra muito a Ginger McKenna (personagem de Sharon Stone em Cassino). A semelhança que todos têm, é de roubar totalmente suas cenas.
Três horas de corrupção; sexo; drogas e cenas absurdamente hilárias. Que graças ao excelente roteiro e a perfeita montagem da antiga parceira de Scorsese, Thelma Schoonmaker, tudo flui de maneira fantástica. Onde nenhuma cena se sente desnecessária ou arrastada, onde todo o humor e absurdos servem para a filosofia do filme. E qual é ela? A simples demonstração de quanto um ser humano pode alcançar o seu nível primitivo e de decadência graças a sua alta ganância, e as ilusões que criam à si mesmos. O filme mais longo, engraçado, controvérsio de Scorsese, em outras palavras, mais uma obra-prima em seu glorioso currículo.
A Viagem
3.7 2,5K Assista AgoraOs irmãos Wachowski provaram seu imenso talento e grande inteligência com a obra-prima “Matrix”, mas depois descarrilharam feio em suas continuações (que não foram más). Mas depois voltaram a provar isso como roteiristas em “V de Vingança”, mas aí voltaram a ficar com má fama com “Speed Racer” (……). A carreira dos dois irmãos vem sido uma montanha Russa, tendo seus altos e baixos, e “A Viajem” é o topo mais alto e o mais ambicioso que ambos já alcançaram, e dessa vez com a ajuda do diretor-roteirista Tom Tykwer!
O filme foi SUPER ESNOBADO quando estreou e infelizmente é até hoje. E parece que as criticas, ou melhor, acusações feitas contra ao filme é devido ao fato de ser MUITO CONFUSO…….. desculpe dizer, mas isso não é nenhuma desculpa. Filmes como “2001-Uma odisseia no espaço”; “Blade Runner”; “Apocalypse Now”; “Clube de Luta”; “Árvore da vida”, foram acusados de confuso e foi mal aceito pelo público na época, mas claro que “A Viajem” não chega aos seus pés, mas sua ambição e ideias são desafiadoras!
Se os Irmãos tinham levantado dilemas e elementos religiosos, com teorias cientificas e filosóficas na trilogia “Matrix”, e dilemas sobre a justiça e a politica global em “V de Vingança”. Aqui, no seu MELHOR roteiro junto com Tom Tykwer, os três são leais ao espirito e tema da obra de David Mitchell (livro onde o filme foi inspirado, que infelizmente ainda não foi lançado no Brasil), levantando temas como a reencarnação (a vida depois da outra) e como as ações de um individuo, boas ou más, podem ter consequências em suas futuras vidas e afetar a outros indivíduos, diretamente ou indiretamente. Tudo isso é muito bem construído nas 6 narrativas das 6 histórias completamente diferentes, todas elas com géneros distintos indo de um drama de época, a uma comédia negra, a uma ficção cientifica e a um mundo pós-apocalíptico.
Os três talentosos roteiristas amarram tudo muito bem, e a conexão entre as diferentes histórias é montada de uma forma inteligentíssima, mas claro que não podiam de deixar de ser originais. Ao mesmo tempo que são fiéis ao espirito do livro, eles levantam seus próprios temas nas histórias como: o carma; fé; destino; religião; a subjugação humana. Esses temas são tratados de uma forma compreensível tanto num lado religioso ou ateu, ou apenas humano. Tudo construído de uma forma bem simples nos soberbos diálogos, fazendo cada uma das histórias parecendo minifilmes, todos empacotados em um. ~
Mas como eu disse, não é nada perfeito. O problema do filme está exatamente em concluir cada uma das histórias da maneira correta. Todas são tão bem desenvolvidas ao longo da narrativa e nos deixa investidos de verdade nela, mas quando cada uma alcança seu clímax perfeitamente, elas se apressam muito para finalizar.
O final das histórias deixam um pouco a desejar, mas não a direção ESPETACULAR de seus diretores. Como as histórias tem tons e géneros diferentes requer-se uma direção bem variada, e os dois mosqueteiros e mosqueteira entregam isso dá melhor forma possível. E se o roteiro já é ambicioso levantando várias ideias e dilemas diversos, a direção do filme é de deixar qualquer um boquiaberto. Incrível como conseguem dar ângulos tão calmos em um diálogo dramático, um ritmo frenético numa cena de ação, e uma escala IMPRESSIONANTE em seus magníficos cenários. Não é só na direção em que os níveis técnicos do filme surpreende mas, atrevo a dizer, praticamente em tudo. Os Wachowski provaram muito bem em “Matrix” que níveis técnicos com qualidade podem ajudar numa história bem escrita (excepto em “Speed Racer”). A Fotografia; efeitos visuais; a perfeita montagem e edição; tudo ajuda a montar a narrativa e a história de suas personagens.
E claro, várias histórias com diversas personagens totalmente diferentes mas com os mesmos atores, requer performances bem competentes de seu elenco…..e recebemos EXTRAORDINÁRIAS. Todos, repito, TODOS no elenco fazem um trabalho fenomenal em suas performances, cada um interpretando personagens diferentes em histórias diferentes com papéis (principais e secundários) sempre divergindo, com todos tendo destaques importantes na história. E aqui também entra outro nível técnico importantíssimo na história, a INCRÍVEL maquiagem. Que, literalmente, transforma homens em mulheres (e vice-versa); negros em brancos (também em vice-versa); em novinhos em velhinhos (sim, também em vice-versa).
Talvez “A Viajem” um dia ganhe o respeito e a atenção merecida, do que foi pela maioria do público de hoje. Dizer que é confuso ou até pretensioso é a simples preguiça mental que alguém deve ter para prestar atenção e entender o que o filme está querendo tentar lhe dizer. E a vocês que dizem, “eu entendi, mas mesmo assim a história é fraca e a mensagem melosa), talvez sua mente seja triste e fraca para perceber o que é necessário. E qual é a mensagem desse filme? Através de um roteiro soberbo, direção extravagante, excelentes performances, níveis técnicos assustadores (no bom sentindo), entregam uma história ambiciosa que tenta nos dizer que todos os nossos atos em vida moldam nosso futuro. Não importa o quão simples ou grande, terá consequências de alguma forma. E que todos nós não devemos viver uma vida covardemente, seguindo uma só lei natural, sem tentar dar um falso passo, nós moldamos o nosso próprio futuro, e que temos que molda-lo com amor, esperança e fé.
Wolverine: Imortal
3.2 2,2K Assista AgoraFazer um filme solo sobre o Wolverine era quase uma obrigatoriedade, tudo por culpa de Hugh Jackman, mas de uma maneira positiva. Quero dizer, anos atrás quando ele foi anunciado para o papel de Wolverine no “X-Men” todos fizeram cara feia e o esnobaram. Um ator de musical Australiano para interpretar um dos melhores super-heróis da Marvel??? E todos fizeram papel de bobo quando Jackam DETONOU em seu papel e hoje é o único ator capaz de interpretar seu papel com tanta ferocidade e humanidade, e fez seu personagem não só um ícone no mundo dos super-heróis mas também no próprio cinema.
A performance de Jackman foi tão boa que ele quase se tornava a personagem principal no meio de tantas outras igualmente importantes na saga X-Men, e quando a trilogia acabou, o seu filme solo era inevitável. “Origens” veio e foi…….bem, vocês sabem. E para a Fox redimir o estrago e Jackman recuperar a confiança de seus fãs outro filme foi planejado, e iria se basear no (talvez) melhor quadrinho do “Wolverine”. E para isso o esnobado diretor James Mangold se interessou em fazer parte desse mundo de super-heróis e ofereceu seus trabalhos na direção e chamou junto o competente roteirista Scott Frank (Minority Report e Irresistível Paixão) e o mediano Mark Bomback (Duro de Matar 4), para trazerem a vida um dos melhores quadrinhos já feitos.
O filme foi bem aceito nos EUA, tanto pela critica e pelo público, já aqui no Brasil foi mais ou menos. Talvez por ser totalmente diferente de qualquer filme de super heróis já feito. Mangold e os roteiristas montam a história num ritmo bem calmo e pacifico, que para alguns pode ser chato mas é a maneira esperta de ficar leal aos elementos do quadrinho no qual o filme é baseado. A lealdade nos acontecimentos e em algumas personagens é…….zero, mas consegue trazer os elementos de honra familiar e a paz interior da cultura japonesa. No quadrinho, Logan lutava contra a família de Mariko para provar seu amor por ela, tendo que aprender os conceitos de honra, lealdade e paz interior. No filme ele luta contra seus monstros interiores para encontrar a sua própria paz…..isso por acaso soa bem mais interessante.
Os roteiristas fazem um ótimo trabalho nesse aspecto trazendo todos esses elementos de honra, lealdade e paz nos bons momentos diálogos do filme, sendo bem leais ao espirito do quadrinho. Principalmente quando montam a relação de Logan e Mariko muito bem, dando uma chance dele parar de fugir do passado e esquecer da morte de Jean, sendo mais precisamente uma continuação da trilogia do que um filme solo.
Claro que não é nenhum filme perfeito, e sofre com um sério problema de encher de personagens e não desenvolve-las, Logan e Mariko a parte. Mas personagens como samurai branco e a vilão (que parece mais uma poison ivy da marvel-que não existe), que parece que estão ali……só por estarem ali. As personagens pouco desenvolvidas são um sério problema, mas James Mangold salva o filme com excelentes cenas de ação muito bem dirigidas e uma boa montagem na história.
Um filme de super-heróis bem diferente do normal. Não é o melhor filme X-men mas finalmente fizeram o “perfeito” filme solo do Wolverine (sangue aqui não falta), estabelecendo seu lugar certo na saga. Graças a um bom roteiro que é fiel ao espirito dos quadrinhos e outra ótima direção de Mangold. Se vocês são fãs da saga X-Men ou de filmes em geral, aqui está este para vocês.
P.S: A cena pós créditos é de deixar água na boca!
Intriga Internacional
4.1 347 Assista AgoraO grandioso mestre Hitchcock era (e é) conhecido por colocar em seus filmes diversos tipos de géneros em seus filmes, drama-comédia-romance sempre cheio com o seu suspense e estudo humano. Tudo isso resultava na maioria das vezes em clássicas e majestosas obras do cinema. Aqui, em “Intriga Internacional”, temos tudo isso e se não fosse por “Psicose” essa obra-prima esnobada seria sua clássica obra-prima!
Hitchcock foi o primeiro diretor a colocar um certo realismo em suas personagens e situações em histórias incrivelmente criativas, e isso é “Intriga Internacional”. O mestre começa o filme como se fosse um dia como qualquer outro na vida do empresário Roger O. Thornhill (Cary Grant) na frenética Wall Street, saindo de uma reunião indo para a outra com a sua secretária no seu pé. E se sua vida já não fosse frenética nesse dia, o resto do filme vai ser para o coitado um furacão de mentiras e acontecimentos que vai leva-lo à volta do país numa luta por sua vida. Não é todo o dia que você é confundido com um informante comunista.
A história é bem confusa quando nos deparamos com ela no início (ou por lendo a sinopse). Hitchcock sempre deu um nó legal em nossas cabeças em (de verdade) todas as histórias de seus filmes, mas esse era seu toque de mestre. Colocar histórias MUITO inteligentes, puxando quase obrigatoriamente a atenção do público, as deixando (SEMPRE) se desenvolver muito bem e as deixavam divertidas até o fim. Um desses casos é principalmente aqui em “Intriga” com seu ritmo rápido e frenético. O roteirista Ernest Lehman faz um trabalho formidável em nos colocar de verdade no lugar de Roger e sua luta pela vida à volta da América. Criando a perfeita narrativa Hitchcockiana mostrando verdadeiras reações e sentimentos humanos em uma situação dessa, mas conseguindo misturar perfeitamente comédia, drama e mais tarde romance quando Eve (Eva Marie Saint) aparece no caminho de Roger.
A própria história desse filme, serviu (e serve até hoje) como inspiração a trocentos filmes de ação-aventura (na maioria filmes fracos e maus), e não é à toa. “Intriga” foi o mais próximo que Hitchcock chegou em fazer um filme de acção, a clássica e MAGNIFICA cena do ataque do avião no milharal é a prova disso, como a excitante e arrepiante perseguição final no monte Rushmore. Todas filmadas EXCELENTEMENTE (bem, isso é dizer pouco para a direcção de Hitchcock), sempre com o ritmo frenético e cheio do suspense roedor de unhas que o mestre sempre põe em suas obras.
Cary Grant, participando pela última vez com Hitchcock, continua como sempre formidável brincando de atuar. Sempre com aquele seu modo de falar cavalheiro e pouco sínico, levantando os sentimentos humanos com expressões perfeitas e verdadeiras, fazendo a gente esquecer de Grant e ver ali Roger fugindo de um lado para o outro, merecedor de qualquer prémio. Conseguindo também demonstrar uma soberba química com a DESLUMBRANTE Eva Marie Saint, que também brilha em todas as suas cenas.
“Intriga Internacional” é uma obra-prima clássica do cinema. Uma demonstração perfeita do grande e majestoso génio de Hitchcock em cada minuto do filme, que traz junto um roteiro soberbo e extravagantes performances do elenco (principalmente suas personagens principais). Infelizmente hoje em dia, é um daqueles clássicos em que as pessoas apontam como um filme sobrevalorizado e o caramba. Só digo, achar qualquer filme de Hitchcock sobrevalorizado (antes de Psicose) é pecado cinematográfico.
Snatch: Porcos e Diamantes
4.2 1,1K Assista AgoraMuitos filmes têm seus próprios elementos, muitos desses elementos são copiados por outros diretores em outros filmes, podendo fazer bem ou mal. E o famoso (e claro, talentoso) diretor Guy Ritchie se inspira no magnifico género gangster que o mestre Quentin Tarantino montou em “Pulp Fiction” e inicia sua trilogia de Ouro. Primeiro com o EXCELENTE “Jogos, Trapaças e Dois Canos Fumegantes” e agora em “Snatch – Porcos e Diamantes”.
“Pulp Fiction” de Tarantino é muito conhecido pelo seu hilário-inteligente humor negro, os diálogos ágeis e personagens criativas e interessantes. Ritchie em sua obra-prima “Dois Canos Fumegantes” deu uma grande atenção no hilário-inteligente humor negro e suas personagens interessantes. E aqui, Ritchie pega tudo do pacote e coloca outro “clássico” em sua carreira. “Snatch” pode ser considerado a versão mais leve de “Pulp Fiction”, só que com mais personagens e mais humor. Mas Ritchie controla todos os elementos muito bem, sendo original ao mesmo tempo. Todas as suas personagens são SUPER criativas e muito bem desenvolvidas ao longo da soberba narrativa que Ritchie construiu no roteiro supimpa. Logo pela introdução já gravamos metade dos nomes e os acompanhamos nessa louca e selvagem aventura.
O filme segue uma linha de tempo só e direta, mas por momentos Ritchie pega um pouco da atemporalidade de capítulos de “Pulp Fiction” e um pouco daquela linha de acontecimentos diversos com diferentes personagens e a conexão entre eles, em outras palavras as coincidências da vida de uma forma insana e louca. Tudo acompanhado com a ESTILOSA direção de Ritchie, com um uso fantástico de camera lenta soberba e fotografia com um tom cinza e sujo em todas as fantásticas cenas. Mas Ritchie comete o erro que “Dois Canos Fumegantes” quase cometeu.
Ritchie é um diretor super talentoso, já mostrou isso em todos os seus filmes sempre com uma direção super estilosa, mas sempre falhou em dar mais estilo do que substância. Exatamente o grande problema de “Snatch”, que mesmo com personagens INTERESSANTISSIMAS e ótimos diálogos nas humoradas ocasiões, a substância da história é quase seca. Quero dizer, a história é fácil de se entender e acompanhar, mas o seu fundo se sente meio seco e sua mensagem de ganância e o próprio bem querer é imperceptível com as ocasiões humoradas acontecendo uma atrás da outra com uma incrível pressa.
“Snatch” é sem sombra de dúvida um dos melhores filmes de Ritchie. Mesmo com uma história quase seca e tema imperceptível, o filme nos dá um ótimo roteiro inteligente e humorado cheio de personagens originais e criativas, todas com EXCELENTES performances (se bem que Jason Statham tava o mesmo de sempre), e uma estilosa direção de Guy Ritchie. Em outras palavras, “Snatch” é um filme de gangster ULTRA-DIVERTIDO e inteligente que todos que o verem e o entenderem de verdade vão ver o seu brilhantismo.
Círculo de Fogo
3.8 2,6K Assista AgoraQue nem “Os Vingadores” do ano passado, “Círculo de Fogo” levantou e ressuscitou o espirito Nerd e o crianção de qualquer adolescente ou jovem adulto que cresceu assistindo Power Rangers e qualquer anime de monstros Japonês, e claro Godzilla. Juntando todos os clichés possíveis e fazendo um dos maiores filmes PIPOCÃO já feitos, mas também um dos mais irritantes e divertidos ao mesmo tempo.
Del Toro é nerd, ele já deixou isso MUITO claro nos ótimos “Hellboy”. E claro, que aqui ele está brincando com o seu génio nerd e sua arte cinematográfica fazendo o filme que vai fazer meninos de até aos 12 anos aclamarem como o melhor filme já feito, e jovens adultos nerds mijarem nas calças como não o faziam há décadas quando assistiam Power Rangers e Godzilla na televisão, mas eu já mencionei isso. Del Toro nesse aspecto controla isso tudo como um verdadeiro mestre, pegando nos clichés e faz o uso perfeito de cada um sem nunca exagerar. Afinal o objectivo de Del Toro é dar ao público combates épicos entre robôs e monstros gigantescos, e recebemos isso na melhor maneira possível, com coisas irritantes no meio.
Filmes Pipocão mostraram ao longo dos anos que podiam ter uma imensa qualidade, não só em efeitos visuais e as partes técnicas, e sim na sua história e personagens. Olhem filmes como “Jurassic Park”, “Os Vingadores”, “Piratas do Caribe: A Maldição do Perola negra”. Pipocões do início ao fim mas tinham roteiros bem coesos e ótimas performances em suas personagens bem desenvolvidas. “Circulo de Fogo” por acaso tem sim uma história muito boa, por detrás das origens dos monstros e como o mundo deve se unir para derrotar uma ameaça, só que infelizmente é mal desenvolvida ao longo de toda a ação.
E a personagem principal, aquela em que nós o público temos que torcer e se preocupar, tem uma performance forçada de Charlie Hunnam (tentando esconder o sotaque britânico), pena ver isso de um ator que já se mostrou ser muito bom, e sua personagem em nenhum momento tem desenvolvimento algum. Ele e outros que montam a equipe táctica controladores de robôs, os Russos que controlam o mais antigo robô e os 3 japoneses que controlam o robô de 3 braços, nem quase falam uma palavra ao longo do filme e são mencionados várias vezes como importantes. Mas outras personagens como a Mako (Rinko Kituchi) e o general Stacker (Idris Elba) são personagens MUITO bem desenvolvidas ao longo da “história” e dividem as melhores cenas do filme, tirando as cenas de ação claro.
Falando em cenas de ação, é onde há o ponto FOD# do filme, e o motivo pelo qual milhares de moleques e jovens adulto foram ver. Del Toro parece dar um toque de Peter Jackson em suas cenas de luta (não é a toa que o chamam de Peter Jackson latino), com pequeníssimos detalhes em lutas GIGANTESCAS (pessoas correndo e televisões voando) e super bem dirigidas, mas todas TÃO curtas. Tirando isso, Del Toro também cria um mundo gigante em seu filme, parecendo um mundo pós-apocalíptico cheio de elemento dos mangás de monstros. Ah, os monstros. Alguns parecem copiados um do outro, mas todos SUPER criativos, afinal estamos falando do criador dos monstros do “Labirinto do Fauno” e “Hellboy”.
“Báááááá, quem se importa com a história? Tamo aqui pra ver monstro lutando robô gigante”. É isso que vocês que estão lendo devem estar pensando e os críticos que pensaram (72% no RottenTomatoes.com, já viram?!). Devem estar certo, e eu enganado, mas uma coisa certa, “Círculo de Fogo” é um Pipocão DIVERTIDISSIMO com os vários elementos de nossa infância de Power Rangers e animes Japoneses. Mas peca em nos dar algumas personagens e história melhor estruturadas!
As Aventuras de Tintim
3.7 1,8K Assista AgoraQuem diria que seria necessário à Spielberg se juntar ao mestre Peter Jackson e o talentoso Edgar Wright para não só fazer a primeira adaptação da magnífica obra de Hergé para o grande ecrã, mas como também fazer seu primeiro filme de animação e mostrar que ainda consegue fazer filmes EXTREMAMENTE divertidos. Ele disse numa entrevista que apenas ouviu falar de “Tintim” lendo uma crítica francesa sobre seu filme “Caçadores da Arca Perdida” em 1981, no qual comparavam as aventuras de Indiana Jones com as aventuras de Tintim. Spielberg após conhecer o próprio Hergé pessoalmente e terem conversado sobre a possível adaptação. O mestre procurou desde então fazer a melhor adaptação possível e após conhecer um colega de trabalho chamado Peter Jackson, ele encontrou.
Esse filme é a melhor união de diferentes artes de diretores diferentes em anos. Spielberg e Jackson fazem um trabalho espetacular na adaptação, ressuscitando o espirito dos quadrinhos de “Tintim” para a telona. Cada um traz consigo suas diferentes técnicas e as juntam perfeitamente: Spielberg traz sua direção ágil e habilidade de fazer uma história de aventura ULTRA divertida e cheio de sua mágica. E Jackson traz sua talentosa equipe técnica (que trabalhou com ele na trilogia “Senhor dos anéis” e no seu “King Kong”) para trazer vida ao mundo de Hergé.
O que ajuda no resultado do filme é o fato de ter um bando de nerds trabalhando nele. Spielberg começou a ler todos os quadrinhos já na idade adulta mas Jackson cresceu lendo eles. E se Jackson já tinha feito uma das melhores adaptações de livro para filme com “O Senhor dos Anéis”, claro que ele iria ajudar Spielberg a fazer sua primeira adaptação de quadrinhos da maneira mais leal à obra de Hergé, então porque não chamar os roteiristas Steven Moffat (da série Doctor Who e Sherlock) e o talentoso (e nerd) Edgar Wright para ajudar.
O roteiro do filme é ÓTIMO. E também é outra junção de artes diferentes: Moffat pega nas histórias dos três famosos quadrinhos de “Tintim” (O Caranguejo das Tenazes de Ouro; O Segredo de Licorne ou Unicórnio; O Tesouro de Rackham), juntando as três histórias perfeitamente e sendo super leais aos quadrinhos, conseguindo montar os diálogos rápidos e inteligentes que Hergé sempre colocou em sua obra; Edgar Wright traz de sua parte aquele seu humor inglês bobo-inteligente que por acaso funciona muito bem nas ocasiões e borradas que Tintim e Milu se metem e na hilária dupla dos policiais Dupond e Dupont. Infelizmente o roteiro tende à dar um pequeno “exagero intelectual” na história em algumas partes de dialogo, tirando um pouco da vibra e mágica do filme, mas que se resolve e desenvolve muito bem ao longo da aventura.
Um pouco da vibra da história se perde na intelectualidade de seus roteiristas, mas nada se perde quando se trata de diversão com Spielberg. A decisão de fazer um filme animado ao invés de atores foi a decisão mais certa que ele e Jackson tiveram. Atores e cenários normais tiraria a mágica que Hergé montou ao longo dos anos, e ainda por cima teriam que achar um perfeito adestrador de cães para adestrar um perfeito Milu. Mas peraí, Jackson criou demónios e Orcs, porque não um cachorrinho?!
Pela primeira vez fazendo um filme de animação, Spielberg não desaponta em sua direcção é MAGNIFICA em todas as cenas com cenas de ação de cortar a respiração e que nunca ficam cansativas e sim mais excitantes. E claro que a equipe de Jackson ajuda nisso, recriando o mundo de Hergé para o cinema de uma maneira LINDA. Animação, efeitos sonoros, fotografia, efeitos visuais, seria exagero dizer que na parte técnica tudo é perfeito?! Não sei, mas é, perfeito em todos os detalhes!
E o elenco ajuda? Claro que sim, todos fazem um excelente trabalho de atuação vocal, desde Jamie Bell como Tintim, à Simon Pegg e Nick Frost (outra influência de Edgar Wright) como a dupla Dupond e Dupont, e claro Daniel Craig como o cruel vilão Rackham. Mas quem se sobressaí é (obviamente) Andy Serkis como o inesquecível Capitão Haddock.
Esse filme talvez seja uma das melhores animações já feitas. Com uma história (mesmo sendo um pouco exagerada intelectualmente) é bem desenvolvida e leal à obra de Hergé, junto com atuações vocais EXCELENTES de todo o elenco. Peter Jackson não só prova ser (talvez) um dos melhores diretores dos últimos tempos como também ajudou Spielberg a fazer seu primeiro filme animado junto com a sua primeira adaptação de quadrinhos, e também mostrar o diretor magnifico que consegue ser. Quem sabe um dia esse filme SUPER esnobado na bilheteria ganhe seu devido respeito no futuro.
Piratas do Caribe: O Baú da Morte
3.9 872 Assista AgoraDepois do EXCELENTE “Maldição do Perola negra” e do seu imenso sucesso de bilheteria e até de critica claro que a Disney iria querer fazer sua sequela, e director Gore Verbinski prometeu o 2º e o 3º filme maiores e melhores…..e não foi bem o que aconteceu.
O que era tão bom no 1º filme é que tentava ser pura diversão e entretenimento e nada mais do que isso e surpreendeu com uma excelente direcção e um coeso roteiro com soberbas performances de Johnny Depp e Geofrey Rush. E em “Baú da Morte” têm tudo isso, diversão e entretenimento garantidos, e poderia até superar o 1º filme se não fosse pelo roteiro bagunçado de Ted Elliot e Terry Rossio.
Ambos os roteiristas devem pensar que fazer um bom roteiro é colocar diálogos bem escritos ao longo da história, mas não, um roteiro tem que ser coeso com a história e as suas personagens deixando ambos sempre juntos ao longo da história e os diálogos aparecem naturalmente ao decorrer da narrativa. Os diálogos aqui nunca ficam chatos e são sim bem fluidos, mas nenhum de verdade está bem relacionado e coeso com as personagens e a história, que ao início parece ser simples mas depois de tantas explicações intermináveis começa a ficar complicada. Os roteiristas exageraram tanto na dose de explicações e esquecem de suas personagens ao longo da história, cada um com uma imensa falta de aprofundamento e desenvolvimento.
O roteiro não erra é em ainda adicionar muito bem as lendas piratas na história como o monstro mitológico marinho, o Kraken. E o lendário navio amaldiçoado, o “Flying Dutchman”. Sem nunca faltar o bom humor inteligente na história.
Mas nada está perdido. Mesmo com o roteiro sem uma certa coesão na história, Gore Verbinski entrega outra formidável direcção. Dando mais espetaculares cenas de acção, desde a épica e divertida batalha na ilha do baú ao combate final contra o Kraken. Junto com efeitos visuais FANTÁSTICOS para dar vida ao monstro marinho como à tripulação do “Flying Dutchman” (que recebe bem pouca atenção do que a tripulação do perola negra teve no 1º filme).
“O Baú da Morte” para alguns é o melhor filme da franquia, e tem TUDO para ser. Fantástica direcção; efeitos visuais deslumbrantes; diversão e risos garantidos do início ao fim. Só peca feio num roteiro cheio de explicação e sem nenhuma coesão com a história e suas personagens. Mas deixa um bom intervalo e te deixa ansioso para o bem superior 3º filme.
Bater ou Correr em Londres
3.1 196 Assista AgoraFoi aqui que o filme escabulhou um pouco, copiando a mesma fórmula mas dando pouquíssimas novidades, ficando parecido mais um “A Hora do Rush” no passado. O que salva de verdade o filme é mais uma vez a excelente química entre Jackie Chan e Olwen Wilson que continua engraçadíssima causando muitos risos durante o filme. E as ótimas cenas de acção, mas que infelizmente se sentem repetidas demais. Mas pronto, se você gostou do 1º vão com certeza gostar dele, se não então assistam “A Hora do Rush 1 e 2”.
Bater ou Correr
3.2 224 Assista AgoraUsual e cliché? Sim, mas tudo funciona muito bem. O filme sabe o que é e não tenta ser mais do que pura diversão com broomance entre suas personagens principais. O filme supreende com uma fotografia belissima em todas as cenas, principalmente nas de ação. Junto com uma excelente quimica entre Jackie Chan e Owen Wilson que garantem risos do início ao fim sem parar.
Em outras palavras, o filme é metade velho-oeste, metade filme samurai, metade “A hora do Rush”, metade comédia. Tudo junto funciona e entrega um filme DIVERTIDISSIMO que vai fazer rir e pular da cadeira à cada 5 segundos!
Três Reis
3.4 139 Assista Agora“Ah….não passa de uma simples comédia misturada com drama. Bom e nada mais!”. Sim, três reis é uma comédia que é misturada com drama, mas consegue ser muito mais do que isso. E consegue ser talvez o filme MAIS menosprezado de David O’Russel! “Três Reis” é sim uma soberba sátira sobre a guerra do Golfo. E graças ao ÓTIMO roteiro de O’Russel não só consegue misturar um humor HILÁRIO na história, mas faz uma perfeita mistura com Drama sem nunca ficar exagerado em nenhum momento.
Pode-se quase dizer que esse filme é a versão leve de “Apocalypse Now”. Pronto, guerras diferentes, mas usam quase as mesmas técnicas. Aqui O’Russel usa a mesma tática que Coppola usou em “Apocalyspse”. Ao mesmo tempo que diz as suas origens (da guerra), ele explora a guerra em questão para criticar a influência do capitalismo americano, não só na guerra em questão mas em todos os problemas e guerras do mundo, o criticando ao longo do filme com vários elementos tanto humorados como dramáticos.
Mas é aí que está a excelente narrativa que O’Russel montou. O humor e o drama são muito bem dosados juntos e bem usados em suas situações. Humor para mostrar a estupidez da “causa” americana na guerra do golfo e dos estúpidos discurssos capitalistas de Bush, e também claro, fazer piada da situação dos soldados não terem feito nada lá para além de uma guerra petrolifera. O drama já é para mostrar as consequências dessas situações, tanto no povo Iraniano mas também com os próprios soldados que foram ordenanos a baixar armas e ver civis sendo mortos, tudo de uma maneira bem tocante e realista sem nunca por um momento ficar enfadonho, graças também as ótimas performances de todos no elenco (principalmente Clooney e Spike Jonze).
E junto, O’Russel também com uma excelente direção váriavel na história indo de comédia negra, à filme de estrada-aventura, à drama trágico e junto com fantásticos elementos de filme de ação desde tiro em camera lenta à explosões Michael Bayianas.
“Três Reis” é uma pequena e simples sátira que dá um retrato perfeito da guerra do golfo e do capitalismo ganancioso americano em cima dela e também de várias situações ao redor do mundo. Mantendo um ótimo nivel de entretenimento com humor inteligente; drama tocante; ação de cortar o folego. Em outras palavras, um filme que te vai fazer rir, talvez chorar e pensar!
Moulin Rouge: Amor em Vermelho
4.1 1,8K Assista Agora- O filme que não só pôs Nicole Kidman e Ewan McGregor no mapa do cinema moderno, mas também redefiniu o genero musical no cinema para sempre.
Antes desse filme, o genero musical seguia sempre uma base igual aos filmes da Disney. Tinha uma bela história dentro do filme, e que por vários momentos tinha musicas para construir a história em um nível emocional e divertido. E esse é um dos motivos que “Moulin Rouge” dividiu (e talvez ainda divida) o gosto do público. Pois o filme foca mais atenção na música do que a história em si. Mas graças a Baz Lurhmann, o filme inteiro é uma experiencia fantástica.
Baz Lurhmann em (talvez) o seu melhor filme até hoje, traz uma nova força e qualidade ao genero musical. Trazendo os melhores elementos de musicais de opera e teatro em musicas brilhantemente escritas. Conseguindo misturar músicas conteporaneas com diferentes estilos musicais. Um exemplo disso é a música “Roxanne” dos The Police que foi posta no filme como um belissimo e épico tango.
E é por isso que Moulin Rouge é considerado o melhor musical já feito. Vai direto em nos dar músicas atrás de musicas magnificas e que nos dá vontade de ouvi-las repetidas vezes. Mas a história aguenta o peso da MAGNIFICA trilha sonora? Claro que sim e Lurhmann com seu amigo Craig Pearce no roteiro enchem a cliché história romantica com um lirismo poetico e musical fabuloso. E usar como palco o cabaré francês Moulin Rouge, é um golpe genial e certo de fazer um expetáculo. Cheio de humor e momentos mesmo emocionante, se bem que em momentos se sente apressada e quase sem uma boa coesão na música, mas a mensagem final do amor é belissima.
“Moulin Rouge” é a melhor mistura musical em anos. Musicas belissimas que nos dão vontade de ouvi-las várias vezes. Junto com uma história, mesmo sendo meio sem coesão com as músicas, é poética e divertida. Cheia de performances fantásticas de todos no elenco (principalmente, claro, Nicole Kidman e Ewan McGregor). Tudo isso faz de Moulin Rouge uma experiencia fantástica que ou você vai amar ou não!
Super 8
3.6 2,5K Assista Agora2011 foi o ano das homenagens ao cinema. Martin Scorsese com “Hugo” (homenagem à George Mélies e os primeiros filmes da história) e Michael Hazanavicius com “O Artista” (homenagem ao cinema mudo com uma sátira de sua transição ao cinema com áudio, cheio de elementos de Chaplin). E o novato e famoso J.J. Abrams, com o seu primeiro projecto pessoal, faz uma homenagem à 3 clássicos de Spielberg (“E.T.”, “Contatos Imediatos” e os “Gonnies”), mas também a própria infância cinematográfica.
Muitos consideram “Super 8” como a simples maneira que J.J. Abrams fez para homenagear seu ídolo Steven Spielberg. Bem, isso é claro, com uma história que mistura (MUITO BEM) elementos de “E.T” e “Contatos imediatos” com um toque de “Goonies”. Sim, “Super 8” é isso mas muito mais!
Antes de partir para o “muito mais”, vamos aos elementos muito bem misturados pelo próprio Abrams no roteiro. Ele consegue criar um ambiente bem azulado, sombrio e divertido que “Contatos” e “E.T.” têm em comum. Tendo aquele ar misterioso na história, fazendo o público ficar intrigado e preso na tela e fazer a mesma pergunta: “o que raio tá acontecendo?” (elemento de “Contatos”). Junto com o toque da amizade jovem dos “Gonnies” com diferentes personalidades, todas relacionáveis e reais. E de “E.T” é o sub-tema do filme, em outras palavras, um segundo tema na história que só aparece perto do final e que conquista o nosso coração, e a bela homenagem a nossa infância.
Mas o que Abrams faz de verdade, e que o público nunca se forçou a ver, é mostrar como se tornar um director de verdade. Os gonnies do filme, são um bando de cinéfilos mirins. Diretores como Spielberg e Abrams faziam filmes com cameras Super 8 com os amigos, e começaram suas carreiras assim, de um modo simples e pequeno, e hoje são aplaudidos e considerados génios (o que são).
“Super 8” têm tudo para ser um filme excelente, mas o que tira a sua mágica e nosso amor total pelo filme, é sua fluição que se sente muito apressada. Abrams devia ter dado mais tempo nas cenas com as personagens e nos diálogos, para deixa-los fluir melhor e nos relacionarmos melhor com as personagens e a história. Mas a pressa do filme é irritante.
O que nos faz se relacionar com as personagens e nos faz segui-las até o final do filme são as performances FANTÁSTICAS. Nenhum adulto em particular, todos razoáveis, mas as crianças, estão todas (mais uma vez) fantásticas. Todos novatos no ramo de atuação, e fazem um trabalho mais do que satisfatório.
Como eu disse, o filme tem tudo para ser um filmaço. Mas a pressa que Abrams teve na história é irritante e tira a mágica de “Super 8”, mas nada está perdido. Graças as fantásticas performances e a excelente direção de Abrams e uma história (mesmo sendo apressada) nos mostra a mágica da infância, dá arrepios com calafrios, e uma bela lição de vida. O que não gostar e favoritar?!
A Cor Púrpura
4.4 1,4K Assista AgoraÉ por isso que eu digo que Spielberg é o melhor diretor de todos os tempos (e lá vão pessoas não curtir só por eu ter dito isso). O cara já fez filme de ação; guerra; drama; comédia; ficção cientifica; familia. E agora faz um drama-comédia da sociedade negra???!!! EITA!
Filmes como "Cor Purpura" que falam da sociedade negra, aqueles onde a maioria dos brancos são cruéis e racistas com os negros sofrendo em suas mãos (tipo filmes do Spike Lee), são geralmente dirigidos por diretores de raça negra por conseguirem talvez capturar os generos do tema (linguagem e caracteristicas) e os sofrimentos racistas. Spielberg é judeu magricelo e narigudo que faz um trabalho mais do que satisfatório no tema.
A história do filme não só serve para contar da vida sofrida de Cellie (Whoopi Goldberg) desde a adolescência a idade adulta nas mãos de seu cruel marido Albert (Danny Glover) e a separação de sua amada irmã Nettie. E sim, que nem no livro em que o filme foi inspirado), serve como um retrato da época da grande opressão que os negros tinham, tanto nas mãos dos brancos como entre eles mesmos. Tanto no lado religioso e no lado familiar, se bem que ambos se mostram perfeitamente juntos ao longo da história.
Cada uma das personagens é uma demonstração desses temas:
-A personagem de Sofia (Oprah Winfrey) uma mulher madura e mandona, que quando se casa com o filho de Albert, começa a levar pancadas de seu marido em exigência de respeito que mais tarde a deixa violenta e a leva agredir um branco, levando-a assim a um grande sofrimento - a representação das consequencias do machismo (que tambêm podem ser vistas na personagem de Cellie);
-A personagem de Shug Avery (Margaret Avery) uma cantora de bar e amante que foi banida de sua familia e perdeu o amor de seu pai, um pastor de igreja.
O único problema que eu posso ter com esse filme é a relevancia das personagens secundárias na história de Cellie, que por alguns momentos tem pequenas falhas de ligação, mas seus temas sempre são muito bem demonstrados. Mas esse problema é exatamente Spielberg estar em constante movimento de suas zonas de conforto, mas que nunca desaponta. Dando ao filme outra luxuosa direção com uma fotografia simplesmente belissima, enchendo o filme com aquela sua mágica dramática e humorada.
Incluindo uma das mais belas cenas musicais que já vi em um filme!
"A Cor Purpura" se fosse necessário ser descrito em uma palavra é LINDO. Um filme que não só provou a grande competência de Spielberg como diretor de diversos generos, mas que trouxe uma das mais belas histórias já contadas (e menosprezadas) em um filme, e que de extra trouxe Whoopi Goldberg e Oprah Winfrey à vida artistica.
Scott Pilgrim Contra o Mundo
3.9 3,2K Assista AgoraUm filme feito por um Nerd para os Nerds; cheio de elementos e referencias nerds; que apenas nerds vão compreender e gostar, e outros vão completamente esnobar? Sim, mais muito mais do que isso! Como mencionei, "Scott Pilgrim" é considerado um filme nerd, que foi totalmente esnobado na época e é até hoje. E muitos acham que apenas nerds vão conseguir aprecia-lo e compreende-lo. Eu não sou Nerd, e literalmente AMEI o filme.
-"Scott Pilgrim" é uma enorme sátira sobre o que é ser Nerd e um jovem adulto. Edgar Wright consegue mostrar isso com o uso certo de clichés de filmes adolescentes americanos e referencias de videogames e quadrinhos, juntos com o seu hilário senso de humor. Mas tirando isso, o que há de tão especial em "Scott Pilgrim" para além de risos e entretenimento?!
-Todos os temas que o filme aborda, são dilemas verdadeiros que nós adolescentes ou jovens adultos sempre enfrentaram e enfrentam. Desde a rejeição e menosprezamento, que mais tarde nós próprios usariamos. No caso de Scott é namorar no inicio uma adolescente de 17 anos, mas não por sentir interesse e sim mais por carência tanto sexual como de aparências. Reparamos em vários momentos que a adolescencia de Scott foi sofrida e cheio de rejeição, quando ele tinha finalmente arranjado uma namorada ela o largou com um garoto mais velho. E agora que ele é adulto, usa a mesma técnica que o fez sofrer, até que conhece Ramona.
Na parte onde se inicia a relação de Scott com Ramona e o confronto dos sete ex-namorados começa, é quando muitos começam a acusar que é onde o filme começa a ficar bobo e exagerado com o cliché do nerd ter que enfrentar os bullys para ficar com a garota. Sim, em parte é, mas cada namorado que Scott enfrenta são demonstrações de vários tipos de pessoas que nós adolescentes sempre enfrentamos desde: a cruel populariade; o cruel egocentrismo; a arrogancia; a inveja; e as falsas aparencias e qualidades. Ver um nerd enfrentando essas pessoas que sempre nos fizeram sofrer, mesmo sendo de um geito amalucado ao estilo duelo de videogame, para conquistar o amor de nossas vidas é simplesmente épico.
Mas não é só a história muito bem construida humoramente e emocionalmente em que Edgar Wright nos supreende, mas tambem em sua deslumbrante e amalucada direção. Com efeitos visuais e fotografia belissima trabalhando junto perfeitamente em todas as cenas do filme, especialmente nas épicas batalhas dos namorados. Enchendo o filme de referências de Matrix; Dragonball; Star Wars; VÁRIOS jogos de fliperama.
Edgar Wright com esse filme continua provando cada vez mais ser um diretor-roterista muito promissor. Desde uma direção deslumbrante e amalucada com uma história que vai nos fazer rir gargalhadas e brincar com nossas emoções mesmo voce não sendo um nerd. E sim ter enfrentado, ou estar enfrentando a adolescência e a busca por amor!
O Vencedor
4.0 1,3K Assista AgoraFilmes de boxe sempre foram quase os mesmos desde "Rocky". Sempre abordando o lado humano dos boxeadores e por muitas vezes questões familiares. E o que "O Vencedor" faz para ser tão especial nesse genero? Talvez tudo e mais alguma coisa. O filme explora quase os mesmos elementos que Eastwood explorou em "Menina de Ouro", das questões familiares, se bem que aqui (em minha opinião) faz melhor.
"O Vencedor" na verdade é um dos poucos filmes de boxe que são baseados em fatos reais, e um dos únicos que consegue faze-lo bem (incluindo a obra-prima de "Touro Indomavel"). Os roteristas Scott Silver, Paul Tamasy e Eric Johnson não só conseguem ser "leais" a história real, mas conseguem montar a sua realidade no filme. Com isso quero dizer, que todas as personagens do filme são tão bem construidas com um excelente realismo e humanidade, fazendo a gente se sentir não assistino um filme de boxe, e sim gente como nós enfrentando seus problemas.
E o que ajuda a soberba narrativa fluir são as deslumbrantes performances de todo o elenco. A grande base de filmes de boxe são as performances de suas personagens, para fazer nós nos importarmos de verdade e torcer por elas, uma coisa que não falta aqui. Falar de Christian Bale a esse ponto é desnecessário, todos sabem a devoção monstruosa que ele dá a sua personagem levando seu Oscar merecidamente. O mesmo me refiro a Amy Adams e Mellisa Leo que estão simplesmente deslumbrantes. Mas não vejo ninguém mencionando Mark Wahlberg, que está mais uma vez fantástico provando ser um ator MUITO promissor, infelizmente as deslumbrantes performances do resto do elenco cobrem seu brilho.
O filme é previsivel? Sim. Tem os mesmos clichés? Sim. Mas a maneira que eles são explorados é a grande força de "O Vencedor". Graças a um ótimo roteiro que montou personagens tão humanas, cada um com performances deslumbrantes sendo muito dificil não torcer por cada um, dentro e fora do ringue. "O Vencedor" é um dos melhores filmes de boxe, de esporte, de drama que alguem verá na sua vida!
O Vingador do Futuro
3.6 496 Assista AgoraEsse filme era planejado MUITO antes do Arnold ser famoso, muito antes do "Exterminador do Futuro" ou "Predador". Uma empresa falia e a outra comprava, os diretores não gostavam do final achando impossível de se fazer. Dez anos e se passaram e então o próprio Schwarzenegger comprou os direitos do filme e chamou o diretor de "Robocop", o holandês Paul Verhoeven para dirigir esse clássico.
"O Vingador do futuro" na época era considerado um simples filme de ação como qualquer outro. Mas supreende com uma imensa qualidade tanto de efeitos visuais a um ótimo roteiro. O que Verhoeven faz junto com os roteristas (incluindo Dan O'Bannon do clássico "Alien") é montar o filme como um normal filme de ação, cheio de perseguições de carro e cenas de ação fod#s, com um pouco de senso de aventura. Onde o filme mostra sua força é na história brilhante por trás do filme, tendo temas como as realidades mentais que nós montamos a nós próprios, e teorias de um sonho dentro de outro (não, não é "A Origem"). Nos fazendo ao longo da história a mesma pergunta, o que é real ou não?
Acho que os dialogos deviam ser mais bem trabalhados, ou talvez a falta de expressividade da performance do Arnold. Mas em todos os momentos eles funcionam, dando arrepios nos nossos cerebros. Mas não é só a inteligente narrativa que nos prende, e sim a direção de Verhoeven, usando o mesmo estilo que ele fez em "Robocop" com cenas de ação sangrentas e super divertidissima. E consegue dar em vários momentos, referencias ao mundo pobre e vandalo americano, com referencias sexuais e de pobreza.
Um clássico que de ficção cientifica que não só supreendeu com seus efeitos visuais fantásticos, mas tambem por que ao mesmo tempo que consegue ser um filme de ação violeto e divertidissimo, consegue ser muito inteligente e emocionante a um ponto. Um filme que vai te dar arrepios tanto no corpo como no cerebro.