Segue direitinho à risca o que deve ser um filme de "duplas", na mesma pegada de Maquina Mortífera e tantos outros, com uma leve pitada de noir e mostrando uma ótima química entre Ryan Gosling e Russel Crowe, com este último mostrando uma surpreendente verve para o humor, divertido, engraçado e com otimas cenas de ação.
O ambiente hiper competitivo e de fogueira de vaidades que é o mundo da gastronomia já mostrou ser viável cinematograficamente, embora meu preferido seja Ratatouille, esse filme com um elenco estelar se mostra uma divertida história, que embora permeada dos clichês que os filmes de "volta por cima" trazem, não se deixa comprometer no seu sabor final.
Pesquisando sobre o novo diretor do filme do Thor, que tem o curioso nome de Taika Waititi, me deparo com esse filme nada comum sobre vampiros que dividem um apartamento. Todos os clichês do gênero são subvertidos nos 90 minutos de projeção, desde a sede de sangue à inimizade com os lobisomens e de maneira hilária, recomendadissimo
Não entendi o auê em torno do filme, temos aqui a mesma galeria de personagens já vistos em dezenas de obras que trazem zumbis. A novidade é que estão em um trem. O destaque do elenco vai para a garotinha filha do protagonista e o antagonista do filme. Pouco aprofundamento dos personagens resulta no espectador pouco se importando com aquelas pessoas que estão sendo devoradas na tela, e é isso que "Trem para Busan"( recuso essa pavorosa tradução do título no Brasil) acaba se tornando, um filme que em quase sua totalidade tem personagens unidimensionais, mesmo quando tenta faze-los servirem de comentário social.
Um texto antibelicista tão famoso na França que já foi adaptado para o Cinema cinco vezes, A Guerra dos Botões é uma metáfora sobre a inutilidade dos conflitos aos quais os adultos sempre estão metidos, e serve como um filme de formação, mostrando o quanto é difícil crescer e deixar de ser criança, cinematograficamente peca na edição embaralhada e na infantilização de adultos, além da minima menção à Guerra da Argélia, que poderia ser mais explorada.
Um exercício de estilo com uma ténue discussão sobre a justiça privada e a burocracia institucional e suas normas absurdas, um bom filme nacional e que conta com um ótimo elenco, com destaque para os sempre ótimos Lazaro Ramos e Adriana Esteves e a novata Thaina Duarte.
Apoiado muito mais no terror psicológico do que na violência gráfica ou mesmo a surpresa, como é o costume do cinema do terror atual, A Bruxa explora um tema recorrente como metáfora, a puberdade feminina vez por outra é utilizada como analogia para o estremecimento da família como instituição social (O Exorcista não me deixa mentir), trilha sonora eficiente no propósito de pontuar os momentos de tensão e uma direção bastante competente. Vale ressaltar que o que mais assusta no filme é o fanatismo religioso de seus personagens. Tenho medo de pessoas assim na vida real também.
Nesse filme tem o Batman, que era o Demolidor, o Justiceiro e o Comissário Gordon. Hollywood está contaminada mesmo pelos filmes de Super Herói. Ben Affleck está muito bem no papel pois seu personagem é totalmente inexpressivo, uma fusão de Sheldon Cooper e John Wick que resulta num bom estagio para o filme do Morcego.
Paul Verhoeven é mais conhecido no meio "geek" por ser o diretor de Robocop (o bom, o original), mas é um cineasta de uma filmografia muito alem disso. Elle é um estudo de personagem, onde temos uma protagonista que quebra todas as expectativas do público, se tem aqui uma historia onde a moralidade passa longe e pode ofender os mais sensíveis. Perturbadora em muitos pontos, é o tipo de trama que parece nascer somente sob os auspícios do cinema europeu.
Um filme que mostra as tensões étnicas e sociais nas periferias de Paris, mas que poderia ser em qualquer metrópole do mundo, impressionante o desfile de diferentes técnicas cinematográficas ao longo dos seus 90 minutos, mas o que poderia ser só um exercício de estilo, se mostra como uma contundente e visceral crítica, com referências explícitas a Taxi Driver e Scarface, e outras mais sutis, O Ódio é um Filmaço com F maiusculo mesmo.
Um perturbador estudo sobre a sociedade e a relação desta com o poder, apresentada por alegorias que tratam de democracia, totalitarismo e a perda da civilidade. Peca, talvez pela pouca duração, na construção superficial das relações entre os personagens, tendo em vista também que o elenco "mirim" não é dos melhores, mas a mensagem da obra original parece ser bem transmitida, resta ver a adaptação cinematográfica de 1963, e claro, o livro de William Golding.
Com certeza um dos filmes com o roteiro mais estranho que vi, A Lagosta serve como contundente critica à dinâmica dos relacionamentos amorosos da "modernidade", tem um Colin Farrel em uma excelente atuação e uma distopia que ao mesmo tempo que causa estranhamento, se torna numa analise mais profunda, bastante familiar. Afinal, quantas pessoas voce conhece que estão desesperadas para estar em um relacionamento? E quantas dessas gostam de estereotipar as pessoas?
Um sopro de originalidade no subgênero "invasão de domicilio" pois traz uma protagonista surda-muda, o que dá a possibilidade da produção brincar com os sons na historia, e com a ausência dele também. A atriz principal, Kate Siegel- que também é roteirista- faz um bom trabalho.
Partindo de uma relação de mãe e filho, temos um fidedigno e bem humorado retrato da transição política, econômica e social que as duas Alemanhas passaram no final da década de 80. Um roteiro inteligente e bem amarrado nos conduz à duas horas de uma historia muito bem contada. Destaque para as reconstituições dos telejornais e a cena que nos faz perceber do que se trata o titulo do filme.
Tudo nesse filme é desagradável, direção, montagem atuações, roteiro e conseqüentemente os diálogos. Soma-se isso aos piores efeitos especiais já presenciados em blockbusters nos últimos tempos, muita gente falava bem de Mark Strong na pele de Sinestro, mas está tão canastra quanto os outros, tenha pena de Tim Robbins que precisa pagar as contas e topa fazer uma bomba dessas, esse ponto vai para ele.
Poderia ser apenas mais uma das comédias "padrão Globo Filmes", mas tem um grande trunfo no talento, especificamente no tipo facilmente identificável criado por Paulo Gustavo, que possui um humor muito mais versátil que Leandro Hassum e Ingrid Guimarães (essa ultima no filme), os dois nomes que costumam estrelar essas produções. Mas recai no erro costumeiro de apresentar uma estrutura de esquetes, talvez oriunda da sua obra original, que é uma peça.
Segundo a definição dessa fonte fidedigna chamada Wikipedia "Continuidade retroativa[ou retcon (do inglês retroactive continuity) é a alteração de fatos previamente estabelecidos na continuidade de uma obra ficcional.
Desse modo, Star Wars: Rogue One, se estabelece como retcon e insere novos fatos que visam preencher a lacuna existente entre os episódios III e IV da saga original. O que pode parecer apenas uma exploração demasiada da Disney para com a sua nova marca, se mostra um grande triunfo cinematográfico, e um verdadeiro filme de Guerra, temos muito Star, mas temos mais ainda Wars.
A saga criada por George Lucas nos anos 70 sempre foi pautada pela clara dicotomia entre o bem e mal, existindo pouco espaço para as personalidades mais "cinzentas", exceto talvez pelo bom pilantra, Han Solo.
O que ocorre em Rogue One é um aprofundamento das relações que se originam no contexto da Guerra, aqui a Aliança Rebelde passa de monopolizadora de virtudes na cronologia regular, para uma instituição onde a moralidade é questionável, embora seja para um bem maior, a apresentação do personagem de Diego Luna, Cassian Andor, retrata bem isso.
No elenco do filme, temos grandes adições à galeria de personagens memoráveis de SW, o próprio Cassian Andor, o monge Chirrut, seu amigo Baze Malbus e o carismático robô K2SO fazem com que nos importemos com aquele grupo, sem contar com a eficiente atuação de Felicity Jones e sua Jyn Erso, conferindo uma tenacidade a mais uma grande personagem feminina desta franquia. Mads Mikkelsen e Forrest Whitaker aparecem pouco em tela, mas seus personagens são bem defendidos por seus intérpretes.
Mas o filme padece de alguns problemas ao longo de sua duração, como a apressada inserção de cenários e personagens no seu primeiro ato, é um pouco complicado se situar nos lugares e plots, que sao rapidamente colocados em tela, com o excesso de letreiros, embora Star Wars sempre possua esse caráter de jogo de xadrez, onde peças e tabuleiros são apresentados, a edição do filme peca nesse aspecto.
Outro pecado é a tímida trilha sonora de Michael Giachinno, que ao invés de abraçar os temas originais, que dão o status de "space opera" a historia original, em dados momentos ele se apequena, na aparição de um icônico personagem isso se faz sentir sobremaneira.
Por outro lado, temos aqui uma das melhores, se não a melhor, sequência de batalhas de naves de toda a franquia, sendo um deleite para os fãs mais ardorosos dos X-Wings e Tie Fighters.
O design da produção é competente em criar e recriar habitantes exóticos e planetas, assim como o aspecto sujo que a guerra traz, desde os esconderijos dos rebeldes, até a sujeira presente na armadura dos Stormtroopers, além do que, dois personagens bastante conhecidos são trazidos de volta por meio de CGI, que causa estranheza num primeiro momento, mas se mostra impressionante no seu desenrolar.
Por apresentar um outro aspecto de um universo tão querido, presentear os fãs com o "service" merecido, e estabelecer uma nova diretriz da saga de uma galaxia muito, muito distante, Star Wars: Rogue One se coloca como um dos melhores capítulos dessa história, que parece ter muita coisa a ser contada.
Um retrato sensível sobre paternidade, família e inadequação no mundo. As crianças são todas maravilhosas e Viggo Mortensen ( o Aragorn) exprime bem a contradição que o seu personagem é. Tematicamente lembra muito Pequena Miss Sunshine e esteticamente parece um filme do Wes Anderson, mas mesmo assim soa original e muito agradável de se assistir, parece que o tempo passa rapidinho. Um dos melhores filmes que vi esse ano.
A ficção científica sempre foi utilizada, dentro das suas particularidades, para um grande objetivo: Discutir o momento em que a obra foi concebida, e fazer de suas máquinas, alienígenas e distopias nada mais do que metáforas para nos alertar do mal caminho que a humanidade costuma trilhar, e isso acontece desde que Mary Shelley escreveu as primeiras linhas de Frankestein, considerada a obra inaugural do gênero.
“A Chegada” do diretor canadense Dennis Villeneuve (Os Suspeitos, Sicário) ombreia com as grandes obras “sci-fi” do Cinema pois obtém o êxito que esses trabalhos possuem, discutem o que os alemães chamam de “zeitgeist”, se apropriando dos clichês do gênero para mandar a sua mensagem, não conseguimos nos comunicar, e temos medo daquilo que desconhecemos.
A história começa com a chegada, em diferentes partes do mundo, de doze OVNI’s, a população mundial fica em polvorosa, e meio que a contragosto, os governantes dessas onze nações ( A Rússia é “contemplada” com duas “visitas”) são obrigados a colaborar para entender o que esses seres querem da humanidade. Nesse sentido, a linguista Louise Brooks ( Amy Adams) é convocada, juntamente com o físico Ian Donnely (Jeremy Renner), todos sob o comando do Coronel Weber (Forrest Whitaker). A escolha de uma linguista não é mera coincidência do roteiro, a grande temática do longa é justamente a falta de comunicabilidade que vivenciamos, mesmo com tanta tecnologia, é quase impossível para alguns compreender os seus semelhantes, que dirá seres vindos do espaço. Soma-se isso uma tocante trama secundária (ou principal?) sobre laços familiares e escolhas.
O filme conta com uma direção segura do cada vez melhor Dennis Villeneuve, o canadense chega aqui ao seu auge e se estabelece como um dos grandes realizadores cinematográficos de sua geração. Alinha técnica e inventividade a serviço da história a ser contada. Contando com atuações dignas e eficientes de Whitaker e Renner, o filme tem dona, Amy Adams, que pouco lembra a insossa Lois Lane da franquia do Superman, rememorando bem mais sua ótima performance em “Her”, é uma forte candidata à corrida das premiações que se avizinha.
Ao buscar elementos que poderiam soar como repetição (contatos com aliens, tensões geopolíticas, flashbacks dramáticos), e fazendo deles apenas uma escada para contar uma história pertinente e quase melancólica de tão agridoce, “A chegada” se torna com inteira justiça um dos melhores filmes a estrear em 2016, figurando como uma das melhores ficções científicas dos últimos anos (cof cof melhor que Interes… cof coc)
Voltar para casa, é essa a sensação que "Animais Fantásticos e onde habitam" passa nas suas duas horas de exibição, mas o que poderia se mostrar uma dependência da franquia que o originou, se torna na verdade um resgate e um chamado para uma nova aventura criada pela brilhante mente de J. K. Rowling.
A história começa acompanhando o magizoólogo Newt Scamander (Eddie Redmayne) que chega em Nova York em busca de completar determinada missão que tem a ver com a sua mala e o seu conteúdo, obviamente mágico. Após a perda da valise e a fuga dos animais que ali residem, Newt se vê compelido a resgatar os bichos, o que se agrava em virtude de acontecimentos que põem em xeque o anonimato do mundo bruxo.
As conhecidas analogias de Rowling estão presentes em todo o roteiro (que ela assina), temos aqui a preocupação com a preservação das espécies animais, a libidinosa relação entre imprensa e política, e até mesmo uma velada crítica ao emaranhado de leis com teor preconceituoso dos EUA (vale lembrar que na década de 20, onde se passa a trama, estava em plena vigência as leis segregacionistas no "país da liberdade"), o que se denota em uma discussão, mesmo que rasa, sobre a intolerância.
A atmosfera criada é bastante competente no que diz respeito ao design de produção e fotografia, que cria uma reprodução fiel à Nova York de época em que se desenrola a trama. O tom acinzentado da cidade contrasta sobremaneira com a denominada MACUSA (sigla em inglês para Congresso Mágico dos EUA) e suas cores vívidas, o figurino é muito bem elaborado e passa, como deve ser, sobre as características de seus usuários.
O elenco está de um modo geral, muito bem, mesmo com o seu habitual carisma de chuchu em conserva, Eddie Redmayne consegue criar um protagonista que mistura ingenuidade e idealismo na medida certa. Katherine Wasterton e Alison Sudol fazem as duas irmãs bruxas, e ambas são competentes em interpretar as personas aos quais foram designadas, a primeira com uma força que se esconde na sua timidez, e a segunda com uma vivacidade e alegria que fazem da sua personagem Queenie com um magnetismo peculiar.
Colin Farrel está muito bem como o antagonista do filme, um personagem obstinado e que exala autoridade, assim como Ezra Miller que acrescenta mais um personagem perturbado a sua galeria de interpretações, vide "Precisamos Falar sobre Kevin". Mas o destaque mesmo é Dan Fogler e o seu trouxa (ou não-maj) Jacob Kowalski, que se mostra eficiente como alívio cômico e como fio condutor da narrativa, afinal, descobrimos o mundo mágico por seus olhos dessa vez.
Ao retomar o inventivo mundo que criou, lançando as peças para os filmes vindouros, gerando expectativa, e ainda não dependendo em praticamente nada da saga original, "Animais Fantásticos e onde habitam" se mostra um belíssimo inicio de franquia que vai render algumas centenas de milhões de dólares para a Warner. Provavelmente contribuirei com alguns deles.
Um belo conto sobre preconceito, justiça e moralidade, a adaptação de um dos maiores clássicos da literatura norte-americana não se sai mal ao transpor a obra original para as telas (não à toa ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado de 1962) Uma atuação formidável de Gregory Peck que consegue com seu Atticus Finch transmitir toda a carga emocional, força e caráter do personagem, indispensável para quem tem o Direito como profissão ou estudo.
O grande artista é aquele sujeito que ao fazer as coisas que faz, dá a falsa sensação de que são fáceis de realizar, devido à naturalidade da execução. É exatamente isso que Sônia Braga faz, em uma atuação memorável, e que não seria exagerada ao ser premiada pelo menos com uma indicação à grandes prêmios holywoodianos. Aquarius trata, dentre outras coisas, sobre a memória, afetividade e sensação de pertencimento. O Cinema nacional quando foge à pasteurização da Globo Filmes é isso aqui, lugar de gente talentosa. 10/10
Dois Caras Legais
3.6 641 Assista AgoraSegue direitinho à risca o que deve ser um filme de "duplas", na mesma pegada de Maquina Mortífera e tantos outros, com uma leve pitada de noir e mostrando uma ótima química entre Ryan Gosling e Russel Crowe, com este último mostrando uma surpreendente verve para o humor, divertido, engraçado e com otimas cenas de ação.
Pegando Fogo
3.3 546 Assista AgoraO ambiente hiper competitivo e de fogueira de vaidades que é o mundo da gastronomia já mostrou ser viável cinematograficamente, embora meu preferido seja Ratatouille, esse filme com um elenco estelar se mostra uma divertida história, que embora permeada dos clichês que os filmes de "volta por cima" trazem, não se deixa comprometer no seu sabor final.
O Que Fazemos nas Sombras
4.0 662 Assista AgoraPesquisando sobre o novo diretor do filme do Thor, que tem o curioso nome de Taika Waititi, me deparo com esse filme nada comum sobre vampiros que dividem um apartamento. Todos os clichês do gênero são subvertidos nos 90 minutos de projeção, desde a sede de sangue à inimizade com os lobisomens e de maneira hilária, recomendadissimo
Invasão Zumbi
4.0 2,1K Assista AgoraNão entendi o auê em torno do filme, temos aqui a mesma galeria de personagens já vistos em dezenas de obras que trazem zumbis. A novidade é que estão em um trem. O destaque do elenco vai para a garotinha filha do protagonista e o antagonista do filme. Pouco aprofundamento dos personagens resulta no espectador pouco se importando com aquelas pessoas que estão sendo devoradas na tela, e é isso que "Trem para Busan"( recuso essa pavorosa tradução do título no Brasil) acaba se tornando, um filme que em quase sua totalidade tem personagens unidimensionais, mesmo quando tenta faze-los servirem de comentário social.
A Guerra dos Botões
4.0 121Um texto antibelicista tão famoso na França que já foi adaptado para o Cinema cinco vezes, A Guerra dos Botões é uma metáfora sobre a inutilidade dos conflitos aos quais os adultos sempre estão metidos, e serve como um filme de formação, mostrando o quanto é difícil crescer e deixar de ser criança, cinematograficamente peca na edição embaralhada e na infantilização de adultos, além da minima menção à Guerra da Argélia, que poderia ser mais explorada.
Mundo Cão
3.3 167 Assista AgoraUm exercício de estilo com uma ténue discussão sobre a justiça privada e a burocracia institucional e suas normas absurdas, um bom filme nacional e que conta com um ótimo elenco, com destaque para os sempre ótimos Lazaro Ramos e Adriana Esteves e a novata Thaina Duarte.
A Bruxa
3.6 3,4K Assista AgoraApoiado muito mais no terror psicológico do que na violência gráfica ou mesmo a surpresa, como é o costume do cinema do terror atual, A Bruxa explora um tema recorrente como metáfora, a puberdade feminina vez por outra é utilizada como analogia para o estremecimento da família como instituição social (O Exorcista não me deixa mentir), trilha sonora eficiente no propósito de pontuar os momentos de tensão e uma direção bastante competente. Vale ressaltar que o que mais assusta no filme é o fanatismo religioso de seus personagens. Tenho medo de pessoas assim na vida real também.
O Contador
3.7 647 Assista AgoraNesse filme tem o Batman, que era o Demolidor, o Justiceiro e o Comissário Gordon. Hollywood está contaminada mesmo pelos filmes de Super Herói. Ben Affleck está muito bem no papel pois seu personagem é totalmente inexpressivo, uma fusão de Sheldon Cooper e John Wick que resulta num bom estagio para o filme do Morcego.
Elle
3.8 886Paul Verhoeven é mais conhecido no meio "geek" por ser o diretor de Robocop (o bom, o original), mas é um cineasta de uma filmografia muito alem disso. Elle é um estudo de personagem, onde temos uma protagonista que quebra todas as expectativas do público, se tem aqui uma historia onde a moralidade passa longe e pode ofender os mais sensíveis. Perturbadora em muitos pontos, é o tipo de trama que parece nascer somente sob os auspícios do cinema europeu.
O Ódio
4.2 318 Assista AgoraUm filme que mostra as tensões étnicas e sociais nas periferias de Paris, mas que poderia ser em qualquer metrópole do mundo, impressionante o desfile de diferentes técnicas cinematográficas ao longo dos seus 90 minutos, mas o que poderia ser só um exercício de estilo, se mostra como uma contundente e visceral crítica, com referências explícitas a Taxi Driver e Scarface, e outras mais sutis, O Ódio é um Filmaço com F maiusculo mesmo.
O Senhor das Moscas
3.7 271 Assista AgoraUm perturbador estudo sobre a sociedade e a relação desta com o poder, apresentada por alegorias que tratam de democracia, totalitarismo e a perda da civilidade. Peca, talvez pela pouca duração, na construção superficial das relações entre os personagens, tendo em vista também que o elenco "mirim" não é dos melhores, mas a mensagem da obra original parece ser bem transmitida, resta ver a adaptação cinematográfica de 1963, e claro, o livro de William Golding.
O Lagosta
3.8 1,5K Assista AgoraCom certeza um dos filmes com o roteiro mais estranho que vi, A Lagosta serve como contundente critica à dinâmica dos relacionamentos amorosos da "modernidade", tem um Colin Farrel em uma excelente atuação e uma distopia que ao mesmo tempo que causa estranhamento, se torna numa analise mais profunda, bastante familiar. Afinal, quantas pessoas voce conhece que estão desesperadas para estar em um relacionamento? E quantas dessas gostam de estereotipar as pessoas?
Hush: A Morte Ouve
3.5 1,5KUm sopro de originalidade no subgênero "invasão de domicilio" pois traz uma protagonista surda-muda, o que dá a possibilidade da produção brincar com os sons na historia, e com a ausência dele também. A atriz principal, Kate Siegel- que também é roteirista- faz um bom trabalho.
Adeus, Lenin!
4.2 1,1K Assista AgoraPartindo de uma relação de mãe e filho, temos um fidedigno e bem humorado retrato da transição política, econômica e social que as duas Alemanhas passaram no final da década de 80. Um roteiro inteligente e bem amarrado nos conduz à duas horas de uma historia muito bem contada. Destaque para as reconstituições dos telejornais e a cena que nos faz perceber do que se trata o titulo do filme.
Lanterna Verde
2.4 2,4K Assista AgoraTudo nesse filme é desagradável, direção, montagem atuações, roteiro e conseqüentemente os diálogos. Soma-se isso aos piores efeitos especiais já presenciados em blockbusters nos últimos tempos, muita gente falava bem de Mark Strong na pele de Sinestro, mas está tão canastra quanto os outros, tenha pena de Tim Robbins que precisa pagar as contas e topa fazer uma bomba dessas, esse ponto vai para ele.
Minha Mãe é Uma Peça: O Filme
3.7 2,6K Assista AgoraPoderia ser apenas mais uma das comédias "padrão Globo Filmes", mas tem um grande trunfo no talento, especificamente no tipo facilmente identificável criado por Paulo Gustavo, que possui um humor muito mais versátil que Leandro Hassum e Ingrid Guimarães (essa ultima no filme), os dois nomes que costumam estrelar essas produções. Mas recai no erro costumeiro de apresentar uma estrutura de esquetes, talvez oriunda da sua obra original, que é uma peça.
Rogue One: Uma História Star Wars
4.2 1,7K Assista AgoraSegundo a definição dessa fonte fidedigna chamada Wikipedia "Continuidade retroativa[ou retcon (do inglês retroactive continuity) é a alteração de fatos previamente estabelecidos na continuidade de uma obra ficcional.
Desse modo, Star Wars: Rogue One, se estabelece como retcon e insere novos fatos que visam preencher a lacuna existente entre os episódios III e IV da saga original. O que pode parecer apenas uma exploração demasiada da Disney para com a sua nova marca, se mostra um grande triunfo cinematográfico, e um verdadeiro filme de Guerra, temos muito Star, mas temos mais ainda Wars.
A saga criada por George Lucas nos anos 70 sempre foi pautada pela clara dicotomia entre o bem e mal, existindo pouco espaço para as personalidades mais "cinzentas", exceto talvez pelo bom pilantra, Han Solo.
O que ocorre em Rogue One é um aprofundamento das relações que se originam no contexto da Guerra, aqui a Aliança Rebelde passa de monopolizadora de virtudes na cronologia regular, para uma instituição onde a moralidade é questionável, embora seja para um bem maior, a apresentação do personagem de Diego Luna, Cassian Andor, retrata bem isso.
No elenco do filme, temos grandes adições à galeria de personagens memoráveis de SW, o próprio Cassian Andor, o monge Chirrut, seu amigo Baze Malbus e o carismático robô K2SO fazem com que nos importemos com aquele grupo, sem contar com a eficiente atuação de Felicity Jones e sua Jyn Erso, conferindo uma tenacidade a mais uma grande personagem feminina desta franquia. Mads Mikkelsen e Forrest Whitaker aparecem pouco em tela, mas seus personagens são bem defendidos por seus intérpretes.
Mas o filme padece de alguns problemas ao longo de sua duração, como a apressada inserção de cenários e personagens no seu primeiro ato, é um pouco complicado se situar nos lugares e plots, que sao rapidamente colocados em tela, com o excesso de letreiros, embora Star Wars sempre possua esse caráter de jogo de xadrez, onde peças e tabuleiros são apresentados, a edição do filme peca nesse aspecto.
Outro pecado é a tímida trilha sonora de Michael Giachinno, que ao invés de abraçar os temas originais, que dão o status de "space opera" a historia original, em dados momentos ele se apequena, na aparição de um icônico personagem isso se faz sentir sobremaneira.
Por outro lado, temos aqui uma das melhores, se não a melhor, sequência de batalhas de naves de toda a franquia, sendo um deleite para os fãs mais ardorosos dos X-Wings e Tie Fighters.
O design da produção é competente em criar e recriar habitantes exóticos e planetas, assim como o aspecto sujo que a guerra traz, desde os esconderijos dos rebeldes, até a sujeira presente na armadura dos Stormtroopers, além do que, dois personagens bastante conhecidos são trazidos de volta por meio de CGI, que causa estranheza num primeiro momento, mas se mostra impressionante no seu desenrolar.
Por apresentar um outro aspecto de um universo tão querido, presentear os fãs com o "service" merecido, e estabelecer uma nova diretriz da saga de uma galaxia muito, muito distante, Star Wars: Rogue One se coloca como um dos melhores capítulos dessa história, que parece ter muita coisa a ser contada.
Capitão Fantástico
4.4 2,7K Assista AgoraUm retrato sensível sobre paternidade, família e inadequação no mundo. As crianças são todas maravilhosas e Viggo Mortensen ( o Aragorn) exprime bem a contradição que o seu personagem é. Tematicamente lembra muito Pequena Miss Sunshine e esteticamente parece um filme do Wes Anderson, mas mesmo assim soa original e muito agradável de se assistir, parece que o tempo passa rapidinho. Um dos melhores filmes que vi esse ano.
10/10
O Exterminador do Futuro 2: O Julgamento Final
4.1 1,1K Assista AgoraUm quarto de século se passou e nada mudou. Esse é o melhor filme de ação de todos os tempos.
Rush: No Limite da Emoção
4.2 1,3K Assista AgoraMuita injusta a falta de reconhecimento das premiações para com Daniel Bruhl, simplesmente soberbo.
A Chegada
4.2 3,4K Assista AgoraA ficção científica sempre foi utilizada, dentro das suas particularidades, para um grande objetivo: Discutir o momento em que a obra foi concebida, e fazer de suas máquinas, alienígenas e distopias nada mais do que metáforas para nos alertar do mal caminho que a humanidade costuma trilhar, e isso acontece desde que Mary Shelley escreveu as primeiras linhas de Frankestein, considerada a obra inaugural do gênero.
“A Chegada” do diretor canadense Dennis Villeneuve (Os Suspeitos, Sicário) ombreia com as grandes obras “sci-fi” do Cinema pois obtém o êxito que esses trabalhos possuem, discutem o que os alemães chamam de “zeitgeist”, se apropriando dos clichês do gênero para mandar a sua mensagem, não conseguimos nos comunicar, e temos medo daquilo que desconhecemos.
A história começa com a chegada, em diferentes partes do mundo, de doze OVNI’s, a população mundial fica em polvorosa, e meio que a contragosto, os governantes dessas onze nações ( A Rússia é “contemplada” com duas “visitas”) são obrigados a colaborar para entender o que esses seres querem da humanidade. Nesse sentido, a linguista Louise Brooks ( Amy Adams) é convocada, juntamente com o físico Ian Donnely (Jeremy Renner), todos sob o comando do Coronel Weber (Forrest Whitaker).
A escolha de uma linguista não é mera coincidência do roteiro, a grande temática do longa é justamente a falta de comunicabilidade que vivenciamos, mesmo com tanta tecnologia, é quase impossível para alguns compreender os seus semelhantes, que dirá seres vindos do espaço. Soma-se isso uma tocante trama secundária (ou principal?) sobre laços familiares e escolhas.
O filme conta com uma direção segura do cada vez melhor Dennis Villeneuve, o canadense chega aqui ao seu auge e se estabelece como um dos grandes realizadores cinematográficos de sua geração. Alinha técnica e inventividade a serviço da história a ser contada. Contando com atuações dignas e eficientes de Whitaker e Renner, o filme tem dona, Amy Adams, que pouco lembra a insossa Lois Lane da franquia do Superman, rememorando bem mais sua ótima performance em “Her”, é uma forte candidata à corrida das premiações que se avizinha.
Ao buscar elementos que poderiam soar como repetição (contatos com aliens, tensões geopolíticas, flashbacks dramáticos), e fazendo deles apenas uma escada para contar uma história pertinente e quase melancólica de tão agridoce, “A chegada” se torna com inteira justiça um dos melhores filmes a estrear em 2016, figurando como uma das melhores ficções científicas dos últimos anos (cof cof melhor que Interes… cof coc)
Animais Fantásticos e Onde Habitam
4.0 2,2K Assista AgoraVoltar para casa, é essa a sensação que "Animais Fantásticos e onde habitam" passa nas suas duas horas de exibição, mas o que poderia se mostrar uma dependência da franquia que o originou, se torna na verdade um resgate e um chamado para uma nova aventura criada pela brilhante mente de J. K. Rowling.
A história começa acompanhando o magizoólogo Newt Scamander (Eddie Redmayne) que chega em Nova York em busca de completar determinada missão que tem a ver com a sua mala e o seu conteúdo, obviamente mágico. Após a perda da valise e a fuga dos animais que ali residem, Newt se vê compelido a resgatar os bichos, o que se agrava em virtude de acontecimentos que põem em xeque o anonimato do mundo bruxo.
As conhecidas analogias de Rowling estão presentes em todo o roteiro (que ela assina), temos aqui a preocupação com a preservação das espécies animais, a libidinosa relação entre imprensa e política, e até mesmo uma velada crítica ao emaranhado de leis com teor preconceituoso dos EUA (vale lembrar que na década de 20, onde se passa a trama, estava em plena vigência as leis segregacionistas no "país da liberdade"), o que se denota em uma discussão, mesmo que rasa, sobre a intolerância.
A atmosfera criada é bastante competente no que diz respeito ao design de produção e fotografia, que cria uma reprodução fiel à Nova York de época em que se desenrola a trama. O tom acinzentado da cidade contrasta sobremaneira com a denominada MACUSA (sigla em inglês para Congresso Mágico dos EUA) e suas cores vívidas, o figurino é muito bem elaborado e passa, como deve ser, sobre as características de seus usuários.
O elenco está de um modo geral, muito bem, mesmo com o seu habitual carisma de chuchu em conserva, Eddie Redmayne consegue criar um protagonista que mistura ingenuidade e idealismo na medida certa. Katherine Wasterton e Alison Sudol fazem as duas irmãs bruxas, e ambas são competentes em interpretar as personas aos quais foram designadas, a primeira com uma força que se esconde na sua timidez, e a segunda com uma vivacidade e alegria que fazem da sua personagem Queenie com um magnetismo peculiar.
Colin Farrel está muito bem como o antagonista do filme, um personagem obstinado e que exala autoridade, assim como Ezra Miller que acrescenta mais um personagem perturbado a sua galeria de interpretações, vide "Precisamos Falar sobre Kevin". Mas o destaque mesmo é Dan Fogler e o seu trouxa (ou não-maj) Jacob Kowalski, que se mostra eficiente como alívio cômico e como fio condutor da narrativa, afinal, descobrimos o mundo mágico por seus olhos dessa vez.
Ao retomar o inventivo mundo que criou, lançando as peças para os filmes vindouros, gerando expectativa, e ainda não dependendo em praticamente nada da saga original, "Animais Fantásticos e onde habitam" se mostra um belíssimo inicio de franquia que vai render algumas centenas de milhões de dólares para a Warner. Provavelmente contribuirei com alguns deles.
Nota: Dez pomos de ouro de dez.
O Sol É Para Todos
4.3 414 Assista AgoraUm belo conto sobre preconceito, justiça e moralidade, a adaptação de um dos maiores clássicos da literatura norte-americana não se sai mal ao transpor a obra original para as telas (não à toa ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Adaptado de 1962)
Uma atuação formidável de Gregory Peck que consegue com seu Atticus Finch transmitir toda a carga emocional, força e caráter do personagem, indispensável para quem tem o Direito como profissão ou estudo.
9/10
Aquarius
4.2 1,9K Assista AgoraO grande artista é aquele sujeito que ao fazer as coisas que faz, dá a falsa sensação de que são fáceis de realizar, devido à naturalidade da execução. É exatamente isso que Sônia Braga faz, em uma atuação memorável, e que não seria exagerada ao ser premiada pelo menos com uma indicação à grandes prêmios holywoodianos. Aquarius trata, dentre outras coisas, sobre a memória, afetividade e sensação de pertencimento. O Cinema nacional quando foge à pasteurização da Globo Filmes é isso aqui, lugar de gente talentosa.
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